terça-feira, 29 de outubro de 2019

VOCÊ É AQUILO QUE AMA [Resenha]


Neste livro temos uma introdução de fácil compreensão para a radical perspectiva agostiniana de que o nosso coração é moldado fundamentalmente por tudo o que adoramos. Talvez sem perceber, somos ensinados a amar deuses rivais em lugar do verdadeiro Deus para o qual fomos criados. Embora tenhamos a intenção de moldar a cultura, nem sempre temos consciência de quanto a cultura nos molda. Em Você é aquilo que ama, James K. A. Smith nos ajuda a reconhecer o poder formador da cultura e as possibilidades transformadoras das práticas cristãs, redirecionando nosso coração para o que de fato merece nossa adoração.

Smith explica que a adoração é a “estação da imaginação”, capaz de incubar nossos amores e anseios de tal modo que os nossos engajamentos culturais tenham sempre Deus e o reino como referenciais. É por essa razão que a igreja e o culto em uma comunidade local de crentes devem ser o centro da formação e do discipulado cristãos. O autor engaja o leitor fazendo um uso criativo de filmes, obras de literatura e músicas e trata de temas como casamento, família, ministério de jovens, fé e trabalho. Além de tudo, também sugere práticas individuais e comunitárias para moldar a vida cristã.

Os eruditos afirmam que neste livro, Smith expõe tanto a visão extremamente cerebral da espiritualidade quanto aquela que é extremamente emotiva. Ele acerta em cheio ao articular a virtude como algo enraizado nos hábitos, os quais estão por sua vez enraizados nas afeições, que estão enraizados – de modo ainda mais profundo – na adoração. O livro é provocativo e prático, e as igrejas devem seguir o caminho que ele propõe.

O livro contém além do prefácio e agradecimentos, 7 capítulos, onde o autor nos estimula e nos mostra a vida renovada e abundante que aguarda os cristãos cujos hábitos e práticas – cujas liturgias da vida – operam para abrir o coração para nosso Deus e para o próximo.
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SMITH, James K. A. Você é aquilo que ama: o poder espiritual do hábito. São Paulo, SP: Vida Nova, 2017. 256p.

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