sexta-feira, 22 de março de 2019

ESTE É O MELHOR ANO DE SUA VIDA [Resenha]


HYATT, Michael. Este é o melhor ano de sua vida: 5 passos para alcançar os seus mais importantes objetivos. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2018. 219p. 


O AUTOR E O SEU LIVRO 

Michael Hyatt é o fundador e CEO da Michael Hiatt & Company, uma empresa de desenvolvimento de liderança especializada em eventos ao vivo, workshops e ferramentas de planejamento digital e físico. Ex-presidente e CEO da Thomas Nelson Publishers, Michael também é autor de best-seller do New York Times, do Wall Stret Journal e do USA Today, incluindo vários programas como Living Forward e Platform. Seu trabalho foi apresentado no Wall Street Journal, Forbes, Ins., Fast Company, Businesswek, Entrepreneur e outras publicações. Michael e sua esposa Gail têm cinco filhas, três genros e oito netos. Eles moram perto de Nashville, Tennessee. 

Com respeito ao livro – Este é o melhor ano de sua vida – é um livro repleto de histórias convincentes, verídicas, acerca de pessoas comuns que alcançaram resultados extraordinários. O livro é desafiador quando diz: “Pergunte a si mesmo: como seria sua vida se você atingisse suas metas mais importantes nos próximos 12 meses?” 

Pois bem, todos nós queremos viver uma vida que importa. Todos nós queremos alcançar todo o nosso potencial. Mas, muitas vezes, vemo-nos sobrecarregados pelo dia a dia. Nossas grandes metas são empurradas para o segundo plano e, mais frequentemente, elas são esquecidas. Neste livro, Michael Hiatt, compartilha um plano de 5 etapas para alcançar seus objetivos mais importantes muitas imagens e gráficos). Trata-se de um sistema poderoso, comprovado e orientado por pesquisas para estabelecer e alcançar seus objetivos. Com base em décadas de experiências e prática e nas melhores pesquisas atuais sobre o cumprimento de metas e conquistas humanas, este programa foi projetado para ajudá-lo a encontrar lucidez, desenvolver a coragem e alavancar o compromisso necessário para atingir seus objetivos pessoais e profissionais mais importantes. 

Os 5 passos para alcançar os seus mais importantes objetivos, é bem esboçado em todo o conteúdo do livro, como mostra o sumário: 

PASSO 1 - ACREDITE NAS POSSIBILIDADES 
1. As suas Crenças e Convicções Moldam a sua Realidade. 
2. Algumas Crenças e Convicções Limitam Você. 
3. Você Pode Melhorar as suas Crenças e Convicções. 
Passo 1 - Plano de Ação. 

PASSO 2 - CONCLUA O PASSADO 
4. É Necessário Pensar no Passado. 
5. O Arrependimento Revela Oportunidades. 
6. A Gratidão Faz a Diferença. 
Passo 2 - Plano de Ação. 

PASSO 3 - DESENHE O SEU FUTURO 
7. Os Objetivos Excelentes Cumprem Sete Requisitos. 
8. Os Objetivos de Realização e Hábito Andam Juntos. 
9. Falando Sério, o Risco É seu Amigo. 
Passo 3 - Plano de Ação. 

PASSO 4 - ENCONTRE A SUA MOTIVAÇÃO 
10. O seu "O quê" Precisa de um "Por quê". 
11. Você Consegue Dominar a sua Motivação. 
12. A Jornada É Melhor com Amigos. 
Passo 4 - Plano de Ação. 

PASSO 5 – FAÇA ACONTECER 
13. Uma Jornada Consiste de Muitos Passos. 
14. Você Pode Desencadear o Sucesso. 
15. Visibilidade É Essencial. 
Passo 5 - Plano de Ação. 

Antes de começar a expor Os 5 passos para alcançar os seus mais importantes objetivos, o livro começa apresentando a história de Heather Kampf, uma garota da universidade que obteve o reconhecimento por sua carreira motivadora ao correr os 600 metros. Heather Kampf é uma corredora altamente premiada, detentora de uma série de conquistas impressionantes, incluindo três maratonas nos Estados Unidos. Contudo, seu feito mais impressionante foi a conquista do primeiro lugar na final dos 600 metros no Big Ten Indoor Track Championship de 2008, depois de cair de cara no chão. Na corrida dos 600 metros, os corredores dão três voltas em um percurso de 200 metros. Quando se aproximava a terceira e última volta, Kampf estava em segundo lugar e prestes a assumir a liderança. Então, em um piscar de olhos, tudo mudou. 

"Eu estava fazendo um movimento para ultrapassar... e provavelmente não calculei o espaço necessário para minha passada longa, relembrou ela. "Senti o meu calcanhar tropeçar uma vez e, na segunda vez, soube que estava caindo."' Na verdade, Kampf não apenas caiu, como também se esparramou no chão. Ela derrapou em direção ao chão, seu rosto chocou-se contra a pista vermelha, e seu impulso levantou suas pernas por trás dela. Os espectadores ficaram sem fôlego. Foi uma queda dura que a colocou instantaneamente na última posição, bem atrás das demais competidoras, com praticamente nenhuma esperança de alcançá-las. 

Depois da citação do caso, o autor começa dizendo que quando se trata de alcançar nossos objetivos, sei que muitos de nós sentimo-nos dessa maneira. Começamos fortes e obtemos grandes progressos, ganhando força à medida que avançamos. Aí, começamos a descarrilar ou ficamos aquém das nossas expectativas. Nem sempre porém com bastante frequência, a maioria de nós olha para um conjunto de contratempos ou fracassos, com decepção e arrependimento. 

Nada simboliza melhor esse tipo de frustração do que as determinações de Ano-Novo. As pessoas fazem este tipo de promessa desde sempre, algumas pessoas fazem essas promessas todos os anos, e a maioria de nós já as fez no passado — seis em cada dez americanos fazem promessas de Ano-Novo pelo menos em alguns anos. Mas o fato de algo ser popular não significa que funcione. 


UM SISTEMA FALHO 

Hashtags como #promessafracassada começam a crescer nas redes sociais horas após o Ano-Novo. "Preparei-me para ir para a academia, arrumei meus equipamentos e fui comer um hambúrguer ao invés de ir treinar #promessafracassada", brincou uma mulher em 3 de janeiro. "Eu e minha irmã gêmea compramos roupas de treino idênticas em nosso aniversário, mas ainda não levantamos nada além do garfo", disse outra no dia seguinte. 

Eu aposto que a maioria de nós consegue identificar-se com essas situações. Geralmente, conseguimos aguentar algumas semanas. Entretanto, menos da metade persiste depois de seis meses. Menos de 10% são realmente bem-sucedidos. De fato, muitos de nós param de fazer promessas e determinações porque não as cumpriram no passado. Bem-vindo ao clube. Somos como tartarugas recém-nascidas, determinadas a atravessar as dunas para chegar ao oceano. Então, as gaivotas atacam a gente e começam a pegar cada um de nós. Algumas indústrias faturam em cima do nosso fracasso. As academias de ginástica vendem contratos de um ano, sabendo que a maioria dos clientes para de treinar algumas semanas depois de matricular-se. Certa feita, uma rádio fez uma matéria sobre uma rede de academias que tinha 6.500 membros matriculados em cada academia, mas espaço disponível para apenas 300 membros de cada vez. As academias podem dar-se ao luxo de vender acessos acima de sua capacidade, porque sabem que nos distrairemos ou desanimaremos e perderemos o interesse. Qual é a sensação de saber que as pessoas presumem que falharemos — e depois se beneficiam do nosso fracasso? 

Isso vai mais longe do que tweets engraçados e estatísticas tristes. Sejamos honestos. Seja qual for o momento em que decidimos fazer uma mudança e melhorar uma ou mais áreas de nossa vida, nossos objetivos refletem muitos de nossos desejos e aspirações mais importantes. Considere algumas promessas e determinações comuns que as pessoas fazem: 

• Perder peso, comer de maneira mais saudável. 
• Ser uma pessoa melhor.
• Gastar menos, economizar mais.
• Aprofundar o relacionamento com Deus.
• Passar mais tempo com a família/amigos.
• Exercitar-se com mais frequência.
• Aprender algo novo.
• Fazer boas ações com mais frequência.
• Encontrar o amor da minha vida.
• Encontrar um emprego melhor.

Geralmente, nossas resoluções dizem respeito à nossa saúde, finanças, relacionamentos e desenvolvimento pessoal. Eu entendo isso. Minha suposição dominante neste livro é que você é uma pessoa realizadora altamente educada, que quer crescer nos níveis pessoal, profissional, relacionai, intelectual e espiritual. E isso é importante porque, quando pessoas como você atingem todo o seu potencial, o mundo tem mais casamentos felizes, as crianças têm suas mães e pais à noite, as empresas têm líderes dignos de admiração e inspiração, e você tem a saúde e a vitalidade necessárias para alimentar seus sonhos. Com uma escolha intencional de cada vez, você transforma o mundo ao seu redor em um lugar melhor.

E é exatamente por isso que precisamos de um plano muito melhor. Sonhos como esses são importantes demais para serem confiados a um sistema falho.


UM PLANO MUITO MELHOR

Algumas pessoas dizem que a melhor maneira de alcançar nossos objetivos é definir apenas um ou dois. Para mim, porém, isso significa deixar muita coisa para trás — é provável que você também pense assim. Quer você seja um empreendedor, executivo, advogado, vendedor, designer, comerciante, médico, treinador, mãe ou pai, marido ou esposa, ou várias dessas coisas ao mesmo tempo, estamos falando sobre coisas que possuem uma enorme importância, certo? Então, por que deixar tantas esperanças sem cumprimento? Ao invés de reduzir, precisamos simplesmente de um sistema que funcione.

Tenho estudado o desenvolvimento pessoal e a realização profissional há décadas. E tenho-os praticado tanto em casa quanto no trabalho. Como ex-presidente de uma empresa de US$250 milhões e atual fundador e presidente de uma empresa de desenvolvimento de liderança de alto crescimento, utilizo um sistema comprovado de definição de metas que incorpora salvaguardas para muitas das armadilhas e falhas relacionadas aos objetivos e às metas comuns.

Ao longo dos anos, tenho visto resultados surpreendentes em minha própria vida e na vida de inúmeras pessoas com quem tenho compartilhado esse sistema. Todos os anos, conduzo milhares de pessoas nesse processo através de treinamentos individuais, seminários em grupo e um curso on-line de sucesso chamado 5 Dias para o Melhor Ano de sua Vida, Isso sem mencionar os milhões que leem meu blog e ouvem meu podcast.

Este livro vem de todo esse aprendizado, vivência e ensino. Com base em décadas de experiência prática e nas melhores pesquisas atuais sobre o cumprimento de metas e conquistas humanas, este programa foi projetado para ajudá-lo a encontrar lucidez, desenvolver a coragem e alavancar o compromisso necessário para atingir seus objetivos pessoais e profissionais mais importantes.


SEU ANO DE REVIRAVOLTA E PROGRESSO

Quando Heather Kampf chocou-se contra o solo, ela poderia ter ficado parada. Ela poderia facilmente desanimar e admitir aquilo que todo mundo já estava pensando - que sua corrida havia acabado. "Era como se um vácuo tivesse sugado toda a energia daquele lugar'', disse ela sobre o momento da queda. Um dos locutores até tentou amenizar o baque. Como a companheira de equipe de Kampf havia assumido a liderança, ele disse que tudo ficaria bem mesmo se ela chegasse por último.

Mas ela não chegou em último lugar.

"A primeira coisa que me lembro de ter visto após sentir que estava caindo foram as minhas mãos na pista e de impulsionar meu corpo para ficar de pé e começar a correr novamente", disse Kampf. Ela levantou tão rápido quanto caiu e começou a encurtar a distância em relação às outras competidoras. A multidão reagiu. "Quando comecei a ganhar velocidade, houve um som crescente de clamor e empolgação vindo da multidão", lembrou Heather. Para a perplexidade dos locutores e espectadores, ela ultrapassou uma corredora, depois outra e, finalmente, sua própria companheira de equipe, assumindo o primeiro lugar!

A história de Kampf proporciona uma ilustração poderosa daquilo que pode acontecer quando permanecemos no jogo e persistimos. Talvez você se sinta alguns passos para trás. Talvez você esteja na parte de trás do grupo e não consiga imaginar como pode recuperar o terreno perdido e alcançar seus objetivos. Contenha esse pensamento.

Ao invés disso, quero que você imagine a sensação de um ano de avanços e reviravoltas verdadeiramente positivas. Imagine-se daqui a 12 meses tendo alcançado seus objetivos principais em todas as áreas da vida. Pense em sua saúde. Qual é a sensação de estar em sua melhor forma na história? Qual é a sensação de ter energia para brincar com seus filhos durante horas, praticar seus hobbies favoritos e ter energia de sobra?

Você é casado ou casada? Qual é a sensação de ter aprofundado e enriquecido seu relacionamento mais relevante, de modo que você mal pode esperar para passar tempo com seu cônjuge? Imagine sua vida repleta de intimidade, alegria e amizade com alguém que compartilha suas prioridades mais importantes, seus objetivos mais importantes e que o incentiva e apoia da maneira como você sonhou por tanto tempo.

Pense em suas finanças. Qual é a sensação de estar livre de dívidas e ter dinheiro sobrando no final do mês? Imagine ter os recursos necessários para cobrir suas despesas, proteger-se contra o inesperado e investir no futuro. Pense em como é reconfortante ter bastante dinheiro guardado e como é gratificante proporcionar à sua família a vida que eles desejam e merecem.

Reflita por um momento sobre sua vida espiritual. Imagine ter uma sensação duradoura de algo transcendente em sua vida, de estar ligado a um propósito maior e a uma história maior. Imagine acordar grato e ir dormir satisfeito. Qual é a sensação de encarar os altos e baixos da vida tendo paz no lugar mais profundo de sua alma?

Imaginar essas possibilidades pode ser difícil para algumas pessoas. A vida pode parecer caótica e incerta, e a descrença é uma forma de prepararmo-nos para o pior. Mas acredito que a razão seja ainda mais profunda. A maioria de nós possui um longo histórico de não conseguir o que quer na vida. Talvez tenhamos definido alguns grandes objetivos que não alcançamos ou, talvez, o futuro tenha sido diferente daquilo que planejamos. Às vezes, a vida dá chutes com efeito contra o nosso gol. Todos nós já passamos por isso. O contratempo transforma-se em frustração, ira, tristeza e, por fim, em ceticismo. Pode ser que essa sensação esteja surgindo em você nesse exato momento.

Continue comigo. Independentemente do que tenha acontecido em seu passado — seja algo bom ou ruim —, é realmente possível fazer com que este ano seja o melhor ano de sua vida, mesmo nas áreas em que você sofreu graves adversidades. Eu vou mostrar a você como. Considere este livro como um convite para transformar os próximos 12 meses nos mais proveitosos e relevantes que você já vivenciou em sua vida até agora.


QUAL É A SUA PONTUAÇÃO NA VIDA?

Este É o Melhor Ano de sua Vida baseia-se em cinco pressupostos principais. Em primeiro lugar, a vida real é multifacetada. Nossa vida é mais do que nosso trabalho. É mais até mesmo do que nossas famílias. Na minha visão, nossa vida consiste em dez domínios (ou áreas) inter-relacionados:

1. Espiritual: Seu relacionamento com Deus.
2. Intelectual: Seu envolvimento com ideias relevantes.
3. Emocional: Sua saúde psicológica.
4. Física: A saúde de seu corpo.
5. Conjugai: Seu cônjuge.
6. Parental: Seus filhos (caso você tenha algum).
7. Social: Seus amigos e colegas.
8. Vocacional: Sua profissão.
9. Não vocacional: Seus hobbies e passatempos.
10. Financeiro: Suas finanças pessoais ou familiares.

Em segundo lugar, todos os domínios (ou áreas) são importantes. Por que? Todos afetam uns aos outros. Por exemplo, sua condução física afeta seu trabalho, e o estresse no trabalho afeta sua vida em casa. Toda essa interação significa que, caso você queira progredir em sua vida, deve destinar a atenção apropriada a cada domínio.

Em terceiro lugar, o progresso só começa quando você toma ciência de sua posição atual. Talvez você tenha uma vaga sensação de que as coisas estejam fora de rumo da sua carreira, mas não, esteja plenamente ciente de sua verdadeira situação. Ou talvez você sinta que seu casamento tenha-se tornado apático ou rotineiro mas não teve coragem de admitir que está confinado.

Em quarto lugar, você pode melhorar cada um dos domínios de sua vida. Independentemente do que esteja acontecendo no mundo, ou quão frustrado ou fora de combate você esteja se sentindo, não se conforma com a situação. É realmente possível obter progresso e crescimento pessoal relevante.

E isso me leva ao quinto e último pressuposto: a confiança, a felicidade e a satisfação com a vida são subprodutos do crescimento pessoal. Uma das melhores maneiras de superar todas as incertezas que vivenciamos no mundo e progredir em nossos objetivos mais importantes é tornarmo-nos plenamente conscientes do quanto de controle e poder de intervenção realmente temos. Isso é muito mais profundo do que você imagina.

Para ter uma noção de sua posição atual, recomendo que você faça um teste on-line rápido e fácil chamado LifeScore Assessment (Avaliação de Pontuação da vida, em tradução livre). De modo intencional, você pode projetar um grande crescimento nos domínios mais importantes de sua vida durante o próximo ano, só que você precisa saber exatamente onde está para identificar os domínios que precisam de mais atenção. Talvez você esteja tendo sucesso no trabalho, mas sua saúde esteja sofrendo. Ou talvez você esteja fazendo um ótimo trabalho no relacionamento com sua família, mas não tenha um plano acionável para recorrer às suas economias no caso de uma emergência.

Projetei o LifeScore Assessment para ajudar você a identificar rapidamente as áreas em que precisa melhorar e medir o seu crescimento pessoal ao longo do tempo. Se você ainda não fez a avaliação, acesse BestYearEver.medifescore e obtenha a sua pontuação. É rápido e fácil. O processo inteiro demora apenas dez minutos. E o melhor de tudo é que este teste dará a você a percepção necessária para começar o melhor ano de sua vida. Mas ISSO é apenas o começo.


O CAMINHO À FRENTE

Permita-me fornecer uma visão geral de onde estamos indo. Dividi meu processo de cumprimento de metas em cinco passos simples.

No 1º Passo, vou ajudá-lo a vencer quaisquer dúvidas que possa nutrir sobre a possibilidade de vivenciar o melhor ano de sua vida. Só podemos alcançar nossos objetivos se acreditarmos que podemos alcançá-los. Esse passo irá ajudá-lo a abandonar crenças limitadoras e imaginar o que um ano revolucionário pode significar para a sua vida.

No 2º Passo, falarei com você sobre colocar um ponto final no passado. Arrastar o pior do passado para o melhor do futuro é outra razão pela qual deixamos de alcançar nossos objetivos. Se colocarmos um ponto final no passado, especialmente naqueles esforços que não foram recompensados e não deram certo, poderemos ingressar no futuro com mais confiança. Não estou falando sobre cavar fundo em sua infância, apenas nos últimos anos. Irei fornecer a você um sistema de quatro estágios para analisar o que funcionou e o que não funcionou, de modo que você possa seguir em frente com a sabedoria e o discernimento de que precisa para projetar o ano que está por vir. Até mesmo mostrarei a você como algumas de suas maiores frustrações do ano passado apontam para suas maiores oportunidades no próximo ano.

Em seguida, no 3° Passo, fornecerei a você uma estrutura, dividida em sete partes, para definir metas que realmente funcionem. É nesse ponto que você assiste seus sonhos ganharem vida à medida que molda sua visão para os próximos meses. Parte do problema das metas e determinações típicas é que elas são mal projetadas. Exercitar-me com mais frequência" ou "Gastar menos, poupar mais falham em inúmeros casos. Dentre outras coisas, os objetivos efetivos são específicos e mensuráveis. Objetivos mal formulados são objetivos facilmente esquecidos. Em compensação, esta estrutura comprovada proporcionará a você um portfólio de objetivos relevantes e eficazes.

Outro grande motivo pelo qual os objetivos não são atingidos é o tato de não estarmos suficientemente motivados para alcançá-los. Sem uma razão convincente para persistir, perdemos o interesse! Ficamos distraídos ou nos esquecemos do que pretendíamos fazer.

No 4º Passo, apresentarei o motivador mais poderoso que conheço: o seu porquê. Quando aprender isso, você não poderá ser parado — mesmo quando as coisas ficarem difíceis e os obstáculos surgirem em seu caminho. Também mostrarei um truque à prova de falhas para permanecer motivado ao cultivar novos hábitos benéficos.

Por fim, no 5º Passo, vamos juntar todas as peças e capacitá-lo a agir com as três melhores táticas que conheço para cumprir os objetivos que você definiu. A maioria dos objetivos deixa de ser cumprido porque não usamos táticas de implementação de sucesso comprovado. Vencer uma batalha requer tanto estratégia quanto tática. Mas, a menos que alguém nos mostre o que funciona melhor para atingirmos nossos objetivos, dependemos da sorte ou das dificuldades para descobrirmos isso por conta própria. Esse passo ajudará você a melhorar a curva de aprendizado. Neste ponto, você aprenderá o poder dos pequenos próximos passos, dos Gatilhos de Ativação e da revisão regular de objetivos para vencer os obstáculos que surgirem em seu caminho.


PARA CONCLUIR

Este próximo ano será apenas mais um ano, não muito diferente dos demais, ou você fará dele o seu ano de progresso e reviravolta? Você não precisa passar mais um ano desanimado ou desapontado por não estar obtendo o progresso que deseja. Se você deseja deixar de ficar frustrado e confuso e tomar-se lúcido, confiante e capacitado para conquistar o melhor ano de sua vida, estou convencido de que o livro Este É o Melhor Ano de sua Vida possui as respostas que você está procurando. Vamos mergulhar.

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segunda-feira, 18 de março de 2019

QUEM TROCOU O MEU PÚLPITO? [Resenha]


RAINER, Thom S. Quem trocou o meu púlpito? Liderando as mudanças na igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 


O AUTOR E O SEU LIVRO 

O autor declara que um dos seus maiores desejos na sua vida e ministério é ajudar os líderes da igreja a levar as igrejas a mudar para terem uma saúde melhor. Pois na opinião dele, “se as igrejas não mudarem, elas não ficarão saudáveis. Muitas irão morrer.” 

Thom S. Rainer, é escritor, pesquisador, orador e atual presidente e diretor executivo da LifeWay Christian Resources, uma entidade da Convenção Batista do Sul em Nashville, Tennessee. No Brasil, além deste livro há três outros publicados em língua portuguesa: Eu sou membro de igreja e Tornando-se uma igreja acolhedora (CPAD), Vida Simples: tempo, relacionamentos, dinheiro e Deus (Editora Palavra). No blog “Voltemos ao Evangelho” tem um artigo de Thom S. Rayner bastante atual – “5 erros que pastores cometem nas redes sociais”[1] onde ele dá 5 razões pelas quais os pastores têm sido retirados do ministério devido suas postagens nas redes sociais. Para quem acompanhar o seu trabalho é só segui-lo no Facebook. [2]

Sobre este livro, o autor afirma: “Você já deve ter-me ouvido descrever o estado das igrejas na América do Norte. Quase nove em dez estão em declínio ou estão crescendo mais lentamente do que as comunidades em que estão localizadas. Em termos claros, 90% das igrejas norte-americanas estão perdendo terreno em suas respectivas comunidades. Mudanças são indispensáveis nas igrejas. Mudanças importantes são necessárias na maioria delas, mas é muito difícil fazer mudanças na maioria das igrejas. Os membros da igreja tornaram-se complacentes e confortáveis. Muitos membros da igreja tornaram-se extremamente resistentes a mudanças. O evangelho está em risco. Vidas eternas estão em risco. Oro para que este livro sobre fazer mudanças em sua igreja seja um catalisador para fazer a diferença. Oro para que você e muitos líderes leiam este livro e estudem-no juntos. Oro para que você seja corajoso em fazer as mudanças, pouco importando o custo. Bem-vindo ao mundo onde os púlpitos são trocados!” 

É importante lembrar que as mudanças que o autor propõe neste livro não são mudanças para modificar doutrinas ou fundamentos bíblicos, mas mudanças para transformar metodologias e abordagens com a finalidade de alcançar uma cultura de mudanças rápidas 

O livro possui além de uma introdução e apêndice, 11 capítulos curtos e bem didáticos, que foram desenvolvidos com base em conversas com milhares de pastores, combinado com pesquisas práticas como mais de 50 mil igrejas. No final de cada capítulo há “perguntas para diagnóstico e estudo”. 

Os capítulos são assim nomeados: 
Capítulo 1 - Quando o Púlpito É Trocado 
Capítulo 2 - Cinco Tipos de Membros da Igreja Inamovíveis 
Capítulo 3 - Pare ... E Ore 
Capítulo 4 - Confronte e Comunique um Senso de Urgência 
Capítulo 5 - Forme uma Coalizão Disposta 
Capítulo 6 - Torne-se uma Voz e uma Visão de Esperança 
Capítulo 7 - Lide com a Questão das Pessoas 
Capítulo 8 - Mova-se do Foco Interior para o Foco Exterior 
Capítulo 9 - Colha os Frutos Fáceis de Colher 
Capítulo 10 - Implemente e Consolide a Mudança 
Capítulo 11 - A Vida é Curta - Faça a Diferença 
Apêndice: Inventário da Prontidão a Mudanças na Igreja 

Para que o leitor possa entender exatamente sobre o conteúdo, reproduzo a Introdução e o primeiro capítulo. 


INTRODUÇÃO – UM E-MAIL DESESPERADO 

Através das mídias sociais, comentários de blogs, e-mails e outros meios, recebo centenas de pedidos de conselho e aconselhamento todos os meses. Sinto-me indigno da quantidade de pessoas que me pedem conselhos. Sinto-me, no entanto, frustrado por não conseguir alcançar a todas elas. 

Porém, algo neste e-mail que transcrevo a seguir chamou-me a atenção. De fato, houve algo nestas palavras que me levou a escrever este livro. 

ASSUNTO: PEDIDO DE AJUDA 
DR. RAINER 

Sou pastor e estou prestes a desistir. Tenho ótima formação no Seminário, onde aprendi teologia, a Bíblia, grego, hebraico, etc. Mas não sei nada sobre como lidar com conflitos ou levar a igreja a fazer mudanças. Toda vez que tento alguma coisa, sou duramente atingido por críticos e valentões. 

Minha esposa quer que eu saia. Ela também sente a pressão. Alguns críticos perseguem-na, mas a maior parte de sua dor vem de ver-me ferido. Ela chora até dormir quase todas as noites. Quando nos casamos, ela não sabia que eu seria pastor. Eu também não. Agora, já não tenho tanta certeza se devo ser. 

Não sei como pedir sua ajuda. Tenho muitas perguntas. Quase toda minha experiência ministerial prática vem da escola da vida e do seu blog e podcasts. 

Acho que o que mais preciso é de um plano sequencial para levar minha igreja a fazer mudanças. Está bem, está bem, sei que estou pedindo demais, mas, talvez, você possa escrever seu próximo livro sobre esse assunto. Sei que muito de nós, que estão à frente do ministério, se beneficiaram em extremo com isso. E sei que eu poderia compartilhá-lo com meus pastores e presbíteros para que eles soubessem o que estamos tentando fazer. 

Sim, este é um pedido bastante ousado, mas, por favor, considere-o em oração. Não tenho certeza de quanto tempo você leva para escrever um livro e publicá-lo, mas sei que não tenho muito tempo. Parece-me que estarei enfrentando três possibilidades nos próximos dois anos. A mudança provável é que continuaremos a decair até o ponto em que a Igreja não poderá mais me pagar um salário. Outra possibilidade é que eu seja demitido.[3] Neste momento, tenho mais adeptos do que adversários, mas não sei quanto tempo isso vai durar. A opção mais provável será desistir. 

Estou cansado. Minha esposa está cansada. Nunca pensei que dirigir uma igreja fosse assim. 

Por favor, pense na possibilidade de ajudar líderes da igreja a entender como levar a igreja a fazer mudanças quando temos tantos obstáculos. 

Por favor, ajude-me, acredito que você pode ajudar muitos de nós. Por favor, ajude-nos antes que seja tarde demais para muitos de nós. 

OBRIGADO. 

Este livro é para esse pastor. Este livro é para todos os pastores que procuram levar suas igrejas a mudar. Este livro é para o ministério da igreja e para os líderes leigos que querem fazer uma contribuição positiva para levar a igreja a fazer mudanças. Vamos, agora, mergulhar no livro e naquele fatídico domingo quando um pastor gritou - Quem trocou o meu púlpito?! 


CAPÍTULO 1 - QUANDO O PÚLPITO É TROCADO 


Derek é o tipo de pessoa com quem você gosta de estar. Dono de uma risada contagiante, ele tem uma personalidade que atrai as pessoas. E um bom líder. 

Ele também é pastor da Igreja do Redentor, uma congregação com cerca de 250 membros, no Centro-Oeste dos Estados Unidos. Fazia 23 anos que Derek era pastor; então, não era alguém inexperiente em dirigir igrejas. Ele estava na Igreja do Redentor havia oito anos e era respeitado e apreciado por quase todos na congregação. 

Derek entendia a questão de fazer mudanças nas igrejas de renome. Como líder, era de estilo metódico e incremental. Sua abordagem à liderança da igreja contribuiu significativamente para sua permanência na igreja e no ministério em geral. Ele não tinha medo de conflitos, mas sentia que muitos líderes da igreja criavam conflitos desnecessários. 

Como pastor, Derek notou uma mudança em seu ministério. Seus sermões estavam assumindo uma abordagem e um tom, digamos, mais conversacional. Ele não fizera esse movimento como parte de um grande plano estratégico, mas era uma mudança notável em relação ao seu estilo de anos atrás. 

Derek supôs que o aumento de integrantes da geração do milênio[4] na igreja influenciou sua abordagem à pregação. Entre esses jovens adultos, havia profissionais de uma empresa de tecnologia em crescimento na comunidade, e outros vinham de uma universidade próxima. 

Era óbvio que os integrantes da geração do milênio preferiam o estilo de pregação conversacional. O feedback mais positivo de seus sermões ocorreu quando ele mudou para a abordagem mais informal. Ele, portanto, estava certo de que a mudança no estilo de pregação foi resultado direto do número crescente de jovens adultos na igreja. 

O pastor também notou que os congregantes mais velhos aceitaram a mudança em seu estilo de pregação. Ele sabia que estavam se sentindo bem, porque as mudanças foram incrementais. Derek pregava uma mensagem conversacional em um domingo e, depois disso, passava seis semanas usando a abordagem mais formal e tradicional. Lentamente, ele foi adicionando a abordagem informal com maior frequência até que a congregação se acostumasse e se sentisse à vontade com ela. 

A vida e o ministério iam muito bem para Derek. Sua percepção era que ele ficaria na Igreja do Redentor pelo resto do seu ministério. Ele estava muito grato por ter o apoio total e inequívoco dos membros da igreja. Pelo menos, era o que Derek pensava.


O CONFLITO TRAUMÁTICO

Derek estava ficando cada vez mais desconfortável com o púlpito que ele usara durante os oito anos na Igreja do Redentor. Servira-lhe bem quando ele pregava mais formalmente seguindo um esboço anotado à mão. Agora, porém, ele queria aproximar-se dos congregantes. Ele via o púlpito como uma enorme barreira de madeira que não complementava seu novo estilo de pregação. Em sua mente, o púlpito gritava "tradicional", "formal" e "barreira'. Derek tomou uma decisão. O púlpito tinha de ser trocado. 

Na sexta-feira da semana seguinte, ele pediu aos dois guardiães que retirassem o maciço púlpito. Trocou-o por um novo estilo de púlpito: um pequeno leitoril que mal era perceptível. Agora, pensou ele, o púlpito irá complementar o meu estilo de pregação. 

Retrospectivamente, o pastor agora se dá conta de que deveria ter esperado a explosão. Ele reconhece que entrou no culto de adoração naquele domingo com um pouco de ingenuidade. Ele deveria ter notado a tensão que havia entre alguns no meio da congregação. Ele deveria ter percebido as conversas discretas ocorrendo antes e depois dos cultos. - Eu estava cego e fui pego de surpresa – confessou Derek. - Não notei os rumores e murmúrios naquela manhã de domingo. Acho que eu estava excessivamente confiante no meu estilo de liderança. 

Começou naquela tarde de domingo. Primeiro, houve uma série de e-mails. Todos eram negativos, embora o tom variasse de intensidade. Um membro com cinco anos de igreja gentilmente sugeriu: "Você deveria ter-nos dado algo como um aviso prévio". No outro extremo, um membro de setenta e poucos anos foi direto ao pastor: "O que você fez é herético! Você deveria ter vergonha de si mesmo. Acho que precisamos verificar se você é realmente confiável". 

O restante do e-mail foram outras 800 palavras, mas deu pra você entender a mensagem. Foi ruim, muito ruim. Derek perdeu a conta dos e-mails, das reuniões e dos telefonemas durante aquela semana. Não havia sequer uma voz de apoio entre eles. Ele parou de olhar a rede social depois de ver tantos posts criticando-o severamente. 

O pastor sabia que tinha estragado tudo. Violei meus princípios de liderança - disse ele. - Sempre fiz mudanças incrementais nas igrejas tradicionais às quais servi. Tentei não surpreender as pessoas. Tentei conseguir o máximo de aceitação possível. Fez uma pausa por um momento. - Acho que tive um período de insanidade temporária - concluiu ele, mas apenas parcialmente em tom de brincadeira. 

Derek sabia o que tinha de ser feito. Era tarde demais, conjecturava ele, para pôr de volta o velho púlpito. O dano estava feito, mas ele queria mesmo acentuar seu estilo mais informal. Ele, então, determinou que ofereceria à congregação um pedido formal de desculpas no domingo seguinte. 

O pastor entrou no centro de adoração no domingo seguinte com certa apreensão. Ele não ficou surpreso ao notar as conversas abafadas. Não ficou surpreso ao sentir a tensão no ambiente. Não ficou surpreso ao ver tantos olhos olhando de relance para o púlpito. 

Ficou, no entanto, muito surpreso com o que viu quando olhou para o local onde ficava o púlpito. Quando seguiu os olhares em direção à plataforma, Derek soltou um suspiro audível. Para sua surpresa, ele viu o motivo das murmurações naquele domingo. O velho púlpito estava de volta. 

Muitos membros asseveram que a reação descrita a seguir realmente aconteceu. Eles afirmam que a reação foi tão alta que toda a congregação silenciou-se chocada. Todos disseram que ouviram. Alguns membros declararam que a pergunta do pastor soou mais como um lamento de agonia. - Quem trocou o meu púlpito?! 


AS CONSEQUÊNCIAS 

Quando falei com Derek sobre esse incidente, ele estava no nono ano na Igreja do Redentor. Ele sobrevivera à crise, mas por pouco. - O que é desanimador - contou-me o pastor. - é que perdemos dois anos de dinamismo e ministério efetivos. Concentramos muita atenção interna para tratar desse problema. 

O pastor ainda está processando a questão. - Por um lado - disse ele -, não dá para acreditar que os membros ficariam tão preocupados com algo tão insignificante como um púlpito. Tenho a impressão de que não ficariam tão incomodados se eu tivesse pregado uma heresia em meu sermão. Isso não faz sentido. 

Perguntamos a Derek o que ele fez imediatamente depois que o antigo púlpito voltou. Sua resposta foi tranquila, porém honesta: - Fiquei de mau humor e fiz cara feia. Era possível ver que ainda havia dor e arrependimento, embora dois anos tivessem passado. - Pensei que tinha ganhado o direito de fazer algo tão pequeno quanto trocar um púlpito - lamentou. Derek respirou fundo e continuou: - Não era tão pequeno quanto eu pensava. 


O PRIMEIRO ERRO: NÃO ORAR 

Derek estava mais do que disposto a realizar um diagnóstico da crise. O pastor era um aprendiz crônico. Agora que a Igreja do Redentor começara a recuperar o impulso, ele ficou feliz em avaliar o que deu errado. - Posso te dizer facilmente qual foi minha primeira falha - começou ele. -Todas as vezes que fiz mudanças na igreja, sempre iniciei com oração.

Pedimos que ele explicasse melhor. - Em todas as outras mudanças que fiz - disse-nos -, passei cerca de duas semanas orando a respeito, antes mesmo de mencionar para outra pessoa. Desta vez, agi sem oração. 

Derek ainda não havia terminado de explicar. - Eu sempre pedia a alguns dos verdadeiros guerreiros de oração da igreja que orassem - continuou ele. - Há cerca de oito irmãos e irmãs que têm coração e um forte sentimento pela oração intercessora. Desta vez, pulei essa fase.

Ele fez uma pausa. Era como se Derek percebesse a gravidade do erro que cometera. - Comecei baseado em minhas forças - disse quase em um sussurro. -Tornei-me tão confiante e convencido de minha liderança, que acho que pensei que não precisava de Deus desta vez. - Isso é insano - afumou o pastor. - É absolutamente insano. 


O SEGUNDO ERRO: NÃO AVALIAR AS CONSEQUÊNCIAS NÃO INTENCIONAIS

Derek admitiu que sabia que o antigo púlpito era um problema emocional para muitos membros da igreja. - O que não é possível acreditar - disse ele - é que nunca me perguntei como as pessoas reagiriam à mudança. Eu deveria ter-me informado melhor. 

Um dos princípios da liderança em qualquer organização, particularmente em uma igreja local, é a lei das consequências não intencionais. A lei rege que toda mudança significativa em uma organização terá reações que se estendem muito além da mudança em si. 

O pastor não considerara as consequências de trocar de púlpito. Mesmo sabendo que havia laços emocionais profundos e duradouros relacionados ao púlpito, ele não levou em conta como as reações poderiam impactar a igreja. Derek pensou que poderia ganhar o dia com o poder de sua personalidade. 


O TERCEIRO ERRO: NÃO COMUNICAR 

Certa vez, um pastor perguntou-me quantas vezes ele deveria falar sobre uma questão importante para a igreja. Minha resposta foi "muito mais do que você está falando agora". Para ser claro, eu não sabia quantas vezes ele estava falando sobre o assunto para a congregação. Sabia apenas que, quando algo é importante para a igreja, comunicação nunca é demais. Derek nunca comunicou nada a respeito desse assunto para a igreja. Ele nunca explicou seu raciocínio, nem nunca falou nada com as pessoas sobre o seu estilo de pregação em evolução. Ele apenas fez. E pagou um ótimo preço por isso. 


O QUARTO ERRO: NÃO LIDAR COM A QUESTÃO DAS PESSOAS 

- Se eu tivesse de avaliar qual foi o meu maior erro crasso - compartilhou Derek-, seria a mancada de não ter dado atenção à questão das pessoas. Estraguei tudo no começo, no meio e no fim. Embora eu achasse que sabia para onde ele estava indo com a conversa, pedi-lhe que elaborasse. - Eu não angariei aceitação no começo - respondeu ele. - Sei quem são os principais influenciadores na minha igreja. Eu apenas prossegui em frente implacavelmente. 

Então, Derek contou-me onde fracassara de vez no processo. - Tive a oportunidade quando entrei no centro de adoração naquela manhã de domingo - começou ele. - Pelo fato de estar tão focado em mim, tive aquela reação visceral. Gritei: "Quem trocou o meu púlpito?!". Eu deveria ter-me dedicado a confessar meus erros naquela manhã e dizer para a congregação por que trocara o púlpito. 

Prenunciei suas palavras sobre o depois. Ele confirmou-as. - Sim, estraguei tudo nos dias e semanas que se seguiram - confessou ele. - Eu estava sendo bombardeado nas redes sociais, por e-mail, nas reuniões e por telefone. Rapaz, os membros da igreja podem ser realmente maus. Mas, em vez de liderar, retirei-me ao refúgio emocional. Isso nos leva ao quinto erro que Derek reconheceu. 


QUINTO ERRO: NÃO SERVIR DE MODELO DE LIDERANÇA POSITIVA 

- Eu estava pronto para deixar a igreja- disse-me enfaticamente. - Não se engane sobre isso. Eu queria sair! Minha conversa com Derek foi dois anos após o incidente. Obviamente, ele não saiu. Eu estava curioso para saber mais. -Minha atitude ressoou por cerca de três meses- admitiu. - Eu queria sair e estava com raiva da minha igreja. Entrei em modo de fazer cara feia e modo de retirada. 

- No final do terceiro mês - disse -, eu estava lendo Neemias na minha hora silenciosa. Tornei-me cônscio, dolorosamente cônscio de quanta oposição, ameaças e problemas ele tinha. Neemias, todavia, foi um modelo positivo de liderança. Ele forneceu o exemplo que os judeus precisavam para construir o muro ao redor de Jerusalém. - Essa constatação atingiu-me feito um saco de tijolos na cabeça - declarou metaforicamente. - Os membros da igreja estavam olhando para mim e para o meu exemplo. Tive de mudar primeiro. Tive de tomar decisões sensatas. Tive de ter a atitude correta. A mudança saudável tinha de começar comigo. 


LIDERANDO MUDANÇAS NA IGREJA 

Voltaremos à história de Derek mais tarde. Ele cometeu grandes erros e confessou que sua liderança fraca custou à igreja dois anos de dinamismo. Há, porém, o outro lado da história. Trata-se da história dos membros da igreja que estão tão focados em "minhas necessidades" e "meus desejos" que resistem a mudanças o tempo todo. E para essa perspectiva que agora nos voltaremos a analisar. 


PERGUNTAS PARA DIAGNÓSTICO E ESTUDO 

1. Por que algo aparentemente tão pequeno quanto trocar de púlpito cria conflitos na igreja

2. Leia Neemias 1.4-11. O que a oração de Neemias diz sobre a relação entre mudança e oração? 

3. Os pastores e outros líderes da igreja falam que, hoje em dia, os membros da congregação são mais críticos do que nunca. O que mudou nos últimos 20 anos para ocasionar essa realidade negativa? 

4. O que aprendemos em Filipenses 2.1-11 sobre a atitude correta para os líderes da igreja e os membros da igreja? 


NOSSAS CONCLUSÕES – O livro é bom. É prático. Lido em poucas horas. Recomendo. Para se aprofundar mais, adquira-o na Editora CPAD clicando na imagem acima.

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[1] “5 erros que pastores cometem nas redes sociais” https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/04/5-erros-que-pastores-cometem-nas-redes-sociais/ 
[2] Página de Thom S. Rainer no Facebook - https://www.facebook.com/Thom.S.Rainer/
[3] N. do E.: No contexto eclesiástico nos Estados Unidos, os pastores são admitidos como funcionários; portanto, com vínculo empregatício. 
[4] N. do T.: A geração do milênio (também chamada geração Y, geração da Internet) é um conceito sociológico que se refere aos nascidos do início da década de 1980 até fins da década de 1990.

sábado, 2 de março de 2019

O ESPÍRITO SANTO [Resenha]


OWEN, John. O Espírito Santo: uma compilação da extraordinária obra do “Príncipe dos Puritanos”. São Paulo: Os Puritanos, 2ª Edição, 2014.


O AUTOR

John Owen nasceu em 1616 e cresceu numa pacata casa pastoral no Condado de Oxford, havendo ingressado na Universidade de Oxford com a idade de doze anos, obtendo o grau de Bacharel em Letras em 1632 e de Mestre em Letras, em 1635. Owen é um dos mais proeminentes teólogos que a Inglaterra já produziu. 

O primeiro Livro de Owen foi publicado em 1642, e seu último Livro estava sendo impresso quando ele morreu, em 1683. Suas obras publicadas constituem um total de vinte e quatro volumes. 

Owen foi capelão pessoal de Oliver Cromwell durante alguns anos, sendo levado por este a pregar no Parlamento várias vezes, a partir de 1646. Ele pastoreou três igrejas durante sua vida. 

Casou-se duas vezes; sua primeira esposa morreu em 1676. Teve onze filhos, nenhum dos quais sobreviveu a ele. Seu túmulo é ainda preservado no cemitério de Bunhill Fields, City Road, Londres. 

"Se o Espírito Santo não operar direta e eficazmente sobre a vontade, se não criar na vontade um novo princípio governante de fé e obediência, se não determinar infalivelmente todos os atos livres da vontade, então, toda a glória da nossa conversão recai sobre nós. Seria, então, pelo arbítrio da nossa vontade livre e obediente ao evangelho que nos tornaríamos diferentes dos demais que não atendem ao evangelho. Todas as afirmações desse tipo vão contra o ensinamento de Paulo (1 Co 4.7)". 

"... tal obra do Espírito Santo em nossas vontades é necessária para que sejam curadas e se lhes extirpe a corrupção. A vontade deve ser libertada do estado de morte espiritual para ser capacitada a viver para Deus; deve ser renovada e submetida a um novo princípio governante de fé e obediência".

"A mente humana é depravada e corrompida... Sendo a mente do homem assim entenebrecida, ele é incapaz de ver, receber, entender ou crer para a salvação da sua alma. Por mais brilhante que seja a mente, e por mais brilhante que venha a ser a pregação e apresentação do evangelho, todavia, sem que o Espírito Santo crie essa luz nos homens, eles não podem receber, compreender e concordar com as verdades pregadas, e assim não serão conduzidos à salvação (Ef 1.17, 18)". 


SUA OBRA[1]

São comparativamente poucos os tratados especiais sobre a Pessoa do Espírito Santo; e ainda mais raro é o tratamento sistemático de Suas Obras. Em dogmática, é verdade, este assunto é introduzido, desenvolvido e explicado, mas o tratamento especial é excepcional.

Assim como há muito escrito sobre Cristo, há pouco escrito sobre o Espírito Santo. A obra de John Owen neste assunto é conhecida muito amplamente e ainda não ultrapassada. Na verdade, John Owen escreveu três obras sobre o Espírito Santo; publicadas em 1674, 1682 e 1693. Ele era naturalmente um prolífico teólogo e escritor. Nascido em 1616, morreu com a boa e avançada idade de setenta e cinco anos, em 1691. Desde 1642, quando publicou seu primeiro livro, ele não parou de escrever até a sua morte.

Em 1826 Richard Baynes re-publicou os trabalhos de John Owen, D.D., editados por Thomas Russel, A.M., com as memórias e as anotações da sua vida (vinte e um volumes). Esta edição ainda está no mercado, e oferece um tesouro de teologia sólida e completa.

Estudos sobre a Obra do Espírito Santo são ainda mais escassos. É verdade que há várias dissertações sobre partes separadas da Obra do Espírito Santo, mas ela nunca foi tratada em sua unidade orgânica. Nem mesmo por Guers, que reconhece que seu pequeno livro não merece lugar entre as obras dogmáticas.

Na verdade, Owen ainda não foi ultrapassado, e é, portanto, muito procurado por bons teólogos, sejam clérigos ou leigos. E, todavia, a obra prima de Owen não parece fazer um estudo mais aproximado deste tema excedente. Embora como um campeão imbatível contra os Arminianos e Semi-Arminianos da última metade do século dezessete, sua armadura é muito leve para enfrentar os erros doutrinários da atualidade. Por esta razão, o autor compromete-se a oferecer ao público cristão pensante uma exposição da segunda parte deste tema grandioso, numa forma adaptada aos clamores da época e aos erros do presente. Ele não tratou sobre a primeira parte, a Pessoa do Espírito Santo. Este não é um assunto controverso. A Natureza Eterna do Espírito Santo é de fato confessada ou negada, mas os princípios dos quais a confissão ou a negação são resultado necessário são tão divergentes que torna-se impossível um debate entre o que a confessa e o que a nega. Se jamais adentrassem numa arena eles cruzariam suas lanças no ponto referente aos princípios básicos, e debateriam sobre a Origem da Verdade. E somente após o consenso sobre este tema eles poderiam vir a discutir um assunto especial como o do Espírito Santo. Mas até então, discussão como esta, com eles que negam a Revelação, seria quase que um sacrilégio.

Daí que, deixando as polêmicas de lado quase que por completo, eu me esforcei para apresentar a Obra do Espírito Santo nas suas relações orgânicas, de modo que o leitor possa ser capaz de pesquisar o território inteiro. E ao pesquisar, quem não se surpreende com as dimensões sempre crescentes da Obra do Espírito Santo em todas as coisas que dizem respeito a Deus e ao homem?

Mesmo que honremos o Pai e creiamos no Filho, quão pouco nós vivemos no Espírito Santo! Algumas vezes até nos parece que para a nossa santificação somente é que o Espírito Santo foi acrescentado acidentalmente à grande obra redentora.

Esta é o motivo pelo qual nossos pensamentos são tão pouco ocupados com o Espírito Santo; porque no ministério da Palavra tão pouca honra Lhe é conferida; porque o povo de Deus, quando dobrado em súplicas perante o Trono de Graça, faz dEle tão pouco o objeto da sua adoração. Você sente, involuntariamente, que da nossa piedade, que já é pouca o bastante, Ele recebe uma porção por demais reduzida.

E visto que este é o resultado de uma imperdoável falta de conhecimento e de apreciação da Sua Obra gloriosa em toda a criação, um entusiasmo santo compeliu-me, no poder de Deus, a oferecer aos meus camaradas campeões pela fé que uma vez foi entregue pelos pais, alguma assistência nesse aspecto.

Que o Espírito Santo, cuja Obra divina eu tenho expressado em palavras humanas com língua gaguejante, possa coroar esta empreitada com bênçãos tais que você sinta a Sua Presença invisível mais próxima, e que Ele possa trazer ao seu coração inquieto a mais abundante consolação.

O livro é composto por 26 capítulos onde cada um aborda de forma bíblica e franca a obra do Espírito Santo. Todos os capítulos, apresenta uma habilidade imensa do que se pode chamar de ética espiritual. Owen está imbuído de negar a ideia de que todos poderiam viver a vida cristã se assim escolhessem e traçassem os efeitos da verdade sobre a consciência, modificada pela graça divina e provada pela Palavra divina.
1. A Obra do Espírito Santo
2. O Espírito de Deus
3. Como o Espírito Santo vem até nós e faz a Sua obra
4. As Obras Preparatórias Especiais do Espírito Santo no Velho Testamento
5. A Obra do Espírito Santo na Nova Criação
6. O Espírito Santo e a Natureza Humana de Cristo
7. A Obra do Espírito Santo no Corpo Místico de Cristo, Sua Igreja
8. A Obra de Regeneração do Espírito Santo
9. Como o Espírito Santo prepara uma alma para a Sua obra de regeneração
10. Como a mente é corrompida e depravada pelo pecado
11. Morte natural e morte espiritual comparadas
12. A regeneração
13. A Obra de Conversão
14. A Natureza da Santificação e a Santidade do Evangelho
15. Santificação - Obra da Vida Inteira
16. Apenas os Crentes é Que São Santificados
17. A Obra de Santificação Propriamente Dita
18. A Obra do Espírito na Expiação do Pecado dos Crentes
19. A Obra do Espírito na Renovação da Vida Espiritual dos Crentes
20. Santificação - Afazeres e Deveres
21. Lidando com o Pecado
22. A Necessidade da Santificação
23. Eleição, Motivo para Santificação
24. Ordenados à Santidade
25. A Santidade e a Obra de Cristo
26. A Santificação num Mundo Ímpio


O QUE ELES DISSERAM

Esta é uma compilação da extraordinária obra do "Príncipe dos Puritanos", John Owen — Discourse on the Holy Spirit [Tratado Sobre o Espírito Santo] — e que é tão importante hoje como quando foi escrito. Owen tinha em mente a necessidade de dispor de uma resposta ao racionalismo dos socinianos, ao misticismo dos quakers e ao fanatismo dos entusiastas que alegavam ter a revelação direta de Deus e os dons extraordinários do Espírito.

"O maior dom do Espírito Santo no Antigo Testamento era o de profecia. Contudo, quantos falsos profetas havia! Alguns deles serviam a outros deuses. A mente deles era na verdade possuída pelo diabo, que os capacitava a declarar aquilo que outros homens desconheciam. Outros professavam falar em nome e pela inspiração do Espírito do Senhor, o único verdadeiro e santo Deus, mas eram falsos profetas...". 

"João nos diz como devemos testar esses falsos mestres. Primeiramente ele nos adverte a não dar crédito a todo espírito, e em segundo lugar, a prová-los por sua doutrina. Não devemos ser persuadidos pelos extraordinários milagres que possam fazer, mas pela doutrina que ensinam (Ap 2.2). Esta é uma regra apostólica (Gl 1.8). Deus deu à igreja primitiva dois recursos para se proteger dos falsos profetas e mestres: a sua Palavra, e a capacidade de discernir os espíritos. Contudo, ao cessarem os dons extraordinários do Espírito Santo, o dom de discernir espíritos também cessou. Agora, nos restou apenas a Palavra para testarmos as falsas doutrinas". — John Owen 

"Em uma época de gigantes [a dos puritanos], ele sobrepunha a todos" — James I. Packer

"John Owen... foi, sem dúvida, não só o maior teólogo do movimento puritano Inglês, mas também um dos maiores teólogos reformados europeus de sua época, e muito possivelmente possuía a melhor mente teológica que a Inglaterra já produziu" — Carl R. Trueman"


A OBRA DO ESPÍRITO SANTO POR JOHN OWEN

Deus, ao planejar a grande obra de salvar pecadores, proporcionou duas dádivas. O Seu Filho, e o Seu Espírito. Todas as pessoas da trindade estavam envolvidas nessa tão grande obra de salvação. O amor, a graça e a sabedoria do Pai a planejou; o amor, a graça e a humildade do Filho a adquiriu; o amor, a graça e o poder do Espírito Santo capacitou pecadores a crer e a recebê-la.

A primeira grande verdade nessa obra de salvação é que Deus nos enviou o Seu Filho para tomar sobre Si a nossa natureza e nela sofrer por nós. A segunda grande verdade é que Deus deu o Seu Espírito para trazer pecadores à fé em Cristo e serem salvos.

Quando o Senhor Jesus estava prestes a deixar este mundo, prometeu que enviaria o Seu Espírito para permanecer com os Seus discípulos (Jo.14:16-18, 25-27; 15:26; 16:5-15). Conquanto tenha sido um grande privilégio conhecer a Cristo quando viveu na terra, privilégio muito maior será O conhecer pela revelação do Espírito Santo aos nossos corações (2 Co.5:16).

Uma das grandes obras do Espírito Santo é convencer pecadores de que o evangelho que lhes é pregado é verdadeiro e vindo de Deus. Outra grande obra que realiza é a de santificar os que creem no evangelho (2Co.3:18).

Se o Espírito Santo não operar junto com o evangelho este torna-se letra morta, e o Novo Testamento será tão inútil para os cristãos quanto o Velho Testamento o é para os judeus (Is.59:21). Precisamos entender, portanto, que todo bem resultante da salvação nos é revelado e dado pelo Espírito Santo. Também precisamos compreender que tudo o que em nós se opera, e tudo aquilo a que somos capacitados fazer, que seja santo e agradável a Deus, resulta da operação do Espírito Santo em nós e conosco. Sem Ele nada podemos fazer (Jo.15:5). Pelo Espírito Santo somos novamente nascidos, santificados e capacitados a agradar a Deus em toda boa obra.

É com vistas à grandiosidade desta obra que a Escritura nos adverte de que o único pecado que não pode ser perdoado é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mc.3:28,29; Mt.12:31,32).

Desde que o ministério do Espírito Santo é trazer pecadores a crerem no sangue de Cristo para a remissão dos pecados, se no realizar desta obra Ele for desprezado, rejeitado e sofrer blasfêmia, não poderá haver, portanto, perdão de pecados e salvação. Deus não tem outro Filho a oferecer como outro sacrifício pelo pecado. As pessoas que desprezam o sacrifício de Cristo não têm outro sacrifício a que se voltar (Hb.10:27, 29; 1Jo.5:16). Da mesma maneira, não tem Deus um outro Espírito que nos habilite a receber aquele sacrifício e ser salvo. Assim, a quem despreza e rejeita o Espírito Santo não é concedido outro Espírito que o capacite a receber a Cristo e ser salvo. É vital, portanto, que se aprenda a respeito do Espírito Santo e da Sua obra.

Ao longo da história muitos têm feito falsas alegações em nome do Espírito Santo. Como em Seu santo nome muitos erros foram ensinados e coisas malignas perpetradas, é de grande importância conhecer a verdade a Seu respeito e a respeito do que veio realizar. Não há nada mais infame do que parecer ser de Deus, sem entretanto o ser.

FALSOS PROFETAS - O maior dom do Espírito Santo no Velho Testamento era o de profecia. Contudo quantos falsos profetas havia! Alguns deles serviam a outros deuses (1Rs.18:26-29). Na verdade as suas mentes eram possuídas pelo diabo que os capacitava a declarar coisas que eram ignoradas pelos outros homens (1 Co 10:20; 2 Co 4:4).

Outros professavam falar no nome e pela inspiração do Espírito do Senhor, o único verdadeiro e santo Deus, mas eram falsos profetas (Jr 28:1-4; Ez 13 e 14).

Em tempos de perigo e de ameaça de calamidades sempre há os que afirmam ter revelações extraordinárias. O diabo os instiga a encher os homens de falsas esperanças para conservá-los no pecado e em segurança enganosa. Quando então vier o julgamento do Senhor, eles serão apanhados de surpresa. Portanto todo aquele que diz ter revelações extraordinárias, encorajando os homens a se sentirem seguros vivendo pecaminosamente, faz a obra do diabo, pois tudo aquilo que encoraja os homens a se sentirem seguros em seus pecados procede do diabo (Jr.5:30, 31; 23:9-33).

No Novo Testamento o evangelho também foi revelado aos apóstolos pelo Espírito. Foi pregado com o Seu auxílio e tornado eficaz para a salvação de almas pela Sua obra e poder. Na igreja primitiva a pregação do evangelho era acompanhada dos milagres realizados pelos apóstolos. Contudo Pedro adverte a Igreja de que assim como na Igreja do Velho Testamento havia falsos profetas, do mesmo modo existiriam falsos mestres no Novo (2 Pe.2:1).

João nos diz como devemos testar esses falsos mestres (1Jo.4:1-3). Primeiramente ele nos insta a não dar crédito a todo espírito, e em segundo lugar, devemos prová-los por sua doutrina. Não devemos ser persuadidos pelos extraordinários milagres que possam fazer, mas pela doutrina que ensinam (Ap.2:2). Esta é uma regra apostólica (Gl.1:8).

Deus deu à Igreja primitiva dois recursos para se protegerem dos falsos profetas e mestres: a Sua Palavra, e a capacidade de discernir os espíritos. Contudo, ao cessarem os dons extraordinários do Espírito Santo, o dom de discernir espíritos também cessou. Agora, nos restou apenas a Sua Palavra para testarmos as falsas doutrinas.

ENTUSIASTAS PERIGOSOS - Em todo grande reavivamento, particularmente na Reforma Protestante, têm se levantado perigosos entusiastas para transtornar a igreja. 

Alguns dizem ter um espírito a que chamam de sua “Luz Interior”. Esse novo espírito declara fazer tudo o que Espírito Santo promete fazer, os conduz por meio dos sentimentos íntimos e não pela Palavra de Deus.

Tal “Luz” só pode ser uma entre duas coisas, ou ela é, ou ela não é o Espírito Santo. Se as pessoas dizem que ela é o Espírito Santo, será fácil demonstrar que estão contradizendo completamente a Palavra de Deus e anulando a própria natureza e ser do Espírito Santo. Se disserem que ela não é o Espírito Santo, então, que espírito será? Só pode ser o do Anticristo.

Alguns negam a divindade e a personalidade do Espírito Santo e têm idéias errôneas quanto ao que Ele faz. Muitos são os que se opõem e resistem à Sua obra no mundo.

Mas se a Sua obra é boa e santa e beneficia grandemente o homem, por que é então desprezada? As coisas desprezadas pelos homens tidas como obras do Espírito Santo são, ou não, verdadeiramente Dele. Se não forem as obras da graça que Ele prometeu realizar, mas fanáticas excitações religiosas, êxtases e revelações especiais, então é dever dos cristãos as rejeitar e considerá-las como procedentes das tolas imaginações dos homens, e não O desprezarem e às Suas obras verdadeiras. Os entusiastas dizem que zombam da falsa pretensão e não das obras verdadeiras. Se assim é, por que então desprezam eles os cristãos que receberam o Espírito Santo como o dom de Cristo?

No princípio Deus revelou-se como o único Deus e que além dEle não havia outro Deus. A Igreja verdadeira creu nessa verdade. Os ímpios acreditavam que existiam muitos deuses e assim soçobraram na idolatria. Deus, então, enviou o Seu Filho em carne humana. Recebê-lO e obedecer-Lhe é agora a prova da fé. Quem rejeita a Cristo é rejeitado por Deus (Jo.8:24). Ora, Deus requer que creiamos em Cristo como a única Pedra Fundamental da igreja e nos convoca a professar a nossa fé nEle como tal (Mt 16:18,19). Ele deve ser reconhecido e honrado, do mesmo modo que honramos o Pai (1 Co 3:11; Jo 5:23).

Tudo que diz respeito a Cristo está agora aos cuidados do Espírito Santo (Jo 16:7-11). A vontade de Deus é que o Espírito seja exaltado na Igreja e que a Igreja não O ignore, como os discípulos de João Batista em Éfeso (At 19:2). É por isso que o pecado de desprezar a pessoa e a obra do Espírito Santo é tão maligno quando os da idolatria de outrora e a rejeição de Jesus Cristo pelos judeus. Conquanto havia perdão para tais pecados, em decorrência de um próximo e vindouro estágio de graça, agora não já há perdão. Não existe mais nenhum estado de graça ainda por vir. Deus não tem nenhuma outra pessoa a oferecer e nenhum outro modo de salvação.

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[1] O texto completo sobre “A Obra do Espírito Santo”  escrito por Abraham Kuyper está disponível no link: http://www.monergismo.com/textos/pneumatologia/obra_espirito_prefacio_kuyper.htm