Todos sabem que o Ocidente é o que é hoje por influência do cristianismo, que surgiu com o Verbo que se fez carne — uma nova aliança com o Seu povo. Sua moral um tanto rígida construiu nações livres, com leis justas. O Evangelho também influenciou filósofos da antiguidade, para o bem e para o mal. E daí surge variantes do cristianismo, que pegam partes que interessam do Evangelho e criam suas próprias religiões — ou seitas — como o marcionismo, de Marcião. Uma religião herética, fundada a partir de passagens seletivamente retiradas do Evangelho. Deus é mistério, ninguém pode explica-lo. E a filosofia tenta ter a resposta de quem é Deus, pois esse é o seu papel. Fazer perguntas sobre a existência e tentar respondê-la, coisa que nem sempre acontece.
Dividido em dez capítulos, o livro é surpreendente. O primeiro capítulo discute sobre o Deus Existência, para no segundo começar a discutir o Verbo (Logos) que se fez carne. Nos demais capítulos, o autor discute com a ajuda de filósofos do passado, numa conversa franca com o leitor, os principais temas do Evangelho: Salvação, humildade, livre-arbítrio (embora ele não esteja explícito nos evangelhos, e se ele de fato existe), o amor ao próximo, pecado, o perdão e etc. Todos esses pontos são explorados e explicados sob o ponto de vista filosófico, e cabe ao leitor acreditar nesse ponto de vista ou não. O fato é que o Evangelho moldou o Ocidente de tal maneira que, sem ele, provavelmente seríamos ainda o antigo Oriente dominado por religiões autoritárias e vingativas, tal como o Islã.
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SCHOMMER, Aurélio. O evangelho segundo a filosofia: do filósofo Jesus às ideias sobre Jesus. Rio de Janeiro: Record, 2016.
Créditos por este texto é de Allenylson Ferreira do ig @allenylsonf
Blog Café Literário.
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