sexta-feira, 29 de abril de 2022

VIVENDO E APRENDENDO A BRIGAR [044/2022]


O relacionamento a dois não é algo fácil. Afinal, são duas pessoas que se unem com “bagagens” diferentes, sem contar as diferentes personalidades. Por isso, nem sempre o casal concordará em todas as situações. Então, os atritos são normais, fazem parte da união. No entanto, aprender a lidar com os conflitos é fundamental para um casamento feliz e duradouro.

São muitos os casos de divórcio, infelizmente, motivados por situações banais do cotidiano, que poderiam ser resolvidas com sabedoria. No livro “Vivendo e Aprendendo a Brigar”, Sergio e Magali Leoto ajudam casais a superar diferenças e a viver em harmonia. Ao contrário do sugestivo título, o livro Vivendo e Aprendendo a Brigar não estimula a guerra conjugal. Os autores incentivam o casal a solucionar os conflitos diários de maneira adequada, com inteligência interpessoal.

“Não queremos que você brigue mais. Ao contrário, desejamos que aprenda a discutir seus pontos de vista divergentes, mas de maneira inteligente, com sabedoria e em alto nível”, ressaltam Sergio e Magali Leoto.

Os autores destacam histórias, evidências científicas e princípios bíblicos que ajudarão os casais a encontrarem maneiras de reequilibrar o relacionamento disfuncional, tendo maior habilidade para conviver. A obra traz ainda orientações para que ambos tomem atitudes resolutivas, evitem desequilíbrios, imponham limites, mantenham a amizade, o respeito, a comunicação e o prazer no dia a dia. Sergio e Magali reforçam também a importância da escuta e do perdão para serem e fazerem a pessoa amada feliz.

Por meio de “Vivendo e Aprendendo a Brigar”, da Mundo Cristão, os casais aprenderão 10 passos para o sucesso da vida a dois:
• Conviver com as diferenças
• Ouvir o coração do outro
• Viver sem máscaras e assumir responsabilidades
• Estabelecer limites saudáveis
• Defender-se dos ataques verbais
• Proteger-se das armadilhas do dia a dia
• Lidar com a ira
• Perdoar de verdade
• Resolver conflitos
• Deixe tudo em pratos limpos

O livro aprofunda casa tópico e traz também um guia de estudo que estimula a reflexão e a fixação do conteúdo. Assim, Sergio e Magali, além de instruir, encorajam o diálogo e o crescimento pessoal e espiritual. Vivendo e Aprendendo a Brigar é um livro para ser lido a dois.
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LEOTO, Sergio e Magali. Vivendo e aprendendo a brigar. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2022. 240p.

SOBRE OS AUTORES: Desde 1990l, Sergio e Magali Leoto lideram o ministério Fortalecendo a Família. Eles já atuaram em entidades como Aliança Bíblica Universitária, Vencedores por Cristo, SEPAL (Servindo a Pastores e Líderes) e Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo. Sergio é escritor, palestrante, compositor, músico, conselheiro familiar, teólogo formado e pós-graduado em Aconselhamento Familiar, pela Faculdade Teológica Batista de SP.

Já Magali é escritora, palestrante, formada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em Educação Artística pela Faculdade Santa Marcelina, em Música Sacra pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo e em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching.

Disponível no Amazon

terça-feira, 26 de abril de 2022

MESSI: O GÊNIO COMPLETO [Resenha 043/2022]


O FUTEBOL É ESTRANHO: é uma coisa que só existe para que o enxerguemos, e fora do campo, caprichosamente opaco. Na realidade, passamos uma grande quantidade de horas da nossa vida analisando a esses senhores, a respeito dos quais não sabemos nada: nada além do que fazem com os pés e muito pouco com a cabeça. A respeito de Messi, menos ainda. Messi sempre foi um mistério: o mistério mais conhecido do planeta. Messi já está há mais de quinze anos debaixo de intensos holofotes: desde que completou seus 18 anos, milhões de pessoas o acompanham sem parar. No entanto, ainda não sabemos quem ele é.

Este livro de Ariel Senosiain percorre as maneiras, os momentos, os mistérios, as razões: como o maior jogador da história brigou contra a história.

“Messi, o gênio completo” usa — com requinte; elegância, travessura — o atrativo do que é extraordinário. E nos relembra, sobretudo, como são comuns as histórias extraordinárias, e vice-versa. O gênio completo transborda de pequenas coisas: é o trabalho de alguém que queria conhecer uma pequena parte dessa pequena grande história que é a vida do melhor jogador do mundo; o autor investigou e investigou mais, e narra com encanto. O gênio é daqueles livros que dá vontade de citar por inteiro: cheio de dados, relatos e situações ao redor do futebol.

O experiente jornalista Ariel Senosiain, como resultado de 68 entrevistas, incluindo as entrevistas com o próprio pai de Messi, o treinador Alejandro Sabella e o ex-presidente da FIFA Sepp Blatter - traz de forma extraordinária este livro. Investigou intensamente, o que envolve dúzias de conversas e entrevistas, relatadas aqui com uma narrativa espontânea, que a faz leve e agradável, com momentos que revelam ao leitor o que ele desconhecia e que explica o que ele não entendia. “Messi, o gênio completo” é uma trajetória pelos motivos de este gênio não ter atingido aquilo que outros, menos geniais, conseguiram.
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SENOSIAN, Ariel. Messi: o gênio completo. São Paulo, SP: Editora Hábito, 2022.

Disponível para venda: Editora Hábito e Amazon

sexta-feira, 22 de abril de 2022

SANTO, SANTO, SANTO: COMO A SANTIDADE DE DEUS NOS LEVA A CONFIAR NELE [Resenha 042/2022]


Ainda pouco conhecida no Brasil, Jackie Hill-Perry é autora best-seller e voz aplaudida nos EUA, especialmente em tópicos como relacionamento, teologia, espiritualidade, estilo de vida e questão racial. Palestrante requisitada, sua audiência nas mídias sociais atinge mais de 600 mil pessoas toda semana. Seu primeiro livro Garota gay, bom Deus: A história de quem eu era e de quem Deus sempre foi (Editora Fiel) ganhou o prêmio na categoria “Melhor Novo Autor de 2018”, pela The Gospel Coalition. Em Santo, santo, santo, lançamento da Editora Mundo Cristão, Jackie conduz o leitor a refletir acerca de quem Deus realmente é. A partir de seu estilo de escrita cativante, que alia ensino bíblico e um texto próximo de quem o lê, a autora mostra que Deus não é como nós. Ele é diferente. Ele é santo. E é exatamente isso que o torna confiável.

Este livro foi forjado pelo tempo e pelas provações. A autora pagou um preço para escrever este livro. Parte de seu cansaço vaza na tinta das páginas desta obra. Nenhum de nós é capaz de amar profundamente a Deus e de vê-lo com clareza interna, a qual nos leva a um apreço mais pleno da santidade divina. Parte da riqueza dos tesouros que ela encontrou estão expostos aqui à vista de todos.

O livro possui sete capítulos: Santo, perfeição moral, transcendência, idolatria, justiça. Visão santa e contemplando a Deus, nos tornamos. Nestes capítulos a autora sacode a poeira da religiosidade insípida e oferece aos leitores e às leitoras a possibilidade de redescobrirem uma vida baseada na certeza do amor de Deus. Leitura recomendada para toda e qualquer pessoa que deseja se aprofundar em temas importantes da fé bíblica, sinaliza a rota estabelecida pelo Criador para a transformação pessoal, a paz e a plenitude.

Sobre a autora - Jackie Hill Perry é autora, poetisa, professora bíblica e artista. Desde que se tornou cristã, tem sido compelida a usar seus dons de falar e ensinar a fim de compartilhar a luz do evangelho de Deus da maneira mais autêntica possível. Em casa, é esposa de Preston e mãe de Eden, Autumn e Sage.
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HILL-PERRY, Jackie. Santo, Santo, Santo: como a santidade de Deus nos leva a confiar nele. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2022. 144p.

Disponível no Amazon

terça-feira, 19 de abril de 2022

E AÍ, MEDO? DIGA ADEUS A ZONA DE CONFORTO E ATINJA SEU POTENCIAL MÁXIMO [Resenha 041/2022]


Entre nossos sempre crescentes problemas, medo e ansiedade ocupam um lugar de destaque. Essas são questões humanas por excelência. Não são bem problemas que ocasionalmente nos prendem, mas características frequentes da vida cotidiana que podem ser tanto silenciosas em segundo plano quanto barulhentas e dominantes no primeiro plano. Nesta era, eles vêm anexados à nossa humanidade. Eles dizem que nós somos impotentes e fracos, que há problemas pela frente, coisas que amamos estão em risco e não há muito que possamos fazer a respeito.

Mas, a pergunta é: como lidar e o que fazer com o medo? Neste livro, a autora conta como o temor a impediu de viver coisas incríveis ao longo de muitos anos. Com objetivo de inspirar outras pessoas a saírem da zona de conforto, ela explica que o segredo não é ser destemido, e, sim, corajoso. Afinal, a coragem não é a ausência de medo, mas um modo de lidar com ele. “Não queremos eliminar o medo, ele é nosso aliado, existe para nos manter vivos. Mas, quando os enfrentamos, permitimos que surjam outras emoções. Quando mudamos nossa relação com o medo, acabamos transformando nossa atitude com a própria vida”, compartilha a escritora.

Com uma escrita bem-humorada e intimista, com uma editoração gráfica cheia de cores e gráficos, o livro é um verdadeiro guia para aqueles que desejam viver com coragem. Composto por dez capítulos, que podem ser lidos na ordem que desejar, Michelle apresenta ferramentas comportamentais, emocionais e cognitivas para desenvolver a determinação e enfrentar o que cada um mais teme.

A minha conclusão sobre este livro é que podemos desejar que todos os nossos medos desapareçam, mas eles, é claro, como lembra a autora, precisamos lidar e mudar a nossa relação com ele, pois a independência é um mito mortal. O medo é um alarme crítico que nos avisa do perigo. Sem ele, somos deficientes no nosso crescimento em sabedoria porque a sabedoria precisa discriminar o que é bom e seguro daquilo que é mau e mortal.

E aí medo? Diga adeus a zona de conforto e atinja seu potencial máximo é para ser lido e relido, pois está cheio de testemunho de alguém que enfrentou seus medos e se tornou muito bem sucedida nos seus intentos. Crescer, avançar e assumir é lema.
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POLER, Michelle. E aí Medo? Diga adeus a zona de conforto e atinja seu potencial máximo. São Paulo, SP: Editora Hábito, 2022.

Disponível nos formatos físico e e-book: Editora Hábito e Amazon

quinta-feira, 14 de abril de 2022

COMENTÁRIO BÍBLICO LATINO-AMERICANO [Resenha 040/2022]


Publicação histórica e de grande relevância social, o Comentário Bíblico Latino-americano (CBLA) traz uma interpretação bíblica a partir da realidade da América Latina. Inovador, o CBLA conta com a colaboração de mais de 100 teólogos de diferentes nacionalidades e apresenta, em volume único, um estudo dos 66 livros bíblicos e está disponível no Brasil pela Editora Mundo Cristão.

A ideia de contextualizar as passagens bíblicas à sociedade latino-americana surgiu há 15 anos em uma reunião que aconteceu em Buenos Aires, na Argentina. Um grupo de estudiosos, liderado pelo teólogo equatoriano C. René Padilla, reconheceu a necessidade de um comentário bíblico inserido ao panorama histórico-social da América Latina. Cenário muito diferente dos países europeus e norte-americanos, onde costumam ser publicadas a maior parte da produção teológica evangélica.

Esse é mais um legado de C. René Padilla, editor póstumo do comentário, que morreu em abril de 2021 e destacou-se o pai da “missão integral”, movimento evangélico que nasceu na década de 1970 e prega que o evangelismo deve estar presente em todas as áreas, sobretudo, no que remete à responsabilidade social. A obra reúne dezenas de artigos temáticos, aplicações para a vida, centenas de questionamentos que aproximam a Palavra de Deus ao leitor latino-americano.

Com um viés contemporâneo, o CBLA pode ser utilizado não apenas por pastores e acadêmicos, mas por todos que desejam ampliar o conhecimento das Escrituras, com profundidade, sem esbarrar em termos complicados que exigem formação especializada. A edição em português foi elaborada a partir da tradução bíblica da Nova Versão Transformadora (NVT), de fácil compreensão e fiel aos originais.
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COMENTÁRIO BÍBLICO LATINO-AMERICANO. [Editor Geral, C. René Padilla]. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2022.

Créditos
https://bityli.com/sEYOoO

Disponível para venda nos formatos físico e e-books: Amazon

terça-feira, 12 de abril de 2022

MRIA STUART: RAINHA E MULHER [Resenha 039/2022]


Eleanor Hibbert (1906 – 1993) foi uma autora inglesa que escreveu mais de 200 livros de romances históricos. Usando diversos pseudônimos (aqui, a grande maioria foi publicada sobre o nome de Jean Plaidy), seus romances são apreciados pelo leitores e críticos por sua precisão histórica, qualidade da escrita e atenção aos detalhes. Os romances da autora são divididos entre diversas sagas: A Stuart, Tudor, Revolução Francesa, Lucrezia Borgia, Isabela e Ferdinando, Georgiana, Normana, Plantageneta, Rainhas da Inglaterra, Inquisição Espanhola, entre outros.

A ‘The Tudor Saga’ compreende onze livros publicados entre 1949 e 1982, e apenas dois foram publicados no Brasil. A minha edição é uma delas, publicada em 1973 e comprada por R$ 5,00 na Livraria Leitura.

Fazendo parte da coleção “As Grandes Mulheres da História”, em 1964 foi publicada pela Editora Itatiaia o romance sobre Maria Stuart. O livro é o primeiro volume da saga Stuart, cujo título original era ‘The Royal Road to Fotheringhay’ – como é de se esperar, ele conta toda a trajetória da Rainha até o Castelo de Fotheringhay, na Inglaterra, onde seria executada.

Biografia ficcional, o livro se inicia desde os primeiros dias de Maria Stuart como Rainha da Escócia, sua educação posterior na França como noiva do Delfim, seus desastrosos segundo e terceiro casamentos, e pula a história para a sua infame execução pela ordem de Elizabeth I. O segundo Livro, The Captive Queen of Scots, presumivelmente abrange esse período de 20 anos ignorados pelo primeiro livro.

Plaidy descreve uma Maria como era típica da primeira década do século 20: mimada, permitiu que acontecimentos monstruosos acontecessem a sua volta sem tentar fazer qualquer coisa sobre os referidos acontecimentos antes, durante ou depois. Ao tentar explicar as ações de Maria e liberá-la de alguma culpa que tem sido posta nela durante séculos, a autora acabou deixando sua personalidade branda e ingênua – e embora isso seja parcialmente com base na história, acredito que sua personalidade posa ter sido mais ativa do que foi retratada no livro.
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PLAIDY, Jean. Maria Stuart: Rainha e Mulher. Belo Horizonte, MG: Editora Itatiaia Limitada, 1973.

Créditos
https://bityli.com/fBaJR

segunda-feira, 11 de abril de 2022

EM NOME DO PAI? [Resenha 038/2022]


No teatro da existência, a peça é nossa vida; os amigos, família, pessoas que nos rodeiam são a plateia e lá, no centro do palco, vivemos nossa história. Em todo o teatro, existe uma parte muito importante para o funcionamento de um espetáculo e que é esquecida pelos espectadores normais: os bastidores. E o teatro da nossa vida também possui bastidores.

Os bastidores são tudo aquilo que fazemos quando as cortinas do espetáculo da vida estão fechadas para o grande público e nos encontramos sozinhos, preparando a próxima exibição. Se houvesse a possibilidade das pessoas espiarem o que acontece nos bastidores da sua vida, o que encontrariam? Qual é o seu comportamento, sua maneira de agir quando ninguém com quem você se importa está olhando?

Existe um livro intitulado “O impostor que habita em mim”, onde autor do livro citado faz referência ao “inimigo de nossas almas” que domina os nossos sentimentos e inclinações carnais. Mas, este livro “Em nome do Pai?” mostra um outro impostor, o “eu” mesmo. O meu ego não remido, que usa de artifícios externos e superficiais para esconder quem realmente sou. É disso que trata este livro. Uma obra de ficção que mostra um contexto cheios de inverdades, ou como está escrito na segunda capa “A mentira por trás de uma vida perfeita”.

Temos em mãos um romance cheio de reviravoltas, intrigas e dramas, uma jovem mulher, vivendo uma vida de vida dos sonhos: uma carreira bem-sucedida, muito dinheiro em sua conta bancária, fãs por todo o Brasil, uma família que a apoiava e um marido que era o grande amor da sua vida. Contudo, tudo isso estava fundamentado em um mentira, cuja a origem era colocar Sara em uma redoma protegendo-a de uma verdade destruidora. Mas, como a Bíblia diz que não há nada encoberto que não seja descoberto, o que vemos é história de mentiras, revelando o caráter duvidoso de pessoas tidas como exemplo pela sociedade.

No prefácio desta obra está escrito: “A subjetividade da fé é algo tão latente no livro que nos faz entender o porquê do ponto de interrogação no título: Em Nome do Pai? Sim, não é uma afirmação. É um questionamento. Será possível que se façam tantas atrocidades em nome de um divino?”. Recomendo demais.
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MARROM, Marcelo; Linhares, Mariah. Em nome do Pai? Barueri, SP: Novo Século Editora, 2022.

Disponível em todos os formatos: Editora Novo Século e Amazon

sábado, 9 de abril de 2022

NOSSOS DEUSES SÃO SUPER-HERÓIS: A HISTÓRIA SECRETA DOS SUPER-HERÓIS DAS REVISTAS EM QUADRINHOS [Resenha 037/2022]


Uma das grandes inovações norte-americanas do século 20 — além das revistas em quadrinhos e dos super-heróis - é a santidade da infância. Incontáveis bilhões de dólares são gastos para tornar a infância moderna uma Disneylândia de indulgência e deleite, 24 horas por dia, sete dias por semana. Pode-se dizer que esse mito da infância é a única coisa que ainda tentamos preservar como algo sagrado em nossa sociedade desumanizada e mercantilista.

Com prefácio de Álvaro Moya e ilustrações de Joseph Michael Linsner, “Nossos Deuses são Super-Heróis” é uma história secreta peculiar que identifica as raízes esotéricas de diversas histórias em quadrinhos. O escritor Christopher Knowles acertou na mosca ao captar um tema recorrente, mas não principal nos livros sobre Comics. Ligou os deuses do Olimpo dos quadrinhos com o nascer de mitos e religiões, sociedades secretas, trabalhos clássicos, culturas milenares, verdades e mentiras que atravessaram os séculos. Os heróis como Messias. Salvadores.

Além de trabalhar as questões esotéricas, o autor explora a filosofia e arte de Nietzsche, Aleister Crowley, Houdini, e luminares da literatura como Poe, Conan Doyle, Julio Verne, H. G. Wells e Bram Stoker. Passa também pelos pulps, revistas baratas em papel de má qualidade, aos policiais hard boiled criados por Dashiell Hammett, Tarzan, Doc Savage, O Sombra; e à ficção científica das revistas Amazing Stories e Weird Tales, onde pululam Edgar Rice Burroughs, Sax Rohmer, Robert E. Howard e o genial H. P. Lovercraft. No final, o livro destaca Alex Ross, Frank Miller, Alan Moore, Neil Gaiman, Stan Lee.

Neste livro, descobrimos que o deus de Christopher Knowles é Jack Kirby (1917-1994) foi um dos principais responsáveis pela criação do chamado Universo Marvel. Na apresentação ele escreve: “Mas quero dedicar este livro ao homem que, mais do que qualquer outro, acreditou em nossos novos deuses e inspirou gerações de criadores e fãs a ir alem dos limites e imperfeições da existência humana. Se nós, como raça, um dia atingirmos nossa apoteose, será em grande parte graças a visão e a inspiração de Jack Kirby. Este livro e para você, Jack”.

Portanto, este livro explica como os super-heróis vieram ocupar, em nossa sociedade moderna, o papel que os deuses e semideuses representavam para os antigos. Ele traça uma linha entre escolas esotéricos e magos que desempenharam um papel vital no desenvolvimento de fenômenos sociais como os filmes do Batman ou dos X-Men, ou séries de TV como Heroes e Smallville.

Aqui, pela primeira vez, o estudioso e autor de quadrinhos Christopher Knowles ergue o véu que encobre o intricado vínculo entre super-heróis e o mundo encantado da magia e do misticismo.
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KNOWLES, Christopher. Nossos deuses são super-heróis: a historia secreta dos super-heróis das revistas em quadrinhos. São Paulo, SP: Cultrix. 2008.

terça-feira, 5 de abril de 2022

O EVANGELHO ACIMA DE TUDO: A VERDADEIRA FONTE PARA A RENOVAÇÃO DA IGREJA [Resenha 036/2022]


O título deste livro é “O Evangelho acima de tudo: A verdadeira fonte para a renovação da Igreja”. Escrito por J. D. Greear analisa, com a necessária veemência, como coisas secundárias e até mesmo imprescindíveis têm tomado o lugar do evangelho como ponto focal da igreja. E a pergunta é: O que aconteceria se devolvêssemos o evangelho para seu lugar de direito em nossa vida e em nossas igrejas?

O autor afirma que está convicto de que veríamos uma renovação da presença e do poder de Deus por intermédio deste povo. Foi assim que aconteceu com a nação de Israel. Quando os israelitas se lembravam da bondade de Deus para com o povo, a nação acordava e experimentava a bênção de Deus. Quando se esqueciam, caiam no caos (ver, por exemplo, Dt 4.9; Jz 8.34; Is 65.11).

Esse e o objetivo deste livro — nos ajudar a lembrar. Queremos nos lembrar da grandeza do evangelho de tal maneira que ele assuma primazia acima de tudo o mais.

Em novo capítulos recheados de fundamentação bíblica, o autor nos ensina que:

A mudança do evangelho - O evangelho não será apresentado como mero rito de iniciação em nossa jornada de fé, mas, sim, como o foco da fé de toda a vida cristã. As pessoas não devem sair de nossos cultos de adoração ou estudos bíblicos sobrecarregadas com tudo aquilo que necessitam fazer para Deus, mas, sim, maravilhadas por aquilo que ele fez por elas e pelas promessas do que fará.

A missão do evangelho - Fazer discípulos é a missão central e definidora da igreja. A lista de coisas boas que cristãos e igrejas podem fazer é longa, mas as coisas boas podem nos fazer perder o foco da missão central que Cristo deu a sua igreja; fazer discípulos (Mt 28.18-20). Não deixaremos de fazer as outras coisas, apenas colocaremos todas as outras tarefas a serviço de nossa comissão principal.

A multiplicação do Evangelho - O foco de nosso ministério deve ser capacitar membros comuns para se tornarem a ponta da lança do evangelho em comunidades. Essa era a característica da igreja primitiva e é verdade sempre e em qualquer lugar que vemos a igreja se expandir com rapidez.

A esperança do evangelho - O evangelho produz otimismo eterno. Não do tipo fácil, fantasioso e impulsionado pela personalidade, mas, sim, a convicção enraizada de que os planos de Deus para o mundo são tão esperançosos quanto proclama o túmulo vazio. William Carey afirmou que o futuro é tão empolgante quanto as promessas de Deus. Quando o evangelho está acima de tudo, a esperança e a animação quanto ao futuro definem a igreja, por mais sombrios que os dias pareçam ao nosso redor.

A graça do evangelho - Aqueles que realmente creem no evangelho se tornam como o evangelho. Quando o evangelho está acima de tudo, a generosidade de nosso espírito se equipara à graça da mensagem. Nosso ensino deve apenas explicar em palavras a graça que as pessoas já veem exemplificada em nossa vida. Essa generosidade de espírito não só molda nossa maneira de nos relacionarmos com as pessoas de fora, mas também impacta como tratamos uns os outros.

O evangelho acima da minha cultura - Se o evangelho está acima de tudo, encontramos nele uma unidade maior do que as diversas coisas em nossa experiência pessoal que poderiam nos dividir. Sempre sentimos afinidade natural com as pessoas de nossa própria etnia e cultura, com aqueles cujo contexto é semelhante ao nosso e cujo estilo de vida é parecido com o nosso. Mas o evangelho deve ser maior em nosso coração do que essas coisas, de tal modo que nos sintamos mais próximos, mais profundamente ligados a cristãos cuja cultura difere da nossa do que a pessoas de nossa cultura que não compartilham de nossa paixão pelo evangelho. Isso deve dar poder à igreja para alcançar uma união entre etnias que nossa sociedade almeja alcançar, mas não consegue.

O evangelho acima das minhas preferências - Quando o evangelho está acima de tudo, sacrificamos voluntariamente nossas preferências em prol da Grande Comissão. Assim como Paulo, nossas preferências devem ser camadas de roupa que estamos dispostos a tirar para o bem da Grande Comissão sempre que necessário. A pergunta que levamos para a igreja não é: "Que tipo de igreja eu prefiro?", mas, sim: "Que tipo de ministério alcança melhor as pessoas desta comunidade?".

O evangelho acima da minha política - E quando você já estiver achando o livro polêmico demais, perguntaremos como o evangelho acima de tudo deve transformar nossa abordagem à política. Veremos que, quando o evangelho está acima de tudo, todas as outras agendas — especialmente as de caráter político — assumem um papel secundário. Isso não quer dizer que a política não é importante e que os cristãos não devem se engajar. Tampouco significa que os cristãos devem evitar assuntos controversos e "apenas pregar Jesus". Pelo contrário: com freqüência, o evangelho nos compele a nos posicionar. Mas quando o evangelho está acima de tudo, nós o fazemos de uma forma que mantém sua centralidade.

Conclui afirmando que, quando o evangelho está acima de tudo em nossas igrejas, nós também atrairemos discípulos de diferentes inclinações políticas, assim como fez Jesus. E, ao perceber que isso não está acontecendo, teremos bons motivos para questionar se o evangelho de fato é tão proeminente em nossa igreja quanto pensamos.
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GREEAR, J. D. O Evangelho acima de tudo: A verdadeira fonte para a renovação da Igreja. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2022. 272p.


Disponível nos formatos físico e e-book no AMAZON.