segunda-feira, 28 de março de 2022

1984 [Resenha 035/2022]


1984: UTÓPICO OU DISTÓPICO. Eu considero os dois termos: Uma distopia, pois a obra descreve uma sociedade em condições de extrema opressão, desespero e privação, sob o teto do totalitarismo. Utópico, pois é assim que os principais personagens pensavam. Eles reescreviam a história e definiam que tudo ia bem, que a sociedade era um avanço, uma utopia.

O LIVRO - Escrito um ano antes de sua publicação (1948) e publicado um ano antes da morte do autor (1949), “1984” é um livro emblemático. Uma obra fictícia, futurista, pois está carregada de eventos reais. O livro 1984 fala sobre “totalitarismo”. Quem viveu, o ano de 1984 sabe o que esta década representa: comunismo na Europa, Ásia e África, ditadura no Brasil, totalitarismo em várias partes do mundo. O livro descreve uma sociedade constantemente vigiada, seja através de câmeras espalhadas em todos os ambientes, seja através dos próprios olhares dos cidadãos (Redes sociais) A expressão Big Brother (Grande Irmão), utilizada na obra de Orwell, e que traduz essa visibilidade excessiva pelo reality show mais famoso do mundo. O caráter futurista está presente no próprio título. Sendo publicada em 1948, o nome traz os dois dígitos finais invertidos. “1984” foi traduzido em 65 países, virou minissérie, filmes, inspirou quadrinhos, mangás e até uma ópera.

O AUTOR - George Orwell é um pseudônimo do autor, um nome que ele adotou para assinar suas obras. Em seu batismo na Igreja Anglicana, foi chamado de Eric Arthur Blair. Nascido na Índia, em 1903, filho de um funcionário colonial inglês. Foi aluno de outro escritor futurista Aldous Huxley. Foi amigo de Ernest Hemingway.

No Box “O horizonte de George Orwell”, a Novo Século Editora, reúne os dois livros mais famosos do escritor britânico, “A revolução dos bichos” e “1984”. Esta edição especial celebra um dos autores mais importantes do século XX, que foi testemunha ocular da guerra e do desespero, e denunciou, em sua metáfora universal, os descaminhos que poderiam tornar ainda mais cinzentos os tempos vindouros. Para nossa época, a visão orwelliana não é uma sentença, e sim um alerta, pois aquele futuro pode – mas não precisa – ser o nosso presente.
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ORWELL, George. 1984. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2021.

Disponível nos formatos físico e e-book: Novo Século e Amazon.

sábado, 26 de março de 2022

O PODER DA AMIZADE: A RESPOSTA PARA UM MUNDO DE SOLIDÃO E DISCÓRDIA [Resenha 034/2022]


Quando perguntam ao Dr. John Perkins, uma das vozes cristãs mais eloquentes da sociedade norte-americana, como fazer a diferença no mundo, ele habitualmente responde: "Sejam amigos. Primeiramente de Deus, depois dos outros — todo tipo de 'outros' que você possa imaginar. Porque a verdade mais simples, poderosa, estonteante e explosiva é: O mundo é transformado uma amizade por vez".

O Dr. Perkins escreveu este livro, “O poder da amizade”, com tanta beleza e autenticidade porque o deixou bem simples. Ele escolheu conhecer a Deus e torná-lo conhecido. Escolheu receber a amizade de Deus, como um apóstolo João da atualidade, o autoproclamado “discípulo que Jesus amava”. Mais precisamente, ele escolheu abraçar por completo a Deus Pai, seu Filho Jesus e o Espírito Santo. E o Dr. Perkins testemunhou ao longo de sua vida a realidade dessa amizade vez após vez, desafio após desafio, temporada após temporada.

Assim como na vida de Jesus, vejo muito claramente o que torna a vida e a mensagem do Dr. Perkins tão convincentes. A vida de Jesus foi repleta de pessoas: homens e mulheres que ele encontrou e acolheu. Pessoas comuns com quem dividiu uma refeição, casamentos que frequentou, crianças que abraçou, mulheres que protegeu e até um amigo que trouxe dos mortos. Amigos cujas dores ele compartilhou e, por fim, cujos pecados tomou para si. Ele nos deixou uma bela imagem de que a amizade divina era de coração para coração, mais importante que normas e regras sociais.

Além do prólogo e introdução, o livro possui nove capitulo dividido em quatro partes: 
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Parte 1: Amizade com Deus Pai. O autor fala sobre Abraão, Moisés e Davi como amigos de Deus. Amizade com Deus Pai. Temos aqui lições poderosas sobre amizade ao observar como Deus se relacionou com cada uma dessas pessoas e como elas responderam.

Parte 2: Amizade com Jesus. Enfatiza o fato de que Jesus era amigo de prostitutas, cobradores de impostos e leprosos. Mostrou-nos como alcançar e mostrar amor a pessoas que não se parecem conosco. Foi exemplo da verdadeira amizade quando deu a vida por seus amigos.

Parte 3: Amizade com o Espírito Santo. Este capítulo nos apresenta o conceito de amizade com o Espírito Santo. Seu trabalho de nos ajudar a cumprir o mandato da amizade é crucial. Desde o momento em que apareceu no Pentecostes ele ajuda as pessoas a serem amigas de Deus. É o Espírito Santo que une nosso coração em companheirismo e amizade. Ele nos torna um.

Parte 4: Amizade com os outros. Aprenderemos com o bom samaritano, Ester e Mardoqueu, e outros. Seremos desafiados a superar as pesadas barreiras que nos separam desde muito tempo. Se alguma vez houve um momento em que esta mensagem é necessária, é agora. A crescente epidemia de solidão, isolamento e raiva em nosso mundo é uma plataforma para a amizade que Deus oferece a todos que se dispõe a recebê-la.

O livro termina com um desafio pessoal para você: o de se tornar amigo de Deus e de outras pessoas. É a única coisa que levaremos desta vida para a próxima: amigos a quem ajudamos a encontrar o caminho para o único e verdadeiro Amigo. Israel Houghton canta: “Sou amigo de Deus... ele me chama de amigo”. Adoro a letra dessa música. Incentivo você a meditar sobre essas palavras à medida que avançamos. Deixe sua mente se surpreender com a verdade de que o grande Deus da glória o chama de amigo. Ele deseja que a plenitude de amor que ele lhe dá transborde em amor por outras pessoas.
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PERKINS, John. O poder da amizade: a resposta para um mundo de solidão e discórdia. São Paulo:, SP: Mundo Cristão, 2022.

Disponível nos formatos físicos e e-books nas Lojas Amazon

quinta-feira, 24 de março de 2022

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS [Resenha 033/2022]


A Revolução dos Bichos é uma distopia de George Orwell, escrito entre 1943 a 1944, e publicado em 1945, na Inglaterra. Na verdade trata-se de uma denúncia contra a ditadura cruel imposta por Stalin após ele subir ao poder russo. O livro reflete os acontecimentos que se seguiram à Revolução Comunista de 1917 e, sob o domínio de Stalin na União Soviética.

Acerca de Orwell, observamos três fatos: [1] Ele conhecia muito bem o exército russo, pois o combateu na Guerra Civil Espanhola. [2] ele se considerava socialista, um socialista utópico, que defendia a construção de uma sociedade ideal, onde as pessoas vivessem em harmonia ao buscarem interesses comuns. [3] A crítica ao stalinismo deixou Orwell numa situação ruim – pois naquele contexto, a Inglaterra era aliada da União Soviética – sua obra foi rejeitada por várias editoras, com medo de represálias do governo.

A história contada por Orwell se passa na Granja do Solar, uma fazenda na Inglaterra que tinha como proprietário o senhor Jones. Galinhas, pombas, porcos, cachorros, cavalos, cabras, burros, ovelhas e vacas são os personagens centrais dessa narrativa. Algumas comparações são intrigantes. O velho Major, um porco barbudo, cheio de ideias, como Marx, que tinha como maior ideal de vida tornar os animais da granja seres ricos e livres. Bola de Neve representa Trotsky, metido e intelectual e Napoleão tipifica claramente Stálin, com toda sua truculência. Os cães constituem seu exército particular. Os demais animais compõem o povo, cheio de esperança e de ilusões – que irão se acabar aos poucos.

Não se surpreenda com o tamanho da obra. Um livro pequeno, com uma linguagem ao alcance de qualquer leitor, faz parte de uma edição especial – Box “O horizonte de George Orwell” - publicado pelo Editora Novo Século que celebra um dos autores mais importantes do século XX, que diante do que já foi exposto permanece sendo uma obra extremamente atual, que trata de questões que não perdem a validade.

Lembrando que fazem parte Box “O horizonte de George Orwell”, além de “A Revolução dos Bichos”, “1984” e um Suplemento de leitura “Além do horizonte de George Orwell”.
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ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2021.

Disponível para vendas na Editora Novo Século e Amazon

 

quarta-feira, 23 de março de 2022

PARA TERMINAR BEM COMECE CEDO [Resenha 032/2022]


O autor deste pequeno e edificante livro diz logo na introdução que este livro “não se destina apenas a idosos. Ao ler, você verá que, para terminar bem, é necessário começar cedo, de preferência entre 30 e 40 anos, ou até mais cedo. Todavia, caso você esteja em sua quarta década de vida – ou mais – é provável que a crescente percepção de sua mortalidade torne a tarefa mais urgente e interessante”.

A percepção de nossa mortalidade é tema trabalhado em todo o livro, não em uma perspectiva de “desgraça”, mas é apresentado dentro de uma cosmovisão da graça. Este livro trabalha a ideia de que temos de nos preparar para as realidades e oportunidades da velhice, e essa preparação requer duas tarefas: [1] Proatividade e determinação no cuidado do corpo – manutenção do templo. [2] Prioridade ao crescimento espiritual, conservar relacionamentos saudáveis, manter sua relevância, escolher atitudes positivas, cuidar das finanças e se preparar para eternidade.

O capitulo 2 [Manutenção do templo] foi o meu preferido, pois trata da urgente necessidade que temos de cuidar do nosso corpo caso desejamos estar bem mais tarde. Começar cedo é o segredo: à hora de se preparar para os setenta anos não é quando chegar aos sessenta. E o que somos aos cinquenta é fruto das décadas anteriores: não dá para se preparar para os cinquenta anos quando fizer quarenta e nove. Não existe “cedo demais” para começar a se preparar para uma vida longa cheia de vitalidade.

O livro possui uma introdução, conclusão e notas finais. É composto ainda de dez capítulos que trabalha questões de genética, desenvolvimento físico, questões emocionais e finalmente, o ato de terminar bem. Lembre-se “Para Terminar Bem, é necessário começar cedo”.
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DUGAN, Patrick. Para terminar bem comece cedo. Curitiba, PR: Editora Betânia, 2021. 96p.

Disponível nas Lojas Editora Betânia e Amazon

quarta-feira, 16 de março de 2022

DRÁCULA DE BRAM STOKER [Resenha 031/2022]


É inegável que, de todos os mitos universais criados pela literatura, desde Hamlet a Madame Bovary, e Don Quixote a Robinson Crusoé, o mais popular e com o maior número de seguidores em todo mundo é o do imortal senhor das trevas: o conde Drácula. Mortalmente pálido. Unhas cortadas em pontas afiadas. Dentes projetados como presas. Elegância de um conde com a ferocidade de um vampiro. Drácula, um dos monstros mais famosos da fantasia, tem sua origem na Irlanda, pelo menos literariamente falando. O personagem foi criado por Bram Stoker, nome que integra a longa lista de autores irlandeses de renome mundo afora.

O Romance - Lançado em 1897, Drácula foi, de cara, um sucesso de vendas e de crítica. Não só consolidou a imagem do que se entende por vampiro na cultura popular, pelo cinema, pela TV e pela literatura, como permanece até hoje em ininterrupta publicação desde seu lançamento. Baseado no folclore da Transilvânia e em um personagem real, O cruel governador romeno, Valáquia Vlad III Drácula, também conhecido como Vlad, o Empalador, seria uma espécie de monstro em pele humana. O romance conta a história da viagem de Drácula, o conde da Transilvânia, para a Inglaterra. O vampiro buscava encontrar sangue novo e espalhar a maldição dos mortos-vivos no novo reino. Por lá, porém, ele encontra o professor Abraham Van Helsing, um caçador de vampiros e seu obstáculo para satisfazer seu desejo sanguinário.

O Autor – O autor nasceu em 1847, em Dublin, na Irlanda. Sua paixão pela literatura surgiu logo na adolescência. Formou-se na faculdade de Matemática, trabalhou como jornalista, foi funcionário público e diretor de teatro. Em 1897, ano da publicação de Drácula — seu quinto livro —, Bram Stoker já era um escritor maduro e reconhecido. Estava prestes a completar 50 anos e estabelecera-se como um talentoso romancista de sua geração. Faleceu em Londres em 20 de abril de 1912.

Bram Stoker redigiu um relato que tem assombrado gerações consecutivas de leitores. Sua estrutura não só referencia como também é referenciada em centenas de outras obras fantásticas sobrenaturais. Bram Stoker criou uma das mais famosas e horripilantes histórias de terror de todos os tempos.
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STOKER, Bram. Drácula. São Paulo, SP: Pandorga Editora, 2019. 514p.

Disponível em todos os formatos no Amazon

terça-feira, 15 de março de 2022

BOX TRILOGIA "O SENHOR DOS ANÉIS" [Resenha 030/2022]


Para aqueles ainda não familiarizados com o universo de J.R.R. Tolkien, a trilogia acompanha uma jornada pelo destino da Terra-média. Sauron, o senhor do escuro, está desperto e erguendo suas forças novamente - e ele está em busca do seu objeto de poder mais valioso, uma coisa pequena e aparentemente inofensiva que pode mudar o curso da guerra: um anel. E esse anel está em posse da criatura mais inesperada que se poderia imaginar: um hobbit.

LIVRO I E A ALVORADA DA FANTASIA - O livro 1, “A sociedade do Anel” é o início de tudo, o bom e velho condado Hobbit, na sua quase eterna paz. Rodeada por festa quase todos os dias e visitas incessantes do mago Gandalf. A terra média é uma aventura sem fins e que te leva em busca da maior aventura que um grupo já enfrentou.

LIVRO II E A MAIOR BATALHA JÁ ESCRITA - O livro “Duas Torres” abriga uma das maiores batalhas da terra média ou melhor da literatura. Esse livro continua a saga do Anel, porém a comitiva está dividida. Aragorn, Legolas e Gimli foram para as terras dos cavaleiros, Rohan. Já Frodo e seu fiel escudeiro Sam, foram para leste destruir o Anel. As duas jornadas são muito bem trabalhadas.

LIVRO III E O DESFECHO MERECIDO - Enfim chegamos ao final da Guerra do Anel. Frodo e Sam se salvam. Como é o último da saga, não precisa mais apresentar e desenvolver ninguém, agora é somente lutas. Contudo, nem tudo são flores depois da guerra. Na volta de Frodo para casa, o Condado é tomada por confusões e remanescentes do exército de Saruman, que transformaram o local em uma verdadeira Ditadura.

O senhor dos Anéis é um saga mitológica dividida em 3 livros, escritos por J.R.R Tolkien, entre os anos de 1937 e 1949. Foi a alegria do mundo durante a sangrenta guerra. Além disso, é uma continuação direta das aventuras de Bilbo em O Hobbit.
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TOLKIEN, J.R.R. O Senhor dos Anéis: A sociedade do Anel, Duas Torres e O Retorno do Rei. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins Brasil, 2019.

Créditos
https://www.queriaestarlendo.com.br/
https://teamcomics.com.br/resenha-do-senhor-dos-aneis-ainda-vale-a-pena-ler/

Disponível nos formatos físicos e e-book no Amazon

NEGÓCIO DE ATITUDE: APLICAÇÃO IMEDIATA, LUCRATIVIDADE INFINITA [Resenha 029/2022]


A vida tem, em média, somente 960 meses. O que fazemos nesse intervalo de tempo é o que o espanhol Victor Küppers provoca a refletir no livro Negócio de Atitude: Aplicação imediata, lucratividade infinita. Conhecido pelo bordão ‘viver com entusiasmo’, o autor constrói a narrativa do livro em torno de uma lição principal: não existe ocupação mais importante do que aprender a viver.

“Não existe ocupação mais importante do que aprender a viver. Temos que transformar a nossa vida em uma obra de arte, para que, ao final de nossos dias, possamos dizer a nós mesmos: ‘Consegui!’. No final, o único objetivo que temos nesta vida é lutar todos os dias para ser melhor pessoa que eu posso ser. Dentro de cada um de nós, existe a vontade de viver uma vida de grandeza, de contribuição, de pôr seu grão de areia, de ajudar e fazer que os outros sejam felizes, de lutar pelo que vale a pena, de agir com princípios e valores” [p.22]

Já no primeiro capítulo, o espanhol faz um convite à ação e afirma que o objetivo deste livro não é adicionar algo ao campo das atitudes pessoais. Trata-se de um livro simples, descomplicado, básico e prático, com ideias simples, descomplicadas, básicas e práticas. Ele fala sobre alegria, gratidão, nada de murmuração, sonhos e altruísmo.

O senso de humor com que apresenta as ideias é também uma das principais dicas de Küppers para que o leitor exercite o ‘saber viver’. O otimismo, a gratidão, a humildade, a atenção plena. Os ensinamentos, diluídos em 29 capítulos, passam por coisas que, como ele mesmo diz, todo mundo sabe, mas essa não é a questão.

O livro rico em citações. E assim como Chesterton, o autor recorre a pensadores clássicos como Sêneca e Tolstói para ajudar o leitor a refletir sobre como dar mais sentido à vida. Decidir que tipo de pessoa quer ser e que tipo de vida quer ter; lutar para conseguir chegar lá, e fazê-lo com alegria são os principais ensinamentos deixados por Negócio de Atitude.

Portanto, o único propósito deste livro é fazer você pensar. Pensar, ponderar, meditar, analisar, examinar — atitudes sempre positivas e necessárias, que nos ajudam a perceber as coisas, ver tudo com perspectiva, a priorizar, a relativizar, a corrigir, a ganhar forças e a repor energias, a pôr em ordem uma vida cujo ambiente já se encarrega de desorganizar. Este é o propósito deste livro: ajudar você a refletir
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KÜPPERS, Victor. Negócio de Atitude: Aplicação imediata, lucratividade infinita. São Paulo, SP: Editora Hábito. 2021

Disponível nos formatos físicos e e-book no Amazon e Editora Hábito

terça-feira, 8 de março de 2022

PHANTASTES: A TERRA DAS FADAS [Resenha 028/2022]


Que As Crônicas de Nárnia são sucesso mundial todos sabem, os sete livros escritos por C.S. Lewis venderam mais de 120 milhões de cópias em todo mundo. O que muitos desconhecem é que um livro escrito muito antes de C.S. Lewis se tornar escritor foi que inspirou o Reino de Nárnia. Tudo começou devido a um livro de George MacDonald, escrito em 1858: Phantastes, a Terra das Fadas.

Em sua autobiografia, Surpreendido pela Alegria, C.S. Lewis declarou: “George MacDonald fez mais por mim do que qualquer outro escritor”. Nas palavras de C.S. Lewis, Phantastes converteu a sua imaginação. George MacDonald tornou-se para Lewis uma espécie de “pai espiritual” e em diversas ocasiões, se referia a ele como “seu mestre e mentor.” O próprio Lewis contribuiu em muito para que a obra de George Macdonald fosse disseminada em seu tempo, tendo ele mesmo editado uma antologia de Macdonald. Em um dos volumes da antologia, Lewis escreveu no prefácio: “Nunca escondi o fato de que eu o considerava meu mestre, na verdade acredito que eu nunca escrevi um livro no qual eu não o tenha citado".

A Influência de MacDonald é latente em toda a obra de C.S. Lewis, em especial nos seus livros de Fantasia, como As Crônicas de Nárnia e Perelandra. George MacDonald também foi uma influência marcante para J.R.R. Tolkien escrever O Hobbit.

George MacDonald, nascido em 10 de dezembro de 1824 na Escócia, é um dos mais notáveis escritores de sua época. Foi amigo e mentor de Lewis Carroll e o incentivou a publicar Alice no País das Maravilhas. Influenciou autores como J. R. R. Tolkien, CS Lewis e Mark Twain e era para Chesterton, um dos quatro maiores homens do século XIX

O enredo da obra é bastante simples. Anodos, o protagonista, faz 21 anos e precisa começar a assumir responsabilidades adultas. E, por esse motivo, recebe uma chave que lhe permite abrir uma gaveta específica em sua residência. E, ao abri-la, é saudado por uma pequena fada que, após uma breve conversa, promete que o levará até a Terra das Fadas no dia seguinte. E, claro, é exatamente isso o que acontece, pois, ao despertar no dia seguinte, percebe que não está no mesmo lugar em que dormira e tem a convicção de que está a caminho da Terra das Fadas. E aí que começam suas aventuras nessa terra maravilhosa e cheia de mistérios. Lembrando que não é uma história semelhante a de Frodo e o Um Anel para salvar a Terra Média, com vários desdobramentos voltados para o mesmo fim. Trata-se de um conto de fadas com uma estrutura fácil de se compreender e o estilo bastante agradável.
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MACDONALD, George. Phantastes: A terra das Fadas. Rio de Janeiro, RJ: Thomas Nelson Brasil, 2020.
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Disponível no Amazon

sexta-feira, 4 de março de 2022

O JESUS VERDADEIRO: DESAFIANDO O QUE SABEMOS SOBRE A PESSOA MAIS GRANDIOSA QUE JÁ VIVEU [Resenha 027/2022]


Uma das maiores preocupações de Paulo em relação à igreja primitiva era que a sua devoção pura e exclusiva a Cristo se corrompesse de alguma forma com a pregação de um Jesus diferente. As palavras específicas de Paulo para eles foram: "Porque vocês suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um Jesus diferente daquele que nós anunciamos (2 Cor. 1 1:4, NTLH).

Pregar outro Jesus é pregar uma versão equivocada Dele, um Jesus diferente D’aquele retratado na Bíblia. Então, como pregamos um Jesus diferente? Com aquilo que falhamos em comunicar. Nos tempos atuais, criamos um "Jesus" que nos dará tudo o que nossas paixões desejarem. Contudo, há uma grande diferença entre o Jesus equivocado, distorcido, mal interpretado de nossas culturas e o Jesus de carne e osso da Bíblia.

“O Jesus Verdadeiro” é um livro profundo, contudo prático e atual. Por quê? Porque isto é exatamente o que Jesus é! Assim, ao apresentar tão importantes facetas de Jesus à luz da Palavra, este livro também nos traz princípios que devem nortear a vida de todo cristão. Você será conduzido por uma jornada de conhecimento, reflexões e aplicações muito práticas para sua vida. Será chamado a decisões sobre entregas a serem feitas, entendimentos e valores, o seu coração e as suas ações e influência sobre as pessoas. Descobrirá que não é possível realmente conhecer Jesus sem ser transformado por Ele. Este livro o provocará a refletir sobre o seu passado e o seu futuro, sobre os seus relacionamentos, sobre compaixão, serviço, perdão, e muito mais.

O livro possui onze capítulos divididos em quatro partes: Parte I – Jesus, o epicentro de todas as coisas; Parte II – Jesus, aprendendo com ele; Parte III – Jesus, amando como ele; Parte IV – Jesus, liderando como ele.

Jesus verdadeiro é um convite para entrarmos em uma relação mais direta, real e relevante com Aquele que nos ama e nos chama pelo nome. Veja Jesus por quem ele é realmente é, e entenda verdadeiramente o que significa ser seu discípulo.
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STOCKSTILL, Jonathan. O Jesus Verdadeiro: desafiando o que sabemos sobre a pessoa mais grandiosa que já viveu. Rio de Janeiro, RJ: Editora Luz às Nações, 2021.

O PRAZER DE PENSAR [Resenha 026/2022]


Os livros garimpados da biblioteca de Dalrymple contam casos curiosos não com as histórias dos textos originais que carregam, mas com a sua própria trajetória. São elas que fazem o pensamento do autor viajar e trazer à tona, em seu estilo instigante, memórias e observações críticas sobre literatura, história, política, filosofia, medicina, sociedade, viagens etc.

Por meio de uma série de histórias sobre anotações feitas à mão, cartas esquecidas e frases sublinhadas, Theodore Dalrymple conduz o leitor pelos prazeres e surpresas que certos livros especiais de sua biblioteca pessoal guardam. Em capítulos curtos, essas trajetórias são acompanhadas suas próprias memórias e apontamentos críticos sobre os mais diversos assuntos em seu estilo já conhecido do leitor.

Theodore Dalrymple é um dos pseudônimos de Anthony Daniels, um respeitado psiquiatra britânico que já escreveu mais de vinte livros sobre medicina, política, arte, educação e cultura contemporânea. Neste livro estão reunidos trinta e três ensaios curtos, muito bem escritos, sobre as associações, divagações e insights que Dalrymple produziu a partir de alguns dos livros de sua biblioteca. A escolha não é aleatória. Ele parece escolher livros relacionados aos temas que lhe são mais caros. O tom é biográfico, mas o objeto da história é antes os livros e os assuntos derivados deles do que propriamente a vida do autor. O sujeito viaja, frequenta sebos, conversa com livreiros. É um médico curioso pelo mundo, um dublê de sociólogo que investiga o comportamento humano, sempre disciplinado e atento, tentando ordenar o que aprende e pensa.

Veja o que ele escreve: “Encontramos coisas em livros velhos: principalmente insetos mumificados, é claro, mas também manchas de sangue, flores secas prensadas, bilhetes velhos de ônibus, listas de compras, fichas de embarque, orçamentos de consertos a serem feitos, contas de açougue, marcadores de página de livros anunciando seguros de vida, festivais de arte e livrarias e alguns chegam a chamar o leitor para a fé e o arrependimento”. [p.23]

Para finalizar: “Agradáveis descobertas feitas por acaso são um dos maiores prazeres de folhear livros, e nada substitui a sensação de poder ter um livro físico nas mãos. […] A alegria de descobrir algo que não sabíamos existir e que está profunda e inesperadamente conectado a algo que nos interessa no momento é uma das recompensas de folhear livros ao acaso, uma recompensa desconhecida para aqueles que têm uma visão apenas instrumental das livrarias, indo embora delas assim que descobrem que o livro que desejam não está disponível”.
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THEODORE, Dalrymple. O prazer de pensar. São Paulo, SP: É Realizações, 2016. 208p.

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UNIDADE PERFEITA: A VONTADE DE CRISTO PARA SUA IGREJA IMPERFEITA [Resenha 025/2022]


Na introdução do livro, Maurico Zágari nos chama a atenção para oração que Jesus fez ao Pai para que todos os seus discípulos vivam em unidade perfeita (Jo 17.23). [1] A vontade divina para todos os que viriam a crer em Cristo é, que “todos eles sejam um, como nós somos um”. [2] Os beneficiários da oração, “todos que crerão em mim”. [3] Ênfase ao assunto da sua oração: “para que sejam um, como nós somos um” (v. 22). Jesus enfatiza o imperativo de unidade entre os cristãos, tomando por padrão a unidade trinitária.

O editor continua: “No livro “Um clamor por unidade e paz na igreja”, o autor de “O peregrino”, John Bunyan, parte em defesa da paz e da unidade entre cristãos ao denunciar a arrogância e a intolerância em certos setores do Corpo de Cristo: “Vemos diariamente que, tão logo os homens chegam a um entendimento mais claro sobre a mente de Deus (para dizer o melhor daquilo em que acreditam), passam a crer que todos aqueles que não concordam com você são excomungáveis, se não condenáveis”. É quando, ao escrever sobre as palavras de Cristo em sua oração de João 17, Bunyan dá o golpe de misericórdia: “É como se [Jesus] dissesse: ‘Vocês podem pregar a meu respeito quanto quiserem, mas não haverá proveito se não houver paz e unidade entre vocês’”.

Contudo, o que observamos hoje é igreja autofágica que, embora bem-intencionada, vive esfacelada, marcada por isolacionismo denominacional, separatismo doutrinário, guetificação teológica, senso de superioridade ideológica e uma incapacidade de diálogo que em nada tem contribuído para o avanço do reino de Deus. Será que é isso mesmo que Jesus espera de nós?

Em Unidade perfeita, onze autores de diferentes linhas do cristianismo refletem sobre os benefícios que advêm da unidade do corpo de Cristo e os malefícios decorrentes do sectarismo em áreas que vão desde a santidade pessoal e a influência da igreja na sociedade até os esforços missiológicos, acadêmicos e evangelísticos.
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Unidade perfeita: A vontade de Cristo para sua igreja imperfeita. Maurico Zágari [Organizador]. Rio de Janeiro, RJ: GodBooks / Thomas Nelson Brasil, 2022. Vários autores.

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UM HOBBIT, UM GUARDA ROUPA E UMA GRANDE GUERRA: COMO J. R. R. TOLKIEN E C. S. LEWIS REDESCOBRIRAM A FÉ, AMIZADE E HEROÍSMO NO CATACLISMO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL [ Resenha 024/2022]


A “Grande Guerra” vinha sendo travada furiosamente há cinco meses. Posicionadas na França, a maioria das tropas originais de 160 mil homens ingleses havia sido arrasada em Mons, Le Cateau e Ypres. As baixas nos exércitos francês e alemão foram ainda mais estarrecedoras. No fim de dezembro, França e Alemanha contavam perdas em combate bem acima de 600 mil soldados, e ainda contando os feridos ou desaparecidos. Como nenhuma outra força na História, a Primeira Guerra Mundial alterou permanentemente o panorama político e cultural da Europa, dos EUA e do Ocidente.

Contudo, para dois autores e amigos extraordinários, J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, a Grande Guerra serviu para aprofundar ainda mais sua busca espiritual. Os dois serviram como soldados na Frente Ocidental, sobreviveram à guerra de trincheiras e usaram a experiência nesse conflito para moldar sua própria imaginação cristã. Tolkien escreveu O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Lewis, por sua vez, ganhou fama com As Crônicas de Nárnia. Pode-se dizer que esses contos épicos — que contêm os pesares e os triunfos da guerra — nunca teriam sido escritos se esses autores não tivessem sido convocados ao combate na vida real.

Nessa obra, observamos que os dois autores apresentam um desafio àqueles que veem a guerra como uma solução pronta para os nossos problemas, assim como para aqueles que condenam qualquer guerra como mal absoluto. “Nós sabemos, pela experiência dos últimos vinte anos”, escreveu Lewis em 1944, “que o pacifismo aterrorizado e raivoso é um dos caminhos que levam à guerra”. Tolkien condenou o “desperdício total e estúpido da guerra”, porém admitiu que “ela é necessária em um mundo maligno”. O recurso utilizado por eles foi nos trazer de volta à tradição heroica: uma forma de pensamento temperado pelas realidades do combate e fortalecido pela fé em um Deus de justiça e misericórdia.

Nesta época, um livro para ser lido com o coração.
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LOCONTE, Joseph. Um Hobbit, um Guarda-roupa e uma Grande Guerra: Como J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis Redescobriram a Fé, Amizade e Heroísmo no Cataclismo da Primeira Guerra Mundial. São Paulo, SP: Editora Trinitas. 2020.

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