sábado, 23 de janeiro de 2021

E SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ [Resenha 003/21]


Com um questionamento válido, a autora começa introdução do seu livro: “Frequentemente somos aconselhados a viver nossa vida intensamente, “porque só se vive uma vez”. Não podemos discordar disso, porque, de fato, só vivemos uma vez, vindo depois disso o juízo (Hb 9.27). A grande pergunta que faço a você hoje é: e se realmente não houvesse amanhã? Sua vida se encerrasse neste dia. E aí? Onde você abriria os olhos?”

Depois deste questionamento, a autora, através de páginas cuidadosamente escritas, desenvolve toda uma teologia falando acerca do Bem e do mal, historicidade da fé, filosofia, poder da oração, amor incondicional, cosmovisão cristã, sacrifício, engajamento e salvação.

Ela enfatiza que o foco livro não seja provar a existência de Deus, é inevitável trilharmos por esse caminho, uma vez que a nossa visão sobre a existência ou a ausência do amanhã depende da forma como enxergamos Deus e o que Ele nos revela. Talvez você creia que a Bíblia não passa de uma coleção de escritos arcaicos com pouca credibilidade e nada usual nos nossos dias. E isso não deixa de ser, de certa forma, um comodismo mental, visto que é muito mais fácil negar a importância das Escrituras e simplesmente ignorá-la do que lê-la, aprofundar-se em seus ensinamentos.

O livro tem sua importância em três aspectos: (1) porque se percebe em todo o livro que a autora tem um profundo amor e compromisso com a Palavra de Deus. Sua fundamentação é a Bíblia conduzida por uma teologia bíblica. (2) este livro é altamente relevante. Este livro traz a lume as verdades essenciais das Escrituras, sobretudo aquelas que são essenciais para a salvação. (3 ) Em terceiro lugar, porque sua mensagem tem um apelo urgente. Escreve acerca da vida e seus falsos encantos e da morte com todas as suas implicações.

O livro possui além da introdução (escrita por Hernandes Dias Lopes), oito capítulos contendo profundas mensagens de fé e esperança, amor e graça, vital a todos nós que desejamos nos sentir abraçados e elevados a um entendimento maior sobre a vida e sobre como viver de forma plena dentro da Verdade.

Bella Falconi é casada e mãe de duas meninas. Bacharel e Mestre em Nutrição pela Northeastern University – EUA, é também pós-graduanda em Teologia Sistemática pelo Centro Presbiteriano Andrew Jumper. Palestrante e influenciadora digital, com mais de 4 milhões de seguidores, é também membro da Igreja Presbiteriana de Pinheiros em São Paulo – SP.
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FALCONI, Bella. E se não houvesse amanhã? Reflexões sobre Deus, fé e vida cristã. São Paulo, SP: Hagnos, 2020.

A TEORIA DE TUDO [Resenha 002/21]


Quando se pensa em Stephen Hawking, duas coisas vem à mente: a primeira é a doença que o fez perder praticamente todos os movimentos, fazendo com que vivesse o resta da vida em cadeira de rodas e se comunicasse por meio de um computador. A segunda é sua profissão, a cosmologia, estudo da formação do universo e dos buracos negros, entre outras coisas. Tudo isso o tornou um dos maiores gênios da história. Porém, por algum motivo a maioria das pessoas não consegue atribuir a ele uma faceta mais humana, de alguém que ri, chora, sofre e vive uma vida repleta de emoções.

A história de sua vida, se ele tivesse enveredado por qualquer outro caminho profissional a que nós, simples mortais, servimos nessa vida, já seria de grande triunfo e inspiração, por causa de sua grave condição de saúde. Todavia, Stephen tornou-se um dos nomes mais proeminentes da física moderna, catedrático de Cambridge, onde ocupava a mesma cadeira outrora pertencente a Sir Isaac Newton, e um dos maiores difusores de informação científica, através de best sellers como Uma breve história do tempo (1988) e O universo numa casca de noz (2002), produzidos quando a síndrome degenerativa que o acometia já impossibilitava sua escrita e fala.

O livro é a história por trás de Stephen Hawking. Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, enquanto conhecia a jovem tímida Jane, Hawking superou todas as expectativas dos médicos sobre suas chances de sobrevivência a partir da perseverança de sua mulher. Mesmo ao descobrir que a condição de Stephen apenas pioraria, Jane seguiu firme na decisão de compartilhar a vida com aquele que havia lhe encantado. Ao contar uma trajetória de 25 anos de casamento e três filhos, ela mostra uma história universal e tocante, narrada sob um ponto de vista único.

É importante lembrar que em momento algum no livro há o desenvolvimento do assunto de teorias de unificação. A trama tem um enfoque pessoal, centrado nas relações e nos desdobramentos da vida do casal.
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HAWKING, Jane. A teoria de tudo: A extraordinária história de Jane e Stephen Hawking. São Paulo, SP. Editora única, 2014. 448p.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A GUERRA DOS ESPETÁCULOS [Resenha 001/21]


Trinta anos após Amusing Ourselves to Death, de Neil Postman, A guerra dos espetáculos, de Tony Reinke, eleva a análise de impacto da mídia moderna a novos níveis. A concepção deste livro não é arrogante; está arraigada na estratégia profundamente bíblica da santificação por meio da visão (2 Co 3.18). O espetáculo da glória de Cristo é ‘a grande fonte de energia da santificação cristã’. Espetáculos feios nos enfeiam. Belos espetáculos nos embelezam. Reinke é um bom guia em como desviar-se dos efeitos destrutivos das imagens digitais, ‘antecipando uma Visão superior’.

Este livro nos mostra como tirar os nossos olhos do último vídeo viral, ou do nosso próprio avatar digital, e voltá-los para o ‘espetáculo’ diante do qual, muitas vezes, nos acanhamos e nos encolhemos: a crucificação de nosso Senhor. Esse é o espetáculo do qual precisamos.

O livro possui 33 capítulos, divididos em duas, onde o autor, “Apoiando-se na Escritura como as lentes pelas quais enxergamos esta era digital, comunica em prosa brilhante e lúcida uma proposta de como podemos glorificar o Salvador que não vemos neste mundo cheio de distrações para os sentidos.

Se este livro ajudar os leitores a fazerem uma desintoxicação digital e a se desplugarem de todas as fontes midiáticas que ameaçam nos afogar em ruídos e nos roubar a capacidade de atentar àquilo que verdadeiramente nos habilita a florescer como seres humanos, então ele terá apenas começado a fazer sua boa obra. O mundo busca cativar nossa atenção mediante uma interminável corrente de distrações, mas Reinke nos encoraja a reavivar nossos corações para o espetáculo de Cristo.
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REINKE, Tony. A guerra dos espetáculos: o cristão na era da mídia. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2020