domingo, 26 de abril de 2020

DEUS E O MAL [Resenha 070/20]


Uma das constantes objeções ao cristianismo é o problema do mal. Tal problema pode ser definido assim: Se Deus é absolutamente bom, e se Deus é onipotente, por que razão há pecado e sofrimento no mundo? Se Deus fosse absolutamente bom e onipotente, ele livraria o mundo do mal, ou, melhor ainda, não teria permitido que o pecado e o sofrimento tivessem surgido antes de tudo.

Mas, uma vez que o mal existe, deve ser porque: (1) Deus não é absolutamente bom, mesmo sendo onipotente, e, portanto, ele não deseja acabar com o pecado e o sofrimento; ou (2) Deus é absolutamente bom, mas não é onipotente, e, portanto, ele não pode livrar o mundo do pecado e do sofrimento, não importa quão bom ele seja; ou (3) Deus não é absolutamente bom nem onipotente, e, portanto, ele não quer nem pode livrar o mundo do mal; ou (4) Deus não existe em nenhuma hipótese; ou (5) há mais do que um deus, nenhum deles é onipotente, e um ou mais deles deve ser mau; ou (6) Deus é impessoal e a inteligência ou propósitos atribuídos a ele são uma falácia ridícula. Seja qual for a alternativa escolhida, a existência do Deus da Bíblia é contestada (conforme o argumento), pois a Bíblia fala de um Deus que é igualmente bom e onipotente.

Os teólogos vêm tentando responder esse argumento durante séculos e têm apresentado dois contra-argumentos: Primeiro, negam a existência do pecado e do sofrimento, o que, obviamente, contradiz a Bíblia. Segundo, afirmam que o homem tem livre-arbítrio, o que também contradiz a Bíblia. O argumento do livre-arbítrio é a solução proposta com mais frequência para o problema do mal, mas na verdade ela procura resolver o problema concordando com uma das alternativas do problema: O argumento do livre-arbítrio admite que Deus não é onipotente, pois o livre-arbítrio pode verdadeiramente frustrar a vontade de Deus. O argumento do livre-arbítrio é na verdade a capitulação diante do incrédulo e a concordância com ele, pois, assim como o incrédulo, o defensor do livre-arbítrio adota um deus que pode ser bom, mas não é onipotente, e, portanto, não é nem pode ser o Deus da Bíblia.

Ora, há uma solução para o problema do mal e ela tem olhado diretamente nos olhos dos teólogos por milênios. Tal solução encontra-se nas próprias Escrituras, exatamente na descrição de Deus, a qual o incrédulo torce como um argumento contra Deus. A solução para o problema do mal só pode ser achada nas Escrituras. Nenhuma outra solução proposta soluciona o problema do mal.

Neste livro, curto e escrito como um artigo, “Deus e o Mal: O Problema Resolvido”, Gordon H. Clark tornou disponível à igreja a obra mais precisa sobre o tema. Dr. Clark nos mostra que, permanecendo sobre o firme fundamento da Palavra de Deus, temos a resposta para a questão da teodiceia. Temos aqui uma explicação verdadeira ao ensino da Escritura sobre como devemos entender a soberania de Deus como a “causa eficiente” da transgressão de Adão. Recomendo este livro como a declaração teológica mais precisa a respeito desse assunto.
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CLARK, Gordon Haddon. Deus e o Mal: o problema resolvido. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2014. 96p.

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