sexta-feira, 10 de abril de 2020

O SILMARILLION [Resenha 049/20]


Não há dúvidas de que a Terra-Média é um dos universos fantásticos mais admirado de todos os tempos. A obra de J.R.R. Tolkien tem sido objeto de fascínio e até mesmo estudo por diversas décadas.

Tendo a trilogia Senhor dos Anéis como obra mais famosa, o universo não se limita à saga de Frodo, Sam, Aragorn e os demais membros da Sociedade do Anel e isso fica bem claro para aqueles que leram os livros. Com diversos detalhes adicionais, que apontam para histórias grandiosas que não são contadas ali, a trilogia faz questão de deixar claro que a Terra-Média é um mundo antigo e com muita história para se contar.

No conjunto da Obra de Tolkien, nenhum outro livro abrange e explora o universo da Terra-Média como o Silmarillion, que traz um conjunto de contos que envolvem as Silmarils, objetos de extremo valor no lore de Tolkien.

Nas palavras de um resenhista, este livro é considerado “O Velho Testamento” da Terra-Média, O Silmarillion traz uma leitura um pouco mais densa e menos leve do que encontramos em livros como O Hobbit ou até mesmo Senhor dos Anéis. Com uma vastidão de conteúdo, o livro acaba por ser um pouco mais sisudo e pode afastar aqueles que esperam algo exatamente como as obras mais famosas de Tolkien.

É impossível não traçar uma linha reta que une todos os capítulos de O Silmarillion de seu início, digamos, bíblico, no qual as raízes de uma imensa e impagável mitologia são expostas. Morgoth é uma clara alusão a Lúcifer, aquele que se deixou embriagar pelas possibilidades do Poder, e tramou sua própria e trágica queda. Mas as almas não são a principal obsessão de Morgoth, a entidade maligna e tão perversa que faz Sauron, um dos seus generais e o principal antagonista de O Senhor dos Anéis, parecer completamente inofensivo. Na verdade, Morgoth conspira para alcançar as silmarils, três gemas de infinitos poderes criadas por um poder celestial antes do sol, e da lua. Sendo ele o próprio Mal, astuto e ardiloso, Morgoth consegue roubar as jóias para si e forja uma coroa de ferro para usar as silmarils em seu trono e afundar tudo em trevas, algo paralelo a outros inúmeros eventos que se desenvolvem rumo ao cenário visto muito depois, nos filmes de Jackson.

Não bastasse o valor que as histórias contidas no livro possuem, a edição publicada pela Harper Collins confere à obra um charme inteiramente próprio por conta dos detalhes e do trabalho bem feito. Com uma belíssima capa dura, com detalhes em runas, ilustrações e diversos mapas com um acabamento admirável, esta edição é mais que um livro, é um item de colecionador.
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TOLKIEN, J. R. R. O Silmarillion. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2019. 496p.

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