A repercussão foi espetacular, tornando-se de imediato o livro de cabeceira de milhares de jovens que nele se reconheciam por verem expostos ficcionalmente os seus próprios dramas existenciais. A obra ganhou edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. O encontro marcado seria assim um típico romance de geração, isto é, um relato centrado nos problemas específicos de um grupo etário/social de uma determinada época e cujo alcance esgota-se naquela geração.
A obra nos faz passear pelas ruas de Belo Horizonte conhecendo um pouco das gerações que por elas passaram e, de alguma forma, marcaram a cidade. A história se passa na década de quarenta e tem como protagonista Eduardo Marciano, alter ego de Sabino. Seus amigos de adolescência, Mauro e Hugo, correspondem a Hélio Pellegrino e Otto Lara Resende, respectivamente. Antonieta, mulher de Eduardo, é Helena Valladares. Toledo, um dos personagens mais importantes da história, mentor do jovem Eduardo (e do moço Eduardo, e do adulto Eduardo), corresponde a Guilhermino César.
Eduardo Marciano caminhará pelo romance tentando reencontrar o sentido da existência na medida em que transita das preocupações ideológicas e políticas para os anseios pessoais. Esse drama individual do personagem Eduardo Marciano é utilizado por Fernando Sabino para exemplificar a geração de jornalistas, cronistas e escritores da qual fazia parte.
Os dilemas de uma juventude formada na corrente filosófica do existencialismo europeu, principalmente do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), procurando liberdade intelectual durante o regime político do Estado Novo de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945. Esses passam pela sexualidade mais ou menos satisfeita, pela procura incessante da felicidade e pelo desejo profundo de encontrar respostas para a grande pergunta existencial sobre a existência de Deus.
___________
SABINO, Fernando. O encontro marcado. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record, 2008. 84ª edição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário