No livro, o autor narra a história de Julius Hertzfeld, um terapeuta de sucesso, que tinha uma vida atraente e fazia o que mais gostava, que perante a iminência da morte se vê obrigado a fazer um balanço de toda a sua vida. Com diagnóstico de câncer, ele procura revê seus antigos pacientes para descobrir se o seu trabalho fez alguma diferença na vida dessas pessoas. Para Julius, um defensor da terapia em grupo, a salvação só é atingida quando se constroem relacionamentos sólidos, baseados na compreensão das diferenças. É a vontade de ajudar as pessoas a encontrar esse caminho que o leva a continuar trabalhando, mesmo fragilizado com a notícia de que tem um câncer incurável.
Em “A cura de Schopenhauer”, Irvin D. Yalom consegue como ninguém mesclar psicanálise, filosofia e ficção, debatendo as fragilidades do ser humano e sua difícil busca do autoconhecimento. E simultaneamente, o autor tece a história verídica de Arthur Schopenhauer e envolve-a na narrativa, oferecendo uma lição sobre a influência do filósofo alemão no pensamento contemporâneo. Para Arthur Schopenhauer, viver é sofrer. Conhecido por suas ideias pessimistas sobre o sentido da vida, os relacionamentos e os desejos só levam à dor e ao tédio. A salvação para o sofrimento humano, causado pela existência, é renunciar ao mundo, tornando-se assim verdadeiramente livre.
A narrativa de A Cura de Schopenhauer move-se em várias direções, mas todas elas convergem num todo. Esse livro nos conduz a uma interessante aventura emocional e intelectual, de deslumbrante intensidade.
___________________
YALOM, Irvin D. A cura de Schopenhauer. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário