sexta-feira, 27 de março de 2020

MOISÉS - UM HOMEM DEDICADO E GENEROSO [Resenha 037/20]


A simples menção do nome de Moisés desperta diferentes imagens na mente das pessoas. E essas imagens são reforçadas para o filme premiado, Os Dez Mandamentos, dirigido por Cecil B. DeMille, já falecido, no qual o famoso ator, Charlton Heston, desempenhou o papel principal. Nesse papel, ele era bonito, corajoso e confiante. Já a geração mais atual tem O Príncipe do Egito, um desenho animado interessante que apresenta outra imagem de Moisés. Ele é fino e elegante, espirituoso, amante das diversões e virtualmente sempre jovem. Quer numa corrida de carro com Ramessés, levantando nuvens de pó ao redor do palácio de Faraó, quer guiando o povo por entre as águas do mar Vermelho que se abriram, levantando paredes, o superstar bronzeado é o herói de todos. Crianças e adultos se deliciam com a caracterização fantástica de um homem que parece o mesmo desde a adolescência até os oitenta anos.

Contudo, quando reportamos ao relato bíblico e real vemos um homem comum, que viveu as dificuldades de sua época com as quais nem sempre soube lidar de maneira perfeita. Apesar das limitações e dos temores e dúvidas que Moisés tinha quanto à sua habilidade e capacitação para a tarefa que Deus lhe designava, ele cedeu à vontade divina e tornou-se uma das personalidades de maior destaque na história do povo judeu, para não dizer na história da humanidade.

O autor deste livro, Charles R. Swindoll, traz um estudo realista dessa figura não menos notável que a apresentada pelo cinema, porém com uma diferença: demonstra que a fonte de sua força e sucesso estava totalmente nas mãos do Deus Todo-Poderoso, cuja graça soberana moldou o caráter e a personalidade dessa extraordinária figura histórica.

O autor assim o descreve: “Moisés tornou-se um homem de Deus numa época de transição na história. Quando veio o chamado divino para que assumisse um papel crucial no destino da humanidade e das nações, Moisés ocupou a posição. E possível que tenha relutado. Talvez tenha sentido medo, pesar e dúvidas quanto à sua capacidade. No final, porém, ele cedeu... e tornou-se o instrumento de Deus em sua geração”.

A vida de Moisés, segundo o Livro de Atos, capítulo 7, pode ser dividida em três segmentos de quarenta anos cada. Ele passou seus primeiros quarenta anos no Egito, sendo cuidado pela mãe e aprendendo nas escolas egípcias. Passou seu segundo ciclo de quarenta anos com o povo hebreu no deserto, nutrido pela solidão e ensinado por Deus. Seus últimos quarenta anos passou-os no deserto com o povo hebreu, alimentado pelas provações, desânimo e testes, ensinado pela lei que recebeu das mãos do próprio Deus.

Dwight L. Moody fez o seguinte comentário sobre esta notável biografia. “Moisés”, observou Moody, “passou seus primeiros quarenta anos pensando que era alguém. Os segundos quarenta anos passou aprendendo que era um ninguém! Os últimos quarenta ele os passou descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém”.
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SWINDOLL, Charles R. Moisés: um homem dedicado e generoso. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2000

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