O autor mostra, ainda, como as práticas de eugenia dos nazistas começaram com a esquerda americana, de onde muitos nazistas extraíram importantes lições. Margaret Sanger, feminista e fundadora da Planned Parenthood, era uma defensora do aborto como “controle de natalidade” para impedir o avanço dos “deploráveis”. Os nazistas conheciam seu trabalho, e ela tinha orgulho disso. Tratava-se de uma via de mão dupla. Sanger é hoje admirada por democratas como Hillary Clinton.
A principal definição do fascismo é a concentração de todo o poder no Estado. A frase de Mussolini resume bem isso: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado”. Essa visão encontra eco justamente nos “progressistas” que clamam por mais e mais Estado em nossas vidas, querendo controlar tudo, do berço ao túmulo. A visão coletivista que transforma o indivíduo num meio sacrificável tem forte semelhança com várias mensagens dos democratas. E isso não começou com Obama.
O que tanto “progressistas” como nazistas e fascistas também desprezam é o capitalismo liberal. Muitos ignoram o fato de que o antissemitismo de Hitler tinha origem em seu ódio pelos financistas. Para ele, o elo entre judeu e capitalismo era total, e fonte de sua raiva. Soa familiar ao ódio pregado pelos democratas contra Wall Street, contra os especuladores e ricos capitalistas em geral? Não é a esquerda que odeia Israel, enquanto Trump representa seu maior aliado?
Há vasta informação no livro sobre as demais ligações diretas e indiretas entre a esquerda americana e os nazistas. Mas a esquerda tem sido capaz de não só bancar a vítima do fascismo, como inverter a realidade e pintar a real vítima como algoz. São os conservadores e liberais clássicos que lutam contra o fascismo, que querem diminuir o Estado, descentralizar seu poder, impor limites constitucionais e preservar as liberdades individuais. Tudo isso é contrário ao fascismo e ao nazismo, assim como ao “progressismo”.
Não é coincidência que Mussolini e seus companheiros tenham vindo do socialismo, assim como Hitler e os nacional-socialistas. Tampouco deveria ser surpresa: eles viam com naturalidade essa “transição”, justamente porque consideravam o nazismo e o fascismo como ideologias socialistas na essência. Somente uma “grande mentira” poderia esconder isso de tanta gente, por tanto tempo.
O livro possui nove capítulos, onde o autor descreve com fundamentação histórica qual é a “grande mentira” da esquerda. Ou seja, que os conservadores são fascistas. Até mesmo, nazistas. Mas, na verdade, essa mentira audaciosa é uma inversão completa da verdade. Sim, há fascistas, mas eles estão na esquerda. A esquerda possui uma ideologia virtualmente idêntica ao fascismo, e, rotineiramente, empresta as táticas de intimidação e terrorismo político dos nazistas. O livro é uma janela para a história, da parte da história que não está nos livros tradicionais mas explodirá a mente das pessoas que o lerem.
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D’SOUZA, Dinesh. A grande mentira: expondo as raízes nazistas da esquerda. São Paulo, SP: Trinitas, 2019.
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