Antes de tratar como os adeptos das expressões fundamentalistas das três religiões (judaísmo, cristianismo e islamismo) convergem perfeitamente na rejeição das tendências surgidas na modernidade, ele deixa claro que estas três religiões não são fundamentalistas em seus dogmas, e sim, parte dos seus adeptos é que são. Em seguida ele estabelece conceitos para três termos que usa durante todo o livro: (1) Fundamentalismo religioso: Admite que há apenas um livro sagrado que deve ser a regra de fé e conduta para todos e que é inquestionável. Exemplo: Fundamentalismo protestante (a minoria dos evangélicos), Fundamentalismo Islâmico (a minoria dos grupos islâmicos).; (2) Integrismo: Admite que há uma tradição sagrada que deve permear até mesmo as interpretações de seus livros sagrados. Exemplo: Integrismo católico (uma minoria do catolicismo); (3). Fundamentalismo-Integrismo: Acredita que há tanto um livro sagrado como uma tradição sagrada que o interpreta e que um não existe sem o outro.
Neste livro, o autor procura captar, de múltiplos ângulos, a lógica que embasa os fundamentalismos e os integrismos, seu “problema” com a modernidade. E acerca desta tal “modernidade”, o livro mostra ainda como os adeptos das expressões fundamentalistas das três religiões (judaísmo, cristianismo e islamismo) convergem perfeitamente na rejeição das tendências surgidas na modernidade. Essas tendências o autor assim enumera: (1) a autonomia do homem que quer governar-se conforme sua própria razão; (2) a democracia que instaurou a separação entre Igreja e Estado; (3) a secularização da sociedade; (4) os direitos do homem que afirmam a posição do indivíduo diante do estado e dos poderes em geral; (5) a cultura crítica que faz com que o homem “ouse pensar”.
Jean-Louis Schlegel é um filósofo francês, editor, sociólogo das religiões e tradutor nascido em 1946. Ele estuda em particular a evolução das religiões, especialmente o catolicismo, nas sociedades contemporâneas.
Do meu ponto de vista, o livro é bom, mas, não recomendo para aqueles que não estão acostumados a ler o contraditório.
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SCHLEGEL, Jean-Louis. A lei de Deus contra a liberdade dos homens: integrismos e fundamentalismos. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
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