segunda-feira, 23 de março de 2020

FÉ, ESPERANÇA E AMOR [Resenha]


A fé, a esperança e o amor são apresentadas pelo autor como as três virtudes teologais. “Toda a vida cristã, nos termos de nossa vida como resposta a Deus e a sua nova obra em nós, procede da fé, da esperança e do amor. Tudo que fazemos como cristãos se relaciona com essas três virtudes”. É excelente a citação que o autor faz na introdução de Godefridus Udemans, um teólogo holandês influente do movimento Nadere Reformatie (Reforma Adicional), que em uma de suas obras considera o Credo Apostólico (a fé), a Oração do Senhor (a esperança) e os Dez Mandamentos (o amor) formas para entender as virtudes teologais.

Este livro se baseia com firmeza na Escritura, e nos leva de volta as virtudes teologais da Idade Média, organiza-as em um catecismo reformado e usa as distinções teológicas do período pós-reforma e ortodoxas, para instruir nossa mente, inflamar nosso coração e nos levar ao serviço. Quando falo que o autor organizou em forma de catecismo, digo então que há perguntas, respostas e comentários. Ele também cava com profundidade em exposições teológicas clássicas, em especial entre os puritanos. Essa organização composta de maneira clara e vívida, permite aos eleitores não só entender os ensinos, mais interiorizá-los, e assim crescer na graça.

O livro possui três partes, Fé, Esperança e Amor com 58 perguntas. Na parte 1, sobre a fé, o autor afirma que tem uma dívida intelectual para com os luminares puritanos, John Owen e Thomas Goodwin, pois eles ensinam que nossa fé como uma graça faz mais que agir como instrumento para receber a salvação. Na parte 2 sobre a esperança, o autor diz deveríamos estar cientes da doutrina da esperança e deveríamos buscar cultivar uma expectativa mais esperançosa daquilo que Deus nos promete na Palavra. Finalmente, na parte 3, o autor mostra de forma positiva o que o amor requer. Muitos no passado olharam para o amor sob a perspectiva dos Dez Mandamentos, que é a expressão do amor a Deus e ao próximo. Portanto, em cada capítulo, o autor nos aponta para Cristo, em quem depositamos a fé, a quem imitamos em amor e por quem aguardamos com esperança.

O autor conclui o prefácio desta obra assim: “Essas virtudes teologais são graças outorgadas a nós por um Deus gracioso. Com fé, esperança e amor somos capazes dizer ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em resposta às suas promessas: ‘O cordão de três dobras não se rompe tão facilmente’” (Ec 4.12b).
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MARK, Jones. Fé, esperança e amor: o modo cristocêntrico de crescer na graça. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2018. 322p.

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