sábado, 16 de novembro de 2019

MAIS QUE UM CARPINTEIRO [Resenha]


Alguns livros são inspiradores. Uns por nos levar a reflexão sobre um determinado tema e possibilitar novos olhares para velhas temáticas. Outros, por nos constranger frente as verdades apresentadas. O intitulado “Mais que um Carpinteiro” alia as duas possibilidades. É um livro perfeito para aqueles que têm dúvidas em relação a veracidade do Novo Testamento e, consequentemente, a respeito da existência histórica de Jesus Cristo.

Parece claro que, para aceitarmos Jesus como nosso Salvador, para entregarmos nossa vida a Ele, é preciso aceitar o fato de que Ele existiu, viveu entre nós, sofreu as dores do calvário, morreu… e ressuscitou. O que os autores dessa obra fazem é nos apresentar argumentos que comprovem, racionalmente, estes fatos.

Para isso constroem uma trajetória lógica, que se inicia com a comprovação da veracidade do Novo Testamento. Realizam sua análise a partir da averiguação dos textos originais do Novo Testamento e nos mostram que a versão atual é uma reprodução fiel daqueles. Além disso, demonstram o comprometimento dos evangelistas com suas obras, salientando que foram escritos no período próximo do qual viveu Jesus. A conclusão é que o Novo Testamento só poderia ser escrito se Jesus tivesse ressuscitado e se revelado aos seus discípulos.

Vale lembrar que com a prisão de Jesus Cristo seus discípulos o abandonaram, e tiveram todos os motivos para acreditarem que viveram uma frustrante aventura. Então, o que mudou? A resposta dada é o fato de Jesus ressuscitado ter se revelado a seus discípulos. E só, por este fato, foi possível a existência dos Evangelhos.

Mas o livro não acaba por aí: a história de um dos autores, Josh Mcdowell, é contada, assim como os motivos que o levaram a escrever. Agnóstico, era contrário ao cristianismo, duvidando e erguendo barreiras até que, confrontado por um grupos de estudantes na faculdade em que cursava, teve consciência da fragilidade de seus argumentos. Assim, ao iniciar uma pesquisa de contraponto, acabou convencendo-se de seu próprio erro, tornando-se um dos grandes apologistas do século 20, apresentado dilemas e respostas a respeito da historicidade de Cristo e do Novo Testamento. E, por fim, testemunha como a conversão afetou sua vida, em especial seu relacionamento com o pai, alcoolista e distante da família.

Em 13 capítulos, o leitor passa dos argumentos científicos aos teológicos com inúmeras referências bíblicas e uma profunda argumentação baseada em amplo conhecimento exegético - do porquê das declarações de Jesus, e como elas evidenciam a sua divindade, e o sentido de seu sacrifício e ressurreição.

O livro “Mais que um Carpinteiro” nos aponta uma verdade: que ser cristão vai além da fé, exigindo sabedoria e racionalidade. Não é para ser seguida cegamente, mas para ser estudada, entendida e vivida. E neste caminho, aceitar a Jesus é apenas o primeiro passo.
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MCDOWELL, Josh. Mais que um carpinteiro. Campinas, SP: United Press, 2017.

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