O autor esclarece por que o nome Guerra Mundial Z: Atende por muitos nomes: "A Crise", "Os Anos Sombrios", "A Peste Ambulante", bem como títulos mais novos e mais "modernos", como "Guerra Mundial Z" ou "Primeira Guerra Z". Pessoalmente, não gosto deste último apelido porque implica uma inevitável "Segunda Guerra Z". Para mim, sempre será a "Guerra dos Zumbis" e, embora muitos possam se opor à exatidão científica da palavra zumbi, terão de se esforçar muito para encontrar um termo de maior aceitação em todo o planeta para as criaturas que quase provocaram nossa extinção. Zumbi ainda é uma palavra arrasadora, com o poder incomparável de conjurar tantas lembranças e emoções; estas lembranças, e emoções, são o tema deste livro.
O livro é dividido em 8 capítulos, cada um com uma quantidade variável de relatos na forma de entrevistas colhidas pelo protagonista jornalista que percorre o mundo para reuni-las. Os contos são bem desenvolvidos, seguem a idéia de verdadeiros relatos do passado recente e seguem a lógica do desenvolvimento da guerra, vão deste o início do surto até a retomada dos territórios e da administração das conseqüências do conflito que durou anos.
Sem sombra de dúvida os relatos que mais apreciei foram das batalhas contra os Zs, ouvidas da boca de um veterano daquele confronto. O autor, inclusive, foi muito detalhista nas descrições e é realmente empolgante entender os motivos que levaram ao grande avanço dos mortos-vivos, que apesar de irracionais, eram resistentes, sem medo e contaram com vários erros humanos. Talvez um dos grandes pontos do livro seja a batalha de Yonkers (um subúrbio de New York), onde o exército americano super equipado é aniquilado, não apenas pelos Zs, mas principalmente pelo medo.
Maximillian Michael “Max” Brooks, nascido em 1972 em New York, é roteirista de TV e HQ e também autor do O Guia de Sobrevivência a Zumbis (2003), sendo Guerra Mundial Z o seu trabalho mais bem sucedido e que deu origem ao filme homônimo (2013) onde o protagonista é Brad Pitt e a estória pouco lembra a do livro.
Para concluir, afirmo e isso precisa ficar claro: é muito diferente do filme, ao ponto que não dá pra classificar o que é o melhor por serem de estilo bem diferentes. Se quiser uma experiência parecida com a do filme, vai se frustrar. Eu gostei do livro e do filme, mas por razões bem diferentes.
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BROOKS, Max. Guerra mundial Z: uma história oral da guerra dos Zumbis. Rio de Janeiro, RJ: Rocco, 2010.
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