quarta-feira, 24 de junho de 2020

VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS [Resenha 102/20]


Em 1954, quando a Marinha americana lançou o primeiro submarino nuclear, batizou-o de Nautilus, em homenagem a Júlio Verne (1828-1905) e sua visão do futuro. Fascinado por ciência e tecnologia, Verne aproveitava as poucas horas de folga para estudar matérias relacionadas com esses assuntos, adquirindo conhecimentos que lhe permitiram misturar ficção e realidade, conceber máquinas impensáveis na época e descrever explorações que só ocorreriam muitos anos depois.

Este livro tem exercido um fascínio sem igual desde a sua publicação. O motivo desse fascínio pelo fato de Júlio Verne foi capaz de descrever um submarino que ainda não tinha sido inventado! Neste livro além da aventura do capitão Nemo, temos toda a explicação do seu funcionamento. A descrição do uso da energia elétrica, da velocidade, da forma de renovação do ar, da imersão e emersão são aspectos fascinantes da narrativa do autor. Outros detalhes também são impressionantes como a descrição dos reservatórios de ar comprimido para mergulhadores. Tudo isso só foram criados no século XX.

20 000 léguas submarinas conta as aventuras do capitão Nemo, um homem que qualifica a si mesmo nos seguintes termos: "Não sou o que [se] chama de homem civilizado! Rejeitei a sociedade e suas leis!". A bordo de seu fantástico submarino Nautilus, esse homem percorre o planeta atacando navios que o perseguem e, paradoxalmente, ajudando povos que lutam pela liberdade.

Esta edição traz uma tradução e adaptação de Walcyr Carrasco, mantendo, porém, o fascínio do original. Diagramas, gravuras e fotos coloridas ilustram as informações complementares sobre oceanografia, submarinos e mergulhadores, proporcionando ao leitor um vasto panorama do maravilhoso mundo submerso e das máquinas utilizadas para estudá-lo.
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VERNE, Júlio. Vinte mil léguas submarinas. São Paulo: SP: FTD, 2007.

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