Os sertões é uma obra de Euclides da Cunha, publicada em 1902. O autor, que era jornalista, foi enviado aos sertões da Bahia para cobrir a Guerra de Canudos que ocorria no final do século XIX. Assim, no caminho, descreveu a paisagem e o cenário que encontrou até chegar no destino. Lá, o autor analisou com bastante atenção as pessoas e os conflitos que existiam.
Portanto, o livro é dividido em três partes: (1) “A Terra”: São considerações técnicas e cientificas a respeito do solo, do clima e do espaço geográfico do sertão baiano. Euclides da Cunha escreve sobre o clima de dia quente e noite gelada, a seca, bem como a fauna e a flora. Entretanto, estudos mostram que o autor frequentemente relacionou esse espaço com os modos que as pessoas lidavam com ele. (2) “O Homem”: Traz características antropológicas a respeito do sertanejo, com todos os seus conflitos sociais, políticos e psicológicos. Nessa parte, Euclides da Cunha narra as pessoas – jagunços, sertanejos, e principalmente o Antônio Conselheiro, líder da região de Canudos. É nesse ponto que fica mais evidente o determinismo biológico e geográfico do autor. Ou seja, ele explica diversos comportamentos e modos de vida das pessoas em função de sua raça. Além disso, há também uma descrição dos costumes, da religião e dos rituais presentes entre a população. (3) “A Luta”: Narra a guerra de Canudos desde o início. O vilarejo formado em Canudos sob a liderança de Antônio Conselheiro incomodava o governo. O primeiro conflito explícito começou em 1896, quando o juiz de Juazeiro, uma cidade próxima, não encontrou madeiras encomendadas para construir uma igreja em Canudos. Com medo de uma possível invasão, soldados de Juazeiro foram atacar o vilarejo, e foram recebidos com uma emboscada.
No total, quatro expedições militares foram feitas contra a população de Canudos, se estendendo até 1897. Em todas as ocasiões, houve confronto e resistência pelos moradores. O conflito foi sangrento e acabou quando a região foi cercada por soldados, encurralando e dizimando a população. Consequentemente, o caso ficou conhecido como Guerra de Canudos.
É uma leitura lenta e o ideal é que seja lido com cuidado e paciência. Outro detalhe é que em dias que estamos vivenciando uma desgraça chamado “politicamente correto, a obra oferece uma série de perigos para corajosos mediadores. Em tempos de tensão no que diz respeito ao racismo, ler, interpretar e debater Os Sertões requer cuidado redobrado. Euclides da Cunha apresentou a sua ideia de raça superior, tal como a maioria dos intelectuais de sua época, no que conhecemos por “determinismo social”. Deve ser criticado? Sim, sem dúvida, mas deve ser analisado e entendido como obra que refletiu o pensamento de uma época, material de base para fazermos a transposição para o “pensamento” em voga na contemporaneidade.
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CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Jandira, SP: Principis, 2020. 368p.
Portanto, o livro é dividido em três partes: (1) “A Terra”: São considerações técnicas e cientificas a respeito do solo, do clima e do espaço geográfico do sertão baiano. Euclides da Cunha escreve sobre o clima de dia quente e noite gelada, a seca, bem como a fauna e a flora. Entretanto, estudos mostram que o autor frequentemente relacionou esse espaço com os modos que as pessoas lidavam com ele. (2) “O Homem”: Traz características antropológicas a respeito do sertanejo, com todos os seus conflitos sociais, políticos e psicológicos. Nessa parte, Euclides da Cunha narra as pessoas – jagunços, sertanejos, e principalmente o Antônio Conselheiro, líder da região de Canudos. É nesse ponto que fica mais evidente o determinismo biológico e geográfico do autor. Ou seja, ele explica diversos comportamentos e modos de vida das pessoas em função de sua raça. Além disso, há também uma descrição dos costumes, da religião e dos rituais presentes entre a população. (3) “A Luta”: Narra a guerra de Canudos desde o início. O vilarejo formado em Canudos sob a liderança de Antônio Conselheiro incomodava o governo. O primeiro conflito explícito começou em 1896, quando o juiz de Juazeiro, uma cidade próxima, não encontrou madeiras encomendadas para construir uma igreja em Canudos. Com medo de uma possível invasão, soldados de Juazeiro foram atacar o vilarejo, e foram recebidos com uma emboscada.
No total, quatro expedições militares foram feitas contra a população de Canudos, se estendendo até 1897. Em todas as ocasiões, houve confronto e resistência pelos moradores. O conflito foi sangrento e acabou quando a região foi cercada por soldados, encurralando e dizimando a população. Consequentemente, o caso ficou conhecido como Guerra de Canudos.
É uma leitura lenta e o ideal é que seja lido com cuidado e paciência. Outro detalhe é que em dias que estamos vivenciando uma desgraça chamado “politicamente correto, a obra oferece uma série de perigos para corajosos mediadores. Em tempos de tensão no que diz respeito ao racismo, ler, interpretar e debater Os Sertões requer cuidado redobrado. Euclides da Cunha apresentou a sua ideia de raça superior, tal como a maioria dos intelectuais de sua época, no que conhecemos por “determinismo social”. Deve ser criticado? Sim, sem dúvida, mas deve ser analisado e entendido como obra que refletiu o pensamento de uma época, material de base para fazermos a transposição para o “pensamento” em voga na contemporaneidade.
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CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Jandira, SP: Principis, 2020. 368p.
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