A partir dessa premissa a história se desenvolve. É uma narrativa rica, imaginativa e um cenário muito criativo. A história que N.D. Wilson criou é única, um mundo fascinante e muito interessante. Poderia ter um livro de cada um daqueles mundos por trás dos armários que não ficariam ruins. O autor não criou apenas um, mas diversos possíveis cenários. E isso é só uma pequena parte da história. Ao contrário do comum Henry não pula direto dentro de um dos armários e vive uma aventura na qual salva o mundo. A história é colocada de forma mais sensível e o ritmo mais introdutório.
Para quem não sabe, N. D. Wilson é filho do escritor Douglas Wilson que escreveu, dentre outras coisas, um dos textos mais formidáveis que já li sobre a importância da literatura na formação do caráter masculino: “Gigantes, dragões e livros”, capítulo 12 do inesquecível Futuros homens (Clire, 2012). E o segundo porque, como bom filho, atendeu à instrução do pai, virou um dos autores contemporâneos mais imaginativos e geniais que conheço e escreveu 100 armários (Rocco, 2011), uma ficção infanto-juvenil que aplica direitinho as lições contidas no livro do pai. Desde J. R. R. Tolkien e seu filho Christopher, cujo trabalho de edição das obras póstumas do pai incluía “adivinhar” o que este queria, desconheço dobradinha pai-filho mais bem-sucedida.
“100 armários” é o primeiro de uma nova trilogia de fantasia, criada pelo estilo único de N.D. Wilson. O segundo livro é “Fogo de dente-de-leão” e o terceiro é “The Chestnut King (O Rei Castanheira). O livro “100 armários” teve os direitos de adaptação para o cinema comprados pela produtora Beloved Pictures, e promete despertar a imaginação dos jovens leitores. A edição da Rocco está ótima. A fonte é bem agradável e a capa foi mantida do mesmo jeito. O mapa dos armários no início ficou ótimo.
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WILSON, N. D. 100 Armários. Rio de Janeiro, RJ: Rocco Jovens Leitores, 2011, 318p.
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