O autor deste livro, porém, além de resgatar o personagem em foco, faz-nos perceber algo que, geralmente, passa despercebido: Barnabé era pregador! E mais: ele foi um dos sete pregadores mais importantes do Novo Testamento! Isso mesmo! Barnabé foi um dos poucos mensageiros de Deus textualmente chamados de “cheios do Espírito Santo” (João Batista, Jesus Cristo, Pedro, Barnabé, Estêvão, Filipe e Paulo).
Barnabé era um homem cheio de fé, que demonstrava essa confiança inabalável por meio de obras. Ao examinar este livro, chamou-me a atenção o fato de ele ser o primeiro crente da Igreja Primitiva a vender uma propriedade e entregar o dinheiro aos apóstolos em benefício dos pobres. Que exemplo para nós, haja vista os muitos mercadores da fé, falsificadores da Palavra de Deus, que se aproveitam da credulidade dos incautos para subtrair seus recursos e bens.
Sem dúvida, o apóstolo Paulo é o principal personagem do Novo Testamento depois do Senhor Jesus, pois, além de suas 13 epístolas, metade do livro de Atos dos Apóstolos é dedicada a ele. Ao lado desse personagem neotestamentário, qualquer um, por mais eminente que seja, parecerá ter papel secundário. Por isso, o autor desta obra estimula-nos a ver Barnabé com uma lente diferente, desvencilhando-o, o quanto possível, de Paulo, responsável por eclipsá-lo.
Não é tarefa fácil distinguir o brilho de uma lâmpada quando ela está ao lado de outra. No entanto, quando as separamos, podemos notar que ambas iluminam. A lâmpada de Paulo tinha uma capacidade de iluminação mais ampla que a de Barnabé. Afinal de contas, o apóstolo dos gentios recebeu um chamado especial do Senhor Jesus, que era o de levar o nome de Cristo “diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15).
Por outro lado, essa lâmpada só brilhou com tamanha intensidade porque Barnabé, em três momentos pelo menos, agiu como um autêntico filho da luz. Primeiro, ele apresentou o então Saulo aos apóstolos quando ninguém acreditava nele. Depois, estando este esquecido em Tarso, na Cilícia, chamou-o para trabalhar em Antioquia da Síria. Por fim, durante a primeira viagem missionária, trabalhou e deixou seu amigo trabalhar, jamais se sentindo melindrado por causa do seu crescimento ministerial.
Nessa viagem, aliás, houve um momento decisivo na Panfília: quando João Marcos resolveu desertar. Barnabé — até então o líder da expedição — era parente do rapaz e podia ter dito a Paulo: “Vamos voltar, meu amigo. É muito trabalho para fazer sem um auxiliar mais jovem. Além disso, é muito perigoso para o rapaz voltar sozinho”. Mas o que ele fez? Humildemente, ele entendeu que o Espírito Santo estava alçando seu amigo à liderança naquele momento e, assim, manteve-se fiel a Deus até o fim.
Por ocasião do concílio em Jerusalém, após essa primeira expedição missionária, consta que “toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios” (At 15.12). Qual nome aparece primeiro? O de Barnabé, que, naquela ocasião, foi o principal orador dentre os representantes da igreja antioquena. Ninguém perde o protagonismo por ser humilde!
Como todas as obras da presente série, Barnabé: O Pregador de Fé e Obras tem sete capítulos. O primeiro gira em torno da generosidade altruísta de nosso pregador-modelo. No segundo, discorro sobre seu protagonismo, especialmente na Igreja de Antioquia da Síria, que se tornou o maior centro irradiador do evangelho no primeiro século.
No terceiro capítulo, trato das principais qualidades de Barnabé, especialmente aquela que o credenciou a fazer parte da seleta lista dos sete principais pregadores do Novo Testamento: cheio do Espírito Santo. No quarto, abordo sua chamada específica de cumprir a Grande Comissão bem longe dos círculos judaicos.
O quinto capítulo tem uma abordagem sobre seu apostolado. Ele era um apóstolo mesmo? Ou Lucas quis dizer que há dois níveis de apostolado, sendo que Barnabé pertence a uma categoria inferior à de Paulo? No sexto, esse assunto continua sendo enfocado, mas a ênfase recai sobre o importante episódio em Listra, onde Barnabé e Paulo foram chamados pelo povo da cidade de Zeus e Hermes.
No último capítulo, há várias controvérsias, a começar pela que envolveu Barnabé, Paulo e Pedro em Antioquia da Síria. Depois, a ocorrida por ocasião do concílio de Jerusalém. Finalmente, a grande desavença que desfez a dupla dinâmica (Barnabé e Paulo), mas resultou em duas expedições missionárias e permitiu a ascensão de dois jovens obreiros fundamentais para a propagação do evangelho: Timóteo e João Marcos.
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ZIBORDI, Ciro Sanches. Barnabé: o pregador de fé e obras. Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadoras das Assembleias de Deus, 2019. 159p
Não é tarefa fácil distinguir o brilho de uma lâmpada quando ela está ao lado de outra. No entanto, quando as separamos, podemos notar que ambas iluminam. A lâmpada de Paulo tinha uma capacidade de iluminação mais ampla que a de Barnabé. Afinal de contas, o apóstolo dos gentios recebeu um chamado especial do Senhor Jesus, que era o de levar o nome de Cristo “diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15).
Por outro lado, essa lâmpada só brilhou com tamanha intensidade porque Barnabé, em três momentos pelo menos, agiu como um autêntico filho da luz. Primeiro, ele apresentou o então Saulo aos apóstolos quando ninguém acreditava nele. Depois, estando este esquecido em Tarso, na Cilícia, chamou-o para trabalhar em Antioquia da Síria. Por fim, durante a primeira viagem missionária, trabalhou e deixou seu amigo trabalhar, jamais se sentindo melindrado por causa do seu crescimento ministerial.
Nessa viagem, aliás, houve um momento decisivo na Panfília: quando João Marcos resolveu desertar. Barnabé — até então o líder da expedição — era parente do rapaz e podia ter dito a Paulo: “Vamos voltar, meu amigo. É muito trabalho para fazer sem um auxiliar mais jovem. Além disso, é muito perigoso para o rapaz voltar sozinho”. Mas o que ele fez? Humildemente, ele entendeu que o Espírito Santo estava alçando seu amigo à liderança naquele momento e, assim, manteve-se fiel a Deus até o fim.
Por ocasião do concílio em Jerusalém, após essa primeira expedição missionária, consta que “toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios” (At 15.12). Qual nome aparece primeiro? O de Barnabé, que, naquela ocasião, foi o principal orador dentre os representantes da igreja antioquena. Ninguém perde o protagonismo por ser humilde!
Como todas as obras da presente série, Barnabé: O Pregador de Fé e Obras tem sete capítulos. O primeiro gira em torno da generosidade altruísta de nosso pregador-modelo. No segundo, discorro sobre seu protagonismo, especialmente na Igreja de Antioquia da Síria, que se tornou o maior centro irradiador do evangelho no primeiro século.
No terceiro capítulo, trato das principais qualidades de Barnabé, especialmente aquela que o credenciou a fazer parte da seleta lista dos sete principais pregadores do Novo Testamento: cheio do Espírito Santo. No quarto, abordo sua chamada específica de cumprir a Grande Comissão bem longe dos círculos judaicos.
O quinto capítulo tem uma abordagem sobre seu apostolado. Ele era um apóstolo mesmo? Ou Lucas quis dizer que há dois níveis de apostolado, sendo que Barnabé pertence a uma categoria inferior à de Paulo? No sexto, esse assunto continua sendo enfocado, mas a ênfase recai sobre o importante episódio em Listra, onde Barnabé e Paulo foram chamados pelo povo da cidade de Zeus e Hermes.
No último capítulo, há várias controvérsias, a começar pela que envolveu Barnabé, Paulo e Pedro em Antioquia da Síria. Depois, a ocorrida por ocasião do concílio de Jerusalém. Finalmente, a grande desavença que desfez a dupla dinâmica (Barnabé e Paulo), mas resultou em duas expedições missionárias e permitiu a ascensão de dois jovens obreiros fundamentais para a propagação do evangelho: Timóteo e João Marcos.
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ZIBORDI, Ciro Sanches. Barnabé: o pregador de fé e obras. Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadoras das Assembleias de Deus, 2019. 159p
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