quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A LEI DA PERFEITA LIBERDADE [Resenha 153/2020]


A primeira coisa a se dizer sobre os Dez mandamentos é que eles existem e que sua condição é o de comando divino. Eles não são ideias brilhantes de Moisés, mas exigências categóricas de Deus. A Escritura Afirma que as duas tábuas da lei foram escritas diretamente por Deus (Ex 31.8). Assim, Deus disse ao mundo que tipo de comportamento o agrada: ele deixou isso bem claro por meio das suas dez proibições quanto a qualquer tipo de vida. Embora proclamado como parte do pacto de Deus com Israel, o Decálogo mostra a vontade de Deus para todas as criaturas humanas e é, por essa razão, o ponto onde precisa ser iniciada a educação moral e espiritual de toda a humanidade. Isso foi verdade nos dias de Moisés e ainda é verdade em nossos dias.

A segunda coisa a se dizer sobre os mandamentos é que os temos perdido grandemente e que essa é a nossa estupidez. Ate bem recente, eles eram básicos para o treinamento religioso que os ocidentais davam aos jovens. Antes de dez anos de idade, as crianças memorizava-os. O preconceito contra a memorização como uma disciplina educacional contra o Antigo testamento, contra a lei na Igreja e contra a religião nas escolas levou à uma situação em que poucos nas igrejas, e ainda menos fora dela, podem repetir os Dez mandamentos, isso sem falar em explicá-los. Os Reformadores e Puritanos, que escreveram literalmente dúzias de catecismos para a educação cristã baseados nas três fórmulas clássicas, Os Mandamentos, o Credo e a oração do Senhor, iriam chorar sobre nós se soubessem o quanto temos nos afastado dos padrões que estabeleceram. Em uma era imoral e infiel como a nossa, a ignorância quanto aos mandamentos é uma fraqueza espiritual tão grande quanto se possa imaginar. Mas, ai de nós, essa ignorância é comum e, assim, em questões morais nos atrapalhamos.

A terceira coisa a ser dita sobre os Mandamentos é que eles são, de fato, a base para a moral cristã, como já foi indicado. Os princípios positivos implícitos na sua forma negativa, quando localizados no contexto da realidade cristã do reino de Cristo e na vida no Espírito, sustenta o código de família para os filhos redimidos de Deus, em todos os lugares. Apelos para a ética de Cristo e dos apóstolos que falham em encontrar suas raízes nos mandamentos (raízes deixadas muito claras no Novo Testamento, diga-se de passagem), caem em todos os tipos de concepções erradas. A unidade da ética bíblica, a começar pelo Decálogo, precisa ser redescoberta hoje.

O livro além do prefácio e agradecimentos possui doze capítulos. No final encontramos dois apêndices, um sobre o Catecismo de Heidelberg e Breve Catecismos de Westminster. Neste livro, temos a exploração de Michael Horton sobre o que os Mandamentos significam para o povo cristão hoje é um excelente ponto de partida para qualquer pessoa que deseja apropriar-se novamente da sua mensagem. Há muita sabedoria aqui. Apodere-se dela. É de sabedoria que precisamos.
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HORTON, Michael. A Lei da perfeita liberdade: a ética bíblica a partir dos Dez Mandamentos. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2000.

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