sábado, 1 de agosto de 2020

AS MINAS DO REI SALOMÃO [Resenha 126/20]


Sir Henry Rider Haggard (1856-1925) foi um escritor britânico, filho de William Meybohm Rider Haggard e Ella Doveton, que escreveu obras geralmente protagonizadas por exploradores ingleses que viajavam pela África. Como funcionário da coroa inglesa na África do Sul, Rider Haggard pôde conhecer vários países e uma enorme quantidade de costumes, crendices e lendas que influenciaram fundamentalmente seu gênio literário.

A história é narrada em primeira pessoa pelo protagonista Alão Quartelmar e se apresenta como um relato de suas memórias, mais parecido com um diário de viagem do século XIX. Quartelmar é um cidadão inglês, caçador de elefantes, erradicado na África do Sul, que recebe a proposta de encontrar o irmão desaparecido do Barão Curtis, que havia se perdido pelo interior da savana africana enquanto viajava para as lendárias minas do rei Salomão.

Um dos primeiro livros do gênero “mundo perdido”, essa incrível aventura de Henry R. Haggard leva o leitor ao interior do continente africano. Desesperado pelo sumiço de seu irmão, o Barão Curtis acompanhado de seu amigo John, marinho experiente, partem para a África para achá-lo. Buscam pelo lendário caçador de elefantes, Allan Quantermain, para iniciar essa aventura. Os três, acompanhados de Umbopa, um zulu que se interessou de imediato pela jornada, iniciaram suas buscas tendo como base um mapa feito por um velho fidalgo português que anteriormente havia, supostamente, achado as Minas de Diamantes de Salomão.

Um deserto escaldante foi o primeiro desafio; a transposição da serra de Sulimani o segundo. As altas temperaturas do deserto foram contrastadas pela baixas temperaturas do topo da serra. Após esses obstáculos, que tomam quase a metade da obra, eis que os desbravadores aportam no reino dos cacuanas. Qual não é a surpresa do leitor quando descobre que Umbopa na verdade é Ignosi, legítimo herdeiro dos Cacuanas, que foi expulso ainda criança pelo pai do agora Rei, Tuala. Tendo como conselheira a bruxa Gagula, uma mulher com mais de cem anos, Tuala dá início às festas das flores e das feiticeiras. O massacre de inocentes é impressionante e a carnificina surpreende o leitor. Após uma épica batalha, apoiados pelos tio de Ignosi, o grande guerreiro Infandós, eles conseguem matar Tuala e devolver à Ignosi o reino que é seu por direito.

Como recompensa Ignosi promete levar os seus três amigos às famosas minas das pedras que reluzem. Gagula os trai, causando uma reviravolta que leva o leitor a ficar preso junto com Quatermain e seus amigos no interior da mina. Momentos angustiantes!

Ao fim e ao cabo a história termina com um surpreendente final feliz. Eles conseguem voltar para a civilização, mas passando por um caminho de oásis através do deserto encontram com o irmão do Barão Curtis, que machucou a perna e nunca mais conseguiu sair de lá. Quatermain ainda consegue salvar alguns diamantes, tornando seu final ainda mais feliz.
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HAGGARD, Henry Ryder. As Minas do Rei Salomão. Jandira, SP: Principis, 2019. 176p.

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