Contudo, para dois autores e amigos extraordinários, J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, a Grande Guerra serviu para aprofundar ainda mais sua busca espiritual. Os dois serviram como soldados na Frente Ocidental, sobreviveram à guerra de trincheiras e usaram a experiência nesse conflito para moldar sua própria imaginação cristã. Tolkien escreveu O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Lewis, por sua vez, ganhou fama com As Crônicas de Nárnia. Pode-se dizer que esses contos épicos — que contêm os pesares e os triunfos da guerra — nunca teriam sido escritos se esses autores não tivessem sido convocados ao combate na vida real.
Nessa obra, observamos que os dois autores apresentam um desafio àqueles que veem a guerra como uma solução pronta para os nossos problemas, assim como para aqueles que condenam qualquer guerra como mal absoluto. “Nós sabemos, pela experiência dos últimos vinte anos”, escreveu Lewis em 1944, “que o pacifismo aterrorizado e raivoso é um dos caminhos que levam à guerra”. Tolkien condenou o “desperdício total e estúpido da guerra”, porém admitiu que “ela é necessária em um mundo maligno”. O recurso utilizado por eles foi nos trazer de volta à tradição heroica: uma forma de pensamento temperado pelas realidades do combate e fortalecido pela fé em um Deus de justiça e misericórdia.
Nesta época, um livro para ser lido com o coração.
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LOCONTE, Joseph. Um Hobbit, um Guarda-roupa e uma Grande Guerra: Como J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis Redescobriram a Fé, Amizade e Heroísmo no Cataclismo da Primeira Guerra Mundial. São Paulo, SP: Editora Trinitas. 2020.
Disponível nos formatos físicos e ebook na Editora Trinitas e Amazon
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