O autor afirma que está convicto de que veríamos uma renovação da presença e do poder de Deus por intermédio deste povo. Foi assim que aconteceu com a nação de Israel. Quando os israelitas se lembravam da bondade de Deus para com o povo, a nação acordava e experimentava a bênção de Deus. Quando se esqueciam, caiam no caos (ver, por exemplo, Dt 4.9; Jz 8.34; Is 65.11).
Esse e o objetivo deste livro — nos ajudar a lembrar. Queremos nos lembrar da grandeza do evangelho de tal maneira que ele assuma primazia acima de tudo o mais.
Em novo capítulos recheados de fundamentação bíblica, o autor nos ensina que:
A mudança do evangelho - O evangelho não será apresentado como mero rito de iniciação em nossa jornada de fé, mas, sim, como o foco da fé de toda a vida cristã. As pessoas não devem sair de nossos cultos de adoração ou estudos bíblicos sobrecarregadas com tudo aquilo que necessitam fazer para Deus, mas, sim, maravilhadas por aquilo que ele fez por elas e pelas promessas do que fará.
A missão do evangelho - Fazer discípulos é a missão central e definidora da igreja. A lista de coisas boas que cristãos e igrejas podem fazer é longa, mas as coisas boas podem nos fazer perder o foco da missão central que Cristo deu a sua igreja; fazer discípulos (Mt 28.18-20). Não deixaremos de fazer as outras coisas, apenas colocaremos todas as outras tarefas a serviço de nossa comissão principal.
A multiplicação do Evangelho - O foco de nosso ministério deve ser capacitar membros comuns para se tornarem a ponta da lança do evangelho em comunidades. Essa era a característica da igreja primitiva e é verdade sempre e em qualquer lugar que vemos a igreja se expandir com rapidez.
A esperança do evangelho - O evangelho produz otimismo eterno. Não do tipo fácil, fantasioso e impulsionado pela personalidade, mas, sim, a convicção enraizada de que os planos de Deus para o mundo são tão esperançosos quanto proclama o túmulo vazio. William Carey afirmou que o futuro é tão empolgante quanto as promessas de Deus. Quando o evangelho está acima de tudo, a esperança e a animação quanto ao futuro definem a igreja, por mais sombrios que os dias pareçam ao nosso redor.
A graça do evangelho - Aqueles que realmente creem no evangelho se tornam como o evangelho. Quando o evangelho está acima de tudo, a generosidade de nosso espírito se equipara à graça da mensagem. Nosso ensino deve apenas explicar em palavras a graça que as pessoas já veem exemplificada em nossa vida. Essa generosidade de espírito não só molda nossa maneira de nos relacionarmos com as pessoas de fora, mas também impacta como tratamos uns os outros.
O evangelho acima da minha cultura - Se o evangelho está acima de tudo, encontramos nele uma unidade maior do que as diversas coisas em nossa experiência pessoal que poderiam nos dividir. Sempre sentimos afinidade natural com as pessoas de nossa própria etnia e cultura, com aqueles cujo contexto é semelhante ao nosso e cujo estilo de vida é parecido com o nosso. Mas o evangelho deve ser maior em nosso coração do que essas coisas, de tal modo que nos sintamos mais próximos, mais profundamente ligados a cristãos cuja cultura difere da nossa do que a pessoas de nossa cultura que não compartilham de nossa paixão pelo evangelho. Isso deve dar poder à igreja para alcançar uma união entre etnias que nossa sociedade almeja alcançar, mas não consegue.
O evangelho acima das minhas preferências - Quando o evangelho está acima de tudo, sacrificamos voluntariamente nossas preferências em prol da Grande Comissão. Assim como Paulo, nossas preferências devem ser camadas de roupa que estamos dispostos a tirar para o bem da Grande Comissão sempre que necessário. A pergunta que levamos para a igreja não é: "Que tipo de igreja eu prefiro?", mas, sim: "Que tipo de ministério alcança melhor as pessoas desta comunidade?".
O evangelho acima da minha política - E quando você já estiver achando o livro polêmico demais, perguntaremos como o evangelho acima de tudo deve transformar nossa abordagem à política. Veremos que, quando o evangelho está acima de tudo, todas as outras agendas — especialmente as de caráter político — assumem um papel secundário. Isso não quer dizer que a política não é importante e que os cristãos não devem se engajar. Tampouco significa que os cristãos devem evitar assuntos controversos e "apenas pregar Jesus". Pelo contrário: com freqüência, o evangelho nos compele a nos posicionar. Mas quando o evangelho está acima de tudo, nós o fazemos de uma forma que mantém sua centralidade.
Conclui afirmando que, quando o evangelho está acima de tudo em nossas igrejas, nós também atrairemos discípulos de diferentes inclinações políticas, assim como fez Jesus. E, ao perceber que isso não está acontecendo, teremos bons motivos para questionar se o evangelho de fato é tão proeminente em nossa igreja quanto pensamos.
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GREEAR, J. D. O Evangelho acima de tudo: A verdadeira fonte para a renovação da Igreja. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2022. 272p.
Disponível nos formatos físico e e-book no AMAZON.
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