segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A GUERRA DOS MUNDOS [Resenha 081/2022]


Um dos grandes clássicos da ficção científica, “A Guerra dos Mundos” começou a ser publicado em capítulos em 1897, na revista inglesa Pearson’s Magazine. Escrita por HG Wells, conta a história da invasão da Terra por marcianos inteligentes, que chegam no nosso planeta estrategicamente preparado para destruir a raça humana. Um dos aspectos que tornaram esse livro simbólico foi o fato de HG Wells ter usado o gênero da ficção científica, com todos os elementos lúdicos que ele proporciona, para fazer uma crítica à sociedade vitoriana da época.

No livro, os marcianos desembarcam nos arredores de Londres em cilindros metálicos que são inicialmente confundidos com meteoros. Não leva muito tempo para as pessoas descobrirem que dentro destes cilindros há seres alienígenas extremamente hostis e coordenados. Descritos pelo autor como se tivessem a pele similar à couro molhado, os marcianos locomovem-se em máquinas com tripés metálicos, usam armas como raios carbonizadores e fumaças intoxicantes e letais, alimentam-se de fluídos humanos e dizimam tudo que encontram pela frente.

A descrição da aniquilação das pessoas e do domínio da Terra acaba sendo uma alusão ao próprio Império Britânico, que desde o final do século 16 dominava e colonizava povos no mundo. Foi assim na América do Norte, com o extermínio dos índios pelos colonos ingleses, na Austrália com os aborígenes, e continuou sendo assim no século 19, que ficou conhecido como o auge do Império Colonial Britânico quando eles fincaram sua bandeira na Índia e em vários países da África. Quando os marcianos conquistam Londres, eles não esboçam piedade alguma pelos seres humanos nem por suas instituições. As pessoas ficam aterrorizadas com a facilidade que eles têm em destruir tudo o que veem pela frente e em desmoralizar o poderio das forças militares, que se consideravam tão imponentes.

Uma citação do autor no primeiro capítulo deixa bem clara essa intenção de fazer paralelos com a história. Ele diz: “Antes de julgá-los com demasiada severidade, devemos nos lembrar das destruições totais e implacáveis que nossa própria espécie empreendeu, não apenas contra os animais, como os extintos bisões e dodôs, mas contra as raças humanas inferiores… Somos por acaso tamanhos apóstolos da misericórdia para podermos nos queixar de que os marcianos tenham feito a guerra no mesmo espírito?”

“A Guerra dos Mundos” já foi adaptada algumas vezes para o cinema e TV. Em 1953, teve uma primeira versão para o cinema, com Gene Barry e Ann Robinson e produção da Paramount Pictures. Foi lançada no Brasil no dia 25 de dezembro daquele ano e foi um grande sucesso. Mais recentemente, em 2005, teve a versão do Steven Spielberg estrelando o Tom Cruise no papel principal e com a Dakota Fanning. Um filme muito interessante e bem feito, e que a maioria dos fãs de ficção científica já deve ter assistido.
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WELLS, H. G. A Guerra dos Mundos. São Paulo, SP: Martin Claret, 2019.

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