segunda-feira, 6 de maio de 2019

ESTEVÃO - O PRIMEIRO APOLOGISTA DO EVANGELHO [Resenha}


ZIBORDI, Ciro Sanches. Estevão: O primeiro apologista do Evangelho. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2018.


Este livro é o segundo de uma série de sete livros, intitulado “Pregadores da Bíblia”, que tem como objetivo fazer uma análise da pregação contemporânea, dando destaque para os acertos do pregador bem-sucedido, isto é, aquele que tem compromisso com a palavra de Deus e com o Deus da Palavra. Nesse caso visando uma abordagem positiva, o autor selecionou sete pregadores neotestamentários aprovados por Deus, a fim de discorrer sobre as suas principais características. Os setes personagens são: João Batista, Jesus Cristo, Pedro, Estevão, Filipe, Barnabé e Paulo.

Em Estevão: O Primeiro Apologista do Evangelho, a ênfase recai sobre a defesa da fé cristã. E o personagem escolhido para protagonizar esta obra é um diácono que não somente foi o protomártir (primeiro mártir) do cristianismo, como também o primeiro grande apologista do evangelho, um pregador a quem o Senhor Deus usou para mudar a História da Igreja. À luz das informações disponíveis em Atos dos Apóstolos, o autor faz uma análise da pregação contemporânea, valendo-se de muitos outros dados relevantes, que foram selecionados a partir de uma pesquisa exaustiva.

Concordo com o autor quando o mesmo afirma que esta obra é inédita em língua portuguesa. Ate a sua conclusão, não havia nenhuma outra que tratasse especificamente da vida do pregador Estevão e sua pregação. Além do ineditismo alusivo ao personagem bíblico, a abordagem de Estevão como primeiro grande apologista do evangelho também torna esta obra única. [p.20]

O Livro além do prefácio e introdução possui 7 capítulos, onde o autor procura tratar de sete diferentes enfoques — histórico, prático, teológico, homilético, apologético, exegético e inspirativo — com o propósito de não tornar a leitura cansativa. O autor justifica tais enfoques, afirmando que, esses sete elementos aparecem ao longo de todo o livro; ao escrevê-lo, porém, cada capítulo foi naturalmente “escolhendo” o tipo de abordagem que prevaleceria.


CAPÍTULO 1 - ATOS DOS NÃO APÓSTOLOS

No primeiro capítulo, o autor trabalha o ponto de vista histórico, procurando apresentar ao leitor o contexto dos acontecimentos relativos a Estevão. Isso nos ajuda a compreender melhor a importância desse diácono-apologista para a História da Igreja. Pois para o autor em Atos dos Apóstolos, há muito mais feitos de não apóstolos! E estes começam a ser narrados logo nos primeiros versículos, em que algumas mulheres e os irmãos do Senhor oram com os 11 integrantes galileus do colégio apostólico (1.13,14). E acrescenta afirmando que o primeiro de todos os atos citados nesse livro é o do não apóstolo Lucas, aludindo ao Evangelho que leva seu nome (v. 1). Teófilo, seu destinatário, foi, possivelmente, um cristão de Roma a quem o mencionado autor dedicou seus dois tratados (cf. Lc 1.3). De acordo com Atos 2.1-4, mais de cem crentes são cheios do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Nos versículos seguintes, vemos que milhares de salvos vão sendo agregados à Igreja (v. 41; 4.4), tornando impossível a menção das obras de cada um deles. O título do capítulo é justificado quando o autor faz menção de dois desses não apóstolos, ambos excepcionalmente dotados: Estevão, que se destacava no debate teológico, e Filipe, ativo como evangelista. [p.32-33]

Esse primeiro mártir do cristianismo, cujo nome significa "coroa", não se limita a cuidar das viúvas. Antes, dominado pelo Espírito Santo, "cheio de graça e poder", bem como de fé e sabedoria, faz "prodígios e grandes sinais entre o povo" (At 6.3-8, ARA). Estevão foi tão usado por Deus para mudar os rumos da Igreja, que até sua morte ainda estava circunscrita a Jerusalém (8.1-4). Ele, com certeza, receberá a coroa da vida naquele grande Dia (Ap 2.10). Estevão, todavia, não se torna protagonista ao oferecer-se para pregar, desobedecendo aos apóstolos. Deus, de fato, chama-o para ser um apologista do evangelho. [37-38]


CAPÍTULO 2 - CANDIDATO APROVADO

No segundo capítulo, Candidato Aprovado, a ênfase recai sobre a parte prática, alusiva à vida do obreiro, com destaque para o bom testemunho. Neste capítulo observamos que os Doze estabeleceram três qualidades imprescindíveis para os candidatos ao diaconato da Igreja em Jerusalém, as quais deveriam ser percebidas pela multidão. Estevão foi escolhido democraticamente como o primeiro da lista nessa eleição, em razão de ser, pelo que tudo indica, o que melhor atendia às exigências dos apóstolos. É importante observar que não se trata três características simples; cada uma delas era apenas o resultado de várias outras virtudes de ordem espiritual e moral. Boa reputação, na verdade, é a síntese de fidelidade, vigilância, irrepreensibilidade, sobriedade, honestidade, desapego dos bens materiais, etc. Meditemos nisto: toda a multidão deu bom testemunho de Estevão, reconhecendo que ele tinha boa reputação! [p.45]

O autor nos chama a atenção para a correlação das três qualidades exigidas. Na verdade, o que aprendemos quando estudamos as três qualidades exigidas pelos apóstolos é que elas estão inter-relacionadas. É impossível alguém dominado pelo Espírito não ter uma boa reputação. Da mesma forma, a sabedoria do alto só é dada a quem é cheio do Espírito Santo. [p.46]

No caso de Estevão, como era cheio do Espírito, recebia, em seu coração, o bom testemunho do Paráclito (cf. Rm 8.16). E, também, o do povo de Deus e o da sociedade, uma vez que foi escolhido em razão de sua boa reputação e por ser cheio do Espírito e de sabedoria (At 6.1-5). Entretanto, momentos antes de sua morte, recebeu o maior de todos os testemunhos, embora silencioso: o olhar aprovador e autenticador do Filho do Homem, que estava em pé, à destra de Deus (7.55). [p.62]


CAPÍTULO 3 - PROCURAM-SE PREGADORES CHEIOS DO ESPÍRITO

O terceiro Procuram-se Pregadores Cheios do Espírito, na opinião do autor é um capítulo mais teológico, uma vez que aborda, a partir do exemplo de Estevão, as ministrações do Espírito Santo (paracletologia). O autor nos diz que no pensamento dos apóstolos, com a eleição dos servidores da mesa, o ministério da Palavra ficaria reservado exclusivamente a eles. Deus, no entanto, quis que o diácono Estevão proclamasse a

Palavra de modo mais destacado que eles, a ponto de dar testemunho com a sua própria vida! Na verdade, Estevão, que não deveria estar pregando de maneira alguma, fez o mais longo sermão de todo o livro de Atos! A Palavra de Deus afirma que "elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo" (At 6.5). Ele foi escolhido por ter bom testemunho de toda a multidão; porém, a manutenção dessa qualidade tão especial só foi possível mediante a graça de Deus e ajuda permanente do Consolador (Paráclito), que o capacitava e controlava a sua vida. [p.64]

Estevão é o pregador que mais vezes recebe o adjetivo "cheio do Espírito" no Novo Testamento. E ele manteve-se assim até o seu último dia na terra (At 6.3,5; 7.55). Além disso, Estevão não foi chamado apenas de cheio do Espírito Santo. De acordo com Atos 6.3-8, ele era um homem cheio de "sabedoria", "fé", "graça" e "poder". Essas quatro qualidades, contudo, decorriam de sua comunhão com o Paráclito e devem ser interpretadas como "manifestações particulares [...] que o Espírito concede". Quando estudamos sobre Estevão e seus companheiros (At 6-8), aprendemos que os diáconos da Igreja têm de ser mais que meros bons gerentes ou administradores de recursos. Precisam ser "capacitados pelo Espírito na ordem dos discípulos no dia de Pentecostes. Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres"; mas, sobretudo, devem ser cheios do Espírito Santo. [p.65]


CAPÍTULO 4 - ESSE PREGADOR TEM CONTEÚDO

O quarto capítulo, Esse Pregador Tem Conteúdo, é voltado à homilética, mais precisamente às qualificações do pregador bem-sucedido. Neste capítulo, o autor nos mostra que Estevão era um pregador que, de fato, tinha conteúdo! Além de ser cheio da Palavra de Deus — assunto do próximo capítulo — e do Espírito Santo, ele foi eleito para ser diácono porque era cheio de sabedoria (At 6.3). Ele também era um "homem cheio de fé [...], de graça e poder" (w. 5-8, ARA). Que conteúdo tinha Estevão! Ele não era um mero exibicionista, um animador de plateia ou artista. Quem olhava para ele não via um showman, uma celebridade vestida com roupa reluzente, e sim um pregador cujo rosto estava radiante como o de um anjo (At 6.15). Essa é a aparência do pregador cheio do Espírito Santo, de sabedoria, fé, graça, poder e da Palavra de Deus! [p.81]

Antes de começar a tratar sobre – ser cheio do Espírito Santo, de sabedoria, fé, graça, poder e da Palavra de Deus – o autor nos fornece um esboço, uma orientação à aqueles que desejam ser cheio de sabedoria do alto. Qualquer crente pode ter a sabedoria celestial para realizar a obra do Senhor. No entanto, para receber e manter essa dádiva do Senhor, são necessárias algumas condições.

Primeira. Ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18), pois somente o crente que cultiva o seu relacionamento com o Paráclito pode ser igualmente cheio de sabedoria, fé, graça e poder (cf. Jó 32.4-8; 1 Co 2.1-10).

Segunda. Buscar a Deus com grande contrição (SI 51.6; Jr 29.13), pedindo-lhe sabedoria. E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte (Tg 1.5,6; cf. 1 Rs 3.1-15).

Terceira. Temer ao Senhor e submeter-se a Ele, pois o "temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (SI 111,10) e, também, "o princípio da ciência" (Pv 1.7). Em outras palavras, a pessoa mais sábia é a "que conhece mais sobre o Deus — a pessoa que percebe que a resposta à criação, à vida e à eternidade é uma resposta teológica e não científica!"

Quarta. Amar a Palavra de Deus e meditar nela em todo o tempo (SI 1.1 -3; cf. 119.130). Não por acaso, o profeta Jeremias afirmou: "Os sábios foram envergonhados, foram espantados e presos; eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, teriam?" (8.9). [p.85-86]


CAPÍTULO 5 - DEFENSOR DO EVANGELHO

No quinto, Defensor do Evangelho, a ênfase recai principalmente sobre a apologética. Depois de traçar um histórico sobre o desenvolvimento da teologia apologética, o autor afirma que Estevão, sem dúvida, foi o primeiro grande apologista do evangelho. Quando Estevão - cheio do Espírito Santo, de sabedoria, fé, graça e poder, fazendo prodígios e grandes sinais entre o povo - começou a pregar o evangelho, enfrentou grande oposição: "levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estevão. E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava" (At 6.9,10). Ao mencionar a disputa entre Estevão e seus inimigos, dando ênfase para sua sabedoria, o autor de Atos dos Apóstolos, Lucas, quis dizer que esse pregador e apologista, ao ser confrontado, respondia com mansidão e temor a qualquer que lhe pedia a razão da sua esperança (cf. 1 Fe 3.15). Aqui, o verbo "responder" (gr. apologia) diz respeito a uma defesa verbal, um discurso em defesa de algo ou alguém. [p.105-106]

O autor escreve que os adversários de Estevão ficaram enfurecidos porque não esperavam que ele tivesse tanta sabedoria para responder-lhes de modo tão convincente. Eles, na verdade, não sabiam que isso ocorria principalmente em razão de esse diácono-apologista ser cheio de poder. Ele também era capacitado pelo Paráclito com dons espirituais (cf. 1 Co 12.1-11), à medida que pregava ou respondia às indagações dos que se lhe opunham (At 6.10). Não podendo vencer o debate aberto com Estevão, os judeus gregos da sinagoga dos Libertos — possivelmente, unidos aos de outras sinagogas ou congregações —, chegaram à conclusão de que deviam calá-lo a qualquer custo. Não há dúvida de que Estevão estava pronto para pregar e defender o evangelho ao ser escolhido como um dos diáconos, uma vez que ele é descrito como um homem de fé, dependente do Espírito Santo e sobremodo sábio. Estevão, de fato, era um servo de Cristo preparado para pregar e defender o evangelho com mansidão e temor, um homem que tinha boa consciência e boa reputação. [p.108-109]

O autor conclui esse capítulo afirmando que o primeiro mártir da Igreja fez uma linda apologia, baseando-se na história do povo de Israel e seu contínuo desprezo às ações salvíficas de Deus. Ele falou toda a verdade a respeito daqueles que rejeitaram o Justo e rebelaram-se contra os profetas que o precederam. Os oponentes de Estevão ficaram enfurecidos e arrastaram-no para fora da cidade para matá-lo por apedrejamento. Antes de morrer, ele viu a glória de Deus e intercedeu por seus algozes: "Senhor, não lhes imputes este pecado" (At 7.60). E recomenda aos leitores-diáconos que: “ sejamos firmes no ensino da sã doutrina, na defesa de que toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Tm 3.16). Verberemos, inclusive, contra as heresias "entre nós" (cf. At 20.29; 2 Pe 2.1), sempre preparados para responder a todos "com mansidão e temor", imitando a conduta de Estevão, a quem ninguém podia resistir.” [p.119]


CAPÍTULO 6 - PREGAÇÃO APOLOGÉTICA

No sexto. Pregação Apologética destaca-se mais o aspecto exegético. Além de trazer aspectos importantes da pregação apologética de Estevão, o autor, como ele mesmo diz: “procuro interpretar, parte por parte, quase que versículo por versículo, o discurso de Estevão”.

Como a disputa entre Estevão e seus oponentes concentrava-se "na sua interpretação da lei de Moisés e do propósito de Deus para a adoração no Templo", ele trata exatamente disso em sua apologia. Ele, porém, não se preocupa, prioritariamente, em defender-se de acusações. Ele apenas expõe as

Escrituras perante o Sinédrio. Aliás, seu sermão é o maior registrado em Atos dos Apóstolos (7.2-53). Ocupando cerca de cinco por cento desse livro, supera, em tamanho, o sermão de Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia (cf. 13.16-41).

Baseando-se em três pilares - a terra de Canaã (At 7.2-36), a Lei de Moisés (vv. 37-43) e o Templo (vv. 44-50) - Estevão faz uma exposição bíblica e histórica de Israel desde Abraão até Salomão. E, na conclusão de sua mensagem, cheio do Espírito Santo, apresenta uma grave denúncia contra os líderes de Israel. Ele acusa aqueles homens de rejeitar os mensageiros de Deus, no passado, e Jesus Cristo, o "Justo", no presente, chamando-os, inclusive, de "traidores e homicidas" (vv. 51,52). Estevão podia ter feito outro tipo de exposição; ele, no entanto, prefere a exposição histórica em razão de poder retratar como o povo de Israel, assim como seus ouvintes. [p.121-122]

É interessante como o autor descreve as características da pregação de Estevão: A pregação de Estevão teve cinco características. Ela foi teocêntrica, pois exaltou a Deus do começo ao fim; cristocêntrica, porque girou em torno do Justo; ungida, já que esse apologista estava cheio do Espírito, de fé, sabedoria, poder e graça; verdadeira uma vez que seu compromisso não era com a plateia, e sim com o Filho do Homem; e aprovada por Deus, haja vista Estevão, que não recebeu aplausos, viu o Senhor Jesus em pé à direita de seu Pai. [p.138]

O autor conclui este capítulo exortando: Aprendemos com Estevão a ter compromisso com a Palavra de Deus e a pregar ousadamente contra o erro. "Quando testemunhamos a respeito de Cristo, não precisamos estar na defensiva. Em vez disso, podemos, simplesmente, transmitir nossa fé". Ele não falou de si mesmo — ainda que pudesse ter feito isso em sua defesa — nem de outro assunto que não estivesse relacionado com Deus, o Senhor Jesus e sua obra redentora.


CAPÍTULO 7 - VENCIDO VENCE VENCEDOR

Neste último capítulo, Vencido Vence Vencedor, segundo o autor, trata-se de uma abordagem mais inspirativa, que visa a motivar aqueles que trabalham para Deus. Contudo, considero o melhor capítulo para mim. Como nos demais capítulos, extrairei recortes do textos que fazem parte de um contexto de sucesso.

O primeiro grande apologista do evangelho está concluindo uma maravilhosa pregação, em que ele, certamente lembrando do Salmo 29, começa falando do Deus da glória (At 7.2) e termina vendo a glória de Deus (v. 55). Isso nos ensina, de imediato, que devemos crer no que pregamos. Se falamos de um Deus de sinais, prodígios e maravilhas, então devemos esperar que os sinais, prodígios e maravilhas de Deus aconteçam (Mc 16.15-20). Estevão, então, conclui sua pregação sem incomodar-se com a reação hostil dos judeus, que "enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele" (At 7.54). Isso porque ele, ao olhar para cima já cheio do Espírito Santo, não vê o teto do Templo, mas, sim, "os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus" (v. 56). Essa é a verdadeira visão da glória de Deus! [p.142]

A pregação de de Estevão realmente mexeram com os seus inimigos. Até então sentados e calados, levantaram-se, gritaram e passaram a usar as palmas das mãos. Eles, no entanto, não louvaram a Deus e nem aplaudiram o pregador. Eles usaram as mãos para tapar os ouvidos e partiram para a violência, arrancando Estevão do Templo e expulsando-o da cidade para apedrejá-lo (At 7.57,58). [p.143]

Pela ordem das ações, fica claro que, antes de chegar ao lugar onde foi morto, Estevão já vinha sendo apedrejado, até que se pôs de joelhos ante o Filho do Homem e entregou-lhe o espírito. Embora os judeus conhecessem essa posição (1 Rs 8.54; Ed 9.5), costumavam orar em pé (Mt 6.5). A oração de joelhos é uma atitude cristã distintiva (Lc 22.41; At 9.40; 20.36; 21.5; Ef 3.14; Fp 2.10), adotada pelos cristãos "por causa da prática do próprio Senhor Jesus". Mesmo depois de a verdadeira testemunha de Cristo, Estevão, ter tombado ante falsas testemunhas e perdido a consciência, a chuva de pedras não cessou. Cada inimigo que, cheio de ódio, atirava uma pedra no primeiro apologista do evangelho pensava consigo que estava aniquilando a seita do Caminho, a qual tanto ameaçava o judaísmo. Estevão, então, bastante ferido, reúne forças para perdoar seus inimigos e "adormece" (At 7.60) [p.148]


CONCLUSÃO

Embora faça parte ainda o sétimo capítulo, os recortes abaixo dá ao leitor a certeza que este livro é muito mais do que o escrito de uma biografia de personagem bíblico. Trata-se de um Manual de teologia sobre como deve-se viver a vida de servo na perspectiva do Reino de Deus, expondo a Palavra de Deus com fidelidade e sabedoria, tendo como testemunho a vida do primeiro mártir da igreja, o diácono e apologista Estevão.

O autor escreve: Estevão Mártir foi o primeiro dos sete membros escolhidos para cuidar dos necessitados da igreja de Jerusalém, para que os apóstolos supostamente ficassem livres para proclamar a Palavra de Deus. Não obstante, o testemunho público desse diácono e sua morte por amor a Cristo foram tremendamente impactantes, evidenciando que a evangelização do mundo nunca se realizará sem o auxílio de todos os membros da Igreja. Com o martírio de Estevão, o primeiro capítulo da História da Igreja finalmente foi concluído, e a página foi virada. O autor cita Tenney, p.233 para afirmar que "A dispersão dos cristãos de Jerusalém pela perseguição que se seguiu à morte de Estevão inaugurou uma segunda fase no desenvolvimento da Igreja Primitiva". Até então, mesmo depois do Pentecostes, os salvos permaneciam apenas em Jerusalém, ignorando o que o Senhor ordenara: "recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.8, ARA). [p.153-154]


RECOMENDO
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Este livro faz parte da coleção "PREGADORES DA BÍBLIA". Para ler a resenha é só clicar nos títulos dos livros:
João Batista - O pregador politicamente incorreto
Pedro - O primeiro pregador pentecostal 

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