quinta-feira, 15 de novembro de 2018

ORANDO COM OS SALMOS [Resenha]


BONHOEFFER, Dietrich. Orando com os Salmos. Curitiba, PR: Editora Esperança, 2017.

AUTOR E O LIVRO

Dietrich Bonhoeffer, é uma das figuras de maior influência na teologia atual. Seu pensamento vem se tornando fator de grande inspiração para teólogos que são filiados a bem diferentes tendências. Sua pergunta é "Qual será o lugar de Deus, da oração, de Cristo, da Igreja e do culto na total ausência de religião no mundo atual? Dietrich Bonhoeffer é conhecido por seu engajamento político. Poucos, no entanto, sabem que ele foi um homem de oração. Isso, porém, não passou despercebido ao médico do campo de concentração, que descreveu o que presenciou no dia em que o prisioneiro foi executado, 9 de abril de 1945: “Naquela madrugada, por uma porta entreaberta, vi o pastor Bonhoeffer ajoelhado diante de seu Deus. A maneira submissa e confiante da oração daquele homem extraordinariamente simpático abalou-me profundamente. Antes da execução, ele ainda fez uma breve oração. Depois subiu para a forca com coragem e serenidade. A morte ocorreu em poucos segundos. Nos quase 50 anos de exercício da medicina jamais vi um homem em tal submissão a Deus”. [p.12-13].

O livro, além dos dois prefácios, está dividido em 7 capítulos. Sendo os seis primeiros, identificados pelos salmos – 1, 8, 22, 51, 73 e 103 -, o 7º capítulo uma breve biografia de Dietrich Bonhoeffer. Mas, isso não significa que outros Salmos não sejam exposto aqui. Por exemplo, o capítulo 2, tem como fundamento o Salmo 8, mas, é apresentado exposições sobre os Salmos 19,29 e 104. E assim, com todos os demais capítulos. No final do capítulo 1, há o seguinte comentário de Bonhoeffer: “Queremos dividir os assuntos abordados na oração dos Salmos da seguinte maneira: a criação; a lei; a história da salvação; o Messias; a igreja; a vida; o sofrimento; a culpa; os inimigos e o fim”. [p.33]

Portanto, as divisões dos capítulos – com exceção do capítulo 1 – fica assim:
Capitulo 2 – Salmo 8: A criação; a Lei; A história da salvação.
Capítulo 3 – Salmo 22: O Messias; a Igreja; a Vida; o Sofrimento.
Capitulo 4 – Salmo 51: A Culpa.
Capítulo 5 – Salmo 73: Os inimigos; O Fim; Oração pelo Espírito de Vida.
Capítulo 6 – Salmo 103: A benção da oração matinal.
Capítulo 7 – A vida e obra de Dietrich Bonhoeffer

Nesta resenha iremos trabalhar todos os capítulos, enfocando os pontos principais e de importante aprendizado para aqueles que com certeza irão ler e se beneficiar com esta magnifica obra.


CAPÍTULO 1: SALMO 1

Para Bonhoeffer, nas Sagradas Escrituras encontramos o que Deus falou em Jesus Cristo. Se quisermos orar com certeza e alegria, então a Palavra das Escrituras deverá ser o fundamento sólido da nossa oração. Aqui, isto é, na Escritura, sabemos que Jesus Cristo, o Verbo de Deus, nos ensina a orar. As palavras que procedem de Deus serão os degraus que nos fazem chegar até ele. E com o propósito de mostrar a fundamentação da oração eficaz, ele diz que “nas Sagradas Escrituras existe um livro que se distingue de todos os outros da Bíblia pelo fato de conter apenas orações – o livro dos Salmos. Portanto, se a Bíblia contém um livro de orações, isso nos ensina que a Palavra de Deus não engloba apenas a palavra que Deus dirige a nós, mas, inclui também a que ele quer ouvir de nós, por ser Palavra do seu amado Filho. E conclui com duas belas lições: Primeiro, os salmos nos foram dados para que aprendamos a orar em nome de Jesus Cristo. Segundo, nossa oração deve ser determinada pela riqueza da Palavra de Deus, jamais pela pobreza do nosso coração. [p.19-33]


CAPITULO 2 – SALMO 8

Este capítulo tem três divisões:

A criação - O Salmo 8 engrandece o nome de Deus e seu agir gracioso em prol do ser humano, que é descrito como coroa da criação. O Salmo 19 não consegue falar do majestoso curso das estrelas sem lembrar, de modo abrupto e inesperado, da majestade muito maior da revelação da lei, e se sem nos chamar ao arrependimento. O Salmo 29 nos leva admirar o tremendo poder de Deus na tempestade. O Salmo 104 enfoca a imensidão das obras divinas e, ao mesmo tempo, diz que estas são nada diante daquele cuja honra subsistirá para sempre e que, por fim, aniquilará os pecadores. A criação e todas as suas obras existem por causa de Jesus Cristo. Assim agradecemos a Deus pela majestade da criação com, em e por intermédio de Jesus Cristo, a quem pertencemos. 

A Lei - Os três Salmos (1, 19 e 119) que dedicam sua gratidão, seu louvor e seus pedidos especialmente à lei de Deus, nos lembrar da bênção que a lei representa. O salmista entende por “lei” toda a obra da salvação divina, bem como a orientação para uma vida nova em obediência. A alegria na lei e nos mandamentos de Deus toma conta de nós, depois de Deus ter transformado nossa vida por meio de Jesus Cristo. Desse modo, testemunhamos o nosso amor à lei, certificando-nos de que a cumprimos com alegria e pedindo que nela sejamos mantidos irrepreensíveis. Não fazemos isso por nossa própria força, mas pedimos em nome de Jesus Cristo, que é por nós e está em nós.

A história da salvação – Os Salmos 78, 105 e 106 narram a história do povo de Deus na terra. Descrevem a eleição graciosa, bem como a fidelidade de Deus e a infidelidade e ingratidão do povo. O Salmo 78 não contém nenhuma invocação. Como devemos orar estes Salmos? Em vista da salvação experimentada no passado, o Salmo 106 nos convoca à gratidão e à adoração, ao compromisso e à invocação, à confissão de culpa e ao grito de Socorro. Baseados nas benignidades do passado, lembramos Deus de suas promessas, clamando pelo cumprimento destas. Oramos, portanto, reconhecendo que toda história de Deus com seu povo cumpriu-se em Jesus Cristo, por meio de quem recebemos ajuda no passado e no presente. Por causa de Jesus Cristo rendemos gratidão, oração e confissão a Deus. [p.35-42]


CAPÍTULO 3 – SALMO 22

Este capítulo tem quatro divisões:

O Messias – A história da salvação cumpre-se na vinda do Messias. Segundo a interpretação do próprio Jesus o0 Saltério profetizou esse Messias (Lc 24.44). Os Salmos 22 e 69 são conhecidos como os salmos da paixão de Cristo. Na cruz, Jesus orou o início do Salmo 22, tornando-o assim sua própria prece. Hebreus 2.12 coloca o versículo 22 na boca de Cristo. Os versos 8 e 18 são profecias diretas quanto à crucificação de Jesus. No Salmo 69, o verso 5, Cristo fala da culpa de toda a humanidade, que tomou sobre si. Ele a suportou e agora sofre a ira do Pai. O verdadeiro homem Jesus Cristo ora neste salmo e nos inclui em sua oração. Os Salmos 2 e 10 confessam a vitória de Cristo sobre seus inimigos, a constituição do seu Reino e adoração do povo de Deus. Nos Salmos 20, 21 e 72, nós oramos pela vitória de Jesus Cristo no mundo; agradecemos pela vitória conquistada e oramos pelo estabelecimento do reino de justiça e da paz sob o Rei Jesus Cristo. Nesse sentido também entendemos os Salmos 61 e 63. Também o controvertido Salmo 45 fala do amor pelo rei messiânico, de sua beleza e riqueza e do seu poder. Ao casar-se com este Rei, a noiva deverá esquecer seu povo e a casa de seu pai (v.10) para reverencia-lo. Esse é o cântico e a oração acerca do amor entre Jesus, o Rei, e sua comunidade, que lhe pertence.

A Igreja – Os 15, 27, 42, 46, 48, 50, 63, 81, 84 e 87, entre outros, tematizam Jerusalém, a cidade de Deus, as grandes festas do povo de Deus, o templo e os belos cultos. Neles agradecemos pela presença de Deus redentor em sua comunidade. Desse modo os Salmos nos ensinam a ser gratos a Deus por causa de Cristo e a lhe render louvores com o coração, a boca e as mãos, em meio à sua comunidade.

A Vida – Ao orar os Salmos, muitos cristãos sinceros são surpreendidos pelos frequentes pedidos por vida e felicidade. A oração pelo pão de cada dia abrange toda a área das necessidades da vida terrena. Assim, a oração por vida, saúde e sinais visíveis da benignidade de Deus, pertence necessariamente àquela dirigida a Deus, o Criador e mantenedor desta vida. Com este propósito, Ele nos dá orações terrenas, para que possamos conhece-lo, louvá-lo e amá-lo ainda mais. Deus deseja que aqueles que o temem passem bem (Sl 37). O Salmo 103 nos ensina a compreender toda a plenitude das dádivas divinas em sua unidade, desde a manutenção da vida até o perdão dos pecados, agradecendo e louvando a Deus por elas (cf Salmo 65). Somente por Jesus Cristo e por sua incumbência podemos pedir bens materiais, e, também por sua causa, nós o fazemos com confiança. Quando, porém, recebermos o que necessitamos, não deixemos de gradecer a Deus de coração por ele ser tão prestativo por amor de Jesus Cristo.

O Sofrimento – O Saltério nos ensina amplamente a nos achegarmos de maneira adequada a Deus em vista dos múltiplos sofrimentos que o mundo nos traz. Os Salmos mencionam doença grave, abandono total por Deus e homens, ameaças, perseguição, prisão e qualquer outra angústia que se possa pensar sobre a terra (Sl 13, 31, 35, 41, 44, 54, 55, 56, 61, 74, 79, 86, 88, 102, 105 e outros). Os Salmos de lamentação clamam por comunhão plena com Deus, que é justiça e amor. Entretanto, Jesus Cristo não é apenas o objetivo da nossa oração. Ele também se faz presente em nossa própria oração. Ele carregou toda a dor, levando-a até Deus, e por nossa causa orou em nome de Deus: “Porém não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” (Mc 14.36). Por nossa causa ele clamou na cruz: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mc 15.34). Agora sabemos que não existe sobre a face da terra sofrimento algum no qual Cristo, o único auxiliador, não esteja sofrendo e orando conosco. [p.43-59]


CAPITULO 4 – SALMO 51

A Culpa – Bonhoeffer destaca os assim chamados sete Salmos de Penitência (6, 32, 38, 51, 102, 130, 143), bem como outros (p. ex., 14,15, 25, 31, 39 40, 41). Ele diz que estes Salmos nos ensinam a reconhecer profundamente o nosso pecado diante de Deus. Ajudam-nos a confessar nossos pecados e dirigem toda a nossa confiança ao perdão gracioso de Deus. Com razão, Lutero chamou esses Salmos de “Salmos paulinos”. Eles geralmente nascem de uma situação específica, tanto um fardo de culpa (Sl 32,51) quanto um sofrimento inesperado (Sl 38, 102) levam ao arrependimento. Toda a confiança é depositada sempre no perdão soberano que Deus nos oferece e promete em sua palavra, em Jesus Cristo, para toda a eternidade. Bonhoeffer faz uma pergunta intrigante e responde de forma magnifica: Como entender que Jesus também ora estes Salmos conosco? Como aquele que não tem pecado algum pode pedir perdão dos pecados? A resposta é – da mesma maneira com que ele tomou sobre si o pecado de todo o mundo, fazendo-se pecado por nós (2 Co 5.21). Jesus pede perdão, não pelos seus pecados, mas pelos nosso, ele tomou sobre si e pelos quais ele sofre. Coloca-se ao nosso lado. Diante de Deus, quer ser uma pessoa igual a nós. Assim, ele ora a mais humana de todas as orações e nisso revela-se como verdadeiro Filho de Deus. [p.61-68]


CAPÍTULO 5 – SALMO 73

Este capítulo tem três divisões:

Os inimigos - A forma como Bonhoeffer fala inicialmente acerca dos Salmos Imprecatórios parece lago meio blasfemo, contudo a forma como ele concluí é a interpretação exata de como devemos encarar estes Salmos. Ele escreve: Hoje nenhuma parte do Saltério nos causam mais dificuldades do que os Salmos de vingança (imprecatórios). Seus pensamentos perpassam todo o Saltério com uma frequência assustadora (p. ex., 5, 7, 9, 10, 13, 16, 21, 23, 28, 31, 35, 36, 40, 41, 44, 52, 54, 55, 58, 59, 68, 69, 70, 71, 137). Aqui qualquer tentativa de orá-los parece previamente condenada ao fracasso. Eles parecem estar em um patamar inferior ao Novo Testamento. Na cruz Cristo orou por seus inimigos e ensinou-nos a orar de modo semelhante. Como poderíamos invocar, com os Salmos, a vingança de Deus? Então a pergunta é: É possível compreender os Salmos de vingança como palavra de Deus para nós e como oração de Jesus Cristo? Como cristãos, podemos orar estes Salmos? Agora vejamos a graciosa explicação de Bonhoeffer: Os inimigos mencionados nesses Salmos são inimigos de Deus, que nos atacam por causa da obra dele. Jamais se trata de alguma pessoa. Em parte alguma o salmista exerce vingança com as próprias mãos, mas a confia unicamente a Deus (cf Rm 12.19). Assim, ele precisa abrir mão de todos os pensamentos de vingança pessoal. Precisa estar livre de toda sede de vingança, pois, do contrário, não estaria confiando a vingança com sinceridade a Deus. Somente quem é inocente pode confiar a vingança a Deus. 

O Fim - O fim o qual Bonhoeffer aqui se refere trata-se de escatologia. Ele escreve: A esperança dos cristãos está orientada para a volta de Jesus e para ressurreição dos mortos. No Saltério essa esperança não é mencionada expressamente. A partir da ressurreição de Jesus o final do mundo desdobra-se para a igreja em uma longa sequência de eventos salvíficos. Na perspectiva do Antigo Testamento eles ainda são uma unidade indivisível. No entanto, a vida em comunhão com o Deus da revelação, a vitória derradeira de Deus no mundo e o estabelecimento de seu reinado messiânico são objeto da oração dos Salmos. E conclui: Os Salmos que falam da vitória final de Deus e do seu Messias (2, 97, 98, 110, 148, 149, 150) levam-nos, em louvor, gratidão e oração, ao fim de todas as coisas, quando todo o mundo renderá glórias a Deus; Quando a comunidade redimida reinará eternamente com Deus; quando os poderes do maligno sucumbirão e todo o poder pertencerá unicamente a Deus.

Oração pelo Espírito de Vida – Aqui Bonhoeffer cita uma oração de Lutero: O nosso amado Senhor, que nos ensinou a orar o Saltério e o pai Nosso e nos presenteou com eles, conceda-nos, também, o Espírito da oração e da graça para que oremos sem cessar, com disposição e seriedade de fé. Nós precisamos disso. Ele o ordenou, portanto, o requer de nós. A ele sejam dados louvor, honra e gratidão. Amém. (Lutero) [p.69-79]


CAPÍTULO 6 – SALMO 103

A benção da oração matinal – Se nos dispusermos cada manhã a buscar a presença do Senhor, certamente conheceremos a pura alegria de ouvir Sua misericórdia e nossa alma será refrescada, alimentada, animada e fortalecida para enfrentar cada necessidade ou prova do dia. Além disso, nossas orações da manhã sempre deveriam ter como meta pedir a direção de Deus para o dia que começa. Todo crente deve ser consciente de que sua própria sabedoria está distante de ser suficiente para guiá-lo, mesmo nas menores coisas. Alguns pensam que Deus não se interessa por nossas coisas de menor importância, mas isso é um erro. Ele se interessa por todos os detalhes da vida de um crente, e deveríamos entregar-nos totalmente a Ele a fim de pedir Sua direção em todas as áreas. Depois de termos feito isso – com honestidade, naturalmente –, não precisaremos nos preocupar com cada detalhe, pois teremos a segurança de que Deus responderá guiando-nos como Ele deseja. Depois de lido o salmo 103, veja como Bonhoeffer descreve a importância e benção da oração matinal: A ordem e a disciplina do nosso dia são conquistadas na oração da manhã, momento em que são buscadas, e vão sendo encontradas e vivenciadas no trabalho. A oração da manhã decide sobre resto do dia. A vergonha quanto ao tempo desperdiçado, a fraqueza e o desânimo no trabalho, bem como a confusão e a indisciplina em nossos pensamentos e nos relacionamentos com outras pessoas frequentemente têm sua origem no desleixo da oração matinal. [p.81-86] 


CAPÍTULO 7 – A VIDA E OBRA DE DIETRICH BONHOEFFER

O último capítulo deste livro é escrito por Eberhard Betge que escreveu o prefácio também. Neste capítulo ele descreve sobre: a família, os anos de Universidade, a organização da Igreja Confessante, sua ligação com os conspiradores, seus dias de prisão e o seu último dia. Contudo o que você lerá abaixo é uma junção do texto do livro e outras informações importantes que coletei em outras obras. 

Dietrich Bonhoeffer, é uma das figuras de maior influência na teologia atual.
Seu pensamento vem se tornando fator de grande inspiração para teólogos que são filiados a bem diferentes tendências.

A influência de Dietrich Bonhoeffer, baseia-se na maneira como ele viveu. Filho de um psiquiatra alemão, nasceu em 1906. Foi um dos primeiros alemães que se aperceberam dos problemas do nazismo, criticando o regime de Hitler. Por isso trabalhou escondido em boa parte da produção de suas obras, sendo inclusive responsável por um seminário fora da lei. Ausentou-se da Alemanha, inclusive pastoreando uma Igreja na Inglaterra. Barth e Tilich tiveram de exilar-se, Bultmann agiu com suficiente reserva para manter-se pastoreando durante o regime nazista.

Dietrich Bonhoeffer, preferiu voltar à Alemanha, associando-se inclusive ao grupo que desejou matar Hitler. Foi preso, passando dois anos na cadeia. Pouco antes da chegada das tropas americanas que conseguiram libertar a área do país na qual esteve preso, foi enforcado em 1945.

Morreu como tinha vivido, testemunhando a sua fé. Dietrich Bonhoeffer, não podia reprimir-se e dizia coisas indevidas sobre a perda do caráter privado da vida em nosso mundo moderno. Ele se opunha a quem alguém intentasse trazer a público o que ia nos recessos de outrem.

Dietrich Bonhoeffer, era um pensador dinâmico e original que estava continuamente a admitir desenvolvimento em suas idéias. A última obra de envergadura, foi "Ética". Uma das suas frases principais foi: Graça barata. Segundo ele, isto significava a promessa aos homens que crendo-se em certas doutrinas, os pecados serão perdoados sem que se tenha de fazer para isso nenhum esforço. Isto gera grande conforto que não se disponham a viver diferentemente dos não cristãos. Prega a possibilidade de obter-se perdão sem nenhum arrependimento. Dietrich Bonhoeffer, insistia em dizer que a graça de Deus não é algo barato. A graça divina renova e transforma a vida do ser humano. Procurou fazer estudos mais minuciosos da Igreja, considerada como entidade que presta cultos à divindade, chamando atenção dos leitores para o fato de ser ela a comunidade da qual se pode derivar o poder necessário para que se viva como cristão fiel.

Sua pergunta é "Qual será o lugar de Deus, da oração, de Cristo, da Igreja e do culto na total ausência de religião no mundo atual? "Dietrich Bonhoeffer, defendia que a religião estabelece uma divisão do mundo em duas esferas, a sagrada e a secular, a santa e a profana. Empenhou-se em lutar contra o estabelecimento dessa divisão do mundo em esferas, sagrada e secular. A responsabilidade própria do cristão não consiste no procurar manter uma vida de piedade, mas sim, no empenho por demonstra-se fiel testemunha de Cristo no mundo através da maneira de vier e das atividades que desempenhe.

Dizia que o Deus bíblico não é para ser encontrado naquilo que estejamos por conhecer, mas, sim, em tudo quanto já conhecemos. Dietrich Bonhoeffer, demonstrou sua situação de desconforto em presença de piedosos. O fato é que Deus, neste mundo e, enquanto aqui nos encontramos, é com este e não outro mundo que temos de nos preocupar.

Planejou fazer uma exposição da fé cristão em termos do mundo atual e de um ponto de vista alheio ao conceito da religiosidade universal. Repudia, propriamente, o pensamento característico dos dois teólogos. Dietrich Bonhoeffer, faz críticas a Bultmann, por ter relegado os milagres, mas ao mesmo tempo, faz críticas também a Barth, por ter ele insistindo em que se admita tudo quanto se diz a respeito dos milagres narrados nos Evangelhos.

Acusa Bultmann de Ter incidido no erro da teologia liberal. Ambos concordam em dizer que o lugar do cristão é no mundo onde deve procurar viver como leal discípulo de Cristo. Deus há de ser encontrado por nós naquilo que conhecemos e não no que não conhecemos. Finalmente, diz Dietrich Bonhoeffer, "Porque eu descobri finalmente, e continuo ainda descobrindo, que é tão somente através do viver completo neste mundo que se aprende a crer".

RECOMENDO
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