sexta-feira, 21 de junho de 2019

MILAGRES ACONTECEM [Resenha]


BLOS, Ane. Milagres Acontecem. A.D. Santos Editora: Curitiba, PR. 2018, 320p.


O LIVRO E SUA AUTORA

"Aos 35 anos meu corpo estava tomado pelo melanoma metastático, câncer incurável para a medicina. Todos os médicos oncologistas disseram que não adiantaria fazer cirurgia ou tratamento com como quimioterapia ou radioterapia. Todos disseram que eu morreria dentro de poucos dias. Em meu corpo, praticamente não havia mais vida. Meu coração não tinha sonhos nem esperança. E, diante do meu médico oncologista, ao receber a notícia de que poderiam sedar-me para que eu tivesse uma morte mais confortável, completamente sozinha, decidi morrer em casa." [p.16]

É assim que a introdução deste livro descreve o estado terminal de sua autora, Ane Blos, uma gaúcha que andou “pela vale da sombra da morte” e que de forma magnífica nos conta a sua história de uma forma didática que instrui e edifica o mais “insensato” dos seres humanos. Professora, mestre em Letra, bacharel em Teologia com três pró-graduações. Tudo isso para a glória de Deus.

Além da introdução e um anexo, o livro está dividido em oito capítulos que contam em detalhes toda a trajetória de dor e peregrinação, culminando com um “milagre”. Capítulos permeados por citações bíblicas que sustentam todo o argumento da autora em seu processo de “cura, libertação, transformação emocional e física”. Extrairei de cada capitulo um texto e farei comentários com o propósito de fomentar no leitor o desejo de ler este testemunho do poder de Deus.


CAPITULO 1 – NÃO HÁ MAIS O QUE FAZER, IREI MORRER – São 15h do dia 30 de julho de 2008, não consigo mais respirar sozinha, a tosse aumentou muito nas últimas duas semanas, agora sem mesmo o oxigênio parece ajudar. Além de tossir muito, praticamente não consigo mais engolir a comida, a água e a saliva, isto é angustiante! Estou medicada, mas meu peito continua doendo muito. A última tomografia mostrou que há um tumor que fica na região do coração e pulmões, ele está do tamanho de uma bola de handebol. Além disso, o baço está comprometido e, possivelmente, outros órgãos também estejam. O tumor no peito na área do mediastino e pulmões, descoberto há pouco dias, dobra de tamanho a cada nova tomografia. Esta bola enorme está sufocando e trancando minha respiração. Os médicos disseram que, provavelmente, são metástase do melanoma advindas de uma mancha, um câncer, retirado nas costas há quatro anos. [p.19]

O trecho acima representa nada diante do quadro dantesco que a autora viveu e que é descrito neste capítulo. Além do trecho acima, há textos sobre: dias de pobreza na infância, abuso sexual, gravidez não planejada, casamento, maternidade, traição conjugal por parte do esposo, divórcio. Há também textos sobre: providência de Deus com novos empregos e um novo marido.

Este capítulo tem um lado devocional. A autora escreve: O melanoma é considerado a forma mais grave do câncer de pela, por ser pior prognóstico, ou seja, devido a sua alta potencialidade de produzir metástases, disseminando as células tumorais para outros órgãos do corpo com rapidez. O estágio avançado da doença ocorre quando o câncer se espalha além da superfície da pele para outros órgãos, como os nódulos linfáticos, pulmões, cérebro e outras partes do corpo. A fase metastática, em que o tumor se espalha pelo organismo, é fatal. Eu sabia que estava neste estágio avançado. Embora o Marcelo soubesse da gravidade desse tipo de câncer incurável e fatal, disse que eu não morreria e garantiu que não se importava que eu estivesse doente. Falou que poderia ser curada como o Rei Ezequias e contou-me a história - Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. Então virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo: Ah, Senhor! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor dizendo: Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.
E acrescentarei aos teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo. (2 Reis 20.1-6) [p.65-66]

É importante que se diga que o salmo 116 foi composto, muito provavelmente, pelo rei Ezequias. Esse rei governou em Jerusalém 29 anos, fez o que era reto aos olhos do Senhor, entretanto, com 39 anos de idade ele foi atacado pelo maior império da época, o império Assírio, que já havia destruído a cidade de Samaria e levado o reino do norte para o cativeiro. Não bastasse essa tragédia política, Ezequias fica doente de uma doença mortal e Deus manda ao seu palácio o profeta Isaías com uma mensagem expressa: ponha em ordem a sua casa, porque morrerás e não viverás. Sobrou para aquele rei apenas uma parede e para a parede ele se voltou, e orou, e chorou abundantemente na presença de Deus. Deus ouviu a sua oração rapidamente e mandou o profeta Isaías de volta ao palácio dizendo: Deus mandou lhe dizer Ezequias, que ele viu as suas lágrimas, ele ouviu a sua oração, que ele vai livrar você e Jerusalém das mãos do império assírio e vai curar a sua enfermidade.

Causas perdidas nas mãos de Deus, causas vitoriosas. Deus é o Deus das causas perdidas. Este salmo é um salmo onde o rei conta sua experiência, e ele começa no verso 3 dizendo o seguinte: laços de morte me cercaram e angústias do inferno se apoderaram de mim, caí em tribulação e tristeza. Ele está enfrentando dois problemas: um problema externo e um problema interno. Ele diz que laços de morte o cercaram, a morte mostrou para ele a sua carranca. A cada passo que dava, em cada terreno que pisava, havia uma armadilha de morte para ele. Esse problema externo produz nele um problema interno; angústias do inferno, diz ele, se apoderaram de mim. Parecia que o inferno tinha mudado de endereço e se instalado em seu peito. O resultado disso é que ele caiu, machucado pela vida, pisado pelas circunstâncias adversas.


CAPÍTULO 2 – APRENDENDO A SER HUMILDE. A luz do caminho que se abre à minha frente é tão clara, tão forte e tão intensa que não consigo descrevê-la e, incrivelmente, ela não causa dor aos meus olhos! É uma luz diferente e estou indo até ela, estou flutuando até um túnel! Dentro do túnel há uma paz muito grande e, logo em frente, vejo um lugar muito, mas muito lindo! O ambiente está cheio de flores, muitas flores, com inúmeras cores as quais jamais vi, de diversas formas e tamanhos. Como é bom estar aqui! Quanta paz! Quanta beleza! Porém, algo está impedindo que eu chegue até elas, alguém, de costas, está puxando-me para o túnel novamente e tudo fica escuro. Ouço vozões de pessoas que parecem ser meu pai, meus tios e o Marcelo. Não consigo vê-los nem falar com eles. Ouço homens e mulheres, são enfermeiros, mas também não consigo vê-los nem comunicar-me com eles. Apenas escuto suas vozes e isso se repete sucessivamente. [p.73]

Neste segundo capítulo temos o histórico da primeira cirurgia, a quimioterapia, o avanço do câncer que é identificado como melanoma metastático, estagio IV [p.78], a retirada do baço, o uso de interferon, conflitos com o Marcelo (2º marido) e com os filhos.

Em dois momentos neste capítulo temos ciência do “vale da sombra da morte” em que a autora trilhava:

Primeiro momento – Escutar que a doença disseminou-se é assustador. Ouvir falar sobre o câncer avançado, sem cura, que as metástases estão espalhadas pelo corpo e que mesmo o uso de quimioterapia e cirurgias não irão conseguir detê-las, é algo difícil, porque, sobretudo, eu e as demais pessoas diagnosticadas com a doença, esperamos pela cura e quando isso não é mais possível é muito difícil pensar na própria vida como uma possibilidade de finitude. A equipe médica sempre deixou claro que eu não viverei e por isso fazem de tudo para que meu fim de vida aconteça com certo conforto, ou seja, poderei morrei sem tanta dor e sofrimento. [p.80]

Segundo momento – Tem sido difícil lidar com a doença e as frustrações, tenho questionado a Deus por que estou passando por tudo isso e por que não morro logo. Tenho tomado muitos remédios, em doses extremamente altas, para a depressão profunda, ansiedade e irritabilidade. Além disso, as fortes dores de cabeça, a fibromialgia e a febre reumática trazem febre e dores insuportáveis ao meu corpo inteiro. Estou tomando mais de 20 medicamentos diferentes por dia e não sinto melhora, pelo contrário, diariamente vejo que tudo piora... As semanas passam e continuo aplicando três vezes por semana 9 milhões de unidades de interferon. Aprendi a fazer as injeções e aplico-as ao redor do meu umbigo. Minha bariga está cheia de hematomas. E, em virtude das altas doses da droga, tenho tido problemas de falta de concentração e memória, dentre muitos outros, mas o Doutor Ruggero mantém o tratamento porque não têm surgido novas metástases. [p.93]

O ponto devocional deste capítulo é a presença pastoral. A autora assim escreve: Decidimos rever um grande amigo do Marcelo, o Pastor Wilson, que já havia orado por mim semanas antes de eu fazer a cirurgia no mediastino e pulmões. Em um culto, numa pequena igreja, ele viu as mãos de uma das mulheres intercessoras queimarem, quando as impuseram sobre meu peito. Aquelas mulheres disseram que eu estava curada. Eu não compreendi muito bem o que isto significava, porque a cirurgia foi feita e muitas e muitas metástase foram retiradas. O Pastor Wilson ora alto e usa as passagens da Bíblia para falar sobre milagres e curas que Jesus fez. Sua esposa, a Jô, é uma mulher simpática e muito querida, que faz um biju muito gostoso. Ela preparou uma linda mesa com um café delicioso. Gosto muito de estar com eles. Ouvi o Pastor contar muitas e muitas histórias de curas que viu depois de suas orações. Estas histórias chamam-se de testemunhos. E, ao voltarmos para o apartamento de Marcelo, guardei dentro de mim todas aquelas narrativas de milagres vivenciadas pelo Pastor.

Algo já estava acontecendo na vida da autora. Me permita voltar ao caso do Rei Ezequias. Talvez você esteja lidando com dramas na sua vida, você também está emparedado, encurralado por situações que você não tem mais controle. Talvez você está surrado por uma doença que assola o seu corpo, que mina sua energia, que suga a seiva do seu vigor, talvez você está caído e prostrado, esmagado debaixo de um rolo compressor de muitas angústias e tristezas.

O que Ezequias fez? Ele diz: então eu invoquei o nome do Senhor. Do fundo do poço, do ponto mais baixo da sua crise ele olhou para cima, ele olhou pra Deus. E quando ele clamou aos céus e recorreu a Deus, Deus o livrou e ele entende, então eu invoquei o nome do Senhor: ó Senhor, livra a minha alma. E ele entende algumas coisas: compassivo e justo é o Senhor, o nosso Deus é misericordioso, eu estava prostrado e o Senhor me salvou. Quando você clama a Deus, você descobre que Deus se importa com você, que ele é misericordioso, que as lutas e injustiças que você sofre não estão fora do alcance de Deus, porque ele é justo.

Ezequias percebe algo maravilhoso, ele percebe que Deus não é apenas justo e misericordioso, mas ele vela pelos simples; ele estava prostrado, nocauteado, e Deus o salvou. Não importa o que você está passando, a crise que você está vivendo no seu coração, no seu casamento, na sua família, no seu emprego, dos seus relacionamentos, na sua alma, Deus hoje pode reverter esse quadro, Deus pode mudar sua sorte, Deus pode colocar você de pé, Deus pode restaurar a sua sorte, e mesmo que você esteja na lona, nocauteado, Deus pode por você de pé outra vez.


CAPÍTULO 3 – SURGE UMA ESPERANÇA. Neste capítulo, há um ultimato médico sobre a situação da autora. Mas, também temos há toques de esperança, fé e sinais de um Deus que mesmo “no vale da desesperança” afirma haver esperança.

Ultimato médico – Infelizmente, não há nada mais nada a ser feito. Você conseguiu viver muito mais do que imaginamos que pudesse viver. O que posso fazer por você é prescrever medicamentos para que suporte a dor, são sedativos, posso mantê-la internada nesta fase final, para que tenha menos dor e fique mais confortável. É o que fazemos pelas pessoas que necessitam de “cuidados paliativos”. [p.108] Estou em choque, escreveu a autora. Por mais que soubesse que este dia chegaria, nunca pensei que fosse assim. Estou sozinha neste consultório, nenhum familiar ou amigo está aqui comigo, nem meus pais, nem irmãos, nem filhos, nem o Marcelo, ninguém. Eu sei que chega uma hora em que as pessoas cansam de ficar perto de alguém que está doente, além disso, todos têm suas famílias, seus trabalhos e suas próprias preocupações e, por estes motivos, não tenho mais pedido para que me acompanhem até o hospital, embora os médicos sempre perguntam por que estou sempre sozinha. Tenho certeza que chegou ao fim de tudo. Chorando pergunto ao Doutor Ruggero: - “Então não há realmente mais nada a fazer?” - “Não!” Responde o médico. [p.109]

Esperança alimentada – O Culto chega ao final e as mulheres levam-me para frente do altar, para que o Pastor Jairo faça uma oração por mim. Ao chegar perto dele arrependo-me dos maus pensamentos que já tive em elação a ele e aos pastores de igrejas de crentes e, neste momento, penso que jamais deveria ter julgado, porque via que, agora, ele estava trazendo “esperança”, por meio da palavra de Deus e das orações, para eu continuar vivendo. Ele pergunta o que eu tenho. E, com muita dificuldade para falar respondo: “Tenho um câncer sem cura, melanoma metastático, estágio IV, os médicos não podem fazer mais nada por mim. Todos os médicos que procurei disseram que irei morrer. Sugeriram que eu ficasse internada, iriam sedar-me até morrer, mas preferi morrer em casa. Estou vivendo minhas últimas horas de vida.” Ele olha pra mim e diz: “Você não irá morrer! Jesus irá lhe curar e você contará para todo mundo que foi curada por ele”. Eu insisto: “Os médicos disseram que meu câncer está todo espalhado. Irei morrer em poucos dias!” Imediatamente ele diz: “Irmã, nunca mais diga ‘o meu câncer’, por que não é seu!” Isso chama minha atenção. Nunca pensei sobre isso, sobre este câncer não ser meu. Mas como não poderia ser meu se está espalhado dentro de mim? O Pastor ora por mim e fala: “Irmã, a Bíblia fala de um rei chamado Ezequias que recebeu a notícia de que iria morrer e Deus permitiu que ele vivesse mais 15 anos. Você também viverá ainda! Jesus irá lhe curar!” Estou completamente sem reação, é a mesma história que Marcelo contou-me quando nos conhecemos pessoalmente, foi dela que me lembrei na noite antes da cirurgia no mediastino e pulmões e, agora, mais uma vez ouço-a da boca do Pastor! Algo mudou em mim depois que o Pastor Jairo orou e falou que eu não iria morrer, que serei curada pó Jesus e contarei isso para todo mundo. Estas palavras não saem da minha mente. Seria possível? Jesus curar meu corpo, mesmo que eu não veja mais vida nele? Poderia viver mais, como o rei Ezequias? [p.113-114]

A Conversão – Além disso, fiz com todo meu coração e de forma sincera a oração da reconciliação, recebendo Jesus em minha vida. Este é o começo para minha história mudar porque me reconciliei com Deus. Agora sou filha de Deus e ele passa a ser o meu pai Celestial. A oração que fiz foi: “Senhor, meu Deus e meu Pai, obrigada por tudo. Peço perdão por todos os meus erros, meus pecados e minhas maldades. Jesus Cristo, eu recebo-o como meu único Senhor e Salvador, vem morar em mim, no meu coração e na minha mente. Escreve meu nome no Livro da Vida. Senhor Jesus, entrego a minha vida ao Senhor, faz a sua obra em mim e que a sua vontade se cumpra na minha vida. Espírito Sato, endireita os meus caminhos, ajuda-me a ser uma mulher segundo o coração de Deus. Em nome de Jesus. Amém!” A autora conclui: Estava muito emocionada quando terminei a oração, pois recebi Cristo como meu Senhor e Salvador! Havia um tesouro em mim! Agora eu era filha de Deus! E sobre isso está escrito: “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (João 1.12). [p.117]

Todo o restante deste capítulo, a autora expõe como Deus trabalhou na sua vida, o seu crescimento através do discipulado e modo maravilhoso como o Espírito de Deus a conscientizou sobre a renúncia das “coisas do velho homem”.


CAPÍTULO 4 – UM ENCONTRO COM DEUS. Meu coração tinha anseio pelo batismo nas águas, estava disposta a obedecer à Palavra de Deus quando ela afirma: “E João atravessou toda a região do rio Jordão, anunciando esta mensagem: Arrependam-se dos seus pecados e sejam batizados, que Deus perdoará vocês” (Lucas 3.3) e “Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão de pecados” (Marcos 1.4). Capítulo pequeno que mostra o desenvolvimento cristão da autora.


CAPÍTULO 5 – NASCI DE NOVO. Sou imersa nas águas, como Jesus foi e, hoje, 10 de abril de 2011, ao descer as águas do batismo, eu nasci de novo! Aleluia! Saio da piscina com a certeza de que estou curada e agora passarei pelo trabalhar de Deus em minha vida para que possa receber todas as suas promessas, uma vez que Pedro assegura: “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa” (2 Pedro 3.9). Como estou sentindo-me bem! Como estou leve e tranquila! Nunca senti isso antes! Que alegria! Estou muito feliz!

Como em cada capítulo, neste destaco quatro pontos.

O processo de cura. Deus espera que eu viva este momento e acredite que o futuro será repleto de conquistas e milagres. Milagres? Sim, milagres! Depois do meu batismo nas águas, decidi, por conta própria, sem falar nada a ninguém, parar de tomar todos os antidepressivos. Eu tomava mais de 20 medicamentos diferentes para depressão, para a dor provocada pela fibromialgia e febre reumática. Como eu fiz isso? Primeiramente, contei a Deus que iria fazê-lo, dizendo a ele que minha fé não estava mais naquela medicação e que não iria precisar mais dela e, em seguida, aos poucos, pois sabia que não deveria parar de uma só vez, retirei todos os medicamentos e ainda comecei a ofertar, sem que ninguém soubesse, o valor gasto com a medicação na igreja. Em poucos dias, não tomei mais nenhum remédio, e me senti muito bem. Depois do batismo nas águas nunca mais senti as horríveis dores de cabeça, as dores provocadas pelos sintomas da fibromialgia nem tinha mais a febre reumática e, além disso, não sentia mais tristeza. Eu fui curada no batismo nas águas! Agora sei que milagres acontecem! [p.160]

Pescadoras de pessoas. O dia da minha primeira célula havia chegado, estava feliz! Meu coração parecia sair do meu peito. Queria que o Espírito Santo usasse-me e, assim, estava em jejum e oração. A pele na mama e na axila ainda estava enegrecida devido à radioterapia. Porém, pedi a Deus, em oração, que ele não permitisse que ninguém sentisse o mau cheiro durante a reunião e, alguns minutos antes das mulheres virem, tomei um banho, usei uma pomada especial para queimaduras, receitada pelo radiologista, e vesti uma blusa limpa, de malha, conforme orientação médica. Em seguida, fiz um café e um chimarrão, coloquei alguns petiscos numa mesinha, deixei um louvor tocando baixinho, orei por mim e por cada convidada. O interfone tocou e elas começaram a chegar. Estava radiante e muito feliz, porque eu ouvi ao chamado de Deus e queria ajudar as pessoas a entenderem que o Senhor as ama e quer abençoá-las. Minha sala era minúscula, éramos quase 30 mulheres, acomodei a todas da melhor forma possível e iniciei a minha primeira célula e, no final, oramos umas pelas outras, tomamos o chimarrão e o café e comemos. [p.165]

Chegou o dia do casamento. Estávamos ansiosos e felizes por recebermos a bênção de Deus. Meu vestido de noiva era lindo! E, agora, vestida e maquiada, vi que ficou perfeito! Vendi meus cabelos que estavam no saco plástico a um cabeleireiro de Concórdia, ele maquiou-me e fez um lindo penteado para este dia especial. A decoração da igreja e da chácara em que oferecemos o jantar era muito simples, contudo, organizamos cada detalhe com muito amor. A mãe do Marcelo e um dos seus irmãos vieram, bem como meus pais, meus irmãos e alguns poucos amigos. Fiquei feliz porque minha mãe veio, havia orado neste sentido e, embora ela não tivesse sorrido em nenhum momento naquela noite e ainda tivesse falando mal de mim entre os convidados, não a condenei, tratei-a bem e procurei colocar-me em seu lugar e pensar que ela foi criada assim. O que me restava era orar a Deus para que seus olhos espirituais se abrissem e ela visse que eu estava seguindo a Palavra de Deus e que somente Jesus e quem salva e não uma religião. [p.175]

Mais uma cirurgia. Em meio a tudo isso, depois de quase 2 meses de casados, enquanto estávamos participando de um seminário da igreja, na chácara que fica há uns 20 quilômetros da cidade, num sábado à tarde, senti uma dor muito forte no abdômen. Olhei para o Marcelo e disse a ele que sabia exatamente que eram novas metástases e imediatamente lembrei que havíamos caído em pecado antes de casarmos. Fomos para o hospital de Concórdia, o médico que atendeu foi atencioso, fez exames de imagem e constatou a recidiva, realmente havia novas metástases. Fui transferida para o hospital de Joaçaba para uma nova cirurgia. O médico cirurgião que fez inúmeras cirurgias em mim, inclusive a do mediastino e pulmões, explicou-me sobre como seria a cirurgia a ser realizada no abdômen. Comentou que teria que fazer anestesista geral e falou sobre o tempo de duração do procedimento que seria de aproximadamente 3 horas. [p.181-182]


CAPÍTULO 6 – APRENDENDO A PERSISTIR PARA VER AS ORAÇÕES RESPONDIDAS. Transcorreram três meses desde que foram feitas as duas últimas cirurgias e estou com infecção hospitalar, há um buraco enorme em minha virilha, ele está do tamanho da minha mão fechada, o cheiro e a aparência são repugnantes, é possível ver os músculos expostos, além de vazar sangue e pus. Agora tenho que ficar deitada o tempo todo para que o buraco não aumente ainda mais e para que seja curada da infecção. Somente levanto quando preciso ir ao banheiro para fazer as minhas necessidades fisiológicas, quando tomo banho e, nos dias de célula, fico recostada no meu sofá da sala enquanto ministro a palavra de Deus e oramos. O médico não quer que eu fique internada nem tenha contato com outras pessoas, pois o risco de contrair mais bactérias devido à área exposta é muito grande. Assim, não posso ir a igreja e estou assistindo aos cultos pela internet, porém, sinto que não é o mesmo que estar lá, no entanto, não deixarei de fazer a célula porque este é o meu trabalho para Deus e ele irá proteger-me de toda e qualquer bactéria. [p.188]

A manifestação da cura. Entretanto, havia um problema: os exames da segunda bateria que eu fiz em Porto Alegre também tinham ficado prontos e estes não apontavam nenhuma nova lesão (metástase) no meu corpo que pudesse ser acompanhada ao longo do tratamento, isto é, eu não poderia fazer o tratamento, pois, em outras palavras, não ha\da doença para ser tratada! Eu não sabia se eu gritava ou chorava, mas comecei a crer ainda mais que “Para Deus nada é impossível” (Lucas 1.37), que milagres acontecem! [p.197]

A Gravidez. Os sintomas da gravidez estavam latentes em mim, vomitava, estava muito cansada e bastante emotiva. Lembramos das palavras do irmão do Marcelo de que Deus estava mostrando a ele um filho em meus braços. E, para nossa surpresa, aquela revelação poderia estar se cumprindo após quatro meses. Passaram-se 10 dias desde que eu havia sentido o primeiro enjoo e decidimos que era o momento de procurar o meu médico ginecologista/obstetra para termos certeza da gravidez e, certamente, ouvir muitas coisas ruins sobre o triste fim das mulheres com histórico de melanoma metastático. Porém, tínhamos convicção de que o Deus que havia me curado das dores de cabeça, da depressão profunda, da fibromialgia, das dores reumáticas e da infecção hospitalar, também iria revelar-se por meio da gravidez e provar que milagres acontecem. [p.210]


CAPÍTULO 7 – GERAR VIDA ONDE ELA NÃO EXISTE. No penúltimo capitulo, a autora descreve a prova definitiva do cuidado de Deus para com a sua vida. Estávamos diante do meu ginecologista. Ele cuidava há anos de mim e conhecia meu histórico de câncer. Conversamos e contei a ele que há menos de dois meses estive com o oncologista clínico e com um dos cirurgiões oncológicos de Joaçaba para fazer exames de rotina e eles observaram que eu ainda era fértil, mesmo depois de tantos tratamentos que fiz. Eles pediram de modo enfático que eu jamais pensasse em engravidar, pois seria um risco para mim, uma vez que a gravidez é um período de intensas modificações para a mulher e praticamente todos os sistemas do organismo são afetados, ocorrendo alterações hormonais e mecânicas, necessárias para que a mulher suporte a sobrecarga de gerar um bebê. Além disso, acontecem intensas alterações imunológicas, endócrinas, metabólicas e vasculares, as quais geram, na gestante, mudanças fisiológicas e patológicas. Eles afirmaram que eu não deveria engravidar, pois novas metástases surgiriam e chegariam até a placenta e ao bebê, o que seria fatal. O ginecologista obstetra concordou com os médicos de Joaçaba. Disse que era uma gravidez de alto risco e que imaginava que talvez eu não chegasse aos 2 meses de gestação. Sugeriu que seria prudente interromper a gravidez. Obviamente, não concordamos em fazer o aborto, pois nossa fé estava em Cristo. Eu sabia que era papel dos médicos alertar e orientar-me sobre o diagnóstico, evolução e prognóstico materno-fetal, bem como quanto as alterações fisiológicas e ao comportamento das metástases do melanoma durante a gravidez. Porém, tinha a minha fé em Jesus Cristo e estava tranquila. Eu sabia que o mesmo Deus que curou muitas feridas profundas do meu coração e doenças físicas, não permitiria que eu tivesse a felicidade de engravidar do marido que eu amava e não levar a gravidez até o fim. Eu cria que eu não teria metástases do melanoma, que o bebê nasceria perfeito e sem câncer e que eu iria poder segurá-lo em meus braços e amamentá-lo. [p.211-212]

O que mais poderia tirar deste livro e colocar aqui? Nada. O restante deste capítulo tem “cheiro de milagre”.


CAPÍTULO 8 – TESTEMUNHOS DE ALGUMAS PESSOAS QUE PRESENCIARAM ALGUNS DOS MILAGRES DE JESUS CRISTO EM MINHA VIDA. Todo este capitulo traz exatamente quarenta dois relatos de pessoas que testemunharam os milagres – digo milagres – pois, como escrevi anteriormente, a vida dessa irmã, é um celeiro de milagres

Para concluir: Há problemas insolúveis, há doenças incuráveis, há causas perdidas, a menos que Jesus realize um milagre. E foi o que ele fez na vida da irmã Ane Blos e é o que ele faz na vida de todo aquele que crê. O livro em apreço fala de uma mulher que passou por várias sessões de quimioterapia e mais de cem pequenas cirurgias, e que os médicos disseram que o último recurso era a sedação para uma morte mais tranquila. Tal mulher vai a Jesus, prostra-se diante dele e, clama: “Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me”. Sua doença era incurável, seu problema era insolúvel, sua causa era perdida, mas Jesus estendeu a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpa! E, imediatamente, lhe desapareceu o câncer.

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