sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

FÉ SIMPLES [Resenha]


SWINDOLL, C. R. Fé Simples. Curitiba, PR: Editora Esperança, 2018. 264p.


O AUTOR E O SEU LIVRO

Pastor, escritor, professor e chanceler do Seminário Teológico de Dallas (EUA), Charles R. Swindoll, Chuck – como é carinhosamente chamado – reúne algumas das qualidades que o transformaram em um dos principais autores cristãos do século XX. Com um portfólio de mais de 70 títulos, escritos ao longo de seu ministério, Swindoll possui como características o cuidado com a ortodoxia teológica e o ensino prático e preciso da Palavra de Deus, alicerçado pela profundidade espiritual e didática. Dentre os seus sucessos, a Série Heróis da fé, que traz um estudo em detalhes sobre a vida de importantes personagens bíblicos, lançada no Brasil pela Mundo Cristão, é um exemplo eloquente da excelência de seus escritos. Pastor sênior-professor da Stnonebriar Community Church em Frisco, Texas, é casado com Cynthia; já é bisavô e possui quatro filhos adultos. 

O propósito deste livro é ajudar aqueles que uma vez foram cativos, a saberem como viver a vida que Cristo ensinou e exemplificou. A diferença é que as pessoas que tenho em mente para este livro são aquelas que se tornam vítimas da tirania, não do legalismo. Essa tirania é a pressão, a frustração e a decepção provocadas pelas exigências intermináveis da religião organizada. Este tipo de tirania está se intensificando porque nada em nosso mundo hoje está se tornando mais simples. Na verdade, tudo na vida ficou mais complicado, inclusive uma vida de fé. Em vez de permanecer uma relação simples e significativa com Deus, a vida cristã evoluiu para uma combinação de arrepios em grandes eventos, expectativas fantásticas e loucura no limite que se assemelham à religião vodu.

Além dos propósitos acima, o autor justifica os tais quando escreveu: “Como nos afastamos do ensino original de Cristo sobre a simplicidade da fé! [...] Nós transformamos a caminhada com Deus em uma corrida de obstáculos implacável, uma maratona exaustiva. Adicionamos enormes pesos aos corredores e, como resultado, muitos estão optando por nem entrarem na corrida. Francamente, eu não os culpo. Quem precisa de bagagem extra quando a vida já é tão pesada?” [p.16]

Conclui: “Se a vida de Cristo, de uma graça libertadora, traz esperança contra as amarras do legalismo, não ouse perder as palavras de Cristo sobre uma fé simples, para ajudá-lo a viver para além da pressão das expectativas. Como você vai descobrir nas páginas seguintes, a vida cristã não é baseada em um desempenho de alto nível, mas na fidelidade tranquila; não em obras impressionantes, mas em relacionamentos profundos. Deus veio em nosso socorro enquanto estávamos presos na masmorra escura do desespero. Ele nos deu o que não merecíamos e nem poderíamos conquistar. Ele nos libertou. Ao quebrar as barras de ferro do pecado, ele abriu os portões da esperança. A graça nos despertou para um mundo totalmente novo.

Todo este livro está fundamentado no Sermão do Monte, escrita no Evangelho de Mateus. Ali, o autor explica que Cristo, veio libertar os cativos, ainda oferece uma vida que vale a pena ser vivida, para aqueles que foram libertados. É uma vida que nem sempre é fácil ou confortável, mas uma coisa é certa: não é tão complicada. As palavras de Jesus falada em uma montanha no primeiro século, é uma vida de fé simples. Transformá-la em algo mais, é heresia.

Este livro, além dos Agradecimentos, Introdução e conclusão, possui 14 capítulos. Iremos fazer resumo e comentário sobre cada capítulo, mostrando a importância do que ali está escrito. Este livro é contra o legalismo da religião moderna. É um livro rico em citações de escritores, filósofos e teólogos. O máximo neste livro são expressões como: religião do espetáculo, assassino da graça e outros.


1. VAMOS MANTÊ-LA SIMPLES

“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, as multidões estavam maravilhadas com a sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mt 7.28)

Se falharmos em entender o contexto por trás dessa afirmação, não iremos entender a profunda gratidão dos seus ouvintes. Resumindo, eles foram alimentados com a manipulação, o orgulho e, especialmente, com a hipocrisia de seus líderes religioso. Longos anos de legalismo misturado com os farisaicos jogos de poder de intimidação e controle mantiveram o público em geral em cativeiro. Sistemas criados por homens, compostos de exigências complexas e demandas extenuantes, aprisionaram as pessoas atrás de grades invisíveis, algemadas às correntes da culpa.

De repente, surgiu Jesus com sua mensagem de graça libertadora, encorajamento ao cansado e esperança ao pecador. E o melhor de tudo era que seu ensino estava baseado na verdade pura – a verdade de Deus – e não em rígidos regulamentos religioso. Ele falou sobre fé – fé simples – usando termos que qualquer um podia entender. A expressão de seu rosto atraía as pessoas, enquanto seus ensinamentos as libertava da culpa e da vergonha, do medo e da confusão. A autenticidade do Nazareno os pegou desprevenidos, desarmou suas suspeitas e dissipou o nevoeiro que havia envolvido a religião organizada por décadas. Não de admirar que as pessoas o achassem maravilhoso! E não é de admirar que os escribas e fariseus, assassinos da graça, o achasse insuportável! A hipocrisia despreza a autenticidade. Quando a verdade desmascara o erro, os que foram expostos ficam muito nervosos. [p.21-37]


2. AS QUALIDADES DE UMA FÉ SIMPLES

Nenhuma mensagem maior já foi proferida do que a que Jesus transmitiu na encosta da montanha da Galileia. Nenhum mensageiro mais humilde comunicou a vida de uma fé simples como aquele carpinteiro transformado em professor de Nazaré, de trinta e poucos anos. Vinte e um século não bastaram para esgotar sua profundidade. Com precisão e coragem ele desferiu um golpe cirúrgico após o outro, expondo a hipocrisia e o legalismo da religião do primeiro século. Conforme os ouvintes, boquiabertos e admirados, seguiam sua lógica, percebiam que não estavam sentados aos pés de outro escriba arrogante, mas diante do Deus-homem, do próprio Messias. Você pode imaginar a emoção de estar lá? Até os dias de hoje, suas palavras lançam fora todo o excesso de bagagem que muitos tem adicionados à vida de fé. Elas são uma obra-prima de simplicidade.

Quando penso nesta lista de bem-aventurança, lembro-me mais uma vez de que os caminhos de Deus são totalmente contrários aos caminhos do mundo. Alguns exemplos: Deus exalta os humildes, mas o mundo exalta os orgulhosos. Deus atribui grandeza, não aos mestres, mas aos servos. Deus se impressiona, não com o barulho, tamanho ou riqueza, mas com a quietude... com as coisas feitas em secreto – com os motivos internos, com a condição do coração verdadeiro. Deus manda embora os arrogantes e os ricos de mãos vazias, mas aproxima de si os humildes, os feridos, os prisioneiros, a prostituta, o arrependido. O mundo honra o belo, o talentoso e o brilhante. Deus sorri para os inválidos, aqueles que não conseguem manter-se sozinhos. E isso deixa o mundo nervoso.

Como Bonhoeffer escreveu certa vez: “E assim os discípulos são estranhos no mundo, hóspedes indesejáveis, perturbadores da paz. Não admira que o mundo os rejeite!” Essas qualidades de fé simples, quando colocadas em ação, resultam em uma vida que vale a pena ser vivida. Eu desafio você a experimentar. [p.38-58]


3. UMA ESTRATÉGIA DE COMBATE SIMPLES: SALGAR E BRILHAR

Remova seus óculos cor-de-rosa. Deixe de lado os seus álbuns de sonhadoras canções de amor. Esqueça os seminários motivacionais e todos aqueles livros de autoajuda. Agora, olhando para a realidade nua e crua deste “mundo vil”, responda a esta pergunta: Ele (o mundo) é um amigo da graça? Este mundo irá ajudá-lo a conhecer Deus? A amá-lo? Servi-lo? Ao se assentar aos pés dos professores deste mundo, ao ouvir suas músicas e assistir aos seus filmes... ao aceitar as sugestões da sua filosofia e se amoldar aos seus meios de comunicação, você estará percorrendo o caminho estreito que conduz a Deus? Ninguém em sã consciência poderia responder que sim. (1 Jo 5.19; 2.15-17; Jo 15.17; 16.33; Mt 5.11)

Jesus ofereceu a única estratégia que poderia se contrapor ao sistema do mundo – “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". (Mt 5.13-16)

Como soldados armados com humildade e contrição, mansidão e justiça, misericórdia, pureza e paz podem causar um impacto duradouro em um mundo que está tão irado? A resposta é encontrada nas palavras você acabou de ler: por espalhar o sal e irradiar a luz. Repito, para causar um impacto duradouro no sistema do mundo, deve-se ser diferente dele, não idêntico. Jesus expressou isso de maneira muito simples: “Vocês são o sal da terra [...] Vocês são a luz do mundo”. Não apenas sal para o seu bairro ou para a cidade na qual você mora. Há sal suficiente para salgar o mundo inteiro! Não apenas luz para iluminar uma rua na sua vizinhança, mas a luz para iluminar toda a Terra! Estas são declarações incríveis. E tão simples. Mas não deixe passar o enfático “vocês” em ambas declarações: “Vocês são o sal da terra. Vocês são a luz do mundo.

“Este mundo vil é um amigo da graça e me ajuda a ir em direção a Deus?” De maneira alguma. Na verdade, muito pelo contrário. As pessoas que são sal e luz do mundo são os amigos da graça. Nós somos os que ajudam o mundo a ir em direção a Deus. Que estratégia de combate! O melhor de tudo é que ela é simples. Apenas salgue e brilhe. [p.59-76]


4. A SIMPLICIDADE COMEÇA A PARTIR DE DENTRO

O que é a vida no Reino dos céus? Falando de maneira geral e simples, é a vida vivida debaixo da autoridade da Bíblia. Mas, se você tirar vantagem dela, se a comprometer, fizer confusão e disser que “não é bem isso que ela quer dizer” ou que significa algo diferente do que está firmando, perderá muito do que Deus tem em mente para você na vida do reino.

Jesus disse: “Porque eu afirmo que, se a justiça de vocês não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrarão no Reino dos Céus” (Mt 5.20). Se tivéssemos vídeos de alguns fariseus quando ouviram estas palavras, veríamos, com toda certeza, algumas testas franzidas e rostos carrancudos. Ninguém era mais piedoso, na aparência, do que os fariseus. Eles usavam determinadas vestimentas que lhes conferiam uma aparência de religiosidade. Comportavam-se publicamente de maneira piedosa e usavam palavras que os faziam parecer muito santos, ao mesmo tempo em que faziam com que as outras pessoas se sentissem culpadas. Não entenda mal: externamente parecia que eles cumpriam cada letra da lei, mas o que estava faltando era o espírito da Lei. Jesus disse: “A menos que a sua justiça seja mais profunda que a deles, amenos que a sua fé genuína ultrapasse a piedade externa deles, você não sabe o que significa viver o Reino”. É a vida no íntimo que Deus sonda e recompensa.

Em seguida, a fim de incentivar seus seguidores a viverem uma autêntica, e não hipócrita, Jesus os chamou de lado e advertiu: “... o que contamina a pessoa não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isto, sim contamina a pessoa” (Mt 15.11). A questão é tão simples como é óbvia: em última análise, o que é significativo é o que sai do coração. Os fariseus nunca entenderam esta mensagem. Resumindo, a fé deles tinha perdido a simplicidade. A simplicidade começa a partir de dentro. Comece! [p.76-92]


5. INSTRUÇÕES SIMPLES PARA QUESTÕES SÉRIAS

Neste capítulo, o autor enfatiza três assuntos que deverão ser vividos na perspectiva de uma fé simples e verdadeira. Os assuntos são: Fidelidade conjugal, a questão do divórcio e a integridade verbal, ou seja, a questão do juramento. Dos três, escolhi apenas um assunto para comentar ou resumir o que o autor escreveu. 

"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno". "Foi dito: ‘Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio’. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério". (Mateus 5:27-32)

Jesus nunca promoveu um estilo de vida religioso superficial, orientado para o desempenho, mas para uma vida de fé autêntica e profunda. Então, se isso é verdade, o assunto do adultério deve ser rastreado até a origem do problema: a pessoa interior, onde os pensamentos têm sua raiz. Falando francamente, muito antes do adultério ocorrer na cama, já foi visualizado na mente. Portanto, Jesus acrescentou: “Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5.28).

Essas palavras são familiares para nós, mas naquela época? Revolucionárias. Absolutamente e chocantemente revolucionárias. Ao ir ao cerne da questão, as colocações de Jesus removeram as áreas cinzentas relacionadas ao adultério. Ele introduziu uma equação inédita: a luxúria desenfreada é igual ao adultério.

E então? Então não olhe de forma a incitar o desejo sexual. Não toque de modo a estimular a luxúria. Nos termos de hoje, não tire a roupa de um homem ou de uma mulher em sua mente, enquanto você admira sua aparência física. Não entre nos sites pornográficos da internet, não fique olhando as capas de revistas erótica, não alugue filmes pornôs, pois tudo isso poderá atiçar seus desejos sexuais. E vocês, mulheres, podem ajudar recusando-se vestir roupas provocantes. Quando você diz “não” a estas coisas, você está “arrancando seu olho” e “cortando sua mão”. Uma das melhores maneiras que encontrei para obedecer à instrução de Jesus é substituir pensamentos sensuais por pensamentos saudáveis... é ocupar a mente com coisas puras, amáveis, saudáveis e positivas, em vez de nocivas, provocantes e questionáveis. A memorização das Escrituras faz maravilhas. Francamente acho impossível nutrir a luxúria ao mesmo tempo em que repetimos versículos sobre a pureza moral. [p.93-107]


6. CONSELHOS SIMPLES PARA EGOÍSTAS E OBSTINADOS

Este capítulo irá falar sobre aquela parte do discurso de Jesus, que o autor chama de “O conselho contra cultural de Cristo”, ou seja, conselhos sobre a retaliação da ofensa (vingança), direitos ameaçados, amar o inimigo e a perfeição em Deus. O autor escreve: “Em minha opinião, as palavras de Jesus registradas em Mateus 5.38-48 estão entre as mais singulares que ele proferiu. O estranho conselho não só contraria a nossa natureza humana, mas também representa a antítese dos conselhos que são dados para a maioria das pessoas. No entanto, suas palavras são sábias e seu caminho é correto. Se lhes dermos uma chance, descobriremos como é verdadeiro e – sim, mais uma vez – como é simples o seu conselho.

Como se todos os seus outros conselhos não tivessem sido fortes o suficiente, Jesus encerra com este: “Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu” (v.48). Sua primeira reação talvez seja de irritação: “Por favor, dá um tempo!” Mas espere um pouco. O Senhor nunca nos pede para fazer o inatingível. Portanto, deve haver algo aqui que não estamos entendendo. Ele certamente, não quis dizer que devemos ser “perfeitos sem pecado”, um objetivo completamente impossível. Então, o que ele quis dizer? Talvez: “Não seja meramente humano; seja perfeito”. Em outras palavras, não aja a partir de uma filosofia humana falha, mas de uma filosofia divinamente prescrita.

Jesus está pedindo: “Mire alto, mire a perfeição”. Mas o que é perfeição? A palavra “perfeito” vem de telos ou teleios, que significa não um tipo de perfeição abstrata e filosófica, mas uma perfeição funcional. Em outras palavras, ser perfeito é realizar plenamente o propósito de algo ou concluir um processo. Fazer o que é certo nunca é um passeio por um jardim de rosas. O plano de vida de Jesus pode ser simples, mas não é fácil. [p.109-127]


7. CUIDADO! ATUAÇÃO RELIGIOSA EM EXIBIÇÃO

Neste capítulo, o autor começa a tecer comentários sobre Mateus 6, sobre as expressões piedosas estabelecidas da fé cristã judaico-cristã. Trata-se de uma questão de justiça do reino de Deus. O autor diz que quando se trata da caminhada de fé, quando o assunto é a justiça e o objetivo é glorificar a Deus, cuidado com “a hora do show”. Ou, como O profeta Miquéias disse: “Ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6.8). Jesus não está dizendo aos seus discípulos para não deixar a luz brilhar. Pelo contrário, ele disse: “assim brilhe também a luz de vocês...” (Mt 5.16), Mas isso tinha a ver com o tipo de luz tão necessária que dá esperança às pessoas e as atrai para o Salvador a fim de que “glorifiquem o Pai de vocês que está nos céus”. Aqui está advertindo contra a ostentação da espiritualidade diante das pessoas “... para serem vistos por eles” (Mt 6.1). Fé simples e show religioso não se misturam.

Tendo dado a advertência, Jesus a relaciona às três principais expressões piedosas, frequentemente exibidas pelos escribas e fariseus: esmolas (Mt 6.2-4), orar (6.5-15) e jejuar (6.16-18). Duas dessas expressões são tratadas neste capítulo – esmolas e oração. O jejum é assunto do capítulo 8.

a) Esmolas – Pode ser esclarecedor saber que os fariseus tinham um pequeno ritual que seguiam quando davam dinheiro aos pobres. Tanto nas sinagogas quanto nas ruas, à medida que avançavam em direção ao recipiente da oferta, eram precedidos, literalmente, por uma fanfarra de trompetistas que tocavam bem alto. Talvez os fariseus desculpassem suas ações hipócritas dizendo que agiam assim para atrair a atenção dos pobres e dar-lhes uma nova esperança. O que Jesus diz sobre como devemos dar esmolas? Se eu entendo suas instruções corretamente, encontro três diretrizes principais a serem seguidas: (1) Dê espontaneamente (não deixe sua mão esquerda saber o que sua mão direita está fazendo). (2) Dê secretamente (ou seja, anonimamente). (3) Dê com pureza de propósito, sabendo que o Pai celestial irá recompensá-lo. Você pode contar com isso!

b) Oração – Como antes. Jesus fala brevemente sobre o que não fazer e, em seguida, gasta mais tempo sobre o que fazer quando oramos. Não se engane, Jesus certamente não estava desencorajando a oração, assim como não desencorajou o ato de dar anteriormente. O que ele estava condenando era a hipocrisia na oração. Graças às exibições profissionais, a oração se tornou formal, repetitiva, regulamentada e exagerada, outra realidade triste da religião espetáculo. Tendo como base este modelo, hipócrita até ao cerne, podemos discernir o que não devemos fazer quando oramos: não seja hipócrita. Não tente ser visto enquanto ora. Não limite sua oração a locais públicos. Não uso repetições sem sentido. Orar de maneira exibicionista é um dos atos de hipocrisia mais óbvios e desagradáveis com o qual podemos nos envolver. Se você já fez isso, assuma o propósito de, a partir deste momento, nunca mais fazer da oração um ato público. Este ato íntimo de adoração não deve nunca ser abusado. [p.129-144]


8. ORAÇÃO E JEJUM (Nada de Pizza)

Neste capítulo, o autor começa enfatizando novamente a questão da oração e conclui sobre jejum. Sobre a oração ele começa algo bastante interessante sobre um erro que cometemos de forma semelhante aos fariseus – a repetição. O autor diz, que Deus tem prazer em satisfazer as necessidades dos seus filhos, mas sua resposta não é baseada em quantas vezes pedimos ou quantas vezes nós usamos as mesmas palavras. Tudo o que ele espera é que cheguemos a ele com uma fé simples.

O Autor diz que quando examinamos a padrão de oração estabelecido pelo Senhor Jesus, a primeira coisa que chama a atenção é que o foco está no Senhor: sua pessoa, seu nome, seu governo, sua vontade. Em seguida, a atenção se volta para as nossas necessidades: o pão nosso de cada dia, o perdão das nossas dívidas e o livramento da maldade. Uma observação que o autor faz é que o Senhor quer que nos dirijamos a ele como “Pai Nosso”, e conclui: Estamos vivendo em uma época que que mais e mais cristãos dirigem as suas orações a Jesus. Eu não me lembro de ocasião alguma, nas Escrituras, na qual as pessoas oraram para o filho de Deus, então sugiro que sigamos as instruções que ele nos deixou. Quando ele ensinou a seus seguidores como orar, foi sempre para o pai. Então, se você quiser ser absolutamente bíblico e respeito disso, ore ao Pai e o chame assim. 

Quando jejuardes – Assim como Jesus tratou do dar e do orar, ele agora lida com o jejum – como não fazê-lo e como fazê-lo. Jesus nos diz para não aparentarmos um rosto triste, não negligenciarmos nossa aparência e não tentar mostrar um olhar superpiedoso. Creio que ele está dizendo que ninguém deve ser capaz de afirmar, só de olhar para nós, que estamos jejuando. Esta é a atitude correta, mas que nem sempre é seguida. Exibicionistas nunca perdem uma oportunidade. Nos dias de Jesus alguns religiosos exibicionistas até mesmo pintavam suas faces para parecerem mais pálidos quando estavam jejuando – não muito diferente de uma antiga estátua de mármore parada no canto empoeirado de uma catedral. O jejum é bom para a saúde. Jejuar ajuda colocar as coisas na perspectiva correta e quebrar maus hábitos. É bom para o autocontrole, encoraja um foco prolongado em Cristo e uma autodisciplina saudável. Ele nos dá tempo para deixar o limo das nossas vidas cair. Isso nos traz de volta ao que é básico. O jejum simplifica a nossa fé. Mas é por isso que nunca devemos promove-lo, exibi-lo ou nos gabar dele. Não faz sentido organizar uma conferência sobre o jejum, da qual todos saem e jejuam por quatro horas e, e, seguida, retornam para um grande jantar d encerramento. Jesus abordou coisas tão realistas e tão práticas que você poderia pensar que a tinta ainda nem secou. Elas poderiam ter sido escritas nesta manhã. Em certo sentido, elas foram... pois assim é a Palavra de Deus, sempre viva, ativa e afiada. [p.145-158]


9. QUANDO A FÉ SIMPLES É CORROMPIDA

O tema deste capítulo, segundo ao autor, é ganância e foco naquilo que somos. O texto em pauta é o de Mateus 6.19-24.

a) A ganancia - O que exatamente Jesus está proibindo quando diz: “Não acumulem...” (v.19)? As posses em si? Não. As Escrituras não condenam possuir bens. De fato, a apalavra nos diz claramente que Deus nos dá todas as coisas... para o nosso prazer! (1 Tm 6.17). Então, o que Jesus está denunciando? Basicamente o acúmulo egoísta de tesouros tangíveis até o ponto em que o suficiente nunca é suficiente... vida extravagante que exclui as pessoas necessitadas. Mas especificamente quando colocamos o coração nas coisas terrenas de tal maneira que nós não as possuímos, mas elas nos possuem.  Não conheço um ídolo mais evidente nesta geração do que a ganância. Estou convencido de que ela é mais poderosa e, certamente, mais popular do que a luxúria. Se você está determinado a simplificar sua vida, precisa fazer algumas perguntas difíceis: Por que você quer um segundo emprego? Por que você está trabalhando tantas horas extras? Por que você, deliberadamente, colocou sua família em segundo plano? Em vez de colocar toda a ênfase em tesouros terrenos e tangíveis, nosso Senhor nos instrui a voltarmos a nossa atenção para aqueles tesouros intangíveis, que não são destruídos e não podem ser roubados – tesouros eternos que mantém nossa perspectiva clara.

b) O que somos – Jesus usa uma ilustração da anatomia humana básica para mostrar a importância do foco correto na vida. Assim como o olho afeta todo o nosso corpo (“Os olhos são a lâmpada do corpo”) o nosso (aquilo em que colocamos o nosso coração) afeta toda a nossa vida (Cl 3.1-3; Fp 4.8). Claramente a nossa mente determina a direção de nossas vidas. Nós nos tornamos aquilo que pensamos. Foco correto – bons resultados. Foco errado – resultados ruins. Ou, como Cristo descreveu, olhos bons – luz; olhos maus – “grandes trevas”! Em outras palavras: “Até você pode deixar o caminho da lealdade... quão confuso você pode-se tornar, simplesmente tendo um foco errado em sua vida”. Podemos, na verdade, ser escravizados pelo senhor errado. Lembre-se das palavras de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores”. [p.159-176]


10. O INIMIGO SÚTIL DA FÉ SIMPLES

Este capítulo está fundamentado em Mateus 6.25-34 e aqui o autor vai trabalhar com aquilo que ele chama de “assassino da fé”, a preocupação. E ele começa com uma pergunta: Qual pecado é o inimigo sutil da fé simples? Pare e pense. Depois de decidir confiar em Deus com uma fé simples e permitir que ele tenha completa liberdade para realizar seu plano e propósito em você e por seu intermédio, você só precisa relaxar e confiar que Deus irá cuidar das coisas que antes você tentava mantar sob seu controle. De agora em diante, você decide que não vai mais assumir o comando. Você diz a si mesmo: “Deus é capaz de lidar com isso”. Mas, em um momento de fraqueza, o adversário de sua alma sussurra uma ou duas dívidas no seu ouvido, do tipo: “Ei, e se...?” Se isso não o abalar, ele retorna no meio da noite e semeia na sua mente pensamentos inquietantes, deixando-o perturbado e até mesmo em pânico. Outras pessoas não percebem nada (e você, certamente, não pensaria em contar a alguém), mas no lugar da paz interior e da fé simples, você agora está imobilizado... pelo que? Adivinhou! O mais notório assassino da fé em todas as áreas da vida: a preocupação.

Fico feliz que o nosso Senhor tenha incluído o tema da preocupação em sua mensagem no monte. De fato, ele dedica mais tempo a essa questão do que a qualquer outra. As pessoas perspicazes poderiam ter percebido que este tema estava para ser abordado. Quando Jesus falou: “Não acumulem tesouros sobre a terra” (Mt 6.19), foi sua maneira de dizer: “Tirem os olhos da dimensão horizontal”. E, mais tarde, quando advertiu: “Você não podem servir a Deus e as riquezas” (v.24), ele estava falando sobre viver com objetivos divididos, ter uma “mente dividida”. Assim, não devemos nos surpreender quando ele, na sua argumentação, salta para o mundo das pessoas preocupadas, escravizadas às perspectivas terrenas.

“... basta ao dia o seu próprio mal”, disse Jesus exortando-nos a fazer hoje apenas o que deve ser feito hoje. Aqueles que aprendem a viver assim estão dando um passo gigante para derrotar o inimigo sutil da fé simples. [p.177-193]


11. SE VOCÊ QUER LEVAR A FÉ SIMPLES A SÉRIO, PARE COM ISSO!

O texto do Sermão do Monte trabalhado pelo autor neste capítulo é Mateus 7.1-5, que trata da questão do julgamento. É um dos capítulos deste livro com alto teor pedagógico. Mas, não iremos entrar em todos os detalhes. O autor diz que, Interessado em cultivar pessoas de fé simples, Jesus deu instruções para tornar isso possível. Ele, como hábil cirurgião, cortou próximo a nervos sensíveis para alcançar áreas precisas do coração com a finalidade de realizar seu trabalho corretivo. Algumas vezes, como já vimos, teve que extirpar tumores e, ao fazê-lo, ele os expôs em toda sua feiúra. Jesus não foi diplomático nem simpático. Foi sua maneira de dizer: "Se você quiser realmente viver uma vida de fé simples é isso o que você tem que fazer". Neste caso, ele disse: "Pare com isso!"

Porque julgar é tão ruim? Porque Jesus usou algumas das palavras mais duras de seu sermão para falar sobre isso? Quatro respostas vêm à mente: Nunca conhecemos todos os fatos; Somos incapazes de conhecer as motivações da outra pessoa; Somos pessoas preconceituosas, nunca completamente objetivas e nós nos colocamos em uma posição para a qual não estamos qualificados... isto é, brincamos de ser Deus.

A maioria de nós é tão inconsciente dessas coisas que negligenciamos nossas limitações. Achamos que sabemos mais do que realmente sabemos e, portanto, continuamos com o hábito de julgar os outros. Por isso, tiramos falsas conclusões.

O texto de Mateus 7.1-5, começa com um forte imperativo. Em essência ele está dizendo: "Pare com isso!" Quando ordena: "Não julgue!", ele não deixa nenhum espaço para questionamentos. Obviamente, Jesus não está dizendo a seus seguidores para deixarem de ter discernimento. Ele está dizendo: "Não seja um crítico severo, não conduza sua vida com uma atitude crítica ou negativa. Nesse sentido, "julgar" significa: avaliar os outros com desconfiança; encontrar pequenos erros; procurar por fraquezas e fracassos periódicos; cultivar um espírito destrutivo e condenatório; presumir uma posição de autoridade sobre outra pessoa. Quando agimos assim, assumimos uma atitude de superioridade, como se nós fôssemos o senhor e os demais fossem nossos servos - uma postura de enorme arrogância.

Nenhum ser humano - por mais talentoso e influente que seja chega perto do Deus Todo-Poderoso, possuindo sua onisciência e discernimento. A capacidade de ler o coração do outro e analisar corretamente as motivações que estão por trás das suas ações, pertence a Deus e só a ele. Quando agimos como se tivéssemos essas capacidades, usurpando a prerrogativa reservada ao Divino Juiz, estamos fazendo mais do que simplesmente jogar o Vamos rotular", nós estamos brincando de Deus. O direito de darmos a palavra final sobre o nosso vizinho nos foi negado. Claramente, nosso Senhor ordena: "Não condene!" [p.195-209]


12. A MAIS PODEROSA DE TODAS AS PALAVRAS DE SETE LETRAS

O SÁBIO SALOMÃO ESCREVEU: Como maçãs de ouro em bandejas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo (Pv 25.11). Como balas de gelatina, os conceitos assumem o molde das palavras em que são derramados. Quem nunca foi ferido pelo uso de uma determinada palavra ou por uma combinação de palavras? Quem nunca encontrou alívio por uma palavra apropriada falada no exato momento de necessidade? Quem não foi esmagado sob o peso de uma palavra mal escolhida? E quem não teve sua coragem renovada porque uma palavra de esperança penetrou a névoa da dúvida? A palavra “palavra” continua a ser a mais poderosa de todas as palavras de sete letras. Mateus 7.6-12 é o texto trabalhado pelo autor neste capítulo, dando fundamentação ao poder da palavra dita.

É um texto muito rico. O autor conclui assim: Você quer impactar sua família... sua igreja... sua comunidade... seu local de trabalho? Você quer fazer diferença na vida de seu companheiro, de um membro da família, de um amigo (cristão ou não), de alguma pessoa no local de trabalho? Demonstre as características de Cristo. Não há necessidade de jogar folhetos evangelísticos de um avião ou pendurar na sua casa uma bandeira enorme com os dizeres "Jesus Salva". Não há necessidade de colar o adesivo de um peixe em seu carro, citar um monte de versículos todos os dias para o seu vizinho ou fazer um protesto contra os males da sociedade em frente à prefeitura. Basta captar a essência da mensagem cristã contida na Regra de Ouro e vivê-la. De manhã até a noite. Dia após dia. Semana após semana. Mês após mês. Primavera, verão, outono e inverno. Como o profeta Miqueias ensinou: aja com justiça, ame a misericórdia e ande humildemente. Você se surpreenderá com o impacto que este estilo de vida de fé simples terá. Já foi dito que a única Bíblia que a maioria das pessoas lê é a vida diária do cristão. [p.212-224]


13. AVISOS SIMPLES, MAS SÉRIOS, PARA TEMPOS COMPLICADOS

O autor afirma que o grande sermão de Jesus pode ser resumido em quatro ensinamentos básicos: Fora com a hipocrisia! (Mt 5); Abaixo a atuação! (Mt 6); Viva a tolerância! (Mt 7.1-5); Adiante com o compromisso! (Mt 7.6-29). Ao longo de sua mensagem, a ênfase continuou sobre a aplicação da verdade e não apenas sua proclamação. Jesus quer que seus seguidores sejam praticantes da Palavra, não apenas ouvintes... ele quer que os preceitos e princípios estéreis das páginas amareladas da Lei e dos Profetas sejam encarnados diante do mundo que está sem direção. Com efeito, ele está dizendo: "Chega de religião de aparência!" O que ele pede é uma autêntica transformação da vida baseada no que o Deus vivo disse em sua Palavra. Enquanto os escribas e fariseus se descabelavam sobre minúcias teológicas e teóricas, o Filho de Deus chamava para a ação, que é a melhor pregação. Ninguém se afastou daquele monte inseguro sobre o que fazer. A pergunta que cada pessoa precisou responder naquela época (e agora) era: "Eu farei essas coisas?" Um sermão nunca termina na interpretação. A exortação sempre segue a exposição. É o momento quando o pastor para de pregar e começa a se intrometer. E isso ficou ainda mais evidente no sermão de Jesus quando ele chegou aos comentários finais.

Nas palavras finais da mensagem de Jesus encontramos quatro "alternativas em pares": dois caminhos (Mt 7.13s), duas árvores (7.15-20], duas reivindicações (7.21-23) e, como veremos no último capítulo, duas fundações (7.24-29). Cada alternativa requer uma escolha. Ou vamos com ele ou nos afastamos dele. É simples assim. Simples... mas difícil.

Para determinar a resposta, as seguintes perguntas podem ajudar: Eu escolhi a porta correta? Estou andando pelo caminho certo? A minha árvore produz o fruto certo? Estou seguindo aqueles que ensinam a verdade? Minha fé está sendo demonstrada por meio de boas ações? Eu realmente conheço Deus por meio de Jesus Cristo? Lembre-se: A fé simples começa com Cristo. [p.225-239]


14. O SEGREDO SIMPLES DE UMA VIDA QUE NÃO PODE NAUFRAGAR

O texto final usado no último capítulo é o de Mateus 7.24-27, que trata da parábola dos construtores. A interpretação dada pelo autor é muito didática e conclui aplicando-a a uma fé simples. Ao refletir sobre a cena colorida que Jesus criou com suas palavras, detecto pelo menos três categorias na história.

Primeiro, elementos idênticos. Os dois personagens principais são construtores. Ambos estão construindo as mesmas coisas em dois locais diferentes: dois construtores construindo duas casas. Quero deixar claro que Jesus não está falando sobre a construção de casas literais sobre a rocha literal e a areia literal, mas sobre construção de vidas - estabelecendo valores e deter minando prioridades em filosofias ou estilos de vida contrastantes.

Outro conjunto de elementos idênticos é a situação de vida de ambos os construtores. Cada um deles passa por uma tempestade que não podem ignorar e da qual não podem escapar. Ambos sentem a chuva torrencial caindo do céu, a água da inundação subindo e a força assustadora do vento. Tais tempestades são inevitáveis. Claramente, Jesus não está nos ensinado como encontrar um lugar seguro, confortável, um ambiente no qual a vida não é ameaçada e o clima é ameno. Pelo contrário, sua história nos força a encarar a realidade: a vida é difícil... as tempestades são inevitáveis... dor e desconforto acontecem.

A segunda categoria são os fatores contrastantes. Os dois construtores podem estar construindo casas idênticas e a tempestade pode estar atingindo ambas com fúria semelhante, mas os construtores são tipos de pessoas totalmente diferentes. Isso significa que eles constroem suas casas de maneiras totalmente diferentes. Um escolhe construir sobre a rocha; o outro, sobre a areia. O primeiro construtor é do tipo que faz mais do que ouvir o que Cristo tem a dizer. Segundo as palavras do próprio Jesus, ele ouve e age de acordo com a verdade. Curiosamente, o segundo construtor ouve as mesmas coisas... mas para por aí. Ele, deliberadamente, não age de acordo com o que ouve.

Jesus chamou o primeiro construtor de "prudente" e o segundo construtor de "insensato". Ninguém poderia dizer, apenas olhando de fora, qual deles ouve e age e qual apenas ouve. É preciso uma tempestade para revelar quem é quem.

Um segundo contraste na história é muito forte - o resultado final das duas casas. Uma "não caiu", a outra "desabou", e "foi grande a sua ruína". O construtor prudente constrói sua vida de tal maneira que nenhuma provação, nenhum grau de dificuldade, é suficiente para derrubá-la. Por quê? A história nos diz que é porque ela foi edificada "sobre a rocha". Não é preciso ser um teólogo para identificar o que a rocha representa - o próprio Cristo. O construtor prudente voltou-se para o Senhor Jesus com fé simples e, agindo de acordo com a verdade que Cristo ensinou, construiu sua vida sobre os seus princípios. Isso lhe deu um fundamento sólido e seguro, diferente do outro construtor, cuja vida foi construída de maneira tola, sobre a areia.

Para concluir este capítulo e o livro, ao autor diz: “Ao longo das páginas deste livro eu tenho reiterado a importância de abraçar a verdade, não apenas ouvi-la ou pensar sobre ela. Nesta era da informação é fácil ficarmos fascinados por mais e mais palavras, interessados em conceitos interessantes - e tornarmos o processo de reunir dados um fim em si mesmo, em vez de agirmos de acordo com a verdade que é apresentada. O construtor insensato ouviu as mesmas coisas que o construtor prudente ouviu. A única diferença foi sua recusa em fazer algo a respeito. Jesus frequentemente pontuava seus ensinos com o lembrete: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". Ouvir sem nenhum plano de ação, ler sem nenhum interesse em responder, é perder o ponto principal da grande mensagem de Jesus no monte. A verdade divina não é dada para satisfazer uma curiosidade indolente, mas para mudar vidas... não para nos embalar a ponto de dormirmos na igreja, mas para nos equipar para o hoje e nos preparar para a eternidade. [p.241-255]

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