Nova Liderança: paradigmas de liderança em tempo de crise. Curitiba, PR: Editora Esperança, 2017. Editores Valdir Steuernagel e Ricardo Barbosa.
Os Editores deste livro, assim escreveram: QUAIS SÃO, HOJE, OS MODELOS QUE INSPIRAM as novas lideranças cristãs? Quais são as fontes que nutrem o espírito daqueles que, de uma maneira ou outra, conduzem, dirigem e alimentam a Igreja de Jesus Cristo? Temos conseguido compreender a complexidade do mundo e das pessoas a quem servimos? Qual a força do mercado e das estruturas seculares na formação dos líderes cristãos, em suas diferentes expressões, hoje? São estas algumas das perguntas que nos levaram a organizar este livro e a republicá-lo, atualizado e com conteúdo ampliado. [...] Este livro é uma proposta de agenda de discussão para refletirmos sobre os novos paradigmas da liderança no tempo em que vivemos. Isso implica conhecer o tempo e suas crises, bem como conhecer a natureza da igreja e do líder para essa igreja. Queremos olhar para ambos. Não espere encontrar neste livro fórmulas ou receitas. Não é este o seu propósito. Talvez ele vá levantar mais perguntas do que respostas. Se levarmos a sério as perguntas, os caminhos surgirão como expressão da graça divina [p.7,12].
O livro se constituem de uma série de 9 artigos sobre a importância da liderança cristã em meio a uma complexidade cultural que requer dos cristãos não só a compreensão, mas também respostas honestas aos dilemas que o ser humano enfrenta. Ser "simplesmente cristão" não pode ser uma resposta simplista ao desafio de ser cristão hoje. O secularismo, o ceticismo e o narcisismo idolátrico de nossas sociedades, espera da Igreja e dos seus líderes, uma fé que seja pessoal e capaz de articular, em uma linguagem adequada, o testemunho de Cristo. Mais do que bons programas e o bom uso de recursos tecnológicos, os líderes cristãos, hoje, precisam viver de maneira coerente e consistente o Evangelho que pregam. Pastores vêm construindo uma identidade cada vez mais funcional. A comunidade não é o que mais importa, o que importa são os projetos, as metas, o potencial de cada um. A profundidade foi substituída pela superficialidade, a pessoalidade se perde no meio da grande massa. Às vezes parece que somos mais vaqueiros do que pastores: estamos mais de olho no número de cabeças do que no cuidado de um rebanho. As consequências dessas profundas mudanças são trágicas e já começam a ser percebidas. Famílias desestruturadas, caráter corrompido, integridade pessoal ameaçada, superficialidade nos relacionamentos e no conhecimento, impessoalidade, imaturidade, frieza afetiva e narcisismo. Estas são apenas algumas das consequências que temos observado e que são apresentadas neste livro.
Nesta resenha descritiva iremos trabalhar de forma sucinta cada um dos 9 artigos aqui publicados para apresentar o leitor a importância de se ler esta obra.
A liderança segundo o modelo de Jesus: Valdir R. Steuernagel – Jesus é o modelo na prática da liderança e nunca nos cansamos de aprender dele, desde que tenhamos clara a nossa decisão de segui-lo. Simples assim: siga Jesus e torne-se uma pessoa que lidera de maneira acolhedora, íntegra e contagiante em todos os níveis de seus relacionamentos. Assim como Jesus fazia.
O exercício da liderança, no entanto, é também complicado. Na exata medida em que aumenta a complexidade da nossa sociedade, isso se torna inevitável. O dessaranjo de nosso tecido social passa a ser um fato corriqueiro; as respostas para a convivência humana se multiplicam inquietadoramente; as expressões da maldade humana assumem formas inimagináveis e penetram em todas as ramificações visíveis e invisíveis da vida; tornando o desafio da liderança um dos grandes desafios do nosso tempo. Não há, de fato, como fugir dessa realidade à qual todos estamos umbilicalmente vinculados por nosso própria humanidade. Devemos, pelo contrário, mergulhar nela e a ela responder a partir da perspectiva da nossa fé cristã.
Diante do quadro da vida como ele é, o encontro com o Evangelho de Jesus Cristo e a sua própria pessoa, como refletida nos evangelhos, nos apresenta um caminho que é fundamental, alvissareiro e consistente. Com Jesus aprendemos que a resposta aos desafios da cotidianidade da vida não é mágica, mas carece de uma simplicidade, consistência e integridade que são profundamente ansiadas. Portanto, diante dos desafios de nossa realidade, carecemos muito mais da simplicidade, beleza, integridade e relacionalidade do Evangelho de Jesus Cristo do que poderíamos imaginar. É isso que esta reflexão anseia vislumbrar.
A formação de um líder é uma questão de vida: Ricardo Agreste da Silva – Pensando na formação de líderes em categorias seculares, não tenho a menor dúvida de que é possível desenvolvê-los em laboratório. Eles estão por toda parte, fazendo faculdades, mestrados, doutorados, cursos que ensinam a falar em público, lendo livros sobre inteligência emocional, fazendo workshops sobre como tirar o melhor das pessoas e sendo enviados para lugares onde podem tomar conhecimento das últimas técnicas de negociação. Nesses moldes, a formação depende exclusivamente da capacidade de retenção das informações recebidas e da esperteza em aplicá-las nas mais variadas situações de trabalho. Além disso, a formação se restringe à habilidade de lidar com técnicas em que o ponto fundamental é aprender a tirar vantagem de circunstâncias e de pessoas com o objetivo de alcançar os resultados esperados o mais rápido possível.
No entanto, observando a história de homens e mulheres usados por Deus na liderança de seu povo, encontramos um modelo bem diferente de formação. Ao olharmos suas vidas, constatamos que, mais do que o mero treinamento formal, suas variadas experiências, as diversas circunstancias vividas e os relacionamentos desenvolvidos se apresentam como fatores determinantes de sua formação. Mesmo para aqueles que receberam tal treinamento, a vida acaba se revelando a grande escola, na qual experiências boas ou ruins, circunstancias favoráveis e desfavoráveis, relacionamentos confortáveis e conflituosos vão sendo gradualmente incorporados por Deus em suas vidas. A eles cabe aprender e perceber o mover de Deus em suas vidas e a exercitar a confiança no caráter divino ao longo dos momentos nebulosos dessa jornada.
Portanto, creio que pensarmos na formação de um líder como um processo de vida é um convite à submissão. Submissão à ação de Deus em nossas vidas. Rendição nas suas mãos soberanas e graciosas que nos conduzem a pastos verdejantes e águas tranquilas. Somente quando percebemos Deus em nossas vidas e confiamos em seu caráter é que podemos, de fato, nos submeter integralmente a ele, à sua vontade e à sua missão. Diante disso, liderar torna-se a arte de usar as capacidades dadas por Deus para influenciar um grupo específico de pessoas na direção dos propósitos de Deus para suas vidas.
Peneirando líderes, formando pastores: Ricardo Barbosa de Sousa – As igrejas estão mais organizadas. Professores de escola dominical são mais bem preparados e contam com material didático de última geração. Os líderes leigos trazem em sua bagagem um sofisticado preparo profissional que colocam a serviço da igreja. Pastores com cursos de comunicação se apresentam impecáveis, com seus ternos bem talhados, voz empostada e movimentos ensaiados. Televisão, rádio, websites, marketing, tudo isso e muito mais está sendo usado pela nova liderança. Mas ainda falta alguma coisa.
O que falta não me parece ser alguma nova técnica que ainda não foi incorporada ou algum curso que ainda se deva fazer. O grito das ovelhas é por pastores. A liderança que temos hoje, ou melhor, o modelo de líderes que temos buscado não está satisfazendo os anseios das almas das ovelhas de Jesus Cristo. Temos boa tecnologia, bons administradores, bons professores, excelentes gerentes que tocam a igreja... Mas não temos pastores.
Pretendo aqui buscar um resgate da figura do pastor, daquilo que entendo seja a vocação pastoral. Reconheço que os pastores são líderes; apenas quero protestar contra um modelo de liderança que considero nocivo, talvez até letal para a igreja. Mesmo que a palavra “líder” não seja mais adequada para a definição da vocação pastoral, ela já foi incorporada em nosso vocabulário. Vou usá-la e, ao mesmo tempo, criticá-la. Vou empregá-la para referir-me a um modelo bíblico de liderança, mas vou usá-la também para criticar os modelos que corrompem nossas heranças mais antigas. Algumas vezes vou usar a palavra “líder” como oposição ao “pastor”. Isso não significa que pretendo abolir seu uso, apenas dar a ela um significado mais claro no contexto da igreja e da vocação pastoral.
Diaconia da liderança: Carlos Queiroz – Conheço mais servos que são líderes do que líderes servos. Pouca literatura é dedicada aos servos. Estou escrevendo aos servos. Meu propósito é animar as pessoas comuns a assumirem a naturalidade e potencialidade de liderança que possuem.
Compreendo a liderança como a arte de inspirar e apoiar pessoas tendo como fundamento a conquista da confiança dos outros, assumo, com deslumbramento, ainda que sem nenhuma conotação religiosa, o exemplo de serviço de Jesus Cristo de Nazaré. Ele identifica-se como servo – “eu vim para servir e não para ser servido” (cf. Mt 20.28; Mc 10.45). A liderança era mais uma das formas de serviço que ele oferecia aos seus seguidores. Ele não era um líder servidor. Ele era um servo que fazia da liderança uma de suas maneiras de servir. Há pessoas com sérias suspeitas e reservas com o cristianismo e sobre a incoerência das instituições cristãs; mas, nem mesmo os opositores do cristianismo conseguem construir suspeitas confiáveis sobre os extraordinários serviços de Jesus Cristo de Nazaré prestados à humanidade.
Imitar Cristo continua sendo a opção de todo cristão comprometido: andar como ele andou, imitá-lo em tudo. Como ele mesmo disse: “... aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração...” (Mt 11.29). E ainda: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21). Sua encarnação foi mais do que um milagre teológico, foi uma opção antropológica. E junto com o seu jeito de ser gente, Jesus protagonizou um novo estilo de vida, um modelo estratégico de liderança. Jesus exerceu sua missão, amando todos. Escandalizou muita gente por conviver com publicanos e pecadores (Lc 15.1s), esteve entre os marginalizados e desprezados pela sociedade.
Seguir o modelo de Jesus na liderança transcultural: Antonia Leonora van der Meer – Jesus Cristo é o nosso modelo missionário. Ele nos envia assim como o Pai o enviou (Jo 20.21; 17.18); isto é: com as mesmas atitudes, qualidades, disposição à renúncia e à identificação com aqueles a quem somos enviados. Parece que hoje o sucesso, também no contexto evangélico, é avaliado em termos de números, não só é primeiramente convertidos, ou “adeptos”, mas da conta bancária, do dinheiro investido, do estilo de vida digno de homens e mulheres “bem-sucedidos” aos do mundo. Já não se pensa que é desejável humilhar-se, adotar um estilo de vida simples para identificar-se a manipular o nosso destino. Somos, antes, desafiados a aprender, pela fé, a manipular o nosso destino, inclusive Deus, e assim também tornar-nos pessoas “de grife”.
Qualidades essenciais que marcaram a vida de Jesus e, por isso devem caracterizar seus enviados são a mansidão e a benignidade de Cristo (2 Co 10.1). Em outras palavras: a humilde sensibilidade do amor de Cristo. O que tem marcado nossa vida como missionários? Precisamos dessa mesma sensibilidade humilde para poder ouvir com amor, para poder compreender melhor a cultura do povo ao qual fomos enviados. Achar que nós temos todas as respostas e que nosso único papel é o de ensinar é uma ignorância arrogante. Devemos respeitar as pessoas e sua cultura e não assumir um papel de superioridade. Essa sensibilidade humilde também significa levar a sério os temores e frustrações deles, seus sofrimentos e preocupações, sua fome, pobreza, falta de esperança e opressão, aprendendo a chorar com os que choram.
Também devemos reconhecer humildemente que, apesar de todo o nosso treinamento, há muitas coisas que os cristãos nacionais podem fazer melhor do que nós: evangelizar, plantar igrejas, traduzir as Escrituras, aconselhar. Por isso nosso papel será sempre o de “andaimes”, permitindo que o edifício da igreja cresça naquele contexto, enquanto nosso papel é importante, mas passageiro. Os missionários são necessários até que o edifício seja formado.
A liderança cristã e a tendência narcisista: James Houston – Foi no principio do século 20 que o conceito de “personalidade” começou a circular no novo meio cinematográfico. Imaginava-se que a “personalidade” era constituída das qualidades que caracterizavam as pessoas famosas nesse novo ramo do entretenimento. Esses eram os “astros” que se destacavam na multidão: narcisistas, obcecados por chamar atenção para si, descaradamente centrados apenas neles mesmos. Ainda que não o fossem em sua vida particular, a indústria cinematográfica assim os projetava. Esses astros era escolhidos por sua boa aparência, seu carisma e charme, sua sensualidade, e outras formas de magnetismo que lhes permitiam atrair a atenção para si.
A última manobra do ego talvez seja o cultivo do narcisismo espiritual, que pode ser definido como o uso inconsciente da prática, bem como da experiência e do discernimento espiritual, para aumentar ao invés de reduzir sua própria importância. Trata-se de uma distorção sutil em que o ego associa a autoimagem como o “tentar ser santo” ou, ainda pior, com o “ter se tornado santo”. Nessas circunstâncias, a busca espiritual passar a ser um processo de autoengrandecimento, em vez de uma “jornada de aprofundamento da humildade”. Em lugar de se viver sob “os benefícios de Cristo”, como Calvino o descreveu, a vida religiosa se transforma em autopromoção. Na prática, narcisismo espiritual significa assumir a responsabilidade pessoal de ser seu próprio Salvador, de ser a força que move e molda a própria espiritualidade. Pode significar também que a pessoa acredita que Deus a escolheu especialmente para ter habilidades excepcionais e fazer coisas especiais para Deus.
O narcisismo, portanto, constitui um sintoma de uma cultura moribunda, na qual o ascetismo tradicional é substituído por uma cultura terapêutica indulgente e o tipo de personalidade que passa a dominar é o do homem autoindulgente, exibicionista, sensual e movido pelas aparências externas.
Dores e sofrimentos de homens e mulheres de Deus: Marisa Drews – O meu caminhar dos últimos anos, o rachar dos muros, o desmoronamento e a reconstrução têm me ajudado a refletir sobre o quanto algumas patologias podem intensificar dores e sofrimentos de homens e mulheres de Deus, principalmente se estiverem camufladas com ensinamentos bíblicos, podendo tornar-se padrões neuróticos de comportamentos disfarçados de espiritualidade. Como líderes, corremos o risco de justificar neuroses por meio da Bíblia, legitimando padrões comportamentais nocivos para a vida pessoal, familiar e da igreja. Exigências, cobranças e estereótipos às vezes vão muito além do que o próprio Deus requer em sua Palavra. Neuroses e, em alguns casos, até mesmo psicoses e transtornos de personalidade, são disfarçados em ensinamentos bíblicos e adotados como padrões de espiritualidade.
Cada vez mais vemos pastores e líderes dedicados quase exclusivamente ao público, orientando e dirigindo grandes massas, mas não conseguindo orientar suas próprias vidas e famílias, que acabam despedaçadas, e muitas vezes responsabilizam a igreja ou os membros por suas angústias e dores. Muitos precisam culpar a igreja, a sociedade, seus pais ou, até mesmo, Deus por seus problemas e dificuldades, como forma de fugir de sua própria responsabilidade.
Homens e mulheres de Deus não se dão conta da brevidade da vida, não celebram, arrastam-se com fardos pesados em seus corpos, sua alma e seu espírito. Movem-se com amarras em seus pescoços, que os aprisionam, sufocam e atormentam. A vida torna-se uma batalha, não se dão conta de que seus maiores inimigos podem estar dentro de si mesmos quando racionalizam tudo e todos, como se pudessem ser amigos apenas daqueles que comungam dos mesmo ideais. Muitos parecem meninos mimados que não cresceram por Dentro. Não desistem das coisas próprias de meninos. Sofrem muito porque não conseguem conviver com o diferente, parecem lutar contra moinhos de vento, tal qual Dom Quixote, sem se darem conta do que acontece dentro de si.
A busca por um estilo de liderança (Avaliando a própria história): Lyndon de Araújo Santos – Um dos desafios do pastoreio, hoje, é o de integrar a cidadania à vocação. Para isso, entre outras coisas, precisa conciliar rigor com versatilidade. O rigor, com a piedade, o estudo, a ética e o tempo, deve juntar-se à criatividade, à objetividade e à simplicidade de vida. As estratégias ficam por conta da criatividade acima referida e, sobretudo, da assistência e da capacitação de Deus (Lc 12.11). A criatividade latina e brasileira dispensa a avidez pela importação de modelos.
A lucidez paulina acerca das esferas demarcadas por Deus para a sua atuação ministerial (2 Co 10.13-18) deve inspirar cada um de nós chamados para pastorear gente. Junto com esta definição ministerial, a compaixão pelas multidões nunca deve curvar-se ante o pragmatismo de resultados estatísticos, essa idolatria moderna que penetrou na mentalidade dos evangélicos e nos leva a um espírito de concorrência que não faz parte do Reino de Deus.
Em uma avaliação final e pessoal, ser um pastor-cidadão aponta para a direção e a prática de um ministério relevante e profético. Irmãos e irmãs que são profissionais poderão também viver sua presença na sociedade com a mesma visão. Um ministério que, tal como tantos outros, terá desdobramentos que o tempo e a soberania de Deus determinarão.
E a família do líder, como fica? Carlos Catito – Quando pensamos nas várias faces que envolvem um modelo de liderança cristã, não podemos deixar de refletir sobre o contexto relacional mais próximo na vida do líder, que é a sua família, imediatamente nos lembramos do texto bíblico que instrui que o líder: ... governe bem a própria casa, criando os filhos sob a disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?) (1 Tm 3.4s).
A família é, então, o espaço prioritário no qual a liderança é desenvolvida e aprimorada. Se nos mostrarmos falhos e incompetentes, à luz do próprio Evangelho, no pequeno núcleo familiar, com certeza falharemos em proporções muito maiores diante de um rebanho maior e causaremos vergonha ao Reino. Por isso é tão importante governar bem a própria casa!
Chegamos ao final deste livro dentro daquela perspectiva que os editores escreveram, de que este livro é uma proposta de agenda de discussão para refletirmos sobre os novos paradigmas da liderança na época em que vivemos.
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RECOMENDO!
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