sábado, 19 de novembro de 2016

FIRME FUNDAMENTO [Resenha]


FLUHRER, Gabriel N. E. Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. Rio de Janeiro: Anno Domini, 2013. 176p.

ESTE É UM LIVRO sobre o livro, a Palavra de Deus escrita. Ao longo da última década, aproximadamente. Alguns adeptos do evangelicalismo começaram a questionar se a Escritura é digna do artigo definido. Em outras palavras, alguns têm sugerido que devemos tratar a Bíblia como um livro – ainda que um livro muito especial – mas não como o livro que ilumina perfeitamente todas as coisas. Sugere-se sutilmente que as características singulares e o valor religioso da Bíblia se devem mais à maneira poderosa pela qual Deus a usa em nossas vidas do que a uma autoridade divina inerente ao próprio texto. Podemos antever os perigos que se escondem por trás dessas e de outras tentativas de reinterpretar ou diminuir a alegação de que a Bíblia é inspirada por Deus (2 Tm 3.16). Essas tentativas não somente debilitam a confiança plena que os crentes precisam ter na confiabilidade das Escrituras, mas usurpam também de seu Autor a plenitude da glória que a sua Palavra demonstra e exige.

O livro possui 10 capítulos escritos com textos acessíveis, pastorais e claros, de maneira muito semelhante à da Bíblia que reverenciam. Eles nãos e deleitam em polêmicas, embora elas sejam inevitáveis na “presente era perversa” (Gl 1.4) e por esse motivo alguns dos autores as apresentam em seus textos. Contudo, seu desejo supremo é dar um toque de clarim convocando a Igreja para retornar à sua convicção central, mais antiga e vital de que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, isenta de erros em seus manuscritos originais e a única regra de fé e prática.

Os capítulos pela ordem:

1. Conhecendo Deus: o mundo e a Palavra – J. I. Packer. Neste capítulo, J. I. Packer inicia o livro desvendando o privilégio quase indescritível desfrutado pelos cristãos como aqueles que podem conhecer Deus por meio de sua Palavra.

2. A suficiente Palavra de Deus – J. Ligon Duncan III. Neste capítulo o autor usa a sua maturidade de pastor experiente para explicar porque as Escrituras são suficientes para que possamos conhecer a Deus e viver de maneira agradável a Ele.

3. A Verdade de Deus – R. C. Sproul. Aqui R. C. Sproul combina – como só ele é capaz de fazer – episódios de sua celebre carreira com uma explicação contundente sobre o motivo de a Bíblia ser verdadeira.

4. Somente a Escritura – James M. Boice. O saudoso Dr. James Montgomery Boice apresenta uma visão pastoral útil do significado da expressão sola Scriptura, o grito de guerra do compromisso da Reforma Protestante com a Bíblia.

5. A poderosa Palavra de Deus – Richard D. Phillips. Neste capítulo, o Professor Richard D. Phillips desvenda magistralmente o capítulo 55 de Isaías – uma passagem vital na formulação de uma sã doutrina da Bíblia.

6. A Palavra da Igreja – Mark Dever. Mark Dever defende a centralidade da Palavra para a Igreja.

7. A Palavra acessível – Philip Graham Riken. Philip Riken apresenta ao leitor uma defesa acadêmica e sem reservas da clareza da palavra de Deus. Diante do nevoeiro atual de negações pós-modernas acerca da clareza da linguagem, tal tratamento do Dr. Ryken é particularmente oportuno.

8. Pregação: o instrumento do avivamento – Edmund P. Clowney. Com sua paixão e sensibilidade exegética características, o Dr. Edmund Clowney defende que aqueles de nós que estão atrás do púlpito sagrado semana após semana devem se manter cativos à palavra de Deus, pois ela o instrumento principal para o verdadeiro avivamento na Igreja de hoje.

Portanto, para concluir, não é preciso dizer que o Livro, a Palavra de deus escrita, dirige nossa atenção para Aquele que é a palavra de deus viva – Jesus Cristo. Sem uma Bíblia isenta de erros não podemos conhecer o Verbo encarnado e, assim, permaneceríamos sem esperança, sem deus no mundo. Mas graças sejam dadas a Deus pela Bíblia e pelo Cristo de quem ela fala com perfeição.

As observações de Cornelius Van Til, célebre apologista de Westminster e defensor da doutrina da inspiração formulada pela igreja, são uma conclusão adequada para esta resenha descritiva. Em sua introdução á obra de referência “A Inspiração e Autoridade da Bíblia”, de B. B. Warfield sobre a doutrina da Bíblia, o Dr. Van Til escreveu: “Somente no retorno à Bíblia como inspirada infalivelmente em sua autografia há esperança para a ciência, para a filosofia e para a teologia. Sem retornar a essa Bíblia, a ciência e a filosofia podem florescer com capital emprestado, como o filho pródigo floresceu durante algum tempo com os recursos de seu pai. Mas o filho pródigo não tinha o princípio da auto sustentação. E nenhum homem o tem até aceitar a escritura que Warfield apresenta.

Este livro está disponível no link
https://vidanova.com.br/771-firme-fundamento.html

Nenhum comentário: