sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

JOÃO - AS GLÓRIAS DO FILHO DE DEUS [Introdução]



Precisamos tirar as sandálias dos nossos pés. O território no qual vamos caminhar doravante é terra santa. O evangelho de João é o santo dos santos de toda a revelação bíblica. E o livro mais importante da história. Steven Lawson chama-o de o monte Everest da teologia, o mais teológico dos evangelhos.[1] Charles Erdman o considera o mais conhecido e o mais amado livro da Bíblia. Provavelmente, é a mais importante peça da literatura que há no mundo.[2] Para William Hendriksen, o evangelho de João é o livro mais maravilhoso já escrito.[3] Lawrence Richards o descreve como “o evangelho universal”.[4]

Mateus apresentou Jesus como Rei, Marcos como servo e Lucas como homem perfeito. João, por sua vez, apresenta Jesus como Deus. Os tres primeiros evangelhos são chamados sinóticos porque têm grandes semelhanças entre si. João, porém, distingue- se dos demais em seu conteúdo, estilo e propósito.

Charles Swindoll diz que não temos quatro evangelhos; temos apenas um evangelho, escrito de quatro pontos de vista diferentes. Temos uma biografia elaborada por quatro testemunhas, cada escritor provendo uma perspectiva peculiar.[5] Nessa mesma linha de pensamento, Andreas Kostenberger afirma: “Os quatro evangelhos bíblicos apresentam o único evangelho da salvação em Jesus Cristo, segundo quatro testemunhas importantes: Mateus, Marcos, Lucas e João”.[6]


Destacaremos a seguir alguns pontos importantes para uma introdução ao livro.


O AUTOR

Embora os quatro evangelhos sejam anônimos, ou seja, não tragam o nome de seu autor, há inconfundíveis e irrefutáveis evidências internas e externas de que esse evangelho foi escrito pelo apóstolo João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu, empresário de pesca do mar da Galileia. Sua mãe era Salomé (Mc 15.40; Mt 27.56), a qual contribuiu financeiramente com o ministério de Jesus (Mt 27.55,56) e pode ter sido irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Se essa interpretação for verdadeira, então João e Jesus eram primos.[7] Sem apresentar seu nome, o autor se identifica como testemunha, em sua conclusão do evangelho: E é esse o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu (21.24).

Junto com Pedro e Tiago, João formou o grupo mais íntimo dos três discípulos que estiveram com Jesus na ressurreição da filha de Jairo (Mc 5.37), na transfiguração (Mc 9.2) e na sua angústia no jardim de Getsêmani (Mc 14.33). Dos três, João era o mais íntimo de Jesus. Ele é conhecido como o discípulo amado (13.23). Foi João quem se inclinou sobre o peito de seu mestre durante a ceia pascal; foi ele quem acompanhou seu Senhor ao julgamento, quando os demais discípulos fugiram (Jo 18.15).[8] De todos os apóstolos, foi ele o único que esteve ao pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar (19.25-27) e cuidou de Maria, após a morte de Jesus (19.27). Depois da ascensão de Cristo, João tornou-se um dos grandes líderes da igreja de Jerusalém (At 1.13; 3.1-11; 4.13-21; 8.14; Gl 2.9).

De acordo com a tradição, João mudou-se para Éfeso, capital da Ásia Menor, onde viveu os últimos anos de sua vida, como líder da igreja na região. Foi banido para a ilha de Patmos, no governo de Domiciano, onde escreveu o livro de Apocalipse. Com a ascensão de Nerva, João recebeu permissão para retornar a Éfeso, onde morreu aos 98 anos, no início do reinado de Trajano (98-117). João foi o único apóstolo de Jesus que teve morte natural. Os demais morreram pelo viés do martírio.

A antiga literatura patrística faz referências ocasionais ao apóstolo, deixando evidente que ele era morador de Éfeso. Westcott cita Jerônimo, que relatou: “Permanecendo em Éfeso até uma idade avançada - podendo ser transportado para a igreja apenas nos braços de seus discípulos, e incapaz de pronunciar muitas palavras —, João costumava dizer não muito mais do que: Filhinhos, amai-vos uns aos outros. Por fim, os discípulos que ali estavam, cansados de ouvir sempre as mesmas palavras, perguntaram: - Mestre, por que sempre dizes isto? — É o mandamento do Senhor – foi a sua digna resposta - e, se apenas isto for feito, será o suficiente”.[9]

F. F. Bruce diz que a evidência interna da autoria joanina para esse evangelho decorre do fato de que ele foi escrito: a) por um judeu palestino; b) por uma testemunha ocular; c) pelo discípulo que Jesus amava; d) por João, filho de Zebedeu.[10]

Tanto João quanto seu irmão Tiago foram chamados de filhos do trovão, possivelmente por causa de seu temperamento impetuoso. Eles queriam que fogo do céu caísse sobre os samaritanos que se recusaram a hospedar Jesus (Lc 9.54). Foi João quem relatou como ele e seus amigos tentaram impedir um homem de expulsar demônios em nome de Jesus, porque o tal não fazia parte de seu grupo (Lc 9.49). Certa feita, João e Tiago tentaram tirar vantagens de seu relacionamento mais próximo com Jesus, cobiçando um lugar de honra em seu reino futuro (Mc 10.35-45).

Na mesa da ceia (13.24), no túmulo vazio (20.2-10) e à beira do lago (21.7,20), João é associado de maneira especial com Pedro. Essa associação continua em vários episódios registrados no livro de Atos (At 3.1-23; 8.15-25). O apóstolo Paulo chama Pedro, Tiago (irmão do Senhor) e João de colunas da igreja de Jerusalém (G1 2.9).

Pais da igreja como Papias, Irineu, Eusébio, Tertuliano, Clemente de Alexandria, dentre outros, deram amplo testemunho da autoria joanina para esse evangelho. O Cânon muratoriano, do segundo século d.C., também atribui esse evangelho a João.[11] F. F. Bruce escreve: “No fim do segundo século, o evangelho de João era reconhecido normalmente nas igrejas cristãs como um dos evangelhos canônicos. Nossa principal testemunha desse período é Irineu, que veio de sua terra natal, na província da Ásia, pouco depois de 177 d.C, para se tornar bispo de Lion”.[12] Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez era discípulo de João. Irineu tinha plena convicção tanto da autoria joanina como da canonicidade desse evangelho.

Os críticos, besuntados de soberba intelectual e dominados pelo ceticismo, questionam a autoria joanina desse evangelho; no entanto, as robustas evidências, tanto internas como externas, confirmam que o apóstolo João, o discípulo amado, foi seu autor.


OS DESTINATÁRIOS

Mateus escreveu precipuamente para os judeus; Marcos, principalmente para os romanos; e Lucas, especialmente para os gregos. O evangelho de João, porém, é endereçado ao público geral, a judeus e gentios. O escopo desse evangelho possui abrangência universal.

Concordo com Joseph Mayfield no sentido de que os primeiros leitores do quarto evangelho provavelmente eram cristãos da segunda ou terceira geração. O que sabiam sobre a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus aprenderam ou de ouvir falar, ou por meio da leitura dos primeiros relatos cristãos.[13]


LOCAL E DATA

É consenso entre os estudiosos conservadores, estribados nas evidências históricas, que João escreveu esse evangelho da cidade de Éfeso, capital da Ásia Menor, onde morou por longos anos, pastoreou a maior igreja gentílica da época, liderou as igrejas da região e morreu já em avançada velhice, nos dias do imperador Trajano.

Não podemos afirmar a data precisa em que esse evangelho foi escrito; todavia, há fortes evidências de que tenha sido entre os anos 80 e 96 d.C. Para E E Bruce, “parece provável que o evangelho foi publicado na província da Ásia uns sessenta anos depois dos acontecimentos que narra”. [14]


PROPÓSITO

O evangelho de João tem um propósito específico: apresentar Jesus como o Verbo divino que se fez carne, o criador do universo, revelador do Pai, o Salvador do mundo, por meio de quem recebemos, pela fé, a vida eterna (20.30,31). Concordo com John MacArthur quando ele diz que o objetivo de João era tanto apologético, “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, como evangelístico, e que crendo tenhais vida em seu nome” (20.31).[15]

O propósito de João nos capítulos 1-12 é apresentar o ministério público de Jesus e, nos capítulos 13-21, apresentar seu ministério privado. Os capítulos 1-12 abrangem um período de três anos; os capítulos 13-21, exceto o capítulo 21, abrangem um período apenas de quatro dias. A primeira parte do livro enfatiza os milagres de Jesus, enquanto a segunda parte recorda os discursos feitos aos seus discípulos.

E. E. Bruce diz com acerto que todo o evangelho enfatiza que Jesus é o Filho eterno do Pai, enviado ao mundo para sua salvação.[16] Gundry declara que, acima de qualquer consideração, João é o evangelho da fé. De fato, o verbo “crer” é a palavra-chave do presente evangelho.[17] A palavra grega pisteuo, traduzida por “crer”, aparece 98 vezes no evangelho de João. Mas o que significa “crer”? Não se trata apenas de um assentimento intelectual acerca de Jesus. Significa confessar a verdade como verdade; e mais: significa confiar. Crer em Jesus, portanto, é colocar plena confiança nele como Salvador.[18] Isso quer dizer que devemos colocar nossa confiança nele, e não apenas em sua mensagem.


PECULIARIDADES

João não aborda os principais temas abordados nos Evangelhos Sinóticos, mas, por outro lado, traz uma gama enorme de material que nem sequer foi mencionado nos outros três evangelhos.

Diferentemente dos evangelistas sinóticos, João não trata da vida e do ministério de Jesus, nem faz um acompanhamento minucioso de sua trajetória na Galileia e Pereia. Não registra as parábolas nem as muitas curas operadas por Jesus. Antes, foca sua atenção em provar que Jesus é o Filho de Deus e que, crendo nele, recebemos a vida eterna.

Os quatro evangelhos conjugam as histórias narrativas de Jesus com os discursos, mas João enfatiza mais os discursos. João não traz as parábolas nem menciona o discurso escatológico. Não há nenhum episódio de expulsão de demônios e nenhum relato de cura de leprosos. Não encontramos nesse evangelho a lista dos doze apóstolos nem a instituição da ceia. João não faz referência ao nascimento de Jesus, a seu batismo, transfiguração, tentação, agonia no Getsêmani nem à sua ascensão. Na verdade, cerca de 90% desse evangelho não é encontrado nos Sinóticos.[19]

A vasta maioria do conteúdo do evangelho de João é peculiar a esse livro, como mostra a descrição do Cristo preexistente e sua encarnação (1.1-18), o milagre na festa de casamento (2.1-11), a conversa com Nicodemos sobre o novo nascimento (3.1-21), seu encontro com a mulher samaritana (4.1-42), a cura do paralítico no tanque de Betesda (5.1-15), o discurso sobre o pão da vida (6.2271), a reivindicação de ser a água da vida (7.37-39), a apresentação de si mesmo como o bom pastor (10.1-39), a ressurreição de Lázaro (11.1-46), o lava-pés (13.1-15), o discurso do cenáculo (13-16), a Oração Sacerdotal (17.124), a pesca milagrosa depois da ressurreição (21.1-6) e a restauração e recondução de Pedro ao ministério (21.1519). João, outrossim, dá maior ênfase à pessoa e obra do Espírito Santo do que os demais evangelistas.[20]


ÊNFASES

Bruce Milne afirma corretamente que o evangelho de João é explicitamente o mais teológico dos quatro evangelhos.[21] Desde o prólogo, João antecipa o conteúdo de todo o seu evangelho, mostrando-nos que Jesus é o Verbo eterno, pessoal e divino. Aquele que tem vida em si mesmo é o criador do universo. Sem descrever o nascimento de Jesus e sua infância, João apenas nos informa que o Verbo divino se fez carne e habitou entre nós.

Sete vezes em João, Jesus emprega a gloriosa expressão “Eu Sou”, a mesma revelada por Deus a Moisés no Sinai.
Eu sou o pão da vida (6.35,48)
Eu sou a luz do mundo (8.12)
Eu sou a porta das ovelhas (10.7,9)
Eu sou o bom pastor (10.11)
Eu sou a ressurreição e a vida (11.25)
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (14.6)
Eu sou a videira verdadeira (15.1,5).

Além dessas declarações diretas, Gundry ressalta aquelas que envolvem a expressão “Eu Sou”, que sugerem a reivindicação de ser ele o eterno Eu Sou — o Iavé do Antigo Testamento (4.25,26; 8.24,28,58; 13.19).[22] Destacaremos, agora, algumas das principais ênfases desse evangelho.

Primeiro, a natureza e os atributos de Deus (1.1418; 3.16; 4.24; 5.19-23; 6.45-46; 8.16-19; 10.27-30,3438; 12.27,28,49,50; 13.3; 14.6-10; 16.5-15,27,28; 17.11; 20.20-22).

Segundo, a humanidade, a queda e a redenção (2.24,25; 3.3-8,19-21,36; 5.40; 6.35,53-57; 7.37-39; 8.12,31-47; 10.27-29; 11.25,26; 14.17; 15.1-8,18-25; 16.3,8; 17.2,3,69; 20.22,31).

Terceiro, a pessoa e a obra de Cristo (1.29,51; 2.19; 3.14,34; 4.22,42; 5.25,28; 6.33,40,44,51,53,62; 10.9,11,15; 12.24,32; 13.8; 14.3,18; 16.33; 17.2; 18.14,36; 20.1-21.14).

Quarto, a pessoa e a obra do Espírito Santo (1.13,32; 3.5; 4.24; 6.63; 7.39; 14.16,26; 15.26; 16.7-15; 19.34; 20.22).

Quinto, a vida do novo mundo (3.15,36; 4.14; 5.24; 6.27,37,39,47,51,58; 8.24,51; 10.28; 11.25; 12.25; 14.2).

Sexto, a divindade de Cristo (1.1,14,18,49;2.11,19; 3.3,13,18,19,31,34;5.17,22,26,28; 6.20,27,33,35,38,45,54,69; 7.28; 8.12,16,23,28,42,55,58; 9.5; 10.7,11,14,18,30,38; 14.4,25,27,44; 14.1,6,9,14; 16.7,15,23,28; 17.5,10,24,26; 18.5; 20.1-21,25; 20.28).

Sétimo, a humanidade de Cristo (1.14; 4.6; 6.42; 8.6; 11.33,35,38; 12.27; 19.5,30,31-42).

Oitavo, a soberania de Deus na salvação. De acordo com Steven Lawson, as grandes doutrinas da graça são fortemente apresentadas pelo apóstolo João nesse evangelho.[23] A depravação total é amplamente explorada, pois o homem sem Deus está cego (3.3) e alienado (3.5), incapaz (6.44), escravo (8.34), surdo (8.43-47) e tomado de ódio por Deus (15.23). A eleição incondicional é igualmente tratada, pois é Deus quem escolhe (6.37-39). Deus nos escolheu do mundo (15.19), e os eleitos são dados pelo Pai a Jesus (17.9). A expiação eficaz é clara, pois Cristo morreu por suas ovelhas (10.14,15) e dá a vida eterna a todos os que o Pai lhe deu (17.1,2,9,19). A graça irresistível é acentuada, uma vez que o novo nascimento e obra soberana do Espírito (3.3-8), os mortos espirituais ouvem a voz de Jesus e vivem (5.23; 6.63), e todos aqueles que o Pai dá a Jesus são atraídos irresistivelmente (6.37,44,65) e convocados individualmente (10.1-5,8,27). A perseverança dos santos é claramente ensinada, pois os que creem recebem vida eterna (3.15), salvação eterna (3.16), satisfação eterna (4.14), proteção eterna (6.38-44), segurança eterna (10.2730), sustentação eterna (6.51,58), duração eterna (11.25,26) e visão eterna (17.24).

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LOPES, Hernandes Dias, As glória do Filho de Deus - Comentários Expositivos Hagnos. São Paulo: Hagnos, 2015. 516p.

[1] LAWSON, Steven J. Fundamentos da graça. São José dos Campos: Fiel, 2012, p. 383.
[2] ERDMAN, Charles. O evangelho de João. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1965, p. 11.
[3] HENDRIKSEN, William. João. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 13.
[4] RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo 'Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 192.
[5] SWINDOLL, Charles R. Insights on John. Grand Rapids: Zondervan, 2010, p. 15.
[6] KOSTENBERGER, Andreas J.; Patterson, Richard D. Convite à interpretação bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 205.
[7] MACARTHUR, John. The MacArthur New Testament Commentary —John 1-11. Chicago: Moody Publishers, 2006, p. 7-8.
[8] PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia. Miami: Vida, 1987, p. 215.
[9] WESTCOTT, B. F. The Gospel According to St. John. London: John Murray, 1908, p. 34.
[10] BRUCE, F. F. João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 11.
[11] MILNE, Bruce. The Message of John. Downers Grove: Inter Varsity Press, 1993, p. 18
[12] BRUCE, F. F. João: introdução e comentário, p. 22.
[13] MAYFIELD, Joseph H. O evangelho segundo João. In: Comentário bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 21.
[14] BRUCE, F. F. João: introdução e comentário, p. 12.
[15] MACARTHUR, John. The MacArthur New Testament Commentary — John 1-11, p. 9.
[16] BRUCE, F. F. João: introdução e comentário, p. 26.
[17] GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1978, p. 113.
[18] SWINDOLL, Charles R. Insights on John, p. 17.
[19] MACARTHUR, John. The MacArthur New Testament Commentary — John 1-11, p. 1.
[20] Ibid., p. 2.
[21] MILNE, Bruce. The Message of John, p. 25.
[22] GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento, p. 114.
[23] LAWSON, Steven J. Fundamentes da graça, p. 383-434.


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