1. Deus daria a seu povo um “coração novo” – o “coração de carne” de Jeremias substituindo o de pedra (Jr 31.31-33) – e, para que isso fosse possível, ele lhe daria um “espírito novo” (Ez 36.26). Em Paulo, esse tema está refletido em 2 Co 3.1-6, em que os coríntios são vistos como beneficiários da nova aliança que será escrita “pelo Espírito do Deus vivo” em tábuas de coração humano (v.3). O próprio Paulo é o ministro dessa nova aliança, que não mais será firmada com “letra”, mas com o Espírito que dá vida (v. 5-6). Esse mesmo entendimento está por trás das palavras semelhantes de Rm 7.5-6 bem como a “circuncisão do coração pelo Espírito”, Em Rm 2.29, que remete a Dt 30,6 no que tange ao cumprimento.
2. Esse “espírito novo” não é outro senão o Espírito de Deus, que capacita seu povo a seguir seus decretos (Ez 36.27). Como se evidencia em Rm 8.3-4 e Gl 5.16-25, neste tema o cumprimento do Espírito é a resposta de Paulo à pergunta sobre o que acontece à justiça se abolirmos a observância da Torá (a lei do Antigo Testamento).
3. O Espírito de Deus significa a presença do próprio Deus no sentido de que pondo “em vós o meu Espírito, [...] vivereis” (Ez 37.14). De novo Paulo retoma esse tema em 2 Co 3.5-6. Como o Espírito do Deus vivo, o Espírito supre para o povo de a realidade essencial acerca de Deus. “O Espírito”, diz Paulo no contexto da nova aliança, “concede vida”.
Podemos concluir que, para Paulo, Cristo efetivou, por meio de sua morte e ressurreição, a nova aliança para o povo de Deus; mas, o Espírito é a chave para a nova aliança como realidade cumprida na vida do povo de Deus.
IN: Paulo, o Espírito e o Povo de Deus. Gordon D. Fee: Vida Nova, p. 37-38.
IN: Paulo, o Espírito e o Povo de Deus. Gordon D. Fee: Vida Nova, p. 37-38.
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