FLUHRER, Gabriel N.
E. Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. Rio de
Janeiro: Anno Domini, 2013. 176p.
ESTE É UM LIVRO sobre o livro, a Palavra de
Deus escrita. Ao longo da última década, aproximadamente. Alguns adeptos do
evangelicalismo começaram a questionar se a Escritura é digna do artigo
definido. Em outras palavras, alguns têm sugerido que devemos tratar a Bíblia
como um livro – ainda que um livro muito especial – mas não como o livro que
ilumina perfeitamente todas as coisas. Sugere-se sutilmente que as
características singulares e o valor religioso da Bíblia se devem mais à
maneira poderosa pela qual Deus a usa em nossas vidas do que a uma autoridade
divina inerente ao próprio texto. Podemos antever os perigos que se escondem
por trás dessas e de outras tentativas de reinterpretar ou diminuir a alegação
de que a Bíblia é inspirada por Deus (2 Tm 3.16). Essas tentativas não somente
debilitam a confiança plena que os crentes precisam ter na confiabilidade das
Escrituras, mas usurpam também de seu Autor a plenitude da glória que a sua
Palavra demonstra e exige.
O livro possui 10 capítulos escritos com textos
acessíveis, pastorais e claros, de maneira muito semelhante à da Bíblia que
reverenciam. Eles nãos e deleitam em polêmicas, embora elas sejam inevitáveis
na “presente era perversa” (Gl 1.4) e por esse motivo alguns dos autores as
apresentam em seus textos. Contudo, seu desejo supremo é dar um toque de clarim
convocando a Igreja para retornar à sua convicção central, mais antiga e vital
de que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, isenta de erros em seus
manuscritos originais e a única regra de fé e prática.
Os capítulos pela ordem:
1. Conhecendo
Deus: o mundo e a Palavra – J. I. Packer. Neste capítulo,
J. I. Packer inicia o livro desvendando o privilégio quase indescritível
desfrutado pelos cristãos como aqueles que podem conhecer Deus por meio de sua
Palavra.
2. A
suficiente Palavra de Deus – J. Ligon Duncan III. Neste capítulo o autor usa a sua maturidade de pastor
experiente para explicar porque as Escrituras são suficientes para que possamos
conhecer a Deus e viver de maneira agradável a Ele.
3. A Verdade
de Deus – R. C. Sproul. Aqui R. C. Sproul combina –
como só ele é capaz de fazer – episódios de sua celebre carreira com uma
explicação contundente sobre o motivo de a Bíblia ser verdadeira.
4. Somente a Escritura
– James M. Boice. O saudoso Dr. James Montgomery Boice apresenta
uma visão pastoral útil do significado da expressão sola Scriptura, o grito de guerra do compromisso da Reforma
Protestante com a Bíblia.
5. A poderosa
Palavra de Deus – Richard D. Phillips. Neste
capítulo, o Professor Richard D. Phillips desvenda magistralmente o capítulo 55
de Isaías – uma passagem vital na formulação de uma sã doutrina da Bíblia.
6. A Palavra
da Igreja – Mark Dever. Mark Dever defende a
centralidade da Palavra para a Igreja.
7. A Palavra
acessível – Philip Graham Riken. Philip Riken
apresenta ao leitor uma defesa acadêmica e sem reservas da clareza da palavra
de Deus. Diante do nevoeiro atual de negações pós-modernas acerca da clareza da
linguagem, tal tratamento do Dr. Ryken é particularmente oportuno.
8. Pregação: o
instrumento do avivamento – Edmund P. Clowney. Com sua paixão e sensibilidade exegética características, o
Dr. Edmund Clowney defende que aqueles de nós que estão atrás do púlpito
sagrado semana após semana devem se manter cativos à palavra de Deus, pois ela
o instrumento principal para o verdadeiro avivamento na Igreja de hoje.
Portanto, para concluir, não é preciso dizer que o Livro, a Palavra de deus
escrita, dirige nossa atenção para Aquele que é a palavra de deus viva – Jesus Cristo.
Sem uma Bíblia isenta de erros não podemos conhecer o Verbo encarnado e, assim,
permaneceríamos sem esperança, sem deus no mundo. Mas graças sejam dadas a Deus
pela Bíblia e pelo Cristo de quem ela fala com perfeição.
As observações de Cornelius Van Til, célebre apologista de Westminster
e defensor da doutrina da inspiração formulada pela igreja, são uma conclusão
adequada para esta resenha descritiva. Em sua introdução á obra de referência “A
Inspiração e Autoridade da Bíblia”, de B. B. Warfield sobre a doutrina da
Bíblia, o Dr. Van Til escreveu: “Somente no retorno à Bíblia como inspirada
infalivelmente em sua autografia há esperança para a ciência, para a filosofia
e para a teologia. Sem retornar a essa Bíblia, a ciência e a filosofia podem
florescer com capital emprestado, como o filho pródigo floresceu durante algum
tempo com os recursos de seu pai. Mas o filho pródigo não tinha o princípio da
auto sustentação. E nenhum homem o tem até aceitar a escritura que Warfield
apresenta.
Este livro está disponível no link
https://vidanova.com.br/771-firme-fundamento.html
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