quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A DEVOÇÃO TRINITÁRIA DE JOHN OWEN (Apresentação da Obra)



Se você é cristão, é somente por causa do pensamento e da ação amorosa de cada pessoa da Trindade. O pai, junto ao Filho e ao Espírito, o planejou antes da fundação do mundo; o Filho veio pagar o preço pela nossa redenção a fim de nos trazer justificação diante de Deus; o Espírito, enviado pelo Pai e pelo Filho, nos traz à fé pela sua poderosa obra. Era isto que John Owen desejava que os cristãos soubessem. A Devoção Trinitária de John Owen é apenas o ponto inicial na explanação de tudo o que isso significa.

(1) Deus é Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Este é um grande mistério – porque nós não somos Deus e não conseguimos entender plenamente o completo, maravilhoso e glorioso mistério do seu Ser. Mas podemos começar a compreendê-lo a aprender a amá-lo e adorá-lo.

(2) Se você é cristão, é somente por causa do pensamento e da ação amorosa de cada pessoa da Trindade. O Pai, junto ao Filho e ao Espírito, o planejou antes da fundação do mundo; o Filho veio pagar o preço para nossa redenção e, apoiado pelo Espírito Santo, foi obediente ao Pai em nosso lugar, tanto em sua vida quanto em sua morte, a fim de nos trazer justificação diante de Deus; agora, pela poderosa obra do Espírito Santo que foi enviado pelo Pai e pelo Filho, fomos trazidos à fé.

(3) O maior privilégio que qualquer de nós pode ter é o seguinte: podemos conhecer a Deus como Pai, Filho e Espírito Santo. Podemos gozar a participação – que Owen chama de “comunhão” – com Deus. Tal conhecimento é tão rico, largo, profundo, extenso e alto quanto são as três pessoas de Deus. Conhecer e ter comunhão com ele é um mundo inteiro de conhecimento, confiança, amor, alegria, comunhão, prazer e satisfação sem fim.


APRESENTAÇÃO DE STEVEN LAWSON, EDITOR DA SÉRIE “UM PERFIL DE HOMENS PIEDOSOS”

[...] Esta serie “Um Perfil de Homens Piedosos” destaca figuras chave na linha contínua de homens da graça soberana. O objetivo desta série é explorar como essas figuras usaram seus dons e habilidades dados por Deus para impactar o seu tempo e avançar o reino dos céus. Por serem corajosos seguidores de Cristo, os seus exemplos são dignos de serem seguidos hoje.

Este volume, escrito por meu bom amigo Sinclair Ferguson, foca aquele que é considerado o maior dos teólogos puritanos ingleses, John Owen. A vida monumental de Owen foi marcada por sua realização intelectual superior. Tornou-se pastor, capelão de Oliver Cromwell, e vice-chanceler da Universidade de Oxford. Sua obra mais influente, ‘A morte da morte na morte de Cristo’ (1647), escrita quando contava apenas trinta e um anos de idade, é uma extensa reflexão sobre a vida intra-trinitariana de Deus na encarnação e expiação de Jesus Cristo. Este trabalho seminal lançou Owen em um caminho de meditação e reflexão trinitária. Ele deixou ricos tratados e sermões sobre a comunhão trinitária que um cristão pode ter com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Talvez nenhum outro teólogo inglês tenha gasto mais tempo na contemplação da eterna Divindade, e o estudo de Owen traduzia zelosa paixão pelo evangelho e dedicação a Cristo. John Owen é figura altaneira, eminentemente digna de ser retratada no esboço biográfico da série.

Que o Senhor use este livro para levantar uma nova geração de crentes, que levem a mensagem do evangelho e influenciem este mundo. Por meio deste perfil, que você seja fortalecido para andar de modo digno da vocação a que foi chamado. Que você seja zeloso em sua devoção ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, para a glória de seu nome e o avanço de seu reino. Soli deo gloria [Steven Lawson]


FERGUSON, Sinclair B. A Devoção Trinitária de John Owen. São José dos Campos: Editora Fiel, 2015. [Coleção “um perfil de homens piedosos]

MINHAS NOVAS FERRAMENTAS DE TRABALHO


“Meus livros são minhas ferramentas. Também servem como meus conselheiros, minha consolação, e meu conforto.” (Charles Spurgeon)


(1) A Ética dos dez mandamentos - Hans Ulrich Reifler (Editora Vida Nova)

Vivemos uma crise ética sem precedentes. A sociedade civil e suas instituições sofrem cotidianamente o impacto dessa crise. A igreja, por sua vez, não se mantém ilesa, nem pode se eximir diante dessa situação tão grave. Mas onde buscar, na Bíblia, respostas para esse dilema que hoje enfrentamos?

Mesmo não havendo escrito propriamente um manual sobre ética cristã, Reifler oferece-nos, na primeira parte de seu livro, uma excelente e breve introdução a esta disciplina teológica. Na segunda divisão, ele nos mostra porque os dez mandamentos ainda valem hoje para o povo de Deus. Finalmente, ele dedica a maior parte de seu estudo à exposição sistemática das leis do Sinai.


(2) Discipulado - Dietrich Bonhoeffer (Mundo Cristão)

No contexto do nazismo, na Alemanha, e baseado no Sermão do Monte o autor explica o verdadeiro sentido e prática de seguir a Cristo e fazer outros seguidores. Aqueles que são de Cristo conhecem a graça através do arrependimento, o perdão pela confissão, e percorre o caminho do discípulo pela cruz, em submissão a Cristo como servo por amor!

“Em tempos de reavivamento da Igreja, obtém-se claramente um enriquecimento nas Escrituras Sagradas. Por detrás dos apelos cotidianos e das palavras de ordem, necessários no debate eclesiástico, surge uma busca mais decidida a respeito do único a quem realmente importa encontrar, a saber, o próprio Jesus. O que Jesus quis nos dizer? O que espera e nós hoje? Como ele nos ajuda a sermos cristãos fiéis em nosso tempo?” (O autor)


(3) Gilead - Marilynne Robinson (Editora Nova Fronteira)

O reverendo John Ames, já passado dos 70 anos de idade e sabendo que lhe sobra pouco tempo de vida, decide deixar para seu filho, que ainda está para fazer 7 anos, o relato de sua vida por escrito. Ao narrar os acontecimentos, o reverendo rememora também as vidas de seu pai e seu avô, igualmente religiosos. "Gillead" é o segundo romance de Marilyne Robinson e vencedor do Prêmio Pulitzer de 2005.


(4) O Cristo dos Profetas – O. Palmer Robertson (Centro de Literatura Reformada – CLIRE)

Nesta meticulosa introdução aos profetas do antigo Israel, o Dr. O. Palmer Robertosn revela a paixão e o propósito dos escritos extraordinários deles. Ele escreve: “Uma nova aliança, uma nova Sião, um novo templo, um novo Messias, uma nova relação com as nações do mundo – essas eram as expectativas propostas para injetar futura esperança no povo que teria de suportar o trauma da deportação da sua terra”.

Depois de examinar as origens do profetismo, o chamado dos profetas, e sua proclamação e aplicação da lei e da aliança, o Dr. Palmer dedica atenção especial ao significado bíblico-teológico do exílio e da restauração. Observando essas experiências pela perspectiva de vários profetas, ele conduz nossa atenção para os sofrimentos e para a gloriosa restauração do povo de Deus em Cristo.

O Cristo dos Profetas é uma sequencia da obra O Cristo dos Pactos, considerada por muitos como um clássico na área da teologia bíblica.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O ENCANTO POÉTICO DE ISAAC WATTS


Biografia de Isaac Watts (1674-1748), "pai da hinódia inglesa", autor de cerca de setecentos e cinqüenta hinos evangélicos. O autor procura destacar ao longo dos capítulos várias facetas de Watts: educador, pregador, poeta e hinólogo.

Douglas Bond diz: “Por sua imaginação incomparável, Watts me transportou de volta para o quente e empoeirado Gólgota, onde ouvi a batidas dos martelos sobre os pregos, os insultos e cuspes, os gemidos e gritos de dor. Pelas palavras de Watts, tornei-me o jovem contemplando a maravilhosa cruz. Com os olhos da fé, eu era aquele que via o Príncipe da glória abandonado por seu Pai e morrendo em agonia. E porque eu agora via, estava resoluto a contar como perda todas as minhas aspirações à riqueza e grandeza. Eu estava, pela primeira vez, desprezando todo o meu orgulho delirante do corpo e da mente.”

Muito já se escreveu, nos blogs reformados, sobre a importância da doutrina correta nas músicas entoadas nas igrejas, como também, muitos sermões pregados. Mas quis dar também minha contribuição mostrando um pouco da obra desse grande pastor e poeta desconhecido por muitos. Recomendo também a leitura do livro acima citado. Se você faz parte do grupo de louvor de sua comunidade, leve a ela músicas cristocêntricas, que exaltem ao excelso Deus, seus atributos e sua glória. Aprendamos com Issac Watts!

APRESENTAÇÃO DE STEVEN LAWSON, 
EDITOR DA SÉRIE “UM PERFIL DE HOMENS PIEDOSOS”

[...]Esta serie “Um Perfil de Homens Piedosos” destaca figuras chave na linha contínua de homens da graça soberana. O objetivo desta série é explorar como essas figuras usaram seus dons e habilidades dados por Deus para impactar o seu tempo e avançar o reino dos céus. Por serem corajosos seguidores de Cristo, os seus exemplos são dignos de serem seguidos hoje.

O foco deste próximo volume está o preeminente hinólogo inglês Isaac Watss. A beleza poética de seus hinos impregnados de doutrina transcende os séculos e continua a enriquecer a Igreja atualmente. Por sua habilidade literária extraordinária, ele tornou o cantar de hinos uma força devocional na Igreja Protestante. Tomado por uma visão elevada de Deus, este talentoso compositor revitalizou o canto congregacional por voltar a expor uma rica teologia em letras que combinavam o estilo musical ao peso da mensagem bíblica. Tudo isso – a ascensão e a queda de uma frase, metáforas marcantes, a cadência de um verso – convertia a majestade e transcendência de Deus em palavras inesquecíveis. Chamado de Melanchthon do seu tempo, este pastor hinologista influenciou o curso da adoração congregacional que permanece até o dia presente. Os seus hinos continuam a ser um marco na vida espiritual da Igreja.

Este dom para o encanto poético se faz necessário, mais uma vez, nos dias atuais. Em um momento em que há muita superficialidade na adoração congregacional, a Igreja deve recuperar uma visão elevada de Deus que leve à adoração transcendente. Em última análise, é a teologia que inevitavelmente produz doxologia. O recente ressurgimento da teologia Reformada de inspirar altaneiro louvor nos corações dos crentes. Que o Senhor possa usar este livro para inflamar uma nova geração a contemplar “a maravilhosa cruz sobre a qual o Príncipe da glória morreu”. Soli deo gloria! [Steven Lawson]

BOND, Douglas. O Encanto Poético de Isaac Watts. São José dos Campos: Editora Fiel, 2014. [Coleção “um perfil de homens piedosos]


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

NOVAS FERRAMENTAS DE TRABALHO



Adquiri essas ferramentas de trabalho já faz algum tempo, mas somente agora estou fazendo essa publicação.

1. A Manifestação do Espírito: a contemporaneidade dos dons à luz de 1 Coríntios 12-14 

Neste livro, D. A. Carson analisa minuciosamente a questão da contemporaneidade dos dons de uma perspectiva bíblica, sem deixar, porém, de dialogar com a longa tradição da teologia cristã. Trata-se de um estudo cuidadoso e diligente que visa extrair de um dos textos bíblicos mais célebres sobre o assunto, 1 Coríntios 12—14, uma interpretação consistente e precisa que seja capaz de unir carismáticos e não carismáticos por meio de uma compreensão bíblica e teológica do assunto. (Sinopse)

2. Jesus, o filho de Deus: o título cristológico muitas vezes negligenciado, às vezes mal compreendido e atualmente questionado

Em Jesus, o Filho de Deus, o aclamado acadêmico D. A. Carson, estudioso do Novo Testamento, examina a importância da filiação divina de Jesus para o modo de os cristãos da atualidade pensarem e falarem sobre Cristo, em especial no que diz respeito à tradução da Bíblia e ao trabalho missionário com muçulmanos de todo o mundo. Embora a identidade de Jesus como “Filho de Deus” seja uma confissão de base para todo cristão, boa parte de sua importância é muitas vezes negligenciada ou mal compreendida. Por meio de um levantamento da expressão “Filho de Deus” nas Escrituras e de uma exegese de dois textos-chave que tratam da filiação de Cristo, Carson lança luz sobre esse importante tema com sua habitual clareza exegética e percepção teológica.

3. As Escrituras dão testemunho de mim: Jesus e o evangelho no Antigo Testamento. 

Nesta coletânea de mensagens sobre diversos textos veterotestamentários, oito pastores e estudiosos evangélicos eminentes demonstram como pregar Cristo a partir do Antigo Testamento: 
R. Albert Mohler Jr. – Estudando as Escrituras para encontrar Jesus; 
Tim Keller – A saída; 
Alistair Begg – De uma estrangeira ao Rei Jesus; 
James MacDonald – Quando você não sabe o que fazer; 
Conrad Mbewe – O Renovo justo; 
Matt Chandler – Juventude; 
Mike Bullmore – Deus tem um grande coração de amor pelos seus; 
D. A. Carson – Empolgando-se com Melquisedeque.

Futuramente, estarei postando as resenhas de livro.

ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UMA VISÃO BÍBLICA DO HOMEM


"É justamente através do conhecimento que descobrimos os nossos limites; já que o conhecimento aponta para o que está além de nós, vindo daí nossos desejos, resultantes de outros que foram satisfeitos, mas, que trouxeram em seu ventre o símbolo de novas carências... Temos que concordar com Sócrates (469-399 a.C.), quando coloca nos lábios de Diotima, que "quem não se considera incompleto e insuficiente, não deseja aquilo cuja falta não pode notar." O conhecimento da nossa ignorância é o princípio do conhecimento.

A Ciência é em grande parte filha da necessidade e do trabalho. É a necessidade que se revela no trabalho, na pesquisa, na procura pelo saber. Parece-nos ser fato que o desejo é fruto da carência ou da consciência da carência de totalidade, da falta de onisciência, sendo portanto um atributo dos mortais. Todavia, este desejo precisa ser conscientizado: a ignorância do desejo é a acomodação na limitação. Assim sendo, a Ciência, é produto do homem consciente da sua necessidade e ao mesmo tempo, disposto a suprimi-la. A Ciência, como fruto do labor humano, começa pelo sonho dos inconformados que não se contentam com os limites da ignorância. "O sonho é uma fresta do espírito", como bem observou Machado de Assis (1838-1908) e a fé que permeia a ciência, por ser "racional", deve ser essencialmente ativa.

Sem sonho não há possibilidade de Ciência e, sem trabalho, os sonhos não se constroem, permanecem escondidos, só vindo à luz durante as "trevas" do sono, onde não há perigo de serem concretamente confrontados... "Aqueles de nós que não estão dispostos a expor suas ideias ao risco da refutação não tomam parte no jogo da ciência", nos adverte Popper (1902-1994).

Hermisten Maia Pereira da Costa - ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA: Uma visão bíblica do homem - p.31.


domingo, 27 de novembro de 2016

AOS PREGADORES


AOS PREGADORES por John Wesley e John Trembath

"O que tem lhe prejudicado excessivamente nos últimos tempos e, temo que seja o mesmo atualmente, é a carência de leitura. Eu raramente conheci um pregador que lesse tão pouco. E talvez por negligenciar a leitura, você tenha perdido o gosto por ela. Por esta razão, o seu talento na pregação não se desenvolve. 

Você é apenas o mesmo de há sete anos. É vigoroso, mas não é profundo; há pouca variedade; não há seqüência de argumentos. Só a leitura pode suprir esta deficiência, juntamente com a meditação e a oração diária. Você engana a si mesmo, omitindo isso. Você nunca poderá ser um pregador fecundo nem mesmo um crente completo. Vamos, comece! Estabeleça um horário para exercícios pessoais. Poderá adquirir o gosto que não tem; o que no início é tedioso, será agradável, posteriormente. 

Quer goste ou não, leia e ore diariamente. É para sua vida; não há outro caminho; caso contrário, você será, sempre, um frívolo, medíocre e superficial pregador."

Fonte: Revista Fé para Hoje, Editora Fiel

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O ESPÍRITO SANTO COMO PESSOA



Primeiro devemos reconhecer que o Espírito é mencionado mais da perspectiva de instrumentalidade – ou seja, ele é o agente da atividade de Deus. É verdade que essa linguagem não nos leva a pressupor necessariamente a pessoalidade. Entretanto, mesmo um rápido exame das passagens em que Paulo se refere ao Espírito (ou Espírito Santo) revela como muitas vezes a instrumentalidade encontra expressão pessoal. Por exemplo, a conversão dos tessalonicenses acontece pela obra de santificação do Espírito (2 Ts 2.13; cf 1 Co 6.11; Rm 15.16), assim como alegria dela resultante (1 Ts 1.6; cf Rm 15.13). A revelação vem por intermédio do Espírito (1 Co 2.10; Ef 3.5); e a pregação de Paulo é acompanhada pelo poder do Espírito (1 Ts 1.5). 

Mensagens proféticas e o falar em línguas resultam diretamente do falar pelo Espírito (1 Co 12.3; 14.2,16). É pelo Espírito que os romanos devem fazer morrer as práticas pecaminosas (Rm 8.13). Paulo deseja que os efésios sejam fortalecidos por meio do Espírito de Deus (Ef 3.16). Os crentes servem pelo Espírito (Fp 3.3), amam pelo Espírito (Cl 1.8), são selados pelo Espírito (Ef 1.13), andam e vivem pelo Espírito (Gl 5.16,25). Por fim, os crentes são “salvos mediante o lavar pelo Espírito Santo, que Deus derramou sobre eles” (Tt 3.5).

Paulo compreende o Espírito como pessoa, o que se confirma, em segundo lugar, pelo fato de que o Espírito é o sujeito de um grande número de verbos que requerem um agente pessoal: o Espírito perscruta todas as coisas (1 Co 2.10), conhece a mente de Deus (1 Co 2.11), ensina o conteúdo do Evangelho aos crentes (1 Co 2.13), habita entre os crentes ou dentro deles (1 Co 3.16; Rm 8.11; 2 Tm 1.14), realiza todas as coisas (1 Co 12.11), dá a vida aos que creem (2 Co 3.6), clama dentro do nosso coração (Gl 4.6), guia-nos nos caminhos de Deus (Gl 5.18; Rm 8.14), testifica com o nosso espírito (Rm 8.16), tem desejos que se opõe à carne (Gl 5.17), ajuda-nos em nossa fraqueza (Rm 8.26), intercede por nós (Rm 8.28), fortalece os crentes (Ef 3.16), se entristece com nossa pecaminosidade (Ef 4.30). Além disso, os frutos da habitação do Espírito em nós são os atributos pessoas de Deus (Gl 5.22,23).

FEE, Gordon D. Paulo: E Espírito e o povo de Deus. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 49-51

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A EXISTÊNCIA DE DEUS E AS ESCRITURAS



A Existência de Deus é Assumida pelas Escrituras. Já mostramos diversas vezes que na Bíblia é ponto pacífico o fato de todos os homens crerem na existência de Deus. Por isso, ela não tenta provar Sua existência. Evans diz: “Não parece ter ocorrido a nenhum dos escritores do Velho ou do Novo Testamento tentar provar ou argumentar em pról da existência de Deus. Em toda a Bíblia esse fato é aceito sem ser questionado”. Wm. Evans, The Great Doctrines of the Bible (As Grandes Doutrinas da Bíblia) (Chicago: The Bible Institute Colportage Association, 1912) pág. 13. 

As Escrituras começam com esta declaração majestosa: “No princípio ... (Gn. 1:1), e continuam até o fim assumindo Sua existência (Gn. 1: 3,4, etc.). Textos como Sl. 94:9,10; Is. 40:12-31 não são provas da existência de Deus, mas sim relatos analíticos de tudo que está incluído na idéia de Deus, e admoestações para se reconhecê-Lo em Sua natureza Divina.

THIESSEN, Henry Clarence. Palestra Introdutórias à Teologia Sistemática. São Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1989, p.28

AS SAGRADAS ESCRITURAS


“E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” - 2 Timóteo 3:15-17

Mais precisamente, a Bíblia instrui para a salvação "pela fé em Cristo Jesus". Assim, sendo a Bíblia um livro de salvação, e salvação por meio de Cristo, a Bíblia é essencialmente cristocêntrica. O Antigo Testamento prenuncia e prefigura Cristo de muitas e diferentes maneiras; os evangelhos contam a história do seu nascimento, da sua vida, das suas palavras e obras, da sua morte e ressurreição. Atos descreve o que ele continuou fazendo e ensinando através dos apóstolos que escolhera, especialmente a propagação do evangelho e o estabelecimento da Igreja, de Jerusalém a Roma; as epístolas expõem a ilimitada glória da pessoa e da obra de Cristo, aplicando-a à vida do cristão e da Igreja; o Apocalipse, por sua vez, descreve Cristo agora no trono de Deus, prestes a vir para consumar a sua salvação e o seu julgamento. Esta compreensível apresentação de Jesus Cristo pretende despertar a nossa fé nele, de modo a sermos salvos pela fé. Paulo agora prossegue, mostrando que a utilidade da Escritura tanto se refere à doutrina como à conduta.

STOTT, John. Tu, porém – a mensagem de 2 Timóteo. São Paulo, SP: Abu Editora, 1983, p.98

TEOLOGIA CONCISA - UM GUIA DE ESTUDOS DAS DOUTRINAS CRISTÃS HISTÓRICAS


PACKER, J. I. Teologia Concisa: Um guia de estudo das Doutrinas Cristãs Históricas. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2014.


Teologia Concisa é um pequeno volume de 224 páginas, e as primeira e segunda edições datam de 1999 e 2004 respectivamente. Eu tenho em mãos a terceira edição, traduzida por Rubens Castilho, e publicada em 2014 pela Editora Cultura Cristã.

O prefácio do livro é escrito pelo próprio autor. Ele nos informa, desde logo, que o “livro expõe em breves compassos” o que lhe parece ser “a essência do Cristianismo”, visto tanto como um sistema de crenças quanto uma forma de vida.

“Este livro expõe em breves compassos o que me parece ser a essência permanente do Cristianismo, visto tanto como um sistema de crenças quanto uma forma de vida. Outros têm ideias distintas de como deve ser o perfil do Cristianismo, porém esta é a minha. E Reformada e evangélica e, como tal, segundo creio, a corrente fundamental histórica e clássica. Estas porções resumidas, que foram inicialmente planejadas para um estudo bíblico e surgem agora revisadas, têm um molde intencionalmente escriturístico e, como outros escritos meus, são temperadas com textos para consulta. Sustento que assim deve ser, porquanto é básico para o Cristianismo o ensino bíblico como instrução do próprio Deus, emanando, como afirma Calvino, dos lábios santos do Altíssimo e chegando a nós por mediação humana. Se a Escritura é, na verdade, o próprio Deus pregando e ensinando, como o grande corpo da igreja tem sempre afirmou, segue-se então que a primeira marca da boa teologia é procurar ecoar a Palavra divina tão fielmente quanto possível.”

Packer sustenta que “é básico para o Cristianismo o ensino bíblico como instrução do próprio Deus, emanando, como afirma Calvino, dos lábios santos do Altíssimo e chegando a nós por mediação divina”. Em sua exposição sintética da Teologia Sistemática, ele diz que, “recordando que o Senhor Jesus Cristo chamou aqueles que designou como ovelhas apascentadas, em vez de girafas, objetivei manter as coisas tão simples quanto possível”. “Esses breves estudos de grandes assuntos”, acrescenta, “se parecem, agora que já escrevi, com os rápidos passeios turísticos da Inglaterra, que companhias de ônibus operam para os visitantes… Cada capítulo é uma nota esboçada”.

Não raramente o autor, a despeito de ser anglicano, cita a Confissão de Fé de Westminster. E justifica: “Minhas frequentes citações da Confissão de Westminster podem levantar algumas sobrancelhas, uma vez que sou anglicano e não presbiteriano. Entretanto, como a Confissão pretendeu ampliar os Trinta e Nove Artigos, e a maior parte de seus autores era do clero anglicano, e como ela é uma espécie de obra-prima, “o fruto mais maduro da elaboração do credo Reformado”, como B. B. Warfield a chamou, sinto-me autorizado a reputá-la como parte de minha herança anglicana Reformada, usando-a como principal recurso.

São noventa e quatro capítulos brevíssimos, constando de uma a duas páginas, em média, cada um. Os capítulos estão distribuídos em quatro grandes seções, a saber:


1. Deus revelado como Criador – 29 temas
Nada é mais importante do que conhecer a Deus como ele verdadeiramente é. Por essa razão, a igreja tem confessado muitas verdades sobre o nosso Deus através da história. Deus é a eterna Trindade, o Criador todo-poderoso, o sábio Sustentador, o Redentor eficaz e o Juiz que está vindo. Uma verdade não muito claramente enunciada em nossos credos é que Deus é o Revelador fidedigno. Para conhecer a Deus como ele é, ele precisa se revelar para nós.


2. Deus revelado como Redentor – 23 temas
Para ser o Salvador do mundo era necessário que Cristo fosse Deus, e também é verdade que a justiça de Deus exigia que o pecado fosse punido na mesma natureza na qual ele foi cometido. Portanto, aquele que morreu tinha que ser um homem. Foi o homem que transgrediu a lei de Deus e era um homem que deveria morrer. Assim como Deus falou por meio do profeta Ezequiel: “A alma que pecar, essa morrerá.” Para que tal alma fosse livre da justa sentença de Deus, era necessário que outra alma da mesma natureza morresse no lugar dela. O autor de Hebreus apoia essa verdade com a opinião de que é impossível que o sangue de bois e cabras remova os pecados da humanidade, que é superior a eles. Somente um homem que foi verdadeiramente um com a raça de Adão poderia tomar o lugar do culpado e fazer expiação pelos pecados deles. A Escritura ensina que Jesus de Nazaré foi esse homem. O autor de Hebreus nos diz que visto que ele veio para “dar ajuda” aos descendentes de Abraão, foi necessário que ele se tornasse como seus irmãos em todas as coisas, e visto que as crianças partilham de carne e sangue, ele próprio, igualmente, partilhou do mesmo. Foi por essa razão que quando o apóstolo Paulo escreveu de Cristo como o único mediador entre Deus e o homem, ele se referia a ele como “o Homem” Cristo Jesus. Para ser o Salvador do povo de Deus, era necessário que o Verbo se tornasse carne e vivesse entre nós, e que, “subsistindo em forma de Deus”, ele se fez em semelhança de homens. A declaração famosa de Pilatos “Ecce Homo” (“Eis o Homem”) é somente mais um lembrete de que Jesus Cristo foi aquele homem!


3. Deus revelado como o Senhor da graça – 34 temas
A graça de Deus nos aperfeiçoa, ou seja, vai nos tornar maduros para a vida cristã semelhante á de Jesus Cristo. A graça de Deus promete firmar-nos, ou seja, Deus nos fará seguros na luta contra o inimigo. É pela graça que o crente nunca apostatará da fé, mas permanecerá firme na doutrina do seu Senhor. Não desprezará a boa consciência firmada na palavra e nem irá naufragar na fé (1Tm 1.19). A graça de Deus nos fortifica. Em tempos de conflitos teológicos e espirituais, precisamos não apenas de firmeza, mas de constante fortalecimento. Constantemente perdemos nossas energias contra os ataques desgastantes do inimigo. Por isso, em Hebreus, os santos do passado “da fraqueza tiraram força” (Hb 11.34). Paulo já afirmou que “o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9,10). A graça de Deus promete fundamentar-nos. Toda obra de santificação está firmada na obra de Cristo que nos é transmitida através de sua Palavra. É o fundamento sobre o qual toda a igreja deve estar firmada.


4. Deus revelado como o Senhor do destino – 8 temas  
A Escritura tipicamente nos mostra o conhecimento de Deus sobre o futuro através do fenômeno da profecia. Um aspecto da profecia é a predição de eventos futuros. Além disso, uma evidência que revela um verdadeiro profeta é que suas predições sobre eventos futuros deve ser verdadeira (Dt 18.22). Em Isaías, Deus desafia os deuses das outras nações a predizerem o futuro, sabendo que somente ele é capaz de fazer isso (Is 41.21-23; 42.9; 43.9-12; 44.7; 46.10; 48:3-7).

Na terceira seção o autor inclui os temas ligados a Eclesiologia. De um modo geral, o docente batista não terá muitos problemas com essa parte, embora com certeza no capítulo em que se trata do batismo deva ser oferecida uma exposição à parte. Os docentes (batistas ou não) que utilizarem este livro poderão encontrar algum outro ponto em que sintam a necessidade de manifestar alguma discordância com o autor. Entretanto, a obra de Dr. Packer serve imensamente para um estudo propedêutico da Doutrina Cristã, e recomendo-a com grato privilégio. Ao final, a segunda edição oferece-nos o recurso de um breve índice de assuntos.


É importante ainda descobrir o pensamento de J. I. Packer sobre Teologia. Ele escreve: Teologia é, primeiramente, a atividade de pensar e falar a respeito de Deus (teologização), e, em segundo lugar, o produto dessa atividade (a teologia de Lutero, ou Wesley, ou Finney, ou Wimber, ou Packer, ou quem quer que seja). Como atividade, a teologia é como um prisma que decompõe a luz em distintas disciplinas, embora inter-relacionadas: elucidação de textos (exegese), síntese do que eles dizem sobre coisas com que tratam (teologia bíblica), visão da fé expressa no passado (teologia histórica), sua formulação para a atualidade (teologia sistemática), busca de suas implicações para a conduta (ética), recomendação e defesa de sua verdade e sabedoria (apologética), definição da tarefa cristã no mundo (missões), absorção de recursos para a vida em Cristo (espiritualidade), adoração em grupo (liturgia) e ministério perquiridor (teologia prática). Os capítulos seguintes, em forma de esboço, exploram todas essas áreas.

Recordando que o Senhor Jesus Cristo chamou aqueles que designou como ovelhas apascentadas, em vez de girafas, objetivei manter as coisas tão simples quanto possível. Alguém disse certa ocasião ao arcebispo William Temple que ele havia tomado muito simples um assunto complexo; ele sentiu enorme satisfação e disse prontamente: “Senhor, que me fizeste simples, faze-me ainda mais simples.” Meus sentimentos acompanham os de Temple, e tentei manter minha cabeça ao mesmo nível da dele.

Como digo freqüentemente a meus alunos, a teologia é doxologia e devoção, isto é, louvor a Deus e prática da piedade. Ela deve, pois, ser apresentada de forma que desperte a consciência da presença divina. A teologia alcança o auge da sua perfeição quando está conscientemente sob o olhar de Deus, de quem ela fala, e quando está cantando ao seu louvor. Tenho também procurado ter isso em mente.

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James Ian Packer (n. Gloucester, 22 de julho de 1926) foi considerado pela revista norte-americana Times um dos vinte e cinco evangélicos mais influentes nos Estados Unidos. Ele é autor do best seller teológico O Conhecimento de Deus. Estudou na Universidade de Oxford, onde formou-se em Teologia em 1952 e doutorou-se em Filosofia em 1954. Em 1952, foi ordenado ministro anglicano. De 1961 a 1970, foi diretor do Latimer House, um centro anglicano de estudos evangélicos em Oxford. Assumiu posteriormente a reitoria de importantes escolas teológicas. Docente, escritor e conferencista amplamente reconhecido, tornou-se mais bem conhecido como o editor-executivo da revista Christianity Today, e como editor-chefe da versão English Standard da Bíblia, publicada em 2001.

O REGRESSO (Resenha)



Alejandro González Iñárritu venceu nada menos que três estatuetas do Oscar por “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. Essa consagração artística também marcou uma ruptura do cineasta mexicano de 52 anos com temas que lhe eram caros, como a incomunicabilidade humana e as distinções sociais. Talvez fosse melhor ter se rendido novamente a eles em “O Regresso”, pois são só algumas das abordagens à parte em um roteiro ausente de substância.

Em adaptação parcial do romance homônimo de Michael Punke, “O Regresso” resgata a figura real Hugh Glass, geralmente associada a um mito. Na pele de Leonardo DiCaprio, Glass se vê envolvido ao lado de seu filho Hawk (Forrest Goodluck) em meio a um conflito para a caça de pele. De um lado, há os subordinados ao capitão Andrew Henry (Domhnall Gleeson). Do outro, a tribo de índios Arikara. Ao ver todos os homens de Henry sendo selvagemente massacrados, Glass age em sua defesa.

O problema está no mal estar que a presença de Hawk provoca, um sujeito de origem indígena com um passado obscuro. Os atritos são especialmente gerados por John Fitzgerald (Tom Hardy), que pode não ser tão leal a Henry quanto proclama e que logo se converterá em um grande pesadelo para Glass ao assumir uma postura que o atingirá intimamente.

O ponto em que os papéis de herói e inimigo são integralmente assumidos por Hugh Glass e John Fitzgerald é exatamente aquele em que “O Regresso” passa a evidenciar os seus limites. É ainda mais grave isso já ocorrer quando o segundo ato sequer se aproximou, expondo as fragilidades de um texto do qual Iñárritu e o seu parceiro Mark L. Smith são incapazes de contornar.

A cena em que Glass é quase morto por um urso recriado em CGI espanta pela brutalidade e a transparência como exibe cada um dos danos físicos provocados. A falha está em recorrer a esse choque, ao impacto visual que isso provoca, não como um recurso dramático e sim como uma muleta para permitir que “O Regresso” atinja algum progresso insistindo na tentativa de provocar uma forte impressão, algo que ficará intolerável quando um cantil com uma espiral desenhada pelo personagem vivido por Will Poulter retornar como um objeto que abrirá as portas para o clímax.

A decisão seria muito mais sensata caso fosse somente confiado a Emmanuel Lubezki a exploração desse território inóspito e selvagem, que usa grandes angulares que contornam cada entorno, obtendo um efeito quase circular. Quando a intenção é ir além das consequências de uma luta pela sobrevivência, que implica a interação entre desiguais e os testes dos próprios limites físicos e psicológicos, “O Regresso” não funciona.

É possível de fato perceber o empenho de Leonardo DiCaprio ao papel, especialmente com a dificuldade em encarar uma temperatura fria extrema e o diálogo em uma língua indígena na maior parte do tempo. No entanto, faltam camadas ao personagem, enfraquecido por um Tom Hardy novamente unidimensional como o seu “oponente” e os flashbacks e os devaneios poéticos que extrapolam as barreiras do pieguismo.

São fatores que preenchem a jornada de Glass com inverossimilhança, milagrosamente pulando estágios de uma recuperação definitivamente impossível estabelecidas as barreiras climáticas e o curso extremamente breve até o seu destino pretendido. Opaca-se assim a força de uma história real, que seria mais enriquecida se Iñárritu compreendesse mais as distinções e as particularidades dos inúmeros coletivos que exibe e menos os subterfúgios de um espetáculo nem sempre honesto em suas intenções.



sábado, 19 de novembro de 2016

FIRME FUNDAMENTO [Resenha]


FLUHRER, Gabriel N. E. Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. Rio de Janeiro: Anno Domini, 2013. 176p.

ESTE É UM LIVRO sobre o livro, a Palavra de Deus escrita. Ao longo da última década, aproximadamente. Alguns adeptos do evangelicalismo começaram a questionar se a Escritura é digna do artigo definido. Em outras palavras, alguns têm sugerido que devemos tratar a Bíblia como um livro – ainda que um livro muito especial – mas não como o livro que ilumina perfeitamente todas as coisas. Sugere-se sutilmente que as características singulares e o valor religioso da Bíblia se devem mais à maneira poderosa pela qual Deus a usa em nossas vidas do que a uma autoridade divina inerente ao próprio texto. Podemos antever os perigos que se escondem por trás dessas e de outras tentativas de reinterpretar ou diminuir a alegação de que a Bíblia é inspirada por Deus (2 Tm 3.16). Essas tentativas não somente debilitam a confiança plena que os crentes precisam ter na confiabilidade das Escrituras, mas usurpam também de seu Autor a plenitude da glória que a sua Palavra demonstra e exige.

O livro possui 10 capítulos escritos com textos acessíveis, pastorais e claros, de maneira muito semelhante à da Bíblia que reverenciam. Eles nãos e deleitam em polêmicas, embora elas sejam inevitáveis na “presente era perversa” (Gl 1.4) e por esse motivo alguns dos autores as apresentam em seus textos. Contudo, seu desejo supremo é dar um toque de clarim convocando a Igreja para retornar à sua convicção central, mais antiga e vital de que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, isenta de erros em seus manuscritos originais e a única regra de fé e prática.

Os capítulos pela ordem:

1. Conhecendo Deus: o mundo e a Palavra – J. I. Packer. Neste capítulo, J. I. Packer inicia o livro desvendando o privilégio quase indescritível desfrutado pelos cristãos como aqueles que podem conhecer Deus por meio de sua Palavra.

2. A suficiente Palavra de Deus – J. Ligon Duncan III. Neste capítulo o autor usa a sua maturidade de pastor experiente para explicar porque as Escrituras são suficientes para que possamos conhecer a Deus e viver de maneira agradável a Ele.

3. A Verdade de Deus – R. C. Sproul. Aqui R. C. Sproul combina – como só ele é capaz de fazer – episódios de sua celebre carreira com uma explicação contundente sobre o motivo de a Bíblia ser verdadeira.

4. Somente a Escritura – James M. Boice. O saudoso Dr. James Montgomery Boice apresenta uma visão pastoral útil do significado da expressão sola Scriptura, o grito de guerra do compromisso da Reforma Protestante com a Bíblia.

5. A poderosa Palavra de Deus – Richard D. Phillips. Neste capítulo, o Professor Richard D. Phillips desvenda magistralmente o capítulo 55 de Isaías – uma passagem vital na formulação de uma sã doutrina da Bíblia.

6. A Palavra da Igreja – Mark Dever. Mark Dever defende a centralidade da Palavra para a Igreja.

7. A Palavra acessível – Philip Graham Riken. Philip Riken apresenta ao leitor uma defesa acadêmica e sem reservas da clareza da palavra de Deus. Diante do nevoeiro atual de negações pós-modernas acerca da clareza da linguagem, tal tratamento do Dr. Ryken é particularmente oportuno.

8. Pregação: o instrumento do avivamento – Edmund P. Clowney. Com sua paixão e sensibilidade exegética características, o Dr. Edmund Clowney defende que aqueles de nós que estão atrás do púlpito sagrado semana após semana devem se manter cativos à palavra de Deus, pois ela o instrumento principal para o verdadeiro avivamento na Igreja de hoje.

Portanto, para concluir, não é preciso dizer que o Livro, a Palavra de deus escrita, dirige nossa atenção para Aquele que é a palavra de deus viva – Jesus Cristo. Sem uma Bíblia isenta de erros não podemos conhecer o Verbo encarnado e, assim, permaneceríamos sem esperança, sem deus no mundo. Mas graças sejam dadas a Deus pela Bíblia e pelo Cristo de quem ela fala com perfeição.

As observações de Cornelius Van Til, célebre apologista de Westminster e defensor da doutrina da inspiração formulada pela igreja, são uma conclusão adequada para esta resenha descritiva. Em sua introdução á obra de referência “A Inspiração e Autoridade da Bíblia”, de B. B. Warfield sobre a doutrina da Bíblia, o Dr. Van Til escreveu: “Somente no retorno à Bíblia como inspirada infalivelmente em sua autografia há esperança para a ciência, para a filosofia e para a teologia. Sem retornar a essa Bíblia, a ciência e a filosofia podem florescer com capital emprestado, como o filho pródigo floresceu durante algum tempo com os recursos de seu pai. Mas o filho pródigo não tinha o princípio da auto sustentação. E nenhum homem o tem até aceitar a escritura que Warfield apresenta.

Este livro está disponível no link
https://vidanova.com.br/771-firme-fundamento.html

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

APRENDENDO COM GEORGE WHITERFIELD



Whitefield está em pé em um tablado, sem amplificação, doente e cansado, para pregar a uma multidão de aproximadamente quatro ou cinco mil pessoas. Ele continua:

“Quando subi ao tablado para pregar, muitos riram; mas antes de eu terminar a minha oração, tudo estava quieto e silencioso; e antes de eu concluir a minha fala, Deus, por sua Palavra, pareceu fazer cair um grande temor sobre suas mentes, pois todos estavam profundamente atentos e pareciam muito afetados pelo que fora falado. Os homens podem zombar durante algum tempo, mas há algo na loucura da pregação que fará com que o coração mais teimoso se dobre ou se quebrante. ‘Não é a minha palavra como fogo’, pergunta o Senhor, ‘e como um martelo que despedaça a rocha?’ [Jr 23.29].

Whitefield era um homem de Deus levantado para pregar a Palavra, e pregá-la para o avivamento da Igreja de Deus na Grã-Bretanha e também nos Estados Unidos.

IN: Edmund P. Clowney. Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 147-148. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).

PREGAÇÃO: TEMÁTICA OU EXPOSITIVA


A pregação temática se dá quando determinado tema da bíblia é selecionado e ensinado, enquanto a pregação expositiva consiste em separar um texto da Bíblia e pregá-lo. O sermão temático começa quando o pregador elegendo um tema especifico para abordar e, então, ele descobre aquela verdade refletida em determinada passagem ou talvez em vários textos bíblicos. Histórias e episódios são combinados, e tudo entrelaçado em torno do assunto.

Um sermão temático pode certamente ser expositivo, na medida em que faça uso correto e cuidadoso dos textos. Entretanto, o seu objetivo já foi determinado antes de o pregador chegar à Palavra, por seu próprio pensamente acerca do que a congregação precisaria ouvir.

A pregação expositiva é aquela que está a serviço da Palavra. Ela pressupõe a crença na autoridade das Escrituras, mas é algo mais do que isso. Isso ocorre porque um compromisso com a pregação expositiva é um compromisso de ouvir a Palavra de Deus. Ela surge da afeição por Deus e de um desejo de ouvi-lo; da percepção de que a vida e o crescimento espiritual vêm por meio de ouvir a Palavra de Deus. Então, uma pregação expositiva é a palavra de Deus sendo levada ao povo de Deus.

IN: Mark Dever. Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 101-102. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SOLDADOS DE CRISTO: UMA REAFIRMAÇÃO BÍBLICA DA IGREJA



Caso fizéssemos uma pesquisa para saber por que se deve estudar a se familiarizar com a doutrina da Igreja, muito provavelmente iríamos descobrir que a maioria dos entrevistados diria que não precisa disto. Contudo, quando refletimos sobre essas questões de um ponto de vista bíblico, parece bastante aparente para nós que a falta de interesse na igreja seria equivalente a rejeitar aquilo que Cristo amou e pelo que se entregou (Ef 5.25). Uma das fraquezas desta geração de crentes professos é a falta de entendimento da igreja que ele veio reunir e edificar. Contrariamente à opinião popular em nossa cultura atual, a igreja não é uma instituição criada pelo estabelecimento religioso. Segundo as Escrituras, é um corpo de pessoas que foram juntadas por meio de um chamado ou convocação. Além do mais, o conceito de assembléia não é tanto centrado em ter uma reunião, mas sim em uma reunião com aquele que convocou o encontro – Deus. O propósito de se reunir em assembléia é ouvir a voz de Deus.

É de grande importância observar que a palavra bíblica para igreja (ekklesia) sempre se refere ao povo, nunca a edifícios. A igreja não se resume em estruturas físicas, essas são meramente os recintos onde ela se reúne. Os cristãos não vão à igreja, eles são a igreja. Pelo fato de que a igreja é tão intimamente reunida no Senhor, nós o conhecemos melhor quando temos uma compreensão melhor de sua igreja. É por esta razão que publicamos esta coleção de artigos.

A nossa firma convicção é que a preocupação da igreja deve ser Cristo. Jesus não disse: “Eu vou edificar a igreja de vocês”, tampouco disse: “Vocês vão edificar a minha igreja”. O que ele disse foi: “Eu vou edificar a minha igreja”. Justamente por ser sua igreja, devemos nos encarregar de ser dinâmicos na nossa resposta ao que ele está fazendo na sua igreja. Não nos cabe determinar, designar ou ditar o que a igreja deve ser. Ele já fez isso. 

IN: Avante, Soldados de Cristo: Uma reafirmação bíblica da Igreja, Vários autores: p. 9-10 (Cultura Cristã)

USANDO A CLARA PALAVRA DE DEUS



Devido à clareza da Bíblia, podemos usá-la no ministério, começando com o evangelismo. Não precisamos usar nossas próprias palavras supostamente mais simples para explicar a fé cristã; podemos usar as próprias palavras de Deus, que tem o poder de levar as pessoas à fé salvadora. Podemos usar a Palavra de Deus em nosso ensino e pregação. Não precisamos passar todo o tempo contando histórias ou compartilhando nossas experiências espirituais. A Bíblia é suficientemente clara para o povo de Deus compreendê-la. Ela também é suficientemente clara para ser usada para a teologia sistemática. Na verdade, sem a doutrina da perspicuidade das Escrituras, não teríamos qualquer doutrina. Ela é essencial a todas as outras porque, a menos que Bíblia seja clara, não podemos fazer qualquer teologia.


A Bíblia é igualmente clara sobre os desafios éticos da nossa sociedade. Ela é clara sobre a santidade da vida – que o aborto é tirar uma vida humana. Ela é clara sobre as relações entre os gêneros – que, na sabedoria de Deus, homens e mulheres têm plena igualdade e complementaridade divinamente ordenada. Ela é clara sobre o adultério e homossexualidade – que a única pura expressão de intimidade sexual é compartilhada entre um home e uma mulher unidos em uma aliança de amor vitalícia. A Bíblia é clara em como cuidar dos pobres, fazer guerra com justiça, administrar piedosamente os nossos bens e todas as demais coisas da vida.

Devemos considerar o que a clara Palavra de Deus está fazendo em nossas próprias vidas. Ela está nos alegrando na verdade? Está nos dando amor por nossa família? Está promovendo amor pelos pobres? Está colocando uma canção em nossas vidas? A Bíblia deve estar fazendo todas essas coisas por nós, em nós e por meio de nós. Como Pedro testificou, temos uma clara e certa Palavra de Deus “e (faremos) bem se a ela (prestarmos) atenção, como uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no (nosso) coração” (2 Ped 1.19).

IN: Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 142-144. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A BÍBLIA É SUA PRÓPRIA INTÉRPRETE


Na compreensão das partes difíceis das Escrituras é sábio aplicar o principio importante de deixar a Bíblia interpretar a Bíblia. Como disse Martinho Lutero: “A Bíblia é sua própria intérprete.” Quando seguimos esse principio, nossa interpretação das Escrituras é regulada pelas próprias Escrituras, não por algo externo a elas. Toda vez que lemos algo difícil de entender na Bíblia devemos buscar o que é dito em outra passagem para obter maior clareza, pois, de modo geral, haverá um texto bíblico que explique de maneira mais simples aquilo que nos parece difícil de entender. Eis como Agostinho explicou esse princípio: “O Espírito Santo planejou as Sagradas Escrituras de modo generoso e vantajoso, de tal maneira que nas passagens mais fáceis Ele alivia a nossa fome, e nas mais obscuras Ele afasta a nossa soberba. Praticamente nada se encontra nesses textos obscuros que não se descubra estar dito muito claramente em outra passagem”.

Há outra razão, mais obscura, por que algumas pessoas não entendem a Bíblia como as outras. Não é só porque algumas pessoas são cordeiros, mas também porque algumas pessoas são BODES. Elas não estão entre as ovelhas que Jesus diz que sempre ouvirão a sua voz (Jo 10.27). Não crêem no Deus da Bíblia ou têm um relacionamento de salvação com Jesus Cristo. Como resultado, elas não tem uma compreensão clara da Bíblia, por mais clara que ela seja. Elas interpretam o sentido das Escrituras equivocadamente, compreendem incorretamente o Evangelho da salvação e aplicam mal a Lei de Deus. Depois, atacam a Bíblia por seus supostos erros. Porém o problema está neles e não nas próprias Escrituras, cuja verdade só pode ser compreendida por meio da fé.

A menos que acreditemos – e até que o façamos – há em nós uma escuridão que nos impede de ver a luz. Como diz o evangelho de João: “... a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas e não a luz” (Jo 3.19). Essa escuridão espiritual é o que impede as pessoas de compreendem o significado claro das Escrituras, que só pode ser recebido por fé. Em suma, a própria Bíblia é clara: é a nossa escuridão que precisa ser iluminada. “Se o nosso evangelho está encoberto”, disse o apóstolo Paulo, “para os que estão perecendo é que está encoberto” (2 Co 4.3). Somente aqueles que estão vivos em Cristo são capazes de ver e entender o que dizem as Escrituras.

IN: Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 132-133. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

TRÊS ETAPAS DA COMUNICAÇÃO ESPECIAL DE DEUS.



Existe a comunicação geral de Deus, essa consciência inevitável de Deus que reside em todos os homens pelo simples fato de estarem vivos no mundo de Deus. Porém os homens a rejeitam. Eles afirmam não conhecer Deus simplesmente porque suprimiram o que sabem a respeito dele. Assim, a revelação geral, os céus declarando a glória de Deus, o firmamento mostrando a sua obra, as coisas invisíveis do Criador conhecidas a partir das coisas que são feitas – toda essa comunicação de Deus aos homens não produz resultados. Os homens não respondem a nada disso. Então, Deus faz mais. O que Ele faz? Ele nos dá uma comunicação especial. Nós a chamamos de revelação especial. Nessa comunicação especial de Deus há três etapas.

REDENÇÃO DA HISTÓRIA - Por meio de palavras e obras, Deus se revela no palco da história como o Salvador da humanidade. Primeiro, com a salvação do povo de Israel, que foi uma tipologia da salvação final. Até que depois houve a grande e gloriosa salvação espiritual operada por Jesus Cristo. Com a redenção da história, Deus nos ensina sobre a redenção para um mundo perdido.

REGISTROS E ESCRITA – Deus inspira o que Calvino chama e denomina como “registros públicos das coisas que Ele fez na história”, para que o homem em todos os tempos possa saber o que Deus fez e, assim, vir a beneficiar-se disso. E nós temos esses registros nas Escrituras. A Bíblia é o registro interpretativo do próprio Deus, daquilo que ele fez na História para a salvação do homem e de como isso se aplica à vida e a nós.

RECEPÇÃO PELOS INDIVÍDUOS – Nesta etapa estamos envolvidos com a obra do Espírito de Deus, que toma a Palavra, a revela a nós e nos conduz abrindo nossos corações para que a Palavra encontre guarida.

IN: Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 27-28. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).


O QUE DIZ JESUS CRISTO ACERCA DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS?



Um homem pobre chamado Lázaro, que suportou as pedradas e flechadas de um destino ultrajante, morre e vai para o seio de Abraão. O homem rico, porém, morre e entra no tormento do Hades. Segue-se um diálogo – Lucas 16.24-29. Lemos no versículo 24, começando com o homem rico:

O homem rico diz, com efeito: “Olhe, envie alguém de volta dos mortos para dizer aos meus irmãos que se convertam e se arrependam dos seus pecados” E a resposta de Jesus, colocada na boca do patriarca Abraão, é: “Eles tem Moisés e os Profetas; que os ouçam.”

O que Jesus está dizendo? Ele está basicamente falando ao home rico – e a todos nós – que as Escrituras são suficientes para mostrar o caminho da salvação. Nenhum milagre é necessário, como Lázaro voltar dos mortos para informar às pessoas sobre a vida após a morte. O que precisamos fazer é recorrer à Bíblia, porque ela é suficiente. Essa é a mensagem de Jesus.

O que o homem rico responde a tudo isso? Veja os versículos 30 a 31: “ ‘Não, pai Abraão”, disse ele, ‘mas se alguém dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam.’ Abraão respondeu: ‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos’.” Não é interessante Jesus dizer que o homem que está no inferno afirma que a Bíblia não é o bastante, que as Escrituras não são suficientes para mostrar o caminho da salvação?

A conclusão é: viva segundo o Livro, porque a Bíblia provém da boca de Deus. Ela é o livro mais prático do mundo. É proveitosa para viver a vida cristã. É totalmente adequada e capaz para o propósito que Deus lhe deu. Não é preciso que nada lhe seja acrescentado para equipar você para toda boa obra, para viver a vida cristã.

IN: Firme Fundamento: A inerrante Palavra de Deus em um mundo errante. p. 49-51. Editado por Gabriel N. E. Fluhrer (Anno Domini).

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

MAIS QUE VENCEDORES


Em forma, simbolismo, propósito e significado, o livro do Apocalipse é de uma beleza que as palavras não podem descrever. Onde, em toda a literatura, encontraríamos qualquer coisa que possa superar a majestosa descrição do Filho do homem andando no meio dos sete candeeiros (Ap 1.12-20), ou do vívido retrato de Cristo, Fiel e Verdadeiro, avançando até a vitória, montado num cavalo branco, com uma vestimenta respingada de sangue, seguido dos exércitos celestiais (19.11-16)? Onde, além do mais, encontraríamos contraste mais marcante do que este entre o juízo da Babilônia, de um lado, e o regozijo da Jerusalém de Ouro, de outro (18.19; 21.22)? E onde mais o trono celeste e a bênção da vida celestial são retratados de maneira mais serenamente simples e, ainda assim, mais bela em sua simplicidade (4.2-5.14; 7.13-17)? Que riqueza de consolação; que visão e entendimento do futuro; sobretudo, que revelação do amor de Deus estão contidos nas palavras da profecia desse livro!

No geral, o propósito do livro do Apocalipse é confortar a Igreja militante nas lutas contra as forças do mal. E cheio de auxílio e de consolação para os cristãos sofredores perseguidos. A esses é dada a segurança de que Deus vê suas lágrimas (7.17; 21.4); suas orações são influentes nos negócios do mundo (8.3, 4) e sua morte é preciosa aos olhos do Senhor. A vitória final lhes é assegurada (15.2); seu sangue será vingado (19.2); seu Cristo vive e reina para sempre e sempre. Ele governa o mundo e os interesses da sua Igreja (5.7, 8). Ele está voltando de novo para tomar seu povo para si mesmo na "festa das bodas do Cordeiro" e para viver para sempre com ele num universo rejuvenescido (21.22).

O tema é a vitória de Cristo e de sua Igreja sobre o dragão (Satanás) e seus seguidores. Na realidade, o crente é quem triunfa.

IN: Mais que Vencedores: Os mistérios do Apocalipse desvendados com profundidade e fidelidade, William Hendriksen: p. 15-17 (Cultura Cristã)