Por
séculos, Jesus Cristo tem atraído a atenção de milhões de pessoas. Muitos de
nós temos professado ser seus seguidores. Entretanto, será que conhecemos bem o
Jesus da Bíblia? É grande a necessidade que temos de conhecer esta pessoa que
afirmamos ser Salvador e Senhor. Será que a nossa vida é um reflexo do caráter
daquele a quem dizemos estar seguindo? [1]
A
Bíblia diz claramente que nós, como cristãos, devemos moldar nossa vida de
acordo com o procedimento de Jesus Cristo. O tipo caráter que é visto em Jesus
deve ser visto em nós também. O apóstolo João disse isso da seguinte forma:
“Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 João 2.6)
Por
que devemos dedicar tempo ao estudo do caráter de Jesus?
Por
que devemos nos preocupar em sermos parecidos com Jesus?
Um
estudo do Novo Testamento revela quatro razões.
1. Parecer com Cristo é o nosso CHAMADO (Mateus
11.28-30)
Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)
O próprio
rei Jesus nos deu a graciosa ordem de ir a Ele a fim de aprender. Não somos
chamados, em primeiro lugar, a uma instituição ou a uma doutrina em particular,
e sim, a uma Pessoa verdadeira. É dessa Pessoa, com todos os seus atributos,
que devemos aprender.
O rei Jesus
manda que nos aproximemos dele para aprender e devemos obedecer-Lhe o chamado.
Quando respondemos a este chamado, nossos primeiros passos com Cristo devem ser
caracterizados pela atitude de imitá-Lo.
2. Porque parecer com Cristo é nossa OBRIGAÇÃO (1 João 2.5-6)
“nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também
deve andar como Ele andou” (1
João 5b-6.)
Professar
que estamos ligados a Cristo pela salvação, nos leva ao dever de endossar esse
testemunho verbal com um estilo de vida que reflete o caráter de Cristo. Fé em
Jesus como Salvador e conformidade com seu caráter são inseparáveis, Cl 2.6-7.
O comentador bíblico William Hendriksen observou: “O
apóstolo nunca proclamava um Cristo que era um Salvador, porém não um Exemplo; nem um Cristo que era um Exemplo, porém não um Salvador. O Cristianismo para Paulo era certamente uma vida,
mas uma vida baseada em uma doutrina. E para aqueles - e somente aqueles - que
abraçam a Cristo como sendo, pela soberana graça de Deus, Senhor, Salvador e,
portanto, Capacitador, ele pode ser também o Exemplo.” [2]
Ser como
Cristo é um padrão necessário para o cristão. O teólogo e pastor escocês
Sinclair Ferguson escreveu: “Simplificando,
a maturidade iguala-se à semelhança com Cristo. Nenhum outro padrão pode
substituir essa semelhança. Todos os outros padrões são inferiores,
alternativas criadas por homens, as quais encobrem o alto padrão que Deus nos
apresenta nas Escrituras”. [3]
No Novo
Testamento, nós, cristãos, somos chamados várias vezes a seguir Cristo em
nossos caminhos rumo à maturidade cristã.
Além de 1 João 2.5b-6, considere os seguintes chamados para sermos como
Cristo: [4]
Referencia
|
Essência
|
Exemplo de Cristo
|
Rm 15.2-3
|
Agradar ao próximo
|
“Pois também Cristo
não agradou a si mesmo”
|
Rm 15.7
|
Acolher um ao outro
|
“como também Cristo
nos recebeu (acolheu) para a glória de Deus”.
|
2 Co 8-7-9
|
Enriquecer-se na graça de dar aos necessitados.
|
“por
amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.”
|
Ef 5.2
|
Andar em amor
|
Cristo
vos amou, e se entregou a si mesmo por nós
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Fp 2.3-8
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Ser humilde e abnegado
|
“essa
disposição que houve também em Cristo Jesus que... se esvaziou... tomou a
forma de servo... se humilhou e se tornou obediente até a morte; sim, morte
de cruz.”
|
Cl 3.13
|
Perdoar
|
“assim como Cristo vos perdoou,
assim fazei vós também.”
|
Se não
buscamos refletir o caráter de Cristo em nossa própria vida, que direito temos
de alegar que somos “cristãos”?
3. Porque parecer com Cristo é nosso TESTEMUNHO
As opiniões
que o mundo tem sobre Cristo refletem as opiniões que as pessoas têm sobre os
seguidores de Cristo. Em 1941, E. F.
Harrison, um estudioso do Novo Testamento, escreveu um artigo sobre a primeira
carta de Pedro, comentando acerca da necessidade de os cristãos do primeiro
século imitarem o caráter de Cristo. Naquele tempo, o cânone das Escrituras
ainda não estava completo e compilado. O que os descrentes sabiam de Cristo era
não somente o que eles juntavam aos poucos do testemunho verbal daqueles que
professavam ser seguidores de Cristo,
mas do que viam no cotidiano dos cristãos que eles conheciam. “Era essencial que cada crente
pregasse com sua vida, embelezando assim a doutrina e recomendando-a a outros.”
[5]
Em nossos
dias, a Bíblia é muito negligenciada. O resultado é que espelhamos a falta de
conhecimento do primeiro século a respeito do Novo Testamento. Mais uma vez, a
maior parte do conhecimento que o mundo tem a respeito de Cristo é adquirida ao
observar o cotidiano dos cristãos. O cristão atual tem o ministério de oferecer
uma “constante demonstração em carne e osso” [6] do verdadeiro cristianismo.
Por outro lado, “nada dificulta mais o testemunho
da igreja cristã do que a distância entre nossas afirmações e nosso agir, entre
o Cristo que proclamamos verbalmente e o que apresentamos em ações”.[7]
4. Porque parecer com Cristo é nosso DESTINO
Há um
propósito para nossa vida. Como cristãos, estamos nos dirigindo a um destino
que Deus planejou para nós antes mesmo dizer “Haja luz”.
Paulo escreveu
acerca desse destino em Romanos 8.
Muitos cristãos encontram grande conforto ao citar romanos 8.28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o
BEM daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito”. Infelizmente, poucos crentes têm usado a mesma passagem em um
sentido correto. Paulo se referia, quando falou no “bem” que Deus faz em nossa
vida. São exatamente as palavras seguintes do apóstolo que explicam: “Porquanto aos que de antemão CONHECEU,
também os PREDESTINOU
para serem conformes à imagem de seu Filho” (Romanos 8.29).
Agora, como
o grande alvo de nossa redenção, Deus faz tudo em nossa vida para o “bem” de
nos tornar parecidos com Cristo. Ele está nos moldando e ajustando para que nos
conformemos à semelhança de seu Filho. Atualmente estamos na escola da
redenção, nos tornando mais e mais parecidos com Jesus. “O alvo fundamental da redenção é fazer cada crente assemelhar-se a
Jesus Cristo.” [8]
Se nosso
Pai celeste nos predestinou para sermos como Jesus, e se hoje Ele está fazendo
com que todas as coisas cooperem para o “bem” em nossa vida, então deveríamos
estar muito interessados em saber tudo que pudermos sobre nosso Salvador, em
cuja imagem estamos sendo restaurados.
Por quê? Porque o nosso destino é ser como Jesus.
Por que
devemos ter o desejo de ser como Jesus? Existem várias razões cruciais pelas
quais devemos dedicar nossa vida ao conhecimento de Jesus Cristo, de modo que
sejamos mais parecidos com Ele. Ser como Jesus é nosso chamado, nossa obrigação, nosso testemunho e, fundamentalmente, nosso destino.
Devemos nos
devotar ao estudo da pessoa de Cristo por meio de sua santa Palavra, orando
para que seu Santo Espírito nos conforme mais e mais à imagem de nosso bendito
Salvador.
Que a mente de Cristo, meu Salvador
Viva em mim, dia após dia,
E tudo o que eu diga e tudo o que eu for
Que Ele controle com poder e amor.
Possa o amor de Jesus encher-me,
Como as águas cobrem o mar.
Em exaltá-lo e em humilhar-me,
Está a vitória e o meu almejar. (Kate B. Wilkinson)
[1] Estudo adaptado e acrescentado com outras referências
e citações pelo Prof. Pádua, O texto sem acréscimos e referências encontra-se no
livro “Andando nos Passos de Jesus” de Larry McCall. Cap 1. Editora Fiel, 2009.
[2] HENDRIKSEN,
William. Comentário de Colossenses e Filemom.
São Paulo: Cultura Cristã, p. 119
[3] FERGUSON,
Sinclair B. Descobrindo a Vontade de Deus. São Paulo: PES, 1988, p. 20
[4] HENDRIKSEN,
William. Comentário de Colossenses e Filemom.
São Paulo: Cultura Cristã, p. 120.
[5] HARRISON, P. H. The Problem of the pastoral epistles’ p. 20-22. Citado CARSON D. A.; MOO, Douglas J.;
MORRIS, Leon. Introdução
ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2004. p.
365.
[6] Ibid, p. 131.
[7] SOTT, John.
Como ser cristão. Viçosa: Ultimato, p. 134
[8] FLYNN,
Leslie B. The Power of Christlike Living - O poder na
vida Cristã, Grand rapids: Zondervan, 1962, p. 13.
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