Uma nova história do povo de Israel só faz
sentido no momento atual se levar em conta a situação da pesquisa,
consideravelmente modificada no decorrer dos dois últimos decênios e
caracterizada por insegurança e reservas. Mesmo que não exclusivamente, isso se
aplica em especial à pré-história e à história primitiva de Israel. Para de
antemão eliminar mal-entendidos na utilização deste livro: a expressão “e dos
povos vizinhos” naturalmente não significa que aqui também ainda possa e deva
ser oferecida de passagem, por assim dizer, a história do Egito, da
Mesopotâmia, dos povos e dos países do corredor siro-palestinense e, quem sabe,
da Ásia Menor no 2º e 1º milênios a.C. O título não quer nada mais do que
indicar o fato historicamente indiscutível de que a história de Israel não pode
ser tratada independentemente da do Oriente Antigo, mas constitui, sob todos os
aspectos, parte inseparável dela.
A exposição foi disposta em dois volumes: o
primeiro, dos primórdios até o fim da época da formação do Estado e o segundo,
da chamada “ divisão do reino” até Alexandre Magno, além de uma visão
prospectiva sobre a época helenístico-romana entre 332 a.C. e 135 d.C. Esta
última tem a função de visualizar como as principais correntes continuaram
ativas até a Segunda Revolta Judaica, sem pretender enfocar a totalidade da
história judaica em seu estreito entrelaçamento com a história geral da área
mediterrânea.
As indicações bibliográficas são
relativamente detalhadas para possibilitar o trabalho de aprofundamento.
Seguidamente menciono trabalhos sem os comentar, mesmo que não coincidam com a
posição defendida no texto. Com alterações pouco significativas, a
transliteração das palavras semíticas segue o modelo usual na revista da Associação
Alemã para a Palestina (Zeitschríft dês Deutschen Palástina-Vereins). Para
o egípcio decidi, apesar de várias ponderações em contrário, ater-me à
transliteração clássica do Àgyptisches Wõrterbuch, de Berlim. Neste
sentido deve-se considerar que não conhecemos ou não conhecemos corretamente a
pronúncia de várias línguas semíticas antigas e do egípcio. Isso está
relacionado com o fato de que na maioria dos textos antigos estão escritas só
as consoantes, e não as vogais. Por isso as transliterações muitas vezes só
oferecem a estrutura “ impronunciável” das consoantes, sem as vogais. Onde era
possível e parecia fazer sentido, indiquei a pronúncia convencional dos
eruditos: p. ex., em egípcio: Sh’sw = mais ou menos Shasu, ‘pr.w =
mais ou menos apiru, e coisas parecidas. Tais indicações só servem para de
qualquer modo possibilitar alguma pronúncia, e não para reproduzir a expressão
foneticamente correta da respectiva palavra. Nos topônimos constam, entre
parênteses, as localidades, i. é, os nomes atuais, em geral árabes, quando
conhecidos ou prováveis. Os esboços de mapas só servem para se ter uma visão
geral. Para um estudo mais exato do lado geográfico da história gostaria de
recomendar: Palãstina, historisch-archâologische Karte, duas folhas a 14
cores em escala de 1:300.000 com introdução e índice, elaborado por Emst Hõhne
(Gõttingen, 1981).
Ambos os volumes são dedicados à memória de
meus professores de Antigo Testamento e Egiptologia: Albrecht Alt e Siegfried
Morenz. Devo-lhes mais do que é possível expressar com palavras. (Prefácio)
Volume 01 – Dos primórdios até a formação do
Estado.
Volume 02 – Da época da divisão do Reino até
Alexandre Magno
DONNER, Herbert.
História de Israel e dos povos vizinhos, vol 1 e 2. São Leopoldo, Editora
Sinodal, 1997.
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