sábado, 29 de abril de 2017

HISTÓRIA DE ISRAEL E DOS POVOS VIZINHOS [Prefácio]


Uma nova história do povo de Israel só faz sentido no momento atual se levar em conta a situação da pesquisa, consideravelmente modificada no decorrer dos dois últimos decênios e caracterizada por insegurança e reservas. Mesmo que não exclusivamente, isso se aplica em especial à pré-história e à história primitiva de Israel. Para de antemão eliminar mal-entendidos na utilização deste livro: a expressão “e dos povos vizinhos” naturalmente não significa que aqui também ainda possa e deva ser oferecida de passagem, por assim dizer, a história do Egito, da Mesopotâmia, dos povos e dos países do corredor siro-palestinense e, quem sabe, da Ásia Menor no 2º e 1º milênios a.C. O título não quer nada mais do que indicar o fato historicamente indiscutível de que a história de Israel não pode ser tratada independentemente da do Oriente Antigo, mas constitui, sob todos os aspectos, parte inseparável dela.

A exposição foi disposta em dois volumes: o primeiro, dos primórdios até o fim da época da formação do Estado e o segundo, da chamada “ divisão do reino” até Alexandre Magno, além de uma visão prospectiva sobre a época helenístico-romana entre 332 a.C. e 135 d.C. Esta última tem a função de visualizar como as principais correntes continuaram ativas até a Segunda Revolta Judaica, sem pretender enfocar a totalidade da história judaica em seu estreito entrelaçamento com a história geral da área mediterrânea.

As indicações bibliográficas são relativamente detalhadas para possibilitar o trabalho de aprofundamento. Seguidamente menciono trabalhos sem os comentar, mesmo que não coincidam com a posição defendida no texto. Com alterações pouco significativas, a transliteração das palavras semíticas segue o modelo usual na revista da Associação Alemã para a Palestina (Zeitschríft dês Deutschen Palástina-Vereins). Para o egípcio decidi, apesar de várias ponderações em contrário, ater-me à transliteração clássica do Àgyptisches Wõrterbuch, de Berlim. Neste sentido deve-se considerar que não conhecemos ou não conhecemos corretamente a pronúncia de várias línguas semíticas antigas e do egípcio. Isso está relacionado com o fato de que na maioria dos textos antigos estão escritas só as consoantes, e não as vogais. Por isso as transliterações muitas vezes só oferecem a estrutura “ impronunciável” das consoantes, sem as vogais. Onde era possível e parecia fazer sentido, indiquei a pronúncia convencional dos eruditos: p. ex., em egípcio: Sh’sw = mais ou menos Shasu, ‘pr.w = mais ou menos apiru, e coisas parecidas. Tais indicações só servem para de qualquer modo possibilitar alguma pronúncia, e não para reproduzir a expressão foneticamente correta da respectiva palavra. Nos topônimos constam, entre parênteses, as localidades, i. é, os nomes atuais, em geral árabes, quando conhecidos ou prováveis. Os esboços de mapas só servem para se ter uma visão geral. Para um estudo mais exato do lado geográfico da história gostaria de recomendar: Palãstina, historisch-archâologische Karte, duas folhas a 14 cores em escala de 1:300.000 com introdução e índice, elaborado por Emst Hõhne (Gõttingen, 1981).

Ambos os volumes são dedicados à memória de meus professores de Antigo Testamento e Egiptologia: Albrecht Alt e Siegfried Morenz. Devo-lhes mais do que é possível expressar com palavras. (Prefácio)

Volume 01 – Dos primórdios até a formação do Estado.
Volume 02 – Da época da divisão do Reino até Alexandre Magno

DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos, vol 1 e 2. São Leopoldo, Editora Sinodal, 1997.

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