terça-feira, 22 de maio de 2018

AS CANÇÕES QUE ABRIRAM MEUS OLHOS [Resenha]


FILGUEIRAS, Filipe. As canções que abriram meus olhos: Uma breve biografia de Fanny Crosby. Brasília, Editora 371, 2018, 80p.

Para Quem é assinante da Box95, teve o privilégio de receber na sua box de março de 2018, entre tantos mimos, um livreto de 80 páginas trazendo uma biografia inédita no Brasil. Trata-se do livreto intitulado “As canções que abriram meus olhos: Uma breve biografia de Fanny Crosby.” Fiquei muito entusiasmado pelo fato de que os hinos tradicionais que mais aprecio no nosso Novo Cântico (hinário oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil), são aqueles que foram compostos por esta poetisa e compositora.

Autor da Obra – Quase nada sabemos acerca do autor desta valiosa obra. Seu nome é Filipe Filgueiras e é membro da Igreja Presbiteriana do Cariru em Ipatinga, Minas Gerais. Um outro fato importante acerca do autor é que não mediu esforços – “intelectuais, materiais, financeiros, afetivos e geográficos, a fim de, com todo acuidade, zelo e brilhantismo que lhe são peculiares, transmitir-nos as dores e delícias dessa humilde e grandiosa mulher de Deus.” [p.10].

O Livro – Apesar de apenas 80 páginas, mas, é o único em língua portuguesa. Está dividido em oito capítulos e que traz traços curiosos e desconhecidos de muitos acerca de Fanny Crosby, por exemplo: 

No capítulo 1, observamos que ela não nasceu cega. Devido a um erro de um falso médico, com seis semanas de vida ela perdeu a visão. Sobre a sua cegueira ela disse: “Parecia planejado, pela providência santificada de Deus, que eu deveria ser cega toda minha vida, e eu lhe agradeço a dádiva. Se visão terrestre perfeita me fosse oferecida amanhã, eu não aceitaria. Eu não poderia ter cantado hinos de louvor a Deus se eu estivesse distraída pelas coisas bonitas e interessantes ao meu redor.” [p.18].

No capítulo 2, é quando descreve a sua entrada no Instituto para Cegos de Nova York, com quinze anos de idade. Lá ela aprendeu trabalhos manuais, iniciou seus estudos na área musical, aprendendo tocar piano, harpa e violão, e também tinha aulas de cantos. Estudou ainda gramática, filosofia, astronomia e política econômica. Aos 22 anos ela se tornou professora no Instituto, lecionando retórica, gramática e história. [p.25-27].

O capítulo 3 faz referência ao casamento de Fanny Crosby com o professor de música e cantor de concerto Alexander Van Alstyne. Nessa época, ela havia deixado o ensino para acompanhá-lo tocando piano e harpa em apresentações públicas. Compôs diversas canções populares nesse período. Um fato curioso é no ano seguinte ao seu casamento, Fanny deu à luz sua única filha, que veio a falecer com seis meses de vida, sem que se saiba ao certo o motivo, pois alguns diziam ser por causa de uma febre e outros por motivos de sufocamento acidental no berço. Os pais nunca falaram sobre o assunto em público. Fanny sequer cita ter tido filhos em sua autobiografia. [p.31]

No capítulo 4 encontra-se uma lista de “irmãos de Missão”, ou seja, pessoas ilustres que de alguma forma colaboram e foram abençoados com o ministério de Fanny Crosby. Entre eles, encontra-se Dwight L. Moody, um grande evangelista americano que utilizou músicas de Fanny Crosby em suas campanhas, como por exemplo o hino “A Deus seja a Glória”. 

Os capítulos 5 ao 7 traz toda a história sobre os principais hinos e livros compostos, a essência de suas composições e finalmente a sua morte na manhã de 12 de fevereiro de 1915 na cidade de Bridgeport, a 100 km de Nova York.

Finalmente, no capítulo 8, temos o legado de Fanny Crosby, “que compôs tantas canções e poemas ao longo da vida que não se sabe ao certo o número de suas publicações. Algumas fontes mencionam cinco mil, outras sete mil. Acredita-se também que esse número possa ter passado de dez mil, entre hinos e poesias. Suas composições são sem dúvida seu maior legado, pois estão presentes até hoje em nossos hinários, mas conhecer o contexto das composições também é muito inspirador, sendo fácil notar o vasto legado deixado por Fanny Crosby.” [p.62].

Como apêndice dentro do livro, temos os hinos de Fanny Crosby divididos pelos principais hinários tradicionais: Hinário Novo Cântico (Hinário Oficial da IPB), Hinário Evangélico Metodista (Hinário Oficial da Igreja Metodista do Brasil) e o Hinário Cantor Cristão (Hinário Oficial dos Batistas).

Como palavra final, “a vida de Fanny Crosby é muito inspiradora. Tantos feitos realizados durante sua vida nos levam a repensar algumas coisas. Em determinados momentos nos sentimos incapazes de contribuir com o Reino de Deus. Fanny, mesmo cega, contribuiu muito além da música e da poesia. (...) Precisamos de pessoas como Fanny Crosby, que glorificam a Deus diariamente em suas vidas. Pessoas que entendem que seu objetivo final nesta terra é viver para que Deus seja visto de forma grandiosa, preciosa, valiosa, como o verdadeiro e único tesouro que possuímos.” [p.65-66].

Recomendo. A Box95 de março ainda está disponível na loja.

Um comentário:

Mikaelly Monteiro disse...

Muito bom, amei a resenha.