terça-feira, 9 de maio de 2017

LENDO E COMPARTILHANDO Nº 001


O ESPÍRITO SANTO COMO PESSOA


Primeiro. Devemos reconhecer que o Espírito é mencionado mais da perspectiva de instrumentalidade – ou seja, ele é o agente da atividade de Deus. É verdade que essa linguagem não nos leva a pressupor necessariamente a pessoalidade. Entretanto, mesmo um rápido exame das passagens em que Paulo se refere ao Espírito (ou Espírito Santo) revela como muitas vezes a instrumentalidade encontra expressão pessoal. Por exemplo, a conversão dos tessalonicenses acontece pela obra de santificação do Espírito (2 Ts 2.13; cf 1 Co 6.11; Rm 15.16), assim como a alegra dela resultante (1 Ts 1.6; cf Rm 15.13). A revelação vem por intermédio do Espírito (1 Co 2.10; Ef 3.5); e a pregação de Paulo é acompanhada pelo poder do Espírito (1 Ts 1.5). Mensagens proféticas e o falar em línguas resultam diretamente do falar pelo Espírito (1 Co 12.3; 14.2,16). É pelo Espírito que os romanos devem fazer morrer as práticas pecaminosas (Rm 8.13). Paulo deseja que os efésios sejam fortalecidos por meio do Espírito de Deus (Ef 3.16). Os crentes servem pelo Espírito (Fp 3.3), amam pelo Espírito (Cl 1.8), são selados pelo Espírito (Ef 1.13), andam e vivem pelo Espírito (Gl 5.16,25). Por fim, os crentes são “salvos mediante o lavar pelo Espírito Santo, que Deus derramou sobre eles” (Tt 3.5).


Paulo compreende o Espírito como pessoa, o que se confirma, em segundo lugar, pelo fato de que o Espírito é o sujeito de um grande numero de verbos que requerem um agente pessoal: o Espírito perscruta todas as coisas (1 Co 2.10), conhece a mente de Deus (1 Co 2.11), ensina o conteúdo do evangelho as crentes (1 Co 2.13), habita entre os crentes ou dentro deles (1 Co 3.16; Rm 8.11; 2 Tm 1.14), realiza todas as coisas (1 Co 12.11), vida aos que creem (2 Co 3.6), clama dentro de nosso coração (Gl 4.6), guia-nos nos caminhos de Deus (Gl 5.18; Rm 8.14), testifica com o nosso espírito (Rm 8.16), tem desejos que se opõem à carne (Gl 5.17), ajuda-nos em nossa fraqueza (Rm 8.26), intercede por nós (Rm 8.26,27), opera todas as coisas juntamente para o nosso supremo bem (Rm 8.28), fortalece os crentes (Ef 3.16), se entristece como nossa pecaminosidade (Ef 4.30). Além disto, os frutos da habitação do Espírito em nós são os atributos pessoas de Deus (Gl 5.22,23).


FEE, Gordon D. Paulo, o Espírito e o povo de Deus. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 49-51.

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