Adquiri o Diretório de
Culto de Westminster: Um Diretório para o Culto Público a Deus nos Três Reinos:
Inglaterra, Escócia e Irlanda, no Amazon para o kindle.
Conclui a leitura e
fiquei de certa forma apreensivo pelo que li e principalmente pelo conteúdo de
e forma como as orações são orientadas. Faço aqui um resumo para o blog.
Nas primeiras
organizações da Assembleia de Westminster já houve uma preocupação por um
diretório de culto. Era um assunto urgente, pois as mudanças de cultos seriam
imediatas, e uma das maiores reformas necessárias seria libertar o culto do
sistema episcopal.
O Diretório de culto era
urgente pois a liturgia episcopal havia sido revogada nas igrejas que aderiram
ao Pacto Solene. E deveria ser uma determinação para usar em todos os lugares.
Junto com a liturgia era
urgente também tratar sobre disciplina, para não deixar as igrejas em confusão.
O Parlamento em 1643 orientou que Assembleia tratasse desses temas para evitar
um problema com as igrejas dos Três Reinos.
Debates que envolviam
costumes e tradições inglesas e escocesas geraram muitos debates. Exemplos de
orações foram dados para que não houvesse excessos de petições desnecessárias
nos cultos. Sobre a leitura das Escrituras, foi acordado por todos que deveria
fazer parte de todo serviço público, mas houve divergências de opiniões sobre a
liberdade de ler a bíblia em público. Alguns achavam que não deveria ser lida
sem exposição e outra questão era se a pregação era ofício apenas do pastor.
Para resolver isso foi usado como exemplo a eclesiologia da sinagoga judaica.
Que a leitura bíblica não pertence somente ao pastor na liturgia, mas a outras
pessoas por ele indicado. Mas prioritariamente era dever do pastor.
A principal dificuldade
surgiu a respeito do modo de administrar os sacramentos. Como o batismo deveria
ser. Sempre administrado em público, na presença da igreja. Que os pais
deveriam trazer suas crianças para o batismo. E colocá-los debaixo da
disciplina e admoestação do Senhor.
O modo do batismo foi
bem discutido, se por imersão ou aspersão. A Assembléia ficou em parte dividida,
e prevaleceu por votação da maioria que não é necessário imergir na água, mas o
batismo é devidamente administrado por efusão ou aspersão.
Em relação a
administração da Ceia do Senhor, praticamente a única polêmica na Assembléia
foi em relação ao modo de administrar, se a participação dos membros deve ser
ao redor da mesa, como se participando de uma refeição, ou se os comungantes
pode participar nos bancos, a alguma distância. Os escoceses apoiavam a
participação ao redor da mesa, e neste debate gastaram duas semanas. Os
teólogos ingleses não concordavam com esse costume. Mas estavam dispostos a
consentir que na Escócia adotassem o costume da prática antiga.
As instruções para a
pregação eram simples, também transcorreram bem os temas como a santificação do
Dia do Senhor. Essa nulidade de controvérsia sobre o Dia do Senhor comprova que
era uma prática normal e aceita por todos, independentemente de denominação ou
país.
Temas como cerimônias de
casamento, visitações a doentes e observância de dias de jejuns, humilhações
públicas e ações de graças transcursaram tranquilamente.
Sobre cerimônias
adequadas para enterros dos mortos. Neste tema os ingleses e escoceses entraram
em novo debate sobre a questão de pregar sermão em funeral. Foi determinado por
votação que o corpo deveria ser enterrado sem cerimônia, e ajoelha-se ou orar
pelos mortos foi declarado supersticioso. Orar, ler e cantar no túmulo foi
considerado em vão.
O Diretório de Culto foi
destinado a substituir a antiga liturgia e isso explica muitos pontos
discutidos na Assembléia. A intenção era afastar todo serviço do Livro de
Oração Comum (livro de liturgia da comunhão anglicana).
A essência do Diretório
é afastar toda idolatria e superstição de influência romanista.
Pelos independentes
poderia haver mais liberdade nas orações, mas aprovaram com unanimidade o
Diretório de Culto de Westminster.
Uma mudança interessante
foi a retirada completa da leitura de livros apócrifos, o sinal da cruz,
nenhuma cerimônia de enterro, o anel de casamento, roupas especiais para os
ministros e dias dos santos.
O Diretório não foi
imediatamente observado em todo reino. Alterações nas formas habituais de culto
público são sempre feitas com dificuldade. O hábito e costumes, na maioria das
pessoas, são mais fortes do que a razão.
Algumas igrejas
simplesmente desprezaram o diretório e continuaram fazendo uso da Oração Comum,
desafiando o decreto do Parlamento, enquanto outros se recusaram a se limitar
por qualquer forma ou fizeram do seu modo.
O Parlamento para
incentivar (ou obrigar) o uso do diretório impôs multa por decreto para que
fosse lido, quando não lido havia uma multa e se usassem o Livro Comum de
Orações havia uma multa de cinco libras para a primeira infração, 10 libras
para a segunda e a terceira reincidência, prisão.
E se alguém escrevesse
contra o diretório deveria pagar uma multa de 50 libras a ser dado aos pobres.
Havia multas, confiscos e prisões numa tentativa de promover uma unidade
presbiteral de adoração.
Mas logo aprenderam que
unidade religiosa nunca pode ser produzida por imposição, e se pudesse não
passaria de um cumprimento hipócrita ritualístico e institucional.
O Rei Carlos I, embora
estivesse sem autoridade plena sobre todo seu reino, emitiu em 1645 uma
proclamação proibindo o uso do novo Diretório. O Diretório mexia na espinha
dorsal de todo o sistema ritualístico episcopal.
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Diretório de Culto de Westminster: Um Diretório
para o Culto Público a Deus nos Três Reinos: Inglaterra, Escócia e Irlanda. Teólogos
de Westminster e comissários da Igreja da Escócia. Editora Os Puritanos, 2000.
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