Historicamente a igreja tem assumido
uma posição contrária ao suicídio. Entretanto permanecemos com o fato de que
muitas pessoas, de fato, se matam.
Certa vez me perguntaram, num
programa de entrevistas na televisão, se as pessoas que cometem suicídio podem
ir para o céu. Respondi com um simples “sim.” Minha resposta fez com que as
luzes do painel da estação brilhassem como uma árvore de Natal. O entrevistador
ficou chocado com minha resposta. Expliquei que o suicídio não é identificado
em lugar nenhum com o pecado imperdoável.
Não temos certeza sobre o que está se
passando na mente de uma pessoa no momento do suicídio. É possível que o
suicídio seja um ato de pura falta de fé, uma rendição ao desespero total que
indica a falta de qualquer fé em Deus. De outro lado pode ser sinal de uma
doença mental temporária ou prolongada. Pode ser resultado de uma súbita onda
de depressão severa (tal depressão pode, em alguns casos, ser provocada por
causas orgânicas, ou pelo uso não intencional de certos remédios).
Um psiquiatra observou que a grande
maioria das pessoas que comete suicídio não o faria se tivesse esperado vinte
quatro horas. Tal observação é conjectura, mas é uma conjectura baseada em
numerosas entrevistas com pessoas que fizeram sérias tentativas de suicídio,
mas falharam, e conseqüentemente se recuperaram.
O fato é que as pessoas cometem suicídio
por uma grande variedade de razões. A complexidade do processo de pensamento da
pessoa no momento do suicídio, é conhecido em sua inteireza apenas por Deus.
Deus leva em conta todas as circunstâncias atenuantes quando pronuncia seu
julgamento sobre qualquer pessoa.
Embora devamos procurar desencorajar
a pessoa de suicidar-se, deixemos aqueles que o fizeram entregues à
misericórdia de Deus.
Soren Kierkegaard escreveu certa vez
que uma das experiências mais angustiantes da vida é desejar morrer e não ter
permissão para isto. O suicídio não é permitido por Deus. A hora de nossa morte
está nas mãos de Deus. Não devemos tomar providências ára apressar o momento de
nossa partida. Deus é o autor da vida e o soberano sobre ambos, a vida e a
morte. Podemos orar por nossa própria morte, mas o pedido só pode ser atendido
por Deus e somente por Deus.
SPROUL, R. C. Surpreendido pelo
Sofrimento. São Paulo: Cultura Cristã, 1998, p. 178-180.
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