O Evangelho de João, é livro mais importante da história. Steven Lawson chama-o de o monte Everest da teologia, o mais teológico dos evangelhos.[1] Charles Erdman o considera o mais conhecido e o mais amado livro da Bíblia. Provavelmente, é a mais importante peça da literatura que há no mundo.[2] Para William Hendriksen, o evangelho de João é o livro mais maravilhoso já escrito.[3] Lawrence Richards o descreve como “o evangelho universal”.[4]
Mateus apresentou Jesus como Rei, Marcos como servo e Lucas como homem perfeito. João, por sua vez, apresenta Jesus como Deus.
1. QUEM FOI O AUTOR E COMO A BÍBLIA O IDENTIFICA
Junto com Pedro e Tiago, João formou o grupo mais íntimo dos três discípulos que estiveram com Jesus na ressurreição da filha de Jairo (Mc 5.37), na transfiguração (Mc 9.2) e na sua angústia no jardim de Getsêmani (Mc 14.33).
Dos três, João era o mais íntimo de Jesus. Ele é conhecido como o discípulo amado (13.23). Foi João quem se inclinou sobre o peito de seu mestre durante a ceia pascal; foi ele quem acompanhou seu Senhor ao julgamento, quando os demais discípulos fugiram (Jo 18.15).[5]
De todos os apóstolos, foi ele o único que esteve ao pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar (19.25-27) e cuidou de Maria, após a morte de Jesus (19.27). Depois da ascensão de Cristo, João tornou-se um dos grandes líderes da igreja de Jerusalém (At 1.13; 3.111; 4.13-21; 8.14; G12.9).
De acordo com a tradição, João mudou-se para Éfeso, capital da Ásia Menor, onde viveu os últimos anos de sua vida, como líder da igreja na região. Foi banido para a ilha de Patmos, no governo de Domiciano, onde escreveu o livro de Apocalipse. Com a ascensão de Nerva, João recebeu permissão para retornar a Éfeso, onde morreu aos 98 anos, no início do reinado de Trajano (98-117). João foi o único apóstolo de Jesus que teve morte natural. Os demais morreram pelo viés do martírio, João 21.22-23
2. A TEOLOGIA DO EVANGELHO DE JOÃO
Bruce Milne afirma corretamente que o evangelho de João é explicitamente o mais teológico dos quatro evangelhos.[6]
Desde o prólogo, João antecipa o conteúdo de todo o seu evangelho, mostrando-nos que Jesus é o Verbo eterno, pessoal e divino. Aquele que tem vida em si mesmo é o criador do universo.
Sem descrever o nascimento de Jesus e sua infância, João apenas nos informa que o Verbo divino se fez carne e habitou entre nós.
Sete vezes em João, Jesus emprega a gloriosa expressão “Eu Sou”, a mesma revelada por Deus a Moisés no Sinai.
Eu sou o pão da vida (6.35,48)
Eu sou a luz do mundo (8.12)
Eu sou a porta das ovelhas (10.7,9)
Eu sou o bom pastor (10.11)
Eu sou a ressurreição e a vida (11.25)
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (14.6)
Eu sou a videira verdadeira (15.1,5).
Além dessas declarações diretas, Gundry ressalta aquelas que envolvem a expressão “Eu Sou”, que sugerem a reivindicação de ser ele o eterno Eu Sou — o Iavé do Antigo Testamento (4.25,26; 8.24,28,58; 13.19).[7]
Eu sou o pão da vida (6.35,48)
Eu sou a luz do mundo (8.12)
Eu sou a porta das ovelhas (10.7,9)
Eu sou o bom pastor (10.11)
Eu sou a ressurreição e a vida (11.25)
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (14.6)
Eu sou a videira verdadeira (15.1,5).
Além dessas declarações diretas, Gundry ressalta aquelas que envolvem a expressão “Eu Sou”, que sugerem a reivindicação de ser ele o eterno Eu Sou — o Iavé do Antigo Testamento (4.25,26; 8.24,28,58; 13.19).[7]
3. O EVANGELHO DE JOÃO E AS DOUTRINAS DA GRAÇA
De acordo com Steven Lawson, as grandes doutrinas da graça são fortemente apresentadas pelo apóstolo João nesse evangelho.[8]
A DEPRAVAÇÃO TOTAL é amplamente explorada, pois o homem sem Deus está:
a) Cego (3.3)
b) Alienado (3.5),
c) Incapaz (6.44)
d) Escravo (8.34)
e) Surdo (8.43-47)
f) Tomado de ódio por Deus (15.23).
A ELEIÇÃO INCONDICIONAL é igualmente tratada, pois é:
a) Deus quem escolhe (6.37-39).
b) Deus nos escolheu do mundo (15.19),
c) Os eleitos são dados pelo Pai a Jesus (17.9).
A EXPIAÇÃO EFICAZ É CLARA, pois:
a) Cristo morreu por suas ovelhas (10.14,15)
b) Cristo dá a vida eterna a todos os que o Pai lhe deu (17.1,2,9,19).
A GRAÇA IRRESISTÍVEL é acentuada, uma vez que o novo nascimento e:
a) Obra soberana do Espírito (3.3-8)
b) Os mortos espirituais ouvem a voz de Jesus e vivem (5.23; 6.63),
c) Todos aqueles que o Pai dá a Jesus são atraídos irresistivelmente (6.37,44,65)
d) Convocados individualmente (10.1-5,8,27).
A PERSEVERANÇA DOS SANTOS é claramente ensinada, pois:
a) Os que creem recebem vida eterna (3.15),
b) Tem salvação eterna (3.16),
c) Gozam de satisfação eterna (4.14),
d) Recebem proteção eterna (6.38-44),
e) Tem segurança eterna (10.2730),
f) Tem sustentação eterna (6.51,58),
g) Possui duração eterna (11.25,26)
h) visão eterna (17.24).
a) Cego (3.3)
b) Alienado (3.5),
c) Incapaz (6.44)
d) Escravo (8.34)
e) Surdo (8.43-47)
f) Tomado de ódio por Deus (15.23).
A ELEIÇÃO INCONDICIONAL é igualmente tratada, pois é:
a) Deus quem escolhe (6.37-39).
b) Deus nos escolheu do mundo (15.19),
c) Os eleitos são dados pelo Pai a Jesus (17.9).
A EXPIAÇÃO EFICAZ É CLARA, pois:
a) Cristo morreu por suas ovelhas (10.14,15)
b) Cristo dá a vida eterna a todos os que o Pai lhe deu (17.1,2,9,19).
A GRAÇA IRRESISTÍVEL é acentuada, uma vez que o novo nascimento e:
a) Obra soberana do Espírito (3.3-8)
b) Os mortos espirituais ouvem a voz de Jesus e vivem (5.23; 6.63),
c) Todos aqueles que o Pai dá a Jesus são atraídos irresistivelmente (6.37,44,65)
d) Convocados individualmente (10.1-5,8,27).
A PERSEVERANÇA DOS SANTOS é claramente ensinada, pois:
a) Os que creem recebem vida eterna (3.15),
b) Tem salvação eterna (3.16),
c) Gozam de satisfação eterna (4.14),
d) Recebem proteção eterna (6.38-44),
e) Tem segurança eterna (10.2730),
f) Tem sustentação eterna (6.51,58),
g) Possui duração eterna (11.25,26)
h) visão eterna (17.24).
CONCLUSÃO
O evangelho de João, como uma águia, voa nas alturas excelsas. Atinge os cumes mais altos da revelação bíblica, penetra pelos umbrais da eternidade e traz para o palco da História as verdades mais estonteantes e gloriosas. Mostra com eloquência singular como o transcendente torna-se imanente, como o infinito entra nos limites do finito, como o eterno invade o tempo e como Deus veste pele humana para habitar entre nós.
__________________________
[1] LAWSON, Steven J. Fundamentos da graça. São José dos Campos: Fiel, 2012, p. 383.
[2] ERDMAN, Charles. O evangelho de João. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1965, p. 11.
[3] HENDRIKSEN, William. João. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 13.
[4] RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo 'Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 192.
[5] PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia. Miami: Vida, 1987, p. 215.
[6] MILNE, Bruce. The Message of John, p. 25.
[7] GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento, p. 114.
[8] LAWSON, Steven J. Fundamentes da graça, p. 383-434.
O evangelho de João, como uma águia, voa nas alturas excelsas. Atinge os cumes mais altos da revelação bíblica, penetra pelos umbrais da eternidade e traz para o palco da História as verdades mais estonteantes e gloriosas. Mostra com eloquência singular como o transcendente torna-se imanente, como o infinito entra nos limites do finito, como o eterno invade o tempo e como Deus veste pele humana para habitar entre nós.
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[1] LAWSON, Steven J. Fundamentos da graça. São José dos Campos: Fiel, 2012, p. 383.
[2] ERDMAN, Charles. O evangelho de João. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1965, p. 11.
[3] HENDRIKSEN, William. João. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 13.
[4] RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo 'Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 192.
[5] PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia. Miami: Vida, 1987, p. 215.
[6] MILNE, Bruce. The Message of John, p. 25.
[7] GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento, p. 114.
[8] LAWSON, Steven J. Fundamentes da graça, p. 383-434.
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